23.06.2024
Atos 21.37–22.30 (NVT)
Paulo se dirige à multidão
37Quando Paulo estava para ser levado à fortaleza, disse ao comandante: “Posso ter uma palavra com o senhor?”.
Surpreso, o comandante perguntou: “Você fala grego? 38Não é você o egípcio que liderou uma rebelião algum tempo atrás e levou consigo ao deserto quatro mil assassinos?”.
39“Não”, respondeu Paulo. “Sou judeu e cidadão de Tarso, cidade importante da Cilícia. Por favor, permita-me falar a esta gente.” 40O comandante concordou, de modo que Paulo ficou em pé na escadaria e fez sinal para o povo se calar. Logo, um silêncio profundo envolveu a multidão, e ele lhes falou em aramaico, o idioma deles. […]
É bem provável que todos vocês já tenham estado nalguma situação constrangedora. Talvez já tenham sido envolvidos em mal-entendidos ou se visto face a face com acusações injustas. Enfim, quem de nós jamais precisou se defender diante de alguém ou de alguma situação? Ninguém. Todo mundo, desde cedo, acaba tendo de aprender a arte de se defender. DEFESA PESSOAL, por exemplo, é o que irmãos ainda bem pequenininhos precisam cultivar para sobreviver aos ataques e às transferências de culpas dos irmãos mais velhos. Afinal, transferência de culpa se tornou o modo padrão desde a queda do homem no pecado lá no Éden. DIREÇÃO DEFENSIVA é outra habilidade que todo motorista precisa aprender para sobreviver ao trânsito de Goiânia.
Defesa. Neste mundo mal quem não aprende a se defender – veja bem: quem não aprende a se defender com as armas espirituais disponíveis aos cristãos, – acaba por perecer sob ataques massivos, vindos de todos os lados, que todos nós diariamente sofremos. Veja: Efésios 6.13 (NVT) – “Portanto, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir ao inimigo no tempo do mal [i.e., no dia mal, no momento mal]. Então, depois da batalha, vocês continuarão de pé e firmes.” Defesa pessoal. Defesa espiritual. É disso que Paulo está falando. Ele está falando das armas de defesa de que precisamos para resistir e continuar de pé, firmes e fortes – são estas as armas (Ef 6.14-18): verdade, justiça, evangelho, fé, salvação, palavra de Deus e oração. São essas coisas que usamos como defesa pessoal, defesa espiritual para sobreviver. Afinal, – conforme se lê em Efésios 6.12 (NVT) – “nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas contra governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais.”
PRESTE ATENÇÃO: A necessidade de se defender pessoalmente e espiritualmente se dá em função de que o evangelho de Cristo precisa ser proclamado. Por exemplo: em 1Timóteo 2.1-4 se lê que é desejo de Deus que vivamos de tal modo que possibilite a salvação de pecadores de todas as esferas públicas. Para tanto, preste atenção ao que Paulo escreveu aos coríntios, os quais tanto o estavam atacando – enquanto ele militava pelo evangelho:
2Coríntios 10.3-5 (NVT)
3Embora sejamos humanos [fracos], não lutamos conforme os padrões humanos. 4Usamos as armas poderosas de Deus, e não as armas do mundo, para derrubar as fortalezas do raciocínio humano e acabar com os falsos argumentos. 5Destruímos todas as opiniões arrogantes que impedem as pessoas de conhecer a Deus. Levamos cativo todo pensamento rebelde e o ensinamos a obedecer a Cristo.
Foi isso o que Paulo fez em todas as suas defesas, desde que foi preso em Jerusalém (At 21) e levado para a prisão domiciliar em Roma (At 28). Portanto, o que veremos nesta narrativa de Lucas, partindo deste ponto em Atos 21, é a arte da defesa pessoal, defesa espiritual, DEFESA DO EVANGELHO para o avanço do reino de Deus.
Poucos meses antes da chegada a Jerusalém (At 21.15ss.), Paulo escreveu à igreja em Roma a respeito do poder estabilizador do Senhor nas tensões da vida. Inicialmente, o apóstolo lhes disse o seguinte, Romanos 1.11-12 (NVT): “Desejo muito visitá-los, a fim de compartilhar com vocês alguma dádiva espiritual que os ajude a se fortalecerem. Quando nos encontrarmos, quero encorajá-los na fé, e também quero ser encorajado por sua fé.” Então, tendo apresentado a fonte dessa fortaleza em Cristo – no evangelho de Cristo –, Paulo caminhou para a conclusão da carta com estas palavras, Romanos 16.25 (NVT): “Toda a glória seja a Deus, que pode fortalecê-los, como afirmam as boas-novas. Essa mensagem a respeito de Jesus Cristo…”. A palavra grega traduzida como “fortalecer” – aqui na NVT – vem do grego stērizō, e significa: “tornar estável”, “fazer constante”.
VEJA BEM: A estabilidade, força ou constância que Paulo desejava transmitir aos cristãos em Roma foi a que ele demonstrou em sua própria vida desde a prisão em Jerusalém (At 21) e durante os meses de conflito esmagador até a chegada dele a Roma (At 28). Lucas, portanto, nos capítulos finais de Atos dos Apóstolos, dará aos seus leitores o privilégio de conviver com o apóstolo em cada passo do caminho. E A LIÇÃO PARA NÓS É ESTA: As mesmas qualidade que vemos estampadas em Paulo, as mesmas habilidades desse apóstolo em face dessa agonia, – tudo o que ele recebeu do SENHOR pelo Espírito (até aqui nós já vimos sua coragem, convicção, e habilidade de conciliação e de pacificação… tudo isso e ainda mais…) – está disponível para você, crente em Jesus Cristo, está disponível para você na defesa do evangelho.
Atos 21, mais precisamente: Atos 21.26 estabelece uma transição marcante na vida do apóstolo Paulo. Desde a conversão dele no caminho para Damasco (At 9.1ss.), Paulo exerceu o ministério com razoável liberdade (exceto por alguns breves aprisionamentos, como, por exemplo, em Filipos; cf. At 16.23ss.; 2Co 11.23). Entretanto, de Atos 21.26 em diante, Paulo será um prisioneiro, um “prisioneiro de Cristo”, como ele próprio passou a se descrever em suas cartas (cf. Ef 3.1; Fm 9).
Essa reviravolta na vida de Paulo não encerrou o ministério dele. Não mais livre para viajar, o apóstolo se tornou um “embaixador em cadeias” e jamais deixou de anunciar o evangelho de Cristo como um “embaixador de Deus” (Ef 6.20). Veja, como homem livre, Paulo pregou o evangelho por todo o mundo romano. Como prisioneiro, Paulo pregou o evangelho às autoridades romanas – possivelmente incluindo o próprio imperador (At 28.30-31; Fl 1.12-13). E como John Bunyan, que escreveu O Peregrino, enquanto esteve por doze anos na prisão de Bedford (Londres, 1660–1672), Paulo escreveu quatro cartas do Novo Testamento (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom) durante a sua prisão em Roma.
Em seu caminho para a prisão em Roma (ou seja, de Atos 21 até Atos 28), Paulo apresentará SEIS DEFESAS distintas de suas ações: primeiro, diante da multidão violenta em Jerusalém (21.27ss.); segundo, diante do Sinédrio – lit., a suprema corte dos judeus, presidida pelo sumo sacerdote – (23.1ss.); terceiro, diante do governador/procurador Félix (24.1ss.); quarto, diante do novo governador/procurador Festo (25.1-12); quinto, diante de Herodes Agripa, rei da Judeia sob os romanos (25.13ss.); e, sexto, diante dos judeus em Roma (28.17-28). ESSAS DEFESAS MAGISTRAIS responderão às falsas acusações levantadas contra Paulo – um fato que até as autoridades romanas reconheceram:
Atos 26.28-32 (NVT)
28Então Agripa o interrompeu: “Você acredita que pode me convencer a tornar-me cristão em tão pouco tempo? [ou “Um pouco mais e seus argumentos me transformariam num cristão”]”.
29Paulo respondeu: “Em pouco ou em muito tempo, peço a Deus que tanto o senhor como os demais aqui presentes se tornem como eu, exceto por estas correntes”.
30Então o rei, o governador, Berenice [irmã de Agripa] e todos os outros se levantaram e se retiraram. 31Enquanto saíam, conversavam entre si e concordaram: “Esse homem não fez nada que mereça morte ou prisão”.
32E Agripa disse a Festo: “Ele poderia ser posto em liberdade se não tivesse apelado a César”.
Paulo foi um grande defensor da fé. E o nosso texto – Atos 21.37–22.30 – descreverá a sua primeira defesa, a qual se desdobrará nas seguintes cenas: o apelo de Paulo (21.37-40), a apologia de Paulo (22.1-21), a ação da multidão (22.22-23), a atitude de Paulo (22.24-28) e a atitude dos romanos (22.29-30). Antes, porém, revise comigo como Paulo foi atacado e o seu aprisionamento. No final deste panorama nós faremos as aplicações devidas à nossa vida e igreja.
1. O Ataque da Multidão
Atos 21.27-30 (NVT)
27Estando os sete dias quase no fim, alguns judeus da província da Ásia viram Paulo no templo e incitaram a multidão contra ele. Agarraram-no, 28gritando: “Homens de Israel, ajudem-nos! Este é o homem que fala contra nosso povo em toda parte e ensina todos a desobedecerem às leis judaicas. Fala contra o templo e até profana este santo lugar, trazendo gentios para dentro dele”. 29Antes tinham visto Paulo na cidade com Trófimo, um gentio de Éfeso, e concluíram que Paulo o havia levado para dentro do templo.
30Toda a cidade se agitou com essas acusações, e houve grande tumulto. A multidão agarrou Paulo e o arrastou para fora do templo, e imediatamente foram fechadas as portas.
2. O Aprisionamento de Paulo
Atos 21.31-36 (NVT)
31Quando procuravam matar Paulo, chegou ao comandante do regimento romano a notícia de que toda a Jerusalém estava em rebuliço. 32No mesmo instante, ele chamou seus soldados e oficiais e correu para o meio da multidão. Quando viram o comandante e os soldados se aproximarem, pararam de espancar Paulo.
33Então o comandante o prendeu e mandou que o amarrassem com duas correntes. Em seguida, perguntou à multidão quem era ele e o que havia feito. 34Uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. Não conseguindo descobrir a verdade no meio de todo o tumulto, ordenou que Paulo fosse levado à fortaleza. 35Quando Paulo chegou às escadas, o povo se tornou tão violento que os soldados tiveram de levantá-lo nos ombros para protegê-lo. 36E a multidão foi atrás, gritando: “Matem-no! Matem-no!”.
3. O Apelo de Paulo
Atos 21.37-40 (NVT)
37Quando Paulo estava para ser levado à fortaleza, disse ao comandante: “Posso ter uma palavra com o senhor?”.
Surpreso, o comandante perguntou: “Você fala grego? 38Não é você o egípcio que liderou uma rebelião algum tempo atrás e levou consigo ao deserto quatro mil assassinos?”.
39“Não”, respondeu Paulo. “Sou judeu e cidadão de Tarso, cidade importante da Cilícia. Por favor, permita-me falar a esta gente.” 40O comandante concordou, de modo que Paulo ficou em pé na escadaria e fez sinal para o povo se calar. Logo, um silêncio profundo envolveu a multidão, e ele lhes falou em aramaico, o idioma deles.
4. A Apologia de Paulo
A Conduta de Paulo Antes da Conversão
Atos 22.1-5 (NVT)
1“Irmãos e pais”, disse Paulo. “Ouçam-me enquanto apresento minha defesa.” 2Quando o ouviram falar em aramaico, o silêncio foi ainda maior.
3Então Paulo disse: “Sou judeu, nascido em Tarso, cidade da Cilícia. Fui criado aqui em Jerusalém e educado por Gamaliel. Como aluno dele, fui instruído rigorosamente em nossas leis e nos costumes judaicos. Tornei-me muito zeloso de honrar a Deus em tudo que fazia, como vocês são hoje. 4E fui ao encalço dos seguidores do Caminho, perseguindo alguns até a morte, prendendo homens e mulheres e lançando-os na prisão. 5O sumo sacerdote e todo o conselho dos líderes do povo podem confirmar isso. Recebi deles cartas para nossos irmãos judeus em Damasco que me autorizavam a trazer os seguidores do Caminho de lá para Jerusalém, em cadeias, para serem castigados.
As Circunstâncias da Conversão de Paulo
Atos 22.6-16 (NVT)
6“Quando me aproximava de Damasco, por volta do meio-dia, de repente uma luz muito intensa brilhou ao meu redor. 7Caí no chão e ouvi uma voz que me disse: ‘Saulo, Saulo, por que você me persegue?’.
8“‘Quem és tu, Senhor?’, perguntei.
“E a voz respondeu: ‘Sou Jesus, o nazareno, a quem você persegue’. 9Os que me acompanhavam viram a luz, mas não entenderam a voz daquele que falava comigo.
10“Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’.
“E o Senhor me disse: ‘Levante-se e entre em Damasco, onde lhe dirão tudo que você deve fazer’.
11“A luz intensa havia me deixado cego, e meus companheiros tiveram de levar-me pela mão a Damasco. 12Vivia ali Ananias, um homem devoto, dedicado à lei e muito respeitado por todos os judeus da cidade. 13Ele veio, colocou-se ao meu lado e disse: ‘Irmão Saulo, volte a enxergar’. E, naquele mesmo instante, pude vê-lo.
14“Então ele disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu você para conhecer a vontade dele e para ver o Justo e ouvi-lo falar. 15Você será testemunha dele, dizendo a todos o que viu e ouviu. 16O que está esperando? Levante-se e seja batizado! Fique limpo de seus pecados invocando o nome do Senhor’.
O Comissionamento que Paulo Recebeu Após a Conversão
Atos 22.17-21 (NVT)
17“Depois que voltei a Jerusalém, estava orando no templo e tive uma visão, 18na qual o Senhor me dizia: ‘Depressa! Saia de Jerusalém, pois o povo daqui não aceitará seu testemunho a meu respeito’.
19“E eu respondi: ‘Senhor, sem dúvida eles sabem que em cada sinagoga eu prendia e açoitava aqueles que criam em ti. 20E quando Estêvão, tua testemunha, foi morto, eu estava inteiramente de acordo. Fiquei ali e guardei os mantos que eles tiraram quando foram apedrejá-lo’.
21“Mas o Senhor me disse: ‘Vá, pois eu o enviarei para longe, para os gentios’”.
5. A Ação da Multidão
Atos 22.22-23 (NVT)
22A multidão ouviu Paulo até ele dizer essa palavra. Então começaram a gritar: “Fora com esse sujeito! Ele não merece viver!”. 23Gritavam, arrancavam seus mantos e jogavam poeira para o alto.
6. A Atitude de Paulo
Atos 22.24-28 (NVT)
24O comandante trouxe Paulo para dentro e ordenou que ele fosse açoitado e interrogado a fim de descobrir por que a multidão tinha ficado tão furiosa. 25Quando amarravam Paulo para açoitá-lo, ele disse ao oficial que estava ali: “A lei permite açoitar um cidadão romano sem que ele tenha sido julgado?”.
26Ao ouvir isso, o oficial foi ao comandante e perguntou: “O que o senhor está fazendo? Este homem é cidadão romano!”.
27O comandante perguntou a Paulo: “Diga-me, você é cidadão romano?”.
Ele respondeu: “Sim, eu sou”.
28“Eu também”, disse o comandante. “E paguei caro por minha cidadania!”
Paulo respondeu: “Mas eu sou cidadão de nascimento”.
7. A Atitude dos Romanos
Atos 22.29-30 (NVT)
29Quando os soldados que estavam prestes a interrogar Paulo ouviram que ele era cidadão romano, retiraram-se de imediato. Até mesmo o comandante ficou com medo ao saber que Paulo era cidadão romano, pois tinha mandado amarrá-lo.
30No dia seguinte, o comandante ordenou que os principais sacerdotes se reunissem com o conselho dos líderes do povo. Queria descobrir exatamente qual era o problema, por isso soltou Paulo e mandou que o trouxessem diante deles.
A conduta de Paulo em toda essa provação, a argumentação dele na primeira defesa fornece um exemplo prático para todos os crentes – em todas as épocas e culturas – a respeito de como testemunhar do evangelho de Cristo sob as piores circunstâncias.
1. Paulo manteve a pregação apostólica com postura apostólica. Tudo em equilíbrio. Graça (postura apostólica) e verdade (pregação apostólica). VEJA: Paulo foi conciliador com seus perseguidores. Ele não ameaçou a multidão hostil nem buscou vingança. Em vez disso, ele se dirigiu a eles respeitosamente, tratando-os como a “irmãos e pais” (22.1) e até mesmo atribuiu o cruel tratamento que estava recebendo dos judeus como sendo zelo por Deus (22.3). OU SEJA: Paulo praticava a ordem que havia dado anteriormente aos cristãos romanos: “Abençoem aqueles que os perseguem. Não os amaldiçoem, mas orem para que Deus os abençoe.” (Rm 12.14).
Paulo era como seu Senhor Jesus, que “Não revidou quando foi insultado, nem ameaçou se vingar quando sofreu, mas deixou seu caso nas mãos de Deus, que sempre julga com justiça.” (1Pe 2.23). Paulo manteve a atitude adequada de amor altruísta. Isso é o que eu estou chamando de postura apostólica.
LEMBRE-SE: [1.]. Foi o amor de Paulo pelos outros crentes que o trouxe a Jerusalém (para entregar a oferta). [2.] Foi o amor pelos irmãos mais fracos e desejo de unidade na igreja que trouxeram Paulo ao templo. [3.] Foi o amor pelos seus compatriotas não salvos (cf. Rm 9.1-3) que levou Paulo a evangelizar a multidão violenta. E [4.] foi o amor de Paulo por Deus que motivou o seu amor pelas pessoas e o levou a dar glória a Deus. Pregação apostólica e postura apostólica.
2. Paulo aceitou a situação como sendo providência de Deus. Enfrentar perseguição nunca forçou o apóstolo a ser infiel ao plano de Deus (ele manteve a pregação apostólica); a perseguição também não o fez abandonar a postura apostólica. Ele já sabia havia algum tempo que seria preso quando chegasse a Jerusalém (20.22-23; 21.4, 10-13). Ele calmamente aceitou essa situação como a vontade de Deus, dizendo àqueles que tentavam dissuadi-lo de ir a Jerusalém: “Estou pronto não apenas para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus” (21.13).
3. Paulo usou a circunstância adversa como uma oportunidade. A multidão não se reuniu para ouvi-lo pregar, mas para espancá-lo e matá-lo. Paulo, porém, aproveitou aquela ocasião para proclamar-lhes como o poder salvador de Deus havia transformado a vida dele, e poderia transformar a deles. Quando preso em Roma, Paulo escreveu cartas e não parou de pregar. Circunstâncias, sejam quais forem, sempre são oportunidades para testemunhar e produzir para a glória de Deus na divulgação do evangelho de Cristo.
4. Paulo exaltou o Senhor Jesus. Sua defesa perante a multidão não se concentrou em suas impressionantes credenciais e realizações, mas naquilo que Deus havia realizado em sua vida. Isso era consistente com suas palavras aos coríntios: “Quem quiser orgulhar-se, orgulhe-se somente no Senhor” (1Co 1.31, NVT). Exaltar o Senhor também serviu para desvincular Paulo do centro do problema, colocando a multidão na posição de oposição a Deus, não a Paulo.
5. Paulo sofreu por causa da cegueira espiritual do homem natural. Apesar de religiosos, extremamente zelosos, eram cegos. Não tinham entendimento do evangelho de Cristo. Era uma religiosidade sem luz, que faz as pessoas julgarem estar servindo a Deus ao promoverem o erro, oporem-se à verdade, entregarem-se à idolatria e até perseguirem aqueles que servem ao Deus único e verdadeiro. Somente a luz do evangelho pode iluminar o coração e a mente das pessoas, convencê-las do pecado, da culpa, da cegueira espiritual, e conduzi-las à verdade, ao caminho e à vida: Cristo Jesus.
O próprio Paulo, convertido a Cristo, era o maior exemplo do poder do evangelho para salvar religiosos cegos e zelosos. Uma vez perseguidor da igreja, agora estava sendo perseguido por causa da igreja. O evangelho da graça de Deus salvou e transformou Paulo. Não há pessoas impossíveis para Deus.
Termino com o testemunho de Paulo, escrevendo lá no final desta linha (a prisão em Roma):
Filipenses 3.7-11 (NVT)
7Pensava que essas coisas eram valiosas, mas agora as considero insignificantes por causa de Cristo. 8Sim, todas as outras coisas são insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas e as considero menos que lixo, a fim de poder ganhar a Cristo 8e nele ser encontrado. Não conto mais com minha própria justiça, que vem da obediência à lei, mas sim com a justiça que vem pela fé em Cristo, pois é com base na fé que Deus nos declara justos. 10Quero conhecer a Cristo e experimentar o grande poder que o ressuscitou. Quero sofrer com ele, participando de sua morte, 11para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dos mortos!
Venha para Cristo e a sua alma viverá.
Viva para Cristo e defenda o evangelho de Cristo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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