05.06.2022
[Atos 16.1-10] 1Paulo foi primeiro a Derbe e depois a Listra, onde havia [e eis que havia] um jovem discípulo chamado Timóteo. A mãe dele era uma judia convertida, e o pai era grego. 2Os irmãos em Listra e em Icônio o tinham em alta consideração, 3de modo que Paulo pediu que ele os acompanhasse em sua viagem. Em respeito aos judeus da região, providenciou que Timóteo fosse circuncidado antes de partirem, pois todos sabiam que o pai dele era grego. 4Em toda cidade por onde passavam, instruíam os irmãos a seguirem as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém. 5Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número a cada dia. 6Em seguida, Paulo e Silas viajaram pela região da Frígia e da Galácia, pois o Espírito Santo os impediu de pregar a palavra na província da Ásia. 7Então, chegando à fronteira da Mísia, tentaram ir para o norte, em direção à Bitínia, mas o Espírito de Jesus não permitiu. 8Assim, seguiram viagem pela Mísia até o porto de Trôade. 9Naquela noite, Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia em pé lhe suplicava: “Venha para a Macedônia e ajude-nos!”. 10Então decidimos partir de imediato para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar ali as boas-novas.
Seu sucesso a longo prazo depende de uma rotina diária consolidada. Dizem que é de Aristóteles a seguinte máxima — “Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito”. Uma coisa é certa: a vida sem uma rotina diária efetiva e estruturada é muito mais desgastante mentalmente, fisicamente e emocionalmente do que você pode imaginar. Há um porém: a rotina – isto é – as ações que você assume de forma repetitiva com pequeno ou nenhum esforço ou pensamento… a rotina… pode se tornar árida, inda mais quando não se tem recompensas imediatas.
Pense no motor de um veículo. O que o faz funcionar?
Sem o movimento repetitivo dos pistões, ou seja, sem aqueles cilindros móveis que têm o movimento repetitivo feito para cima e para baixo, para cima e para baixo… no bloco do motor, não há funcionamento do motor. Essa rotina mecânica (que ninguém vê ou percebe) é que é a responsável por manter o carro em movimento.
Muito importante: o sucesso dessas repetições, dentre outros, está na lubrificação. Gente, ai do motor que não é mantido com o nível de óleo indicado pelo fabricante e que não passa por trocas regulares de óleo! Li, na revista Quatro Rodas, que sem óleo todas as peças móveis passam a sofrer com o atrito entre si. Isso gera calor, ruído e, claro, provoca desgaste acentuado de componentes, como por exemplo anéis dos pistões, pistões, bronzinas, bielas e virabrequim, todos fundamentais para o motor. Trocando em miúdos: sem óleo, rodando a seco, o motor funde. — Ah! Sabe quanto tempo o carro anda sem óleo? Mais ou menos 17 minutos. O teste foi realizado pela CarThrottle [Acelerador de Carro] e apresentado pela revista Quatro Rodas. Pegaram uma Mercedes Benz C-180, ano 1994, com 321 mil km rodados. Eis a conclusão:
Voltas e voltas na pista depois, o velho e cansado 1.8 a gasolina de 122 cv literalmente explodiu. Pedaços de pistões e bielas romperam o cárter após 17 minutos e ficaram pela pista. Considerando que motores da Mercedes são considerados resistentes, é de se imaginar cenários piores em outros carros…
Rotina é o segredo do sucesso a longo prazo, em qualquer área da vida. Sem ações repetitivas seu carro não anda, sua vida não segue em frente. Mas sem óleo, o motor explode, a vida funde. O que eu estou tentando dizer é que a aridez da rotina precisa ser aguada pelo Espírito de Deus.
É muito fácil cair no rotineiro da vida cristã, onde passamos a funcionar na força do braço – na força de vontade – em vez de andar em dependência vital do Espírito de Cristo. É por isso que muitos cristãos acabam desistindo do caminho do discipulado: em algum momento da caminhada eles começaram a rodar a seco; o nível do óleo baixou e foi até secar. Resultado: o motor fundiu; a fé se apagou. Pode ser que não seja – ainda! – o seu caso. Talvez, pela graça de Deus, você continua rodando, fazendo, tentando, mas está a seco. É tudo na força do braço e da vontade, sem o óleo do Espírito. Meu irmão, minha irmã, você precisa parar, urgentemente! Você precisa completar o óleo.
Uma das principais lições do Livro de Atos dos Apóstolos é que a caminhada dos cristãos e a aceleração do crescimento da igreja primitiva se deram pela operação soberana do Espírito. A terceira pessoa da trindade estava dirigindo, movendo, lubrificando e capacitando os crentes e os apóstolos enquanto todos respondiam à sua liderança – à liderança do Espírito. Se queremos ver Deus trabalhando hoje de maneira semelhante, precisamos combater o cristianismo rotineiro; precisamos rodar lubrificados, cheios do óleo do Espírito, buscando diariamente nos submeter e seguir a sua destra soberana.
O texto que temos em tela – Atos 16.1-10 – assume que nós (você e eu), assim como era com Paulo e Silas, já estamos buscando, “em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6.33). Se você não está vivendo com esse foco, se não está – pelo Espírito – submetendo sua vida ao governo soberano de Deus (i.e., “o reino de Deus”) e não está buscando viver um relacionamento de retidão, em Cristo, com Deus (i.e., “a sua justiça”) então você precisa parar agora mesmo e confessar seu pecado ao Senhor; e se entregar em obediência e fé à vontade de Deus para sua vida: isto é, que seja salvo, busque a santidade e faça discípulos. Esse é o modo operante do crente.
Não dá para seguir com este texto de Atos se não for à partir do ponto de se estar buscando, “em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça”. Sabe por quê? É que sustentando e entrelaçado em nosso texto está o fato de que o Espírito Santo é soberano, e Paulo e Silas estavam obedientemente seguindo sua liderança, enquanto procuravam fazer sua obra e cumprir sua vontade. Paulo e Silas estavam nos passos do Espírito.
Na mensagem anterior, consideramos os últimos versos do capítulo 15 de Atos (vs. 36-41). Nessa seção, encontramos a ponta do pano de fundo da segunda viagem missionária do apóstolo Paulo. Ao propor a Barnabé que retornassem às igrejas que haviam sido fundadas na Galácia, durante a primeira viagem missionária, Paulo, sem intenção, estartou uma aguda divergência entre a dupla dinâmica de missionários. Barnabé insistiu em levar com eles novamente o seu primo João Marcos, que os havia abandonado na primeira viagem missionária. Paulo, porém, não concordou com a ideia, de modo algum. A divergência tornou-se tão séria que acabou causando a separação na dupla.
Barnabé foi com João Marcos para Chipre, onde, ao que parece, estabeleceu-se definitivamente. Paulo, tendo Silas como auxiliar, partiu por terra para a província da Galácia, na Ásia Menor, passando pelo norte da Síria e Cilícia – seguindo um desfiladeiro montanhoso através das Montanhas de Taurus. No caminho, o apóstolo Paulo visitou congregações estabelecidas por ele mesmo nessas regiões (cf. At 9.30; 11.25-26), ou por outros ministros ou membros da igreja missionária na Síria (13.1-2).
OS PRIMEIROS CINCO VERSÍCULOS de nosso texto – Atos 16.1-5 – relatam a primeira etapa da segunda viagem missionária de Paulo. Nesta seção, Lucas narra a visita do apóstolo às igrejas estabelecidas na Galácia durante a primeira viagem, e o recrutamento de Timóteo para o ministério (vs. 1-2). Lucas registra também a circuncisão de Timóteo (vs. 3) e fornece um breve resumo das atividades de Paulo na região (vs. 4-5).
OS CINCO VERSÍCULOS RESTANTES de nosso texto – Atos 16.6-10 – tratam da continuação da segunda viagem missionária na Ásia Menor; e o foco está em como Paulo e seu grupo foram dirigidos pelo Espírito Santo para pregar o evangelho na Europa.
APRESENTADA ESSA VISÃO PANORÂMICA, agora eu quero compartilhar com vocês quatro lições a respeito de como o Espírito soberano de Cristo conduziu Paulo e Silas em obediência ao cumprimento da Grande Comissão: [1.] nos passos do Espírito para encontrar os colaboradores da missão (vs. 1-2, 10); [2.]. nos passos do Espírito para se ter sabedoria nas estratégias de ministério (v. 3); [3.] nos passos do Espírito para receber capacitação para a edificação das igrejas (vs. 4-5); e [4.] nos passos do Espírito para discernir as oportunidades para o evangelho (vs. 6-10). No final, faremos algumas aplicações para a nossa vida, vocação e igreja.
1. Nos passos do Espírito para encontrar os colaboradores da missão
Atos 16.1-2 1Paulo foi primeiro a Derbe e depois a Listra, onde havia [gr.: e eis que havia] um jovem discípulo chamado Timóteo. A mãe dele era uma judia convertida, e o pai era grego. 2Os irmãos em Listra e em Icônio o tinham em alta consideração,
Esse texto comprova que Paulo seguia nos passos do Espírito! Sabe por quê?
Lemos que Paulo veio a Derbe e Listra (16.1). Na força do braço, apenas por força de vontade, o apóstolo não teria feito isso. Listra era onde ele foi apedrejado, arrastado para fora da cidade e jogado no lixo como se estivesse morto. Não fosse pelo e no Espírito Santo, honestamente, você voltaria àquele local, se estivesse na pele de Paulo? Mas lá estava Paulo, em Listra, onde ele havia sofrido tão terrivelmente, e enquanto ainda estava amargando o tão grave desentendimento com Barnabé – o qual resultou no grande racha. Fora Deus mesmo que, graciosamente, poderosamente guiara Paulo à Listra, ao encontro com esse jovem, o Timóteo, que se tornaria como um filho fiel para o apóstolo.
Atos 16.1-2 1Paulo foi primeiro a Derbe e depois a Listra, onde havia [e eis que havia] um jovem discípulo chamado Timóteo. A mãe dele era uma judia convertida, e o pai era grego. 2Os irmãos em Listra e em Icônio o tinham em alta consideração,
A mãe de Timóteo, a Eunice, e a avó dele, a Loide (2Tm 1.5) eram mulheres judias que se tornaram crentes em Jesus Cristo. Embora o pai desse jovem fosse um grego incrédulo, essas mulheres piedosas ensinaram as Escrituras (o Antigo Testamento) a Timóteo desde sua infância (2Tm 3.15).
Na primeira visita de Paulo a Listra, essas mulheres – a Eunice e a Loide – e o jovem Timóteo foram salvos. Na segunda visita de Paulo, Timóteo, que devia estar entre o final da adolescência e o início de seus vinte anos, havia estabelecido uma boa reputação entre os crentes em Listra e Icônio. — Do mesmo modo que ter sido testemunha ocular do apedrejamento de Estêvão (At 7.57—8.1) causou impressão profunda em Paulo, ver Paulo ser apedrejado até quase à morte causou impressão profunda no jovem Timóteo. Como resultado, ele decidiu seguir a Jesus Cristo, não importando o custo.
2Timóteo 3.10-11 10Mas você sabe muito bem o que eu ensino, como vivo e qual é meu propósito de vida. Conhece minha fé, minha paciência, meu amor e minha perseverança. 11Sabe quanta perseguição e quanto sofrimento suportei e o que me aconteceu em Antioquia, Icônio e Listra; o Senhor, porém, me livrou de tudo isso.
Na segunda visita a Listra, Paulo ouviu do compromisso de Timóteo e o convidou para se juntar à equipe missionária (ao lado dele e de Silas). Essa deve ter sido a ocasião da consagração de Timóteo ao ministério da Palavra pela imposição de mãos dos presbíteros (cf. 1Tm 4.14); e esse foi o início de uma amizade para toda a vida e que mudaria a vida dos dois para sempre. O Espírito levou Paulo a Timóteo.
Não apenas Timóteo, TAMBÉM LUCAS logo se juntou à equipe. Em Atos 16.10, aparece pela primeira vez o pronome pessoal “nós”, indicando que o narrador (Lucas) se juntara ao time missionário: Atos 16.10 — “Então decidimos partir de imediato para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar ali as boas-novas.”
Esses novos relacionamentos (Paulo, Silas, Timóteo e Lucas) não aconteceram por acaso. O Senhor sabe que precisamos de amigos de alma para nos encorajar e trabalhar conosco na causa de Cristo – e esses três, sobretudo Timóteo e Lucas, tornar-se-iam amigos fieis de Paulo, até o final. Preste atenção a algumas das últimas palavras de Paulo registradas na Bíblia (antes de o apóstolo ser executado). Escrevendo à Timóteo, ele anotou essas palavras comoventes:
2Timóteo 4.9-13 9Por favor, venha assim que puder. 10Demas me abandonou, pois ama as coisas desta vida e foi para Tessalônica. Crescente foi embora para a Galácia, e Tito, para a Dalmácia. 11Apenas Lucas está comigo. Traga Marcos com você, pois ele me será útil no ministério. 12Enviei Tíquico a Éfeso. 13Quando vier, não se esqueça de trazer a capa que deixei com Carpo, em Trôade. Traga também meus livros e especialmente meus pergaminhos.
Precisamos de [1.] crentes mais velhos como Barnabé foi para Paulo; [2.] de crentes da nossa idade ou geração, como Silas e Lucas foram para Paulo; e [3.] devemos pedir a Deus por crentes mais jovens, como Timóteo, os quais possamos gerar na fé e discipula-los em Cristo. Peça ao Espírito soberano para que leve você às pessoas certas; as quais serão seus mentores, amigos, discípulos e colaboradores na causa de Cristo.
2. Nos passos do Espírito para se ter sabedoria nas estratégias de ministério
Atos 16.3 de modo que Paulo pediu que ele [Timóteo] os acompanhasse em sua viagem. Em respeito aos judeus da região, providenciou que Timóteo fosse circuncidado antes de partirem, pois todos sabiam que o pai dele era grego
Por que Paulo fez isso?
Muitos o criticaram por violar suas próprias convicções – ele era contra que se mantivesse a lei cerimonial judaica como parte do pacote para a salvação.
Contudo, Paulo agiu consistentemente com as suas convicções, mesmo que isso fizesse com que seus críticos o entendessem mal. Em Gálatas 2.3, Paulo demonstrou que Tito, um gentio, não era obrigado a se submeter à circuncisão. — Então, por que circuncidar Timóteo, mas não Tito? — Com Tito, um gentio, era uma questão de saber se uma pessoa é justificada pela graça somente e por meio da fé somente, ou se ela também deve guardar a Lei de Moisés. Circuncidar Tito teria comprometido o coração do evangelho. Mas com Timóteo, que era meio judeu, tratava-se de causar ofensa desnecessária aos judeus incrédulos. A circuncisão permitiria que Timóteo acompanhasse Paulo e Silas nas sinagogas onde eles frequentemente pregavam. Portanto, ERA UMA QUESTÃO DE SE TORNAR UM JUDEU PARA OS JUDEUS, para que ele pudesse ganhar os judeus (como Paulo escreveu em 1Coríntios 9.20). Paulo não queria que nada impedisse o povo judeu de ouvir e crer no evangelho.
Todos nós precisamos pedir ao Espírito Santo que nos dê a sabedoria da palavra de Deus para que saibamos quais convicções devemos defender e quais áreas precisamos ceder por amor. Com demasiada frequência, permanecemos firmes onde deveríamos ceder e cedemos onde deveríamos permanecer firmes. Somente o Espírito Santo pode transmitir a sabedoria de que precisamos à medida que crescemos no entendimento da palavra de Deus.
Em seu Comentário à Epístola aos Gálatas, Martinho Lutero faz a seguinte admoestação, com base no exemplo do apóstolo Paulo: “quanto à fé, devemos ser invencíveis, e mais duros, se possível, do que um diamante; mas quanto à caridade, devemos ser mansos, e mais flexíveis do que uma vara de cana ou uma folha levada pelo vento, e prontos para nos submeter a tudo”. MORAL DA HISTÓRIA: temos de andar nos passos do Espírito para termos sabedoria nas estratégias de ministério.
3. Nos passos do Espírito para receber capacitação para a edificação das igrejas
Atos 16.4-5 4Em toda cidade por onde passavam, instruíam os irmãos a seguirem as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros em Jerusalém. 5Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e cresciam em número a cada dia.
A equipe missionária viajou por toda a região, entregando a carta contendo as decisões do Concílio de Jerusalém. Como resultado, as igrejas estavam sendo fortalecidas na fé e cresciam em número diariamente.
As decisões de Jerusalém, conforme já estudamos, afirmavam essencialmente duas coisas. PRIMEIRO, elas atestavam que a salvação não é pela observância da Lei de Moisés, mas sim pela graça somente, por meio da fé somente e em Cristo somente. SEGUNDO, as decisões recomendavam aos crentes gentios, por consideração ou amor aos judeus, que não se envolvessem em quatro coisas que eram especialmente ofensivas para os judeus: Atos 15.29 — “[1.] abstenham-se de comer alimentos oferecidos a ídolos, [2.] de consumir o sangue ou [3.] a carne de animais estrangulados, e [4.] de praticar a imoralidade sexual. Farão muito bem se evitarem essas coisas.”
POIS BEM: ouvir o evangelho sendo pregado e afirmado – que foi o que Paulo e Silas fizeram com aquelas igrejas – serve de tônico para os músculos da fé. Somos salvos pela graça de Deus, por meios da fé somente no que Jesus Cristo providenciou para nós na sua vida (i.e., o cumprimento da lei) e na sua morte lá na cruz (i.e., morte substitutiva). O evangelho fortalece os crente e a igreja.
OUTRA COISA que fortalece crentes e igrejas: aprender a andar em amor, em submissão à devida autoridade espiritual. Essas igrejas não estavam livres para votar se deveriam ou não se submeter aos decretos apostólicos. Eles voluntariamente se submeteram a tudo. Não poderia ser diferente, posto que o objetivo por trás dos decretos, além de manter a pureza do evangelho da glória e da graça de Deus, era demonstrar amor e evitar ofender os judeus; desse modo, para que os judeus perdidos pudessem ser salvos, e os judeus crentes não se separassem dos gentios nas igrejas.
Pastores e presbíteros devem atuar para fortalecer a igreja, ajudando cada crente a entender claramente o evangelho – os rudimentos do evangelho e suas aplicações para cada faze e detalhe da vida. Devem também ajudar cada membro a se submeter com alegria à palavra de Deus e a agir com amor pelos outros, para não causar ofensa desnecessária. É desse modo que a igreja será forte e aumentará em número.
RECAPITULANDO: vimos que [1.] nos passos do Espírito nós chegamos aos colaboradores da missão; [2.] nos passos do Espírito nós temos sabedoria para as estratégias de ministério; e [3.] nos passos do Espírito nós recebemos capacitação para a edificação da igreja. A ÚLTIMA LIÇÃO:
4. Nos passos do Espírito para discernir as oportunidades para o evangelho
Atos 16.6-10] 6Em seguida, Paulo e Silas viajaram pela região da Frígia e da Galácia, pois o Espírito Santo os impediu de pregar a palavra na província da Ásia. 7Então, chegando à fronteira da Mísia, tentaram ir para o norte, em direção à Bitínia, mas o Espírito de Jesus não permitiu. 8Assim, seguiram viagem pela Mísia até o porto de Trôade. 9Naquela noite, Paulo teve uma visão, na qual um homem da Macedônia em pé lhe suplicava: “Venha para a Macedônia e ajude-nos!”. 10Então decidimos partir de imediato para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar ali as boas-novas.
Eu só vou tocar brevemente em cada ponto.
Observe seis coisas:
1) As oportunidades surgem para quem já está servindo, não para quem não está fazendo nada.
Às vezes, as pessoas não servem ao Senhor porque nunca experimentaram (ou ficam esperando por) um “chamado” dramático para o ministério. Mas note bem: esse chamado macedônio não veio para pessoas que não estavam fazendo nada; veio a homens que estavam servindo ativamente ao Senhor. Não era um chamado para começar a servir ao Senhor ou se tornar um missionário, mas sim um esclarecimento da direção de um ministério já existente.
Você pode girar o volante do seu carro o dia todo, mas se o carro não estiver em movimento, você não chegará a lugar nenhum. Você pode sentar e orar pela direção de Deus para o serviço, mas você não vai conseguir se você já não estiver servindo a ele de algum modo. Comece a fazer algo para servir a Jesus Cristo, e, se precisar, ele o redirecionará. Comece pelo óbvio: procure fazer discípulos. Siga os passos do Espírito.
2) Deus às vezes nos leva às oportunidades certas, impedindo-nos de seguir pelos caminhos errados.
Lemos (em Atos 16.6) que esses homens foram impedidos de pregar na Ásia (uma província no oeste da atual Turquia); diz o texto que “o Espírito Santo os impediu de pregar a palavra na província da Ásia.” Em seguida, eles tentaram ir para o norte, à Bitínia (perto do Mar Negro), “mas o Espírito de Jesus não permitiu” (At 16.7).
O que estava acontecendo aqui? O Senhor não queria que aqueles na Ásia ou Bitínia ouvissem o evangelho? Queria sim, mas não naquele momento. Mais tarde Paulo seguiu para essa região, e Pedro até escreveu aos irmãos de lá (1Pe 1.1). Apenas no final da segunda viagem missionária, depois de evangelizar as cidades de Filipos, Tessalônica, Bereia, Atenas e Corinto, Paulo passaria por Éfeso (At 18.18-23) – sendo que somente mais tarde, na terceira viagem missionária, o apóstolo se dedicaria à obra de evangelização da cidade (At 19). Mas não agora, no início da segunda viagem missionária. Por quê?
Tudo o que sabemos é que o Espírito Santo é soberano sobre sua própria obra e que ele impediu Paulo, Silas, Timóteo e Lucas de irem para essas duas regiões (Ásia e Bitínia) e os redirecionou para a Europa neste primeiro momento. Ele não fez isso por causa de qualquer coisa que tenha visto nos europeus, que fosse mais digno do que o que ele viu nos asiáticos ou bitinianos. O evangelho não chega às pessoas com base em seus méritos, mas sim com base na graça soberana e imerecida de Deus.
Paulo Anglada escreveu algo lindo, que desejo ler para vocês:
Seguramente, Paulo e seus colegas missionários não tinham consciência do enorme passo que estavam dando, ao cruzarem o mar, para pregar o evangelho na Macedônia. Para os missionários, eles estavam apenas passando de uma província romana para outra. Da nossa perspectiva histórica, porém, sabemos que eles estavam cruzando a fronteira do continente asiático para o continente europeu, onde o cristianismo se estabeleceria e, eventualmente, se propagaria para os demais continentes: América do Norte, América Latina, África e Oceania. [ATENÇÃO:] Quatro séculos antes [de Paulo], Alexandre, o Grande, partiu da Macedônia para a Ásia, a fim de conquistar o mundo para si. Agora, Paulo parte da Ásia para a Macedônia, a fim de conquistar o mundo para Cristo. [Atos, vol. 3, pág. 153]
Deus às vezes nos leva às oportunidades certas, impedindo-nos de seguir pelos caminhos errados… e assim seguimos nos passos do Espírito.
3) A condução de Deus para as oportunidades certas é geralmente de forma progressiva, não uma revelação instantânea do todo.
Paulo estava tateando nesse ponto. Após esses dois obstáculos (impedido de pregar na Ásia e depois impedido de pregar na Bitínia), se perguntassem a ele quais eram seus planos, ele provavelmente teria dito: “Eu, honestamente, não tenho a menor ideia!”
Em The Tapestry [A Tapeçaria], Edith Schaeffer escreveu que ela e Francis Schaeffer não se mudaram para a Europa com o plano de iniciar o L’Abri, o ministério que, até hoje, tornou-se mundialmente famoso. O casal se mudou para a Europa para ministrar a crianças. Foi só quando seus próprios filhos entraram na universidade, e os jovens começaram a trazer amigos não crentes para casa, para conversarem com seu pai sobre o cristianismo… foi então que tudo começou. Aquele movimento logo se desenvolveu no ministério L’Abri, à medida que seguiam a liderança soberana de Deus, na medida em que seguiam nos passos do Espírito.
Normalmente, conhecer a vontade de Deus é como dirigir na neblina. Deus apenas nos dá luz suficiente para ver os próximos passos. À medida que seguimos (com fé na palavra e na providência de Deus), ele se encarrega de nos dar a luz de que precisamos para continuar em frente, seguindo adiante… nos passos do Espírito.
4) Quando Deus nos revelar sua vontade, devemos ter certeza de que é do Senhor, e então ser rápidos em obedecer.
Preste atenção ao último versículo de nosso texto: Atos 16.10 — “Então decidimos partir de imediato para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar ali as boas-novas.” — Os verbos “decidimos” e “concluímos” indicam que a equipe missionária toda discutiu o significado da visão de Paulo antes de agirem. O verbo “concluir” utilizado por Lucas vem da mesma raiz grega da palavra remendar, tricotar, ou juntar. Enquanto conversavam, tudo se encaixou. Assim que tiveram certeza do que Deus estava dizendo, imediatamente procuraram ir para a Macedônia. Paulo não era o dono da visão; e eles não formaram um comitê e ficaram debatendo por meses. Eles descobriram o que Deus queria e desceram ao porto para comprar passagens… seguindos os passos do Espírito.
5) Muitas vezes, quando obedecemos e seguimos a direção de Deus, a realidade não bate com a visão inicial.
Paulo viu um homem da Macedônia pedindo socorro; mas quando ele chegou lá (em Filipos) encontrou apenas um pequeno grupo de mulheres reunidas à beira do rio, e uma delas se tornou a primeira convertida: Lídia (At 16.11-15). A segunda convertida foi uma escrava possuída pelo demônio (At 16.16-18). Essa última conversão levou Paulo e Silas à prisão com as costas retalhadas por chicotes (At 16.19-26). — Ora, sinceramente, não foi um começo glorioso, para dizer o mínimo! Só que foi assim que o evangelho começou a se enraizar na Europa, e agora sabemos que a história da Europa – e de todo o Ocidente – nunca mais foi a mesma. Graças a Deus!
Muitas vezes, quando obedecemos a direção de Deus e nos lançamos em sua obra, a realidade não corresponde à visão. Mas devemos continuar a obedecer ao que sabemos que ele nos chamou para fazer… nos passos do Espírito.
6) A maior ajuda que podemos dar às pessoas é proclamar a elas o evangelho da glória e da graça de Deus: Jesus Cristo crucificado.
Preste bastante atenção: Atos 16.9 — “Venha para a Macedônia e ajude-nos!” Agora o versículo seguinte: Atos 16.10 — “Então decidimos partir de imediato para a Macedônia, concluindo que Deus nos havia chamado para anunciar ali as boas-novas.” E assim Paulo e equipe fizeram; eles foram à Macedônia, à Filipos, na Europa, e lhes deram a melhor ajuda do mundo: Atos 16.31 — “Creia no Senhor Jesus, e você e sua família serão salvos”. — POVO DE DEUS: essa é a mensagem mais útil que podemos dar a qualquer um; é a coisa mais útil que podemos fazer para qualquer pessoa; é a melhor ajuda do mundo. Sim, talvez tenhamos que alimentar um homem faminto e suprir suas outras necessidades físicas, antes que possamos contar a ele de Jesus; mas se apenas suprirmos suas necessidades físicas e sociais, negligenciando as espirituais, não lhe daremos a ajuda mais importante: o evangelho da glória e da graça de Deus, que salva a pessoa e toda a família (e o país, o continente e o mundo).
Se você estivesse andando na rua e ouvisse alguém gritar: “Ajude-me! Ajude-me!”, certamente que você seria estimulado à ação. Se você não pudesse fornecer ajuda por si mesmo, pelo menos garantiria que a ajuda adequada fosse chegar a essa pessoa necessitada. Espero que sim! Este é o nosso papel: ser bons samaritanos. Então, eu insto a você que peça a Deus que faça pesar no seu coração o clamor dos perdidos: “Venha e me ajude!” Se você não puder ir, pelo menos você ofertará e orará para que os missionários possam ir e fazer discípulos de Jesus do outro lado da rua, e do outro lado do mundo. Essa é a melhor ajuda que podemos dar a um mundo desesperadamente perdido.
Deixe-me concluir com a pergunta que fiz no início desta mensagem: Você está buscando primeiro o reino e a justiça de Deus para sua vida? É seu maior desejo que o Senhor governe soberanamente sua vida e que você mantenha a retidão cristã para a glória de Deus? — Se não, você precisa pensar seriamente sobre suas prioridades.
Você notaria se Deus retirasse o Espírito Santo de sua vida esta semana? Se não, você precisa entrar em sintonia com ele e buscar seguir a orientação de como ele quer que você viva sua vida e o sirva no mundo para o avanço de seu reino. Leia a Bíblia.
Que tal dar bom testemunho como Timóteo fez em seu entorno?
Que tal ser firme na doutrina e doce no amor como Paulo foi com os judeus?
Que tal batalhar pela unidade e edificação da igreja como Paulo e Silas serviram?
Que tal dar os primeiros passos e aguardar a confirmação ou orientação de Deus?
Que tal lidar com a realidade e deixar de lado a visão romântica da visão inicial?
Que tal oferecer a maior e a melhor ajuda de que o ser humano precisa: o evangelho da glória e da graça de Deus em Jesus Cristo (sem ideologias, políticas de gênero, teoria crítica de raça e outras do tipo; apenas a cruz de Cristo)?
Você já provou do evangelho? — “Creia no Senhor Jesus, e você e sua família serão salvos”. Ande nos passos do Espírito. Creia e ande com fé nas promessas de Deus. Pare de rodar a seco. Creia em Jesus e permita que ele te encha do Espírito.
S.D.G. L.B.Peixoto
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