Tradição não é uma palavra que soa bem aos ouvidos do homem e da mulher contemporâneos. Está na moda, como astutamente escreveu o filósofo Luiz Felipe Pondé (no artigo O desprezo pela sabedoria), o termo legado. Mas mesmo este já não significa muita coisa, posto que “tem gente de 16 anos que fala que tem um legado”, observou Pondé. A ruptura com o passado ou, quando muito, a busca por uma ressignificação ou releitura deste estilhaçou, despedaçou o sentido para a vida e todas as coisas, deixando-nos à deriva num mar de opiniões pessoais, subjetivas, incomprovadas, insustentáveis e impossíveis de nos nortear na solidez tão necessária do terreno da verdade.
Portanto, uma viagem pela tradição batista fará muito bem a esta geração afundada no abismo do desespero do barulho do eu ou do silêncio do nada. Nas palavras de Luiz Felipe Pondé: “E a sabedoria nisso tudo? A sabedoria precisa de milênios [tradição] para se constituir. Num mundo em que tudo muda o tempo todo, só vai restar, por ora, workshops ridículos pra te ensinar a abraçar árvores silenciosas. Talvez o silêncio delas nos ensine algo, porque de nós só restará ruídos.”