18.08.2024
Atos 23.23—24.27 (NVT)
23Então o comandante chamou dois de seus oficiais e ordenou: “Preparem duzentos soldados para partir a Cesareia hoje às nove da noite. Levem também duzentos lanceiros e setenta soldados a cavalo. 24Providenciem um cavalo para Paulo e levem-no em segurança ao governador Félix”.[…]
27Assim se passaram dois anos, e Félix foi sucedido por Pórcio Festo. E, uma vez que Félix desejava obter a simpatia dos judeus, manteve Paulo na prisão.
O apóstolo Paulo está exatamente na última fase da última etapa da Comissão de Jesus em Atos 1.8 (NVT): “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: [1.] em Jerusalém [At 1.1–8-4], [2.] em toda a Judeia, em Samaria [At 8.5–12.25] e [3.] nos lugares mais distantes da terra [At 13.1–28.31]”. Atos 27.17 é o ponto de virada, rumo a Roma, é a última etapa da viagem.
Podemos dividir deste modo a última etapa:
A viagem a Roma 21.17–28.31
A. Paulo testemunhou em Jerusalém (21.17–23.33)
Em tudo isso, nós já vimos, Paulo agiu com coragem e convicção, buscou conciliação e pacificação, falou em defesa do evangelho e recebeu do próprio Jesus ânimo para prosseguir. Atos 23.11 (NVT): “Naquela noite, o Senhor apareceu a Paulo e disse: ‘Tenha ânimo, Paulo! Assim como você testemunhou a meu respeito aqui em Jerusalém, deve fazê-lo também em Roma’”.
Pois bem, entre a promessa de Jesus e a chegada de Paulo a Roma três anos, três longos anos se passarão! E Paulo jamais perderá a paciência. Veja, apenas em Cesareia, Paulo ficará preso por longos dois anos, aguardando tão somente a boa vontade da burocracia corrupta dos governantes:
Atos 24.26-27 (NVT)
26Félix também esperava que Paulo lhe oferecesse dinheiro, de modo que mandava buscá-lo com frequência e conversava com ele. [v. 17: “Depois de estar ausente por vários anos, voltei a Jerusalém com dinheiro para ajudar meu povo e apresentar ofertas.”]
27Assim se passaram dois anos, e Félix foi sucedido por Pórcio Festo. E, uma vez que Félix desejava obter a simpatia dos judeus, manteve Paulo na prisão.
Aja paciência! Entretanto, pacientemente, modelando a vida cheia do Espírito, até chegar a Roma, Paulo será resgatado das garras dos judeus (23.23-33); [2.] testemunhará em Cesareia diante de Félix (23.34–24.27), Festo (25.1-22) e Agripa (25.23–26.32). Quando estiver de volta ao mar, após dois anos esquecido na prisão de Cesareia, Paulo testemunhará durante tempestade e naufrágio, que quase ceifarão sua vida (27.1-44); testemunhará ainda na ilha de Malta (28.1-5) e, finalmente, por dois anos, testemunhará na prisão domiciliar em Roma, conforme a palavra de Jesus em Atos 23.11 (28.16-31).
A gente costuma falar da “paciência de Jó”. Realmente, Jó foi paciente e perseverante (cf. Tg 5.11). Mas Paulo também. Paulo tinha “uma paciência de Jó”, de outro modo ele jamais teria chegado a Roma. Recapitule.
O comandante romano levou Paulo ao conselho dos líderes do povo para descobrir qual era exatamente o problema dos judeus contra o apóstolo (22.30). Surgiu imediatamente um conflito entre o sumo sacerdote (Ananias) e Paulo; e Ananias ordenou que Paulo fosse agredido na boca. Paulo respondeu chamando o líder religioso de “grande hipócrita” ou “parede branqueada”, posto que falava pela lei sem, contudo, conhecê-la (23.3). O caldo entornou e Paulo, astutamente, buscou remediar a sua atitude intempestiva, dividindo o concílio entre fariseus e saduceus, ao mencionar a ressurreição, insistindo que estava sendo julgado por causa de sua crença nessa doutrina. Deu certo, pois alguns mestres da lei, que eram fariseus, consideram Paulo inocente, e os saduceus que negavam a ressurreição ficaram furiosos. E pela terceira vez um comandante romano teve que ir ao socorro de Paulo (23.1-10).
Na prisão, o Senhor Jesus animou o apóstolo Paulo (23.11).
Enquanto isso, em cumplicidade com os principais sacerdotes e os líderes judeus, quarenta homens juram assassinar Paulo, escondendo dos romanos as suas reais intenções (23.12-15). O sobrinho de Paulo, no entanto, tendo ouvido toda a trama, avisou o centurião sobre a conspiração, e Paulo, sob a guarda de 200 soldados, 200 lanceiros e 70 cavaleiros, foi enviado a Félix, governador da Judéia (e aqui começa o nosso texto):
Deus frustra os planos para matar Paulo
Atos 23.23-24 (NVT)
23Então o comandante chamou dois de seus oficiais e ordenou: “Preparem duzentos soldados para partir a Cesareia hoje às nove da noite. Levem também duzentos lanceiros e setenta soldados a cavalo. 24Providenciem um cavalo para Paulo e levem-no em segurança ao governador Félix”.
Além da escolta, um documento oficial, assinado pelo comandante romano:
Atos 23.25-30 (NVT)
25Em seguida, escreveu a seguinte carta ao governador:
26“De Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix. Saudações.
27“Este homem foi capturado por alguns judeus que estavam prestes a matá-lo quando cheguei com meus soldados. Ao ser informado de que ele era cidadão romano, transferi-o para um lugar seguro. 28Então levei-o diante do conselho supremo dos judeus para investigar o motivo das acusações. 29Não demorei a descobrir que ele era acusado de algo relacionado à lei religiosa, sem dúvida nada que justificasse a pena de morte ou mesmo a prisão. 30Fui informado, porém, de uma conspiração para matá-lo e enviei-o de imediato ao senhor. Também informei aos acusadores que devem apresentar suas denúncias diante do senhor”.
Tudo correu como quis a boa mão da Providência. De fato, como o autor do livro de Ester, sem nunca mencionar o nome de Deus, Lucas revelou a mão divina, frustrando as tramas dos seres humanos e ordenando todas as coisas de modo que o seu propósito – para a chegada do evangelho com Paulo a Roma – avançasse mais alguns bons passos. A Paulo cabia apenas exercer o fruto do Espírito: paciência.
Atos 23.31-35 (NVT)
31Naquela noite, os soldados cumpriram as ordens que haviam recebido e levaram Paulo até Antipátride [56 dos 100 km por terra de Jerusalém a Cesareia]. 32Voltaram à fortaleza na manhã seguinte, enquanto a cavalaria prosseguiu com ele. 33Quando chegaram a Cesareia, apresentaram Paulo e a carta ao governador Félix. 34O governador leu a carta e perguntou a Paulo de que província ele era. “Da Cilícia”, respondeu Paulo.
35“Ouvirei seu caso pessoalmente quando seus acusadores chegarem”, disse o governador. Em seguida, ordenou que Paulo fosse mantido na prisão do palácio que Herodes havia construído [no pretório de Herodes].
Pacientemente, aguardando os planos de Deus se cumprirem, – que era chegar a Roma para dar testemunho do evangelho, – Paulo agia para pregar o evangelho e encorajar os crentes também ali, enquanto estava a caminho de Cesareia. Ora, claro que o testemunho do apóstolo aos filipenses, quando estava já preso em Roma, seria o mesmo nesta fase da jornada de Jerusalém a Cesareia. Ouça:
Filipenses 1.12-14 (ARA)
12Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho; 13de maneira que as minhas cadeias, em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais; 14e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus.
Enquanto isso, enquanto Paulo estava bem guardado no pretório de Herodes – pregando e encorajando almas perdidas e cansadas –, os quarenta e tantos que juraram não comer – até que Paulo fosse morto – ficavam cada vez mais furiosos e famintos! Eventualmente, tais homens souberam que a trama havia sido frustrada e Paulo estava em segurança. Provavelmente, renunciando ao juramento, eles preparam uma refeição e, ao mesmo tempo, coaram o próximo plano para se livrarem de Paulo, aproveitando o desejo de Félix de ouvir o lado deles da história (23.35).
A astúcia dos homens maus
Atos 24.1 (NVT)
1Cinco dias depois, o sumo sacerdote Ananias chegou com alguns dos líderes do povo e um advogado [gr. ῥήτορος, rhētoros] chamado Tértulo [gr., Τερτυλλος; lit., orador] para exporem ao governador sua causa contra Paulo.
O advogado Tértulo [orador] havia sido contratado, como era de costume em casos mais sérios, como uma espécie de sustentador oral profissional, promotor profissional, para fazer uma sustentação oral competente do caso em tribunal. É bom que se diga que o treinamento profissional dessa figura não era jurídica, mas retórica.
Os líderes judeus queriam um persuasor, alguém que pudesse dizer a Félix o que Félix queria ouvir ou gostava de ouvir e que pudesse desencadear acusações inflamadas contra Paulo, ao mesmo tempo que obscurecia os fatos. Tértulo era o homem deles: um sofista, um mestre das palavras, criador de narrativas para produzir cortina de fumaça e esconder os fatos verdadeiros e se produzir comoção.
Atos 24.2-4 (NVT)
2Quando Paulo foi chamado, Tértulo apresentou as acusações:
“Excelentíssimo Félix, o senhor tem proporcionado a nós, judeus, um longo período de paz e, com perspicácia, tem realizado reformas que muito nos beneficiam. 3Por todas essas coisas nós lhe somos extremamente gratos. 4Contudo, não desejo tomar seu tempo, por isso peço sua atenção apenas por um momento.
Claro, nada disso é verdade. Félix governava através da corrupção e da violência, e os judeus o odiavam por tamanha tirania. Mas Tértulo o está bajulando para que acreditasse nas acusações que estava prestes a levantar contra Paulo.
Serão basicamente três as acusações infundadas: [1.] causador de tumultos (e Roma não tolerava desordem civil!); [2.] líder da seita dos Nazarenos (associando Paulo a movimentos messiânicos insurgentes; e, de novo, Roma não tolerava insurreição contra o governo); e [3.] profanador do templo de Jerusalem (faça os cálculos: os saduceus eram sacerdotes; saduceus eram pró-Roma, eram do partido colaboracionista; profanar o templo era profanar a lei dos sacerdotes saduceus; e os romanos, esperava Tértulo, tomariam o partido do partido pró-Roma). Leia:
Atos 24.5-9 (NVT)
5Constatamos que este homem é um perturbador, que vive causando tumultos entre os judeus de todo o mundo. É o principal líder da seita conhecida como os Nazarenos. 6Quando o prendemos, estava tentando profanar o templo. Nós queríamos julgá-lo de acordo com nossa lei, 7mas Lísias, o comandante do regimento, usou de força e o tirou de nossas mãos, 8e ordenou a nós, os acusadores, que nos apresentássemos perante o senhor. Nossas acusações poderão ser confirmadas quando o senhor interrogar Paulo pessoalmente”. 9Os outros judeus concordaram e declararam ser verdadeiro o que Tértulo tinha dito.
Isto mesmo! Paulo estava sendo acusado de causador de tumultos, principal líder da seita dos Nazarenos e profanador do templo de Jerusalém.
Pense no frio na barriga de Paulo. Imagine o medo e a revolta que Paulo deve ter sentido ao ouvir essas mentiras cruéis. Paulo tinha feito nada de errado; no entanto, neste tribunal intimidante, diante deste juiz corrupto, a sua vida estava em risco por causa da mentira de Tértulo, contratado pelos líderes dos judeus.
Ora, depois de Jerusalém, Paulo esperava que as coisas melhorassem, mas agora estavam piores. Do espeto ele caiu na brasa! Era preciso manter a calma, a paciência. Longanimidade era a palavra de ordem. Afinal, Paulo faria sua própria defesa.
A atitude do servo de Deus
Em face de tanta astúcia, Paulo assumiu uma atitude pró-verdade. Ele foi na raiz de cada falsa acusação e se explicou sob a luz da verdade, dizendo: [1.] “Sou inocente de ser um causador de tumultos.” [2.] “Sou inocente de ser o principal líder de uma seita.” e [3.] “Sou inocente de profanar o templo.”
“Sou inocente de ser um causador de tumultos.”
Atos 24.10-13 (NVT)
10Quando Paulo recebeu um sinal do governador para falar, disse: “Sei que o senhor tem julgado questões dos judeus há muitos anos e, portanto, apresento-lhe minha defesa de bom grado. 11O senhor poderá verificar com facilidade que cheguei a Jerusalém não mais que doze dias atrás para adorar no templo. 12Meus acusadores não me encontraram discutindo com ninguém no templo, nem causando tumulto em nenhuma sinagoga, nem nas ruas da cidade. 13Eles não podem provar as acusações que fazem contra mim.
“Sou inocente de ser o principal líder de uma seita.”
Atos 24.14-16 (NVT)
14“Reconheço, porém, que sou seguidor do Caminho, que eles chamam de seita. [Argumento 1.] Adoro o Deus de nossos antepassados e [Argumento 2.] creio firmemente na lei judaica e em tudo que está escrito nos profetas. 15[Argumento 3.] Tenho em Deus a mesma esperança destes homens, de que ele ressuscitará tanto os justos como os injustos. 16Por isso, [Argumento 4.] procuro sempre manter a consciência limpa diante de Deus e dos homens.
De todos esses argumentos, talvez o que mais tenha causado algum impacto em Félix foi a última declaração de Paulo, sobre ter “a consciência limpa diante de Deus e dos homens” (v. 16). PENSE UM POUCO: como Félix, até aquele ponto da vida, deve ter buscado achar alívio para pecados tais quais a mentira, o engano, a deslealdade e a traição que tanto adoeceram sua vida política! E esse mesmo anseio se aplicava também à sua vida pessoal, a qual estava quase gangrenada pelo pecado. F. F. Bruce explica que a esposa de Félix à época, Drusila, era a terceira; e quando ela ainda tinha apenas dezesseis anos, Félix, com a ajuda de um mágico cipriota chamado Atomos, a convenceu a deixar o marido e se casar com o governador.
Félix estava apodrecido profissional, espiritual e emocionalmente; Félix estava doente em todas as partes, e de repente surgiu diante de seus olhos um homem como Paulo, exalando saúde interior. O governador teve seu interesse despertado, passando a ouvir atentamente os argumentos de Paulo. Primeiro, “Sou inocente de ser um causador de tumultos.” Segundo, “Sou inocente de ser o principal líder de uma seita.” E, por fim, …
“Sou inocente de profanar o templo.”
Atos 24.17-21 (NVT)
17“Depois de estar ausente por vários anos, voltei a Jerusalém com dinheiro para ajudar meu povo e apresentar ofertas. 18Meus acusadores me viram no templo depois que completei minha cerimônia de purificação. Não havia multidão nenhuma ao meu redor e nenhum tumulto. 19Só estavam ali alguns judeus da Ásia, e são eles que deveriam estar aqui diante do senhor para me acusar, se têm algo contra mim. 20Pergunte a estes homens que aqui estão de que crimes o conselho dos líderes do povo [o Sinédrio] me considerou culpado, 21exceto pela ocasião em que gritei: ‘Estou sendo julgado diante dos senhores porque creio na ressurreição dos mortos!’”.
Veja que Paulo encerra sua defesa com o tema da ressurreição dos mortos. Ao fazê-lo, o apóstolo deixa claro que se trata de um assunto religioso, e não civil, e que ele deve ser libertado.
Felix, no entanto, está preso em um dilema complicado. Ele sabe que Paulo é inocente, mas também deve apaziguar os poderosos judeus que falaram antes do apóstolo. — O que ele faz? — Ora, Félix age como todos tendem a agir quando se deparam com questões difíceis, sobretudo as espirituais: Félix procrastina.
Atos 24.22-23 (NVT)
22Nesse momento, Félix, que tinha bastante conhecimento sobre o Caminho [talvez por meio de sua esposa, que era judia; ou por meio de “Filipe, o evangelista, um dos sete que tinham servido na igreja em Jerusalém”, o qual morava em Cesareia; cf. At 21.8], interrompeu a audiência e disse: “Esperem até Lísias, o comandante do regimento, chegar. Então decidirei o caso de vocês”. 23Ordenou que um oficial mantivesse Paulo sob custódia, mas lhe deu certa liberdade e permitiu que seus amigos o visitassem e providenciassem aquilo de que ele precisava.
Possuidor de tanto conhecimento a respeito do Caminho, é uma pena que Félix tenha procrastinado, colocando sua carreira, reputação e tudo o mais acima da verdade e de sua salvação.
A paciência de Deus
A paciência de Paulo era fruto da paciência divina. Sim, pois o Senhor deu a Félix outra oportunidade de ouvir Paulo explicar-lhe o evangelho.
Atos 24.24 (NVT)
24Alguns dias depois, Félix voltou com sua esposa, Drusila, que era judia. Mandou chamar Paulo, e os dois ouviram enquanto ele lhes falava a respeito da fé em Cristo Jesus.
Simon J. Kistemaker aponta que há manuscritos do Novo Testamento, contendo o livro de Atos, os quais trazem as seguintes palavras para o versículo 24:“Félix voltou com sua esposa, Drusila, que era judia, a qual pediu para ver Paulo e ouvir a palavra. Desejando, portanto, satisfazê-la, ele convocou Paulo.”
Se essa antiga fonte grega estiver correta, o contexto de Drusila pode nos fornecer uma explicação para o seu desejo de ouvir Paulo. Tão jovem e já no segundo casamento, uma vez que fora seduzida e tomada do primeiro marido pelo mais experiente Félix. Além disso, parece que Drusila havia sido criada em uma família repleta de maldade e turbulência. Portanto, talvez no Jesus de Paulo ela tenha visto esperança para obter uma consciência limpa e uma oportunidade para um novo começo.
Assim, o apóstolo fala com ela e Félix não sobre temas de casamento e família, mas sobre “fé em Cristo Jesus” – e mais:
Atos 24.24-25 (NVT)
24Alguns dias depois, Félix voltou com sua esposa, Drusila, que era judia. Mandou chamar Paulo, e os dois ouviram enquanto ele lhes falava a respeito da fé em Cristo Jesus. 25Quando Paulo passou a falar da justiça divina, do domínio próprio e do dia do juízo que estava por vir,
Porém, em vez de se arrepender e crer para a salvação, o versículo 25 continua (NVT), “Félix teve medo [εμφοβος, de fobia, terror] e disse: ‘Pode ir, por enquanto. Quando for mais conveniente, mandarei chamá-lo outra vez’”.
Isso durou dois anos! Por dois anos a paciência de Paulo e, sobretudo, a paciência de Deus, estiveram ao dispor de Félix, que, pelo que tudo indica, jamais se converteu. — Por que não? — Félix amava o dinheiro e o poder. Leia, veja como este capítulo encerra com uma nota trágica a respeito da biografia de Félix:
Atos 24.26-27 (NVT)
26Félix também esperava que Paulo lhe oferecesse dinheiro, de modo que mandava buscá-lo com frequência e conversava com ele.
27Assim se passaram dois anos, e Félix foi sucedido por Pórcio Festo. E, uma vez que Félix desejava obter a simpatia dos judeus, manteve Paulo na prisão.
Por que Félix procrastinou até não conseguir mais crer em Jesus? Ora, por que ele amava dinheiro, sexo e poder!
E você, o que tem feito você procrastinar sua entrega total de vida a Jesus Cristo?
Cuidado com a procrastinação, meu amigo, minha amiga.
Deixar para depois o seu compromisso com Cristo é uma maneira de cegar a espada do Espírito, posta para partir seu coração para a salvação; a procrastinação é também uma maneira de cegar o seu coração com os prazeres passageiros desta vida. Pergunte a Félix. Félix permanece para sempre como um exemplo trágico de oportunidade perdida. Nas palavras do escritor de Hebreus,
Hebreus 10.26-27 (NVT)
26Se continuamos a pecar deliberadamente depois de ter recebido o conhecimento da verdade, já não há sacrifício que cubra esses pecados. 27Há somente a assustadora expectativa do julgamento e do fogo intenso que consumirá os inimigos.
Todos os que são tentados, como Félix, a adiar uma decisão sobre Jesus Cristo fariam bem em atender à séria advertência de Hebreus 3.7-8a (NVT): “Por isso o Espírito Santo diz: ‘Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração’”.
Cultivando a Paciência
É a fé que te permite apropriar da paciência de Deus para a sua salvação – a fé que te faz abrir mão do amor ao dinheiro, ao sexo e ao poder como obstáculos ou ídolos que competem com Cristo no seu coração; e é essa mesma fé que te sustenta na provação, permitindo-lhe viver com paciência.
Sim, paciência é fruto da fé.
Colossenses 1.11-14 (NVT)
11Oramos também para que sejam fortalecidos com o poder glorioso de Deus, a fim de que tenham toda a perseverança e paciência de que necessitam. Que sejam cheios de alegria 12e sempre deem graças ao Pai. Ele os capacitou para participarem da herança que pertence ao seu povo santo, aqueles que vivem na luz. 13Ele nos resgatou do poder das trevas e nos trouxe para o reino de seu Filho amado, 14que comprou nossa liberdade e perdoou nossos pecados.
2Timóteo 3.10-11 (NVT)
10Mas você sabe muito bem o que eu ensino, como vivo e qual é meu propósito de vida. Conhece minha fé, minha paciência, meu amor e minha perseverança. 11Sabe quanta perseguição e quanto sofrimento suportei e o que me aconteceu em Antioquia, Icônio e Listra; o Senhor, porém, me livrou de tudo isso.
E é esse fruto da fé que comprova a nossa salvação e o nosso ministério.
2Coríntios 6.6 (NVT)
Mostramos quem somos por nossa pureza, nosso entendimento, nossa paciência e nossa bondade, pelo Espírito Santo que vive em nós [por nossa santidade de espírito] e por nosso amor sincero.
2Coríntios 12.12 (NVT)
Quando estive com vocês, certamente dei provas de que sou apóstolo, pois com grande paciência realizei sinais, maravilhas e milagres entre vocês.
Essa fé, que produz o fruto da paciência (fruto que comprova a nossa salvação e a nossa vocação), essa fé se sustenta pela palavra de Deus.
Romanos 15.4-6 (NVT)
4Essas coisas foram registradas há muito tempo para nos ensinar, e as Escrituras nos dão paciência e ânimo para mantermos a esperança.
5Que Deus, aquele que concede paciência e ânimo, os ajude a viver em completa harmonia uns com os outros, como convém aos seguidores de Cristo Jesus. 6Então todos vocês poderão se unir em uma só voz para louvar e glorificar a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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