18.02.2024
[Atos 20.22-24] 22“Agora, impelido pelo Espírito, vou a Jerusalém. Não sei o que me espera ali, 23senão que o Espírito Santo me diz, em todas as cidades, que tenho pela frente prisão e sofrimento. 24Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas da graça de Deus.
A mensagem desta manhã é para um tipo de pessoa em particular: quem não quer jogar a vida fora. Aliás, honestamente!, você já parou para pensar nesta possibilidade: a de estar vivendo de uma maneira que esteja jogando sua vida fora? Infelizmente, geralmente quem pensa, conscientemente, nessa possibilidade são as pessoas que estão atravessando a tal da “crise da meia idade”: pessoas entre 40 e 60 anos.
“Crise da meia idade” é uma expressão que foi criada em 1965 pelo médico canadense/estadunidense Elliott Jaques (1917–2003) para descrever “uma forma de insegurança sofrida por alguns indivíduos que estão passando pela meia idade, na qual percebem que o vigor ou a vitalidade de sua juventude está acabando e a idade avançada se aproxima.” Normalmente, quem passa por isso sente uma enorme vontade de mudar seus modos de vida, fazendo gastos exagerados com aquisições fúteis, abandonando o emprego ou terminando o casamento, investindo em si mesmo e na própria aparência de modos extravagantes, buscando aventuras amorosas e de todos os tipos etc. Diz-se que essa crise pode ser desencadeada por vários fatores relacionados com essa época da vida: a morte dos parentes e amigos, andropausa, menopausa, sensação de envelhecimento e a realidade da reta final da vida, insatisfação com a carreira profissional e saída dos filhos de casa etc.
Veja bem, se você for um bom observador terá notado que os sintomas identificados na “crise da meia idade” – isto é, preocupação excessiva consigo mesmo e a aparência pessoal, gastos exagerados com coisas fúteis, busca de prazeres inconsequentes, querer curtir a vida… – todas essas coisas já são verificadas desde o adolescente e jovem no início da vida; ou seja: o problema da “crise da meia idade” é um problema do coração humano, que se arrasta de um modo crônico pela vida toda, mas que fica agudo do meio da vida em diante. — POR QUÊ? — Ora, as pessoas não querem jogar a vida fora. Elas querem viver bem, com algum significado e de um modo que lhes dê prazer.
Portanto, SE VOCÊ TEM CONSCIÊNCIA DE QUE NÃO QUER E NÃO PODE JOGAR SUA VIDA FORA, esta mensagem é para você, não importa a sua idade ou fase da vida. John Piper, quem eu amo de paixão, tem um jeito muito especial de colocar as coisas. No livro que escreveu em 2003 (portanto, vinte e um anos atrás, e que TODO ADOLESCENTE E JOVEM DEVERIA LER!) – Don’t Waste Your Life [Não jogue sua vida fora, ed. Cultura Cristã] – , Piper argumentou que você não precisa saber muitas coisas sobre a vida para fazer uma diferença duradoura no mundo, vivendo de um modo que lhe dê prazer de verdade e, ao mesmo tempo, concomitantemente, glorifique a Deus. Não há muito o que saber para se viver dessa maneira, mas você precisa conhecer as poucas coisas grandes – aquelas que de fato importam – e então estar disposto a viver por elas e morrer por elas. As pessoas realmente felizes e que passam por esta vida fazendo uma diferença duradoura no mundo NÃO SÃO aquelas que dominaram muitas coisas, MAS QUE FORAM dominadas por algumas coisas grandes. Disse Piper:
Se você quer que sua vida conte, se você quer que o efeito cascata das pedras que você lança no lago se transforme em ondas que alcançam os confins da terra e deslizem sobre as águas por séculos e pela eternidade, você não precisa ter um QI ou um QE elevado [você não precisa de alto coeficiente de inteligência ou inteligência emocional muito grande]. Você não precisa ter boa aparência, dinheiro [ou influência digital]. Você não precisa vir de uma boa família ou de uma boa escola. Você só precisa conhecer algumas coisas grandes, majestosas, imutáveis, óbvias, simples e gloriosas, e ser incendiado por elas.
Nós sabemos do que Piper está falando; ele está se referindo a um estilo de vida que esteja pulsando com isto aqui no coração: “EU VIVO PARA ESPALHAR A PAIXÃO PELA SUPREMACIA DE DEUS EM TODAS AS COISAS, PARA A ALEGRIA DE TODOS OS POVOS.” É desse modo que você fará a diferença e sará feliz, feliz de verdade, enquanto glorifica a Deus em tudo o que faz na vida.
Agora, você pode não ter certeza de que deseja que sua vida faça a diferença. Aliás, já pensou sobre isto? Já desejou que sua vida fizesse alguma diferença no mundo, para as pessoas – sua família, igreja, amigos e sociedade em geral? É provável que boa parte de vocês nunca tenha pensado sobre isto, intencionalmente. Talvez você não se importe muito se fará alguma diferença duradoura em prol de algo grande, enorme, muito maior do que você e seu mundinho.
TALVEZ, como argumenta John Piper, você só deseje que as pessoas gostem de você, te achem legal, divertida(o) e queiram estar por perto. Se as pessoas simplesmente gostassem de estar ao seu redor, você ficaria satisfeito(a). — É isto mesmo? É para isto apenas que você vive: ser aceito(a) pelas pessoas? — TALVEZ não, talvez seja isto: se você pudesse simplesmente ter um bom emprego, uma boa fonte de renda, uma boa esposa ou um bom marido, alguns filhos saudáveis (e bem criados e encaminhados na vida), casa própria (ou um apartamento seu), carro bacana, finais de semana prolongados, férias divertidas, alguns bons amigos para curtir e viajar juntos, aposentadoria que banque a sua velhice e, no final, uma morte rápida e sem dor (claro!, nada de inferno após a morte, cruz-credo!). TALVEZ se você pudesse ter tudo isso (mesmo sem Deus… aliás, com Deus apenas para te dar essas coisas), você ficaria satisfeito(a). Seria feliz.
É isso mesmo? Temo que seja! Isso é uma tragédia! É uma vida desperdiçada. Pior ainda, milhares e milhares de cristãos; centenas, milhares de igrejas no Brasil e mundo afora, pregam um evangelho para este fim: uma vida boa e bem vivida em seus próprios prazeres, sem Deus; uma vida SEM O GRITO DE GUERRA que glorifica a Deus e produz alegria de verdade e vida abundante – este é o grito: “Eu vivo para espalhar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para a alegria de todos os povos.” Uma vida sem esse grito é uma vida desperdiçada. É uma vida em construção para a tragédia. É uma vida que está sendo edificada sobre a areia dos prazeres passageiros deste mundo.
Para ilustrar, permita-me contar duas história (histórias narradas por John Piper no livro Não Jogue Sua vida Fora, da editora Cultura Cristã). A PRIMEIRA HISTÓRIA é a que traz um desastre que ceifou a vida de duas pessoas, mas que não foi uma tragédia. A SEGUNDA HISTÓRIA é a que traz a boa vida (de fato, o desastre) que ceifou a vida de duas pessoas que viveram para o sonho americano – i.e., viveram unicamente para o sucesso, a prosperidade e o bem estar pessoal; a tragédia não só da América, mas de todo o Ocidente, inclusive do Brasil (evangélico!). Veja, A PRIMEIRA HISTÓRIA:
Em abril de 2000, RUBY ELIASON e LAURA EDWARDS morreram em um desastre na República dos Camarões, na África Ocidental. RUBY tinha mais de 80 anos. Ela viveu solteira durante toda a sua vida, com o propósito de se dedicar a uma grande coisa: tornar Jesus Cristo conhecido entre os povos não alcançados, especialmente entre os pobres e os enfermos da África. A outra, LAURA, era viúva, médica, tinha quase 80 anos e servia ao lado de Ruby na República dos Camarões. Pois bem, em uma de suas viagens, os freios do carro de repente pararam de funcionar, causando o desastre: o carro caiu de um penhasco e as duas morreram ali mesmo no local.
PERGUNTO A VOCÊ: Isso foi uma tragédia?
PENSE BEM: duas mulheres sozinhas, já idosas (uma, com mais de 80 e a outra, perto de completar 80, médica aposentada)… essas senhoras, movidas por uma grande paixão, esta paixão: a glória de Jesus Cristo, gastar a vida em um serviço anônimo, em uma missão desconhecida de todos para alcançar e servir aos pobres e enfermos que pereciam sem Cristo? Duas mulheres, duas senhoras que viveram para espalhar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para a alegria de todos os povos. FOI UMA TRAGÉDIA A MORTE DELAS?
CONSIDERE ISTO: aos 60/65 anos, a maioria dos conterrâneos americanos dessas senhoras já havia se aposentado e parado tudo, apenas para “desfrutar” a vida boa do sonho americano. Essas mulheres – 20 anos depois de já poderem ter parado – continuaram, sacrificialmente prosseguiram para a glória de Jesus, enquanto a maioria dos americanos desperdiçava a vida com ninharias. À LUZ DE TUDO ISSO: foi uma tragédia a morte dessas Senhoras? Foi uma tragédia a morte da dona Ruby e da dona Laura? NÃO, NÃO FOI UMA TRAGÉDIA! FOI UMA GLÓRIA. Essas vidas não foram desperdiçadas. Essas vidas não foram perdidas. “[Quem] abrir mão de sua vida por minha causa e por causa das boas-novas [por causa do evangelho], a salvará”, disse Jesus em Marcos 8.35.
A SEGUNDA HISTÓRIA faz contraste com a primeira. E esta sim foi uma tragédia. John Piper chamou de “Uma tragédia americana: como não terminar a sua vida”. A história é a seguinte: A Reader’s Digest; no Brasil, se não me engano, a mesma revista se chama Seleções (dizem ser a revista mais lida do mundo); enfim, a edição americana de fevereiro de 1998 publicou uma matéria que falava sobre um casal que, havia cinco anos,
se aposentou antecipadamente de seus empregos no nordeste [lembrando que, nos EUA, o nordeste é a região mais fria do país], […] quando ele tinha 59 anos e ela, 51. Agora eles moram [no sul,] em Punta Gorda, na Flórida, [ele com, então, 64 e ela com 56] onde [EIS A MISSÃO DE VIDA DESSES JOVENS APOSENTADOS:] navegam em sua traineira de 9 metros [uma pequena embarcação de pesca], jogam softbol [uma versão mais simplificada do baseball] e coletam conchas do mar.
John Piper disse que, quando leu a matéria, a princípio, pensou que fosse uma piada. Achou que fosse uma paródia do sonho americano. Só que não era. De fato, a revista estava, tragicamente, inspirando o sonho dos leitores, nestes termos, escreveu Piper:
chegue ao fim da sua vida – a sua única e preciosa vida dada por Deus – e deixe que a última grande obra da sua vida, antes de prestar contas ao seu Criador, seja esta: jogar softbol e colecionar conchas [das praias visitadas]. Imagine esse casal diante de Cristo, no grande dia do julgamento: “Olhe, Senhor! Veja as minhas conchas.” [Meu Deus!] Isso é uma tragédia. E as pessoas hoje estão gastando bilhões de dólares [em marketing e propaganda] para persuadi-los a abraçar esse sonho trágico. Contra essa tragédia, eu coloco o meu protesto: não compre [essa mentira]. Não jogue sua vida fora.
Piper, pregando na conferência Passion One Day, em 20 de maio de 2000, complementou esse protesto com o seguinte apelo:
De todo o coração, eu imploro: não compre esse sonho. O sonho americano: uma bela casa, um bom carro, um bom emprego, uma boa família, uma boa aposentadoria, colecionar conchas como o último capítulo antes de você estar diante do Criador do universo, para prestar contas do que você fez com a sua vida, e dizer: “Aqui está, Senhor: minha coleção de conchas! Ah! Eu também aprendi a jogar softbol! O Senhor precisa ver como eu arremesso a bola! E olhe meu barco!”
Meu Deus! Isso é uma tragédia! Viver os últimos anos de sua vida dessa maneira será um desastre, eternamente. NÃO JOGUE SUA VIDA FORA. Não jogue sua vida fora, jovem; não jogue sua vida fora, adolescente; não jogue sua vida fora, homem e mulher de Deus; não jogue sua vida fora, aposentado e aposentada. Que o último capítulo de sua vida (e já desde os primeiros, para os que ainda são novinhos) seja para cumprir esta missão: espalhar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para a alegria de todos os povos.
Não jogue sua vida fora. Viva sua vida para Deus. — Mas como!?
A MasterClass de Paulo nos traz a caríssima e tão necessária lição para esta geração: NÃO JOGUE SUA VIDA FORA, VIVA A VIDA PARA DEUS – viva para espalhar a paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas, para a alegria de todos os povos.
Já faz alguns domingos que nós estamos acompanhando esta aula especial de Paulo. Vimos que o apóstolo – detentor de notório saber –, na companhia dos presbíteros de Éfeso, olhou para o seu passado entre eles, ministrando em Éfeso e de lá para toda a Ásia Menor, e ensinou a respeito de como SERVIR A DEUS (estudamos estes versículos nas quatro mensagens anteriores desta série). Agora, leia, veja que A VIDA QUE NÃO É JOGADA FORA É A VIDA QUE ESTÁ DEDICADA AO SERVIÇO; recapitule o contexto do apóstolo e o primeiro tópico da MasterClass de Paulo sobre liderança:
Atos 20.16-21 16Paulo havia decidido não aportar em Éfeso, pois não queria passar mais tempo na província da Ásia. Tinha pressa de chegar a Jerusalém, se possível, para a Festa de Pentecostes. 17Por isso, em Mileto, mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. 18Quando chegaram, ele lhes disse [o início da MasterClasse; primeiro tópico: servir a deus]: “Vocês sabem que, desde o dia em que pisei na província da Ásia até agora, 19fiz o trabalho do Senhor humildemente e com muitas lágrimas. Suportei as provações decorrentes das intrigas dos judeus 20e jamais deixei de dizer a vocês o que precisavam ouvir, seja publicamente, seja em seus lares. 21Anunciei uma única mensagem tanto para judeus como para gregos: é necessário que se arrependam, se voltem para Deus e tenham fé em nosso Senhor Jesus.
Pois bem, quando Paulo olhou para o PASSADO (vs. 17-21), ele ensinou, com sua própria vida, o que significa servir a Deus. Agora, ele mudará de tópico. Paulo olhará para o FUTURO (vs. 22-24), e ensinará sobre como VIVER PARA DEUS. É impressionante, pois ao falar de seus planos para o futuro imediato, Paulo, de fato, está abrindo a janela de sua alma e nos convidando a espiar como ele vivia a vida na prática, — i.e., — como é VIVER PARA DEUS na prática, enquanto se busca SERVIR A DEUS. Releia comigo:
Atos 20.22-24 22“Agora, impelido pelo Espírito, vou a Jerusalém. Não sei o que me espera ali, 23senão que o Espírito Santo me diz, em todas as cidades, que tenho pela frente prisão e sofrimento. 24Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas da graça de Deus.
Paulo conhecia o que dissera o Senhor Jesus aos seus discípulos:
Marcos 8.34-35 34[…] “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 35Se tentar se apegar à sua vida, a perderá. Mas, se abrir mão de sua vida por minha causa e por causa das boas-novas, a salvará.
Foi por saber disso que o apóstolo escreveu o que está em Atos 20.24. Leia novamente:
Atos 20.24 Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas da graça de Deus.
Paulo está dizendo que ele jogaria fora a própria vida, estaria desperdiçando a vida dele, EXCETO SE VIVESSE DESTE MODO: completar a carreira e cumprir a missão: dar testemunho do evangelho da graça de Deus. Viver de qualquer outra maneira que não fosse correr para dar testemunho do evangelho, que não fosse cumprir a missão de anunciar o evangelho da graça de Deus seria ganhar a vida neste mundo (ou seja: viver para si mesmo, jogando softbol e colecionando conchas do mar), mas perdê-la, disperciçá-la no final, jogá-la fora eternamente.
Quando esteve preso em Roma, adiante nesta corrida para cumprir a sua missão, Paulo expressou o mesmo sentimento de Atos 20.24. Leia, especialmente o versículo 8:
Filipenses 3.5-11 5Fui circuncidado com oito dias de vida. Sou israelita de nascimento, da tribo de Benjamim, um verdadeiro hebreu. Era membro dos fariseus, extremamente obediente à lei judaica. 6Era tão zeloso que persegui a igreja. E, quanto à justiça, cumpria a lei com todo rigor. 7Pensava que essas coisas eram valiosas, mas agora as considero insignificantes por causa de Cristo. [Veja como este versículo se compara com Atos 20.24 em com Marcos 8.34-35:] 8Sim, todas as outras coisas são insignificantes comparadas ao ganho inestimável de conhecer a Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele, deixei de lado todas as coisas [perdi a minha vida] e as considero menos que lixo, a fim de poder ganhar a Cristo [para ganhar a verdadeira vida: Cristo] 9e nele ser encontrado. Não conto mais com minha própria justiça, que vem da obediência à lei, mas sim com a justiça que vem pela fé em Cristo, pois é com base na fé que Deus nos declara justos. 10Quero conhecer a Cristo e experimentar o grande poder que o ressuscitou. Quero sofrer com ele, participando de sua morte, 11para, de alguma forma, alcançar a ressurreição dos mortos!
Uma das coisas que Paulo considerou MENOS QUE LIXO foi permanecer vivo e viver oitenta e tantos anos ou mais, ganhar muito dinheiro, nunca ter ficado doente, curtindo a aposentadoria jogando softbol, andando de barco e colecionando conhas do mar. Esse tipo de vida, — viver apenas para si mesmo; viver sem Deus; viver buscando se sentir vivo pelos prazeres do pecado ou pelo peso que nos impede de correr para Cristo — disse Paulo, é “menos que lixo”. Melhor perder a vida, melhor não desfrutar dessas coisas para correr a corrida e cumprir a missão, melhor morrer em um acidente de carro, vivendo para Cristo e cumprindo a missão, do que desperdiçá-la jogando bola, andando de lancha e colecionando viagens e conchinhas colhidas na areia da vida.
Paulo conhecia o Salmo 63.3: “Teu amor é melhor que a própria vida”. Paulo sabia e tinha provado: há um caminho de vida que leva ao desfrute eterno do amor inabalável de Deus. Portanto, melhor perder a vida – melhor não desfrutar dos prazeres passageiros desta vida – do que sair deste caminho: a corrida da fé, compartilhando o evangelho.
Atos 20.24 Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas da graça de Deus.
E Paulo foi perseverante neste propósito. Ele tinha planos, os quais ele expressou na carta que escreveu aos romanos, pouco depois desta aula em Atos 20. Leia comigo. É de emocionar a leitura deste plano de Paulo; plano – conforme está em Atos 20.24 – para completar a carreira e a missão que lhe foi confiada pelo Senhor Jesus:
Romanos 15.23-33 23Mas, agora que terminei meu trabalho nessas regiões [Éfeso, na Ásia Menor, inclusive], e depois de tantos anos de espera, estou ansioso para visitá-los. 24Planejo ir à Espanha e, quando for, espero passar por Roma. E, depois de ter desfrutado um pouco de sua companhia, vocês poderão me ajudar com a viagem. 25Antes de visitá-los, porém, devo ir a Jerusalém [cf. At 20.16], para servir ao povo santo de lá. 26Pois os irmãos da Macedônia e da Acaia juntaram, de boa vontade, uma oferta para os pobres dentre o povo santo em Jerusalém. 27Ficaram contentes em fazê-lo, pois se sentem devedores deles. Porque os gentios receberam as bênçãos espirituais das boas-novas dos irmãos em Jerusalém, consideram que no mínimo podem retribuir ajudando-os financeiramente. 28Assim que eu tiver entregado o dinheiro e completado essa boa ação dos gentios, irei à Espanha, visitando vocês de passagem. 29E estou certo de que, quando for, Cristo abençoará ricamente nosso tempo juntos. 30Irmãos, peço-lhes em nome de nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor que lhes foi dado pelo Espírito Santo que se unam a mim em minha luta, orando a Deus em meu favor. 31Orem para que eu me livre dos que estão na Judeia e que se recusam a crer. Orem também para que o povo santo em Jerusalém se disponha a aceitar a oferta que estou levando. 32Então, pela vontade de Deus, poderei visitar vocês com o coração alegre e teremos um tempo de descanso juntos. 33Que o Deus que nos dá sua paz esteja com todos vocês. Amém.
Paulo, realmente, terminou a corrida e completou a missão que lhe fora confiada por Cristo (cf. At 20.24). OUÇA O QUE ELE ESCREVEU A TIMÓTEO, na última carta de que temos registro. Talvez tenha conseguido chegar à Espanha. Não se sabe ao certo. O que sabemos é que agora Paulo estava preso, pela última vez. Seria executado. Timóteo estava servindo em Éfeso, ao lado dos presbíteros para os quais Paulo mesmo havia ensinado a MasterClass que nós estamos estudando. Ouça, e compare com Atos 20.24:
Atos 20.24 Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas da graça de Deus.
2Timóteo 4.6-8 6Quanto a mim, minha vida já foi derramada como oferta para Deus. O tempo de minha morte se aproxima. 7Lutei o bom combate, terminei a corrida e permaneci fiel. 8Agora o prêmio me espera, a coroa de justiça que o Senhor, o justo Juiz, me dará no dia de sua volta. E o prêmio não será só para mim, mas para todos que, com grande expectativa, aguardam a sua vinda.
Mas como, Paulo?
Como foi para você viver assim para Deus, Paulo?
Como eu faço para perder a minha vida e viver para Deus, ganhando a vida de verdade? Como eu devo combater o bom combate, terminar a corrida e permanecer fiel?
NA PRÓXIMA MENSAGEM, Deus permitindo – a parte dois desta mensagem –, nós faremos o seguinte: olharemos para Atos 20.22-24 e procuraremos responder a duas perguntas – usando Atos 20.22-24 como base para as respostas. Serão estas as perguntas que buscaremos responder
Até lá, não jogue sua vida fora. Viva para Deus.
COMECE A PENSAR:
O QUE VOCÊ PRECISA FAZER MORRER PARA VIVER PARA DEUS?
Deixe Jesus mesmo te ajudar a processar tudo isso:
Marcos 8.34-38 34Depois, chamou a multidão e os discípulos e disse: “Se alguém quer ser meu seguidor, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. 35Se tentar se apegar à sua vida, a perderá. Mas, se abrir mão de sua vida por minha causa e por causa das boas-novas, a salvará. 36Que vantagem há em ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida? 37E o que daria o homem em troca de sua vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e de minha mensagem nesta época de adultério e pecado, o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
S.D.G. L.B.Peixoto
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