03.03.2019
OS DESEJOS DE DEUS
Salmo 67
[Ao regente do coral: cântico; salmo para ser acompanhado com instrumentos de cordas.]1Que Deus seja misericordioso e nos abençoe. Que a luz de seu rosto brilhe sobre nós. Interlúdio2Que teus caminhos sejam conhecidos em toda a terra, e tua salvação, entre as nações de toda parte. 3Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.4Que o mundo inteiro cante de alegria, pois governas os povos com justiça e guias as nações de toda a terra. Interlúdio5Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.6Então a terra dará suas colheitas, e Deus, o nosso Deus, nos abençoará ricamente. 7Sim, Deus nos abençoará, e todos os habitantes da terra o temerão.
A VONTADE DE DEUS
Saber a vontade de Deus é uma das coisas que mais intriga os cristãos, especialmente naqueles momentos em que a estrada da vida se divide em duas (ou mais) opções. Quem de nós nunca se debateu com o impasse: “O que Deus quer que eu faça? Qual é a vontade de Deus para mim? O que Deus deseja para a minha vida?”.
Muita coisa requererá sabedoria e discernimento bíblicos. Tanto que o sábio, inspirado por Deus, compôs o livro de Provérbios, dentre outras coisas, para nos auxiliar nas tomadas de decisões. Ouça o cabeçalho desse maravilhoso livro de sabedoria. Perceba qual é o seu propósito (Pv 1.1-6):
1Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. 2Sua finalidade é ensinar sabedoria e disciplina às pessoas e ajudá-las a compreender as instruções dos sábios. 3Sua finalidade é ensinar-lhes uma vida disciplinada e bem-sucedida e ajudá-las a fazer o que é certo, justo e imparcial. 4Estes provérbios darão juízo aos ingênuos e conhecimento e discernimento aos jovens. 5O sábio que os ouvir se tornará ainda mais sábio. Quem tem entendimento receberá orientação, 6ao examinar o significado destes provérbios e parábolas, das palavras dos sábios e seus enigmas.
A sabedoria de que precisamos para discernir a vontade de Deus e tomar decisões sábias, que glorificam o nome de Deus, nasce com o que nós geralmente desprezamos. Quer ver? Tendo estabelecido o propósito do livro (Pv 1.1-6), Salomão nos revela em quê tudo na vida deverá se escorar ou fundamentar. Ouça (Pv 1.7):
O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento, mas os tolos desprezam a sabedoria e a disciplina.
Saber a vontade de Deus começa pelo temor do SENHOR. Mas nós, tolos, comumente desprezamos “a sabedoria e a disciplina” de Deus que nos fazem, “pelo temor do SENHOR”, encontrar e trilhar o caminho da vida plena. E a razão pela qual o temor do Senhor é o começo do conhecimento e da sabedoria é que a vida moral (a que glorificará a Deus e nos satisfará de verdade) começa com reverência e humildade diante do Deus Criador e Redentor. Portanto, aqueles que desejam conhecer a vontade de Deus deverão, inevitavelmente, começar pelo temor do SENHOR. Este é um dos temas do Salmo 67: o temor do SENHOR.
A ROTA SEGUIDA
Dissemos hoje pela manhã que o nosso propósito com esse salmo é descobrir os desejos pétreos de Deus para a humanidade que ele mesmo criou. Daí, analisamos a fundação e a estrutura do salmo — buscamos enxergar no que ele se fundamenta e como ele se constrói. Aprendemos que o propósito de Deus é nos abençoar para abençoarmos os povos e nações da terra. A suma de tudo o que vimos é que, quando Deus dá ao seu povo riqueza material, tudo deverá ser revertido em prol do culto espiritual, da alegria das nações em Cristo. Ou seja:o SENHOR abençoa sua igreja com riquezas para ela alcançar as nações; ele dá uma abundante colheita de trigo em prol de uma colheita mundial abundante de almas. Ele nos dá mais dinheiro do que precisamos para que possamos atender a maior necessidade do mundo: a necessidade de conhecer a Deus através de Jesus Cristo.
Iremos, agora, nos debruçar diante dos desejos de Deus revelados nesse salmo. Então, se o seu desejo é saber a vontade de Deus para a sua vida, atente-se para o que o salmista tem a nos dizer. Todas as outras coisas, vontades ou planos de Deus para nós se desembrulham dos desejos de Deus empacotados para nós aqui nesse salmo.
O GRANDE PROPÓSITO DE DEUS PARA O MUNDO
A primeira coisa que se destaca nesse salmo é o grande propósito de Deus para o mundo e todos os seus milhares de grupos de pessoas distribuídos entre as nações, povos e tribos. Deus inspirou esse salmo (é isto, afinal, que Jesus diz sobre os Salmos em Mateus 22.43: Davi falou por meio do Espírito). E assim, podemos ver no Salmo 67 (e em todos os demais) não apenas o propósito do salmista, mas o grande propósito de Deus para o mundo que ele mesmo criou.
De acordo com o Salmo 67, o propósito de Deus é ser conhecido, louvado, desfrutado e temido entre todos os povos da terra. Foi por isso que ele criou o mundo, por isso ele escolheu Israel e por isso foi que Cristo (descendente de Abraão e de Davi, segundo a carne) morreu e que missões existem (e nós fazemos missões e campanhas de missões e oramos por missões). Missões existem porque o conhecimento de Deus, o louvor de Deus, o desfrute de Deus e o temor de Deus não existem no coração dos povos entre as nações.
SER CONHECIDO, LOUVADO, DESFRUTADO E TEMIDO
Deixe-me apontar cada um desses propósitos ou desejos de Deus para as nações (ser conhecido, louvado, desfrutado e temido), para que você possa vê-los por si mesmo aqui no Salmo 67.
Primeiro, o propósito de Deus é ser conhecido entre todas as nações. Verso 2: “Que teus caminhos sejam conhecidosem toda a terra, e tua salvação, entre as nações de toda parte.”
Segundo, o propósito de Deus é ser louvado entre todas as nações. Verso 3: “Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.” Verso 5: “Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.”
Terceiro, o propósito de Deus é ser desfrutado entre todos os povos. Verso 4: “Que o mundo inteiro cante de alegria,” ou, conforme a Nova Almeida Atualizada (NAA), “Alegrem-see exultemas nações,”.
Quarto, o propósito de Deus é ser temido entre todas as nações. Verso 7: “Sim, Deus nos abençoará, e todos os habitantes da terra o temerão.”
O salmista está orando de acordo com a vontade de Deus. Isso é o que significa falar “no Espírito”, como Jesus diz que os salmistas fizeram. Portanto, não vemos apenas o propósito de um homem ou de uma nação nesta oração, mas o propósito de Deus. O desejo do SENHOR na criação é que ele seja conhecido, louvado, desfrutado e temido entre todos os povos da terra. É por isso que o mundo existe. É por isso que missões existem. E é por isso que nós estamos aqui: para tornar o nome de Jesus conhecidocom verdade, louvadocom prazer, desfrutadocom alegria e temidocom reverência.
O salmo nos fala mais sobre o propósito de Deus para o mundo. Ele nos diz o quê Deus pretende que dele seja conhecido, o quê dele seja louvado, o quê dele precisa ser desfrutadoe porquê nós devemos temê-loe jamais nos afastar dele em busca de outros deuses. Em outras palavras: o Salmo 67 nos mostra quatro coisasque Deus deseja que os povos do mundo conheçam, louvem, desfrutem e temam sobre ele.
1 DEUS É O ÚNICO DEUS VIVO E VERDADEIRO
O primeiro desejo de Deus para nós é ser conhecido como o único Deus vivo e verdadeiro. Ele não é o deus de qualquer outra religião.
Chegamos a essa conclusão pelo fato de que um salmista inspirado de Israel está orando para que seu Deus seja conhecido e louvado entre todos os povos que adoram outros deuses. Versículos 2 e 3:
2Que teus caminhos sejam conhecidos em toda a terra, e tua salvação, entre as nações de toda parte. 3Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.
O Deus de Israel disse em Isaías 45.5-6:
5Eu sou o SENHOR; não há outro Deus. Eu o preparei para a batalha, embora você não me conheça, 6para que todo o mundo, de leste a oeste, saiba que não há outro Deus; eu sou o SENHOR, e não há outro.
Se isso não for verdade, missões seria o empreendimento mais audacioso e presunçoso do mundo. Convocar as nações para conhecer, louvar, desfrutar e temer a um só Deus, o Deus de Israel, o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, seria arrogância e presunção, se não fosse verdade que ele é o único Deus vivo e verdadeiro. Mas se for verdade (e nós sabemos que é!), missões se tornam uma resposta humilde, ousada e obediente de um povo que ama aqueles que estão perecendo.
O salmista não ora: “Que os povos de todas as nações se tornem adoradores sinceros de seus deuses, já que todos os deuses são um!”. Ao contrário, ele ora assim:
2Que teus caminhos sejam conhecidos em toda a terra, e tua salvação, entre as nações de toda parte. 3Que os povos te louvem, ó Deus, sim, que todos os povos te louvem.
Nós não adoramos o mesmo Deus que as outras religiões adoram
Sejamos claros e cristalinos neste ponto: em um mundo sobrecarregado com a presença de tantas outras religiões, especialmente o islamismo, em franca expansão pelo mundo, não ajuda a causa da verdade ou do amor dizer que nós adoramos o mesmo Deus. Não, nós não adorar o mesmo Deus! E ponto final.
Os muçulmanos, por exemplo, não creem em um Jesus que morreu, que deu sua vida como resgate, que ressuscitou dos mortos e que alegou ser o Filho divino e eterno de Deus Pai. Todas essas coisas são rejeitadas pelo islamismo (e também pelo judaísmo, pelo liberalismo evangélico e tantas outras castas religiosas). O Jesus histórico dos evangelhos é negado pelos muçulmanos e por tantos outros pelo menos nesses quatro pontos essenciais: Cristo é o Filho eterno de Deus encarnado, morreu no lugar do pecador, deu sua vida em resgate pelos seus e ressuscitou dos mortos.
O que Jesus diz
Jesus fala claramente sobre as pessoas (de qualquer religião — cristã, judaica ou muçulmana) que o negam dessa maneira. Ele diz:
ELES NÃO “CONHECEM” O VERDADEIRO DEUS.“Uma vez que vocês não sabem quem sou eu, não sabem quem é meu Pai. Se vocês me conhecessem, também conheceriam meu Pai” (João 8.19; ver também 7.28; 14.7).
ELES NÃO “TÊM” O VERDADEIRO DEUS. “Aquele que nega o Filho também não tem o Pai. Quem reconhece o Filho tem também o Pai.” (1Jo 2.23).
ELES NÃO “HONRAM” O VERDADEIRO DEUS.“Quem não honra o Filho certamente não honra o Pai, que o enviou” (João 5.23).
ELES NÃO “AMAM” O VERDADEIRO DEUS.“Pois eu sei que o amor a Deus não está em vocês. Eu vim em nome de meu Pai, e vocês me rejeitaram” (João 5.42-43).
ELES NÃO “OUVIRAM” OU “APRENDERAM” DO VERDADEIRO DEUS.“Todo aquele que ouve o Pai e aprende dele vem a mim.” (João 6.45).
ELES “REJEITAM” O VERDADEIRO DEUS.“Quem me rejeita também rejeita aquele que me enviou” (Lucas 10.16).
Nós adoramos o mesmo Deus que as outras religiões adoram? A resposta de Jesus para a pergunta é Não. Nem os muçulmanos, nem os judeus, nem ninguém (em qualquer religião, incluindo o cristianismo), verdadeiramente adora a Deus se eles rejeitam Jesus como ele realmente é nos evangelhos: Cristo é o Filho eterno de Deus encarnado, morreu no lugar do pecador, deu sua vida em resgate pelos seus e ressuscitou dos mortos.
No Salmo 67 o salmista está orando para que todas as religiões do mundo, incluindo o islamismo (que surgiu talvez 1600 anos depois deste salmo) e o judaísmo (berço deste salmo!), venham, conheçam, louvem, desfrutem e temam o Deus único e verdadeiro — o Deus e Pai do Messias, Jesus Cristo. E Jesus endossou essa oração com seu próprio sangue. Ele veio ao mundo para libertar e salvar aqueles que o rejeitaram — como todos nós fizemos uma vez na vida.
Jesus disse assim, em Marcos 2.17: “Não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores”. E é dessa forma que ele mesmo nos envia ao mundo (João 20.21)! Ele está enviando embaixadores para todos os povos da terra (e a todas as outras religiões), dizendo: “Eu amo você, venha a mim e creia no meu Filho, e eu lhe darei a vida eterna. Meu propósito é ser conhecido, louvado, desfrutado e temido como o único Deus verdadeiro — Jesus Cristo.”
Então, a primeira coisa que Deus quer que as nações saibam sobre ele é que ele é o único e verdadeiro Deus, o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
2 DEUS É JUSTO
Segundo, Deus quer que as nações saibam que ele é um Deus de justiça (Sl 67.4):
4Que o mundo inteiro cante de alegria, pois governas os povos com justiça e guias as nações de toda a terra. Interlúdio
Quando o julgamento das nações chegar — com a segunda vinda de Cristo ao mundo, Deus não será parcial. Ninguém será condenado pela cor de sua pele, pelo tamanho de seu cérebro, pelo lugar onde nasceu ou pela qualidade de seus ancestrais. Nenhum suborno será considerado, nenhuma barganha sofisticada será aceita. Tudo procederá com base na justiça inatacável de Deus. Seja isto conhecido de todos os povos da terra, diz o salmista (Sl 67.4). Os povos estarão em pé de igualdade com Israel quando se tratar de julgamento.
O padrão de justiça será o mesmo para ambos, para Israel e as nações. O padrão de aceitação — o padrão de admissão na corte do céu — será a perfeição. E o único remédio para nosso fracasso universal e rebelião total contra o Criador é a perfeição de Jesus Cristo, que ele cumpriu no próprio corpopara todos os que crêem nele; e o castigo que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, suportou na cruzpor todos que crêem em seu nome.
A obediência perfeita de Jesus a Deus (vida, obra e ressurreição) não é um remédio entre outros disponíveis apenas para pessoas da tribo cristã. É o único remédio para todos os descendentes de Adão (Rm 5.19):
Por causa da desobediência a Deus de uma só pessoa, muitos se tornaram pecadores. Mas, por causa da obediência de uma só pessoa a Deus, muitos serão declarados justos.
Portanto, se uma pessoa abraçou Cristo como sua única esperança diante de Deus, ele será salvo. Se ela assim não o tiver feito, estará para sempre condenada.
Deus não será injusto com aqueles que nunca ouviram a pregação do evangelho,pois tais não serão julgados por não crerem em um Jesus sobre o qual eles nunca ouviram falar. Serão julgados pela forma como eles responderam à revelação que eles têm de Deus. Paulo, em Romanos 1, nos diz que não haverá desculpa. Afinal, ninguém é justo, pois fora de Cristo, ninguém se submete à verdade de Deus, e por isso serão condenados. Ouça (Rm 1.18-21):
18Assim, Deus mostra do céu sua ira contra todos que são pecadores e perversos, que por sua maldade impedem que a verdade seja conhecida. 19Sabem a verdade a respeito de Deus, pois ele a tornou evidente. 20Por meio de tudo que ele fez desde a criação do mundo, podem perceber claramente seus atributos invisíveis: seu poder eterno e sua natureza divina. Portanto, não têm desculpa alguma. 21Sim, eles conheciam algo sobre Deus, mas não o adoraram nem lhe agradeceram. Em vez disso, começaram a inventar ideias tolas e, com isso, sua mente ficou obscurecida e confusa.
Deus quer ser conhecido como um Deus de justiça. O Deus de toda a terra fará o que é certo. Ele julgará os povos com equidade — seja no inferno ou em Jesus Cristo.
3 DEUS É PODEROSO
Terceiro, Deus quer ser conhecido por seu poder soberano.
Vemos o poder soberano de Deus na segunda parte de Salmo 67.4:
4Que o mundo inteiro cante de alegria, pois governas os povos com justiça e guias as nações de toda a terra. Interlúdio
Muitas nações se orgulham de serem superpotências e estados soberanos independentes. Quando assim o fazem, o SENHOR ri, porque “ele criou todas as nações da terra, tendo decidido de antemão onde se estabeleceriam e por quanto tempo”, informa-nos Paulo em Atos 17.26. Salomão escreveu assim (Pv 21.1): “O coração do rei é como canais de águas controlados pelo SENHOR; ele os conduz para onde quer”. Daniel acrescentou (Dn 2.21): “Ele [Deus] muda o curso dos acontecimentos; remove reis de seus tronos e põe outros no lugar. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos eruditos”. Adiante, no mesmo livro, Daniel afirmou que, comparados a Deus (Dn 4.35), “os habitantes da terra são como nada. Ele faz o que quer entre os anjos do céu e entre os habitantes da terra. Ninguém pode detê-lo nem lhe dizer: ‘Por que fazes essas coisas?’”.
O que se vê, no Antigo e no Novo Testamento, é que Deus pretende se tornar conhecido como soberano-supremo entre todas as nações — especificamente que ele governa o mundo. Ele é o guia das nações (Sl 67.4). Governantes da terra não são os soberanos. Apenas um é soberano. E ele define o destino de cada nação. Parte desse destino é que as nações ouçam o evangelho. E para esse fim Jesus afirmou (Mt 28.18-20):
18Jesus se aproximou deles e disse: “Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. 19Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 20Ensinem esses novos discípulos a obedecerem a todas as ordens que eu lhes dei. E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
O SENHOR está dizendo:
Minha vontade é que as nações sejam discipuladas. Todas elas. E a tarefa de fazer discípulos de todas as nações não é só o meu desejo expressado na forma de comando, mas também o meu desejo na forma de decreto. Irá acontecer! Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mt 16.18). Será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim (Mt 24.14).
Deus quer ser conhecido como Deus poderoso, aquele que guia as nações da terra.
4 DEUS É GRACIOSO
Quarto e finalmente, Deus quer ser conhecido como um Deus gracioso (Sl 67.1):
1Que Deus seja misericordioso e nos abençoe. Que a luz de seu rosto brilhe sobre nós. Interlúdio
O único Deus vivo e verdadeiro (o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo), que é justoem todos os seus caminhos esoberanoem todo o seu governo, guiandoas nações da terra, é um Deus da graça. Ele quer ser conhecido dessa maneira: Deus é gracioso. Ele pretende ser conhecido como um Deus que é gracioso e que salva.
Isso não significa que Deus é gracioso apenas com Israel. Porque o Salmo 67.4 diz: “Alegrei-me as nações”. Se a graça de Deus fosse somente para Israel, não haveria alegria para as nações. É por isso que a notícia que ressoa no mundo a partir da cruz de Jesus é chamada de evangelho ou boas-novas. É uma boa notícia. É notícia do Deus da graça. Paulo disse que com a vinda de Cristo ao mundo “a graça de Deus foi revelada e a todos traz salvação” (Tito 2.11). E quando o apóstolo aos gentios, às nações da terra, resumiu sua vida e ministério, ele disse que era tudo sobre o evangelho da graça(Atos 20.24):
Mas minha vida não vale coisa alguma para mim, a menos que eu a use para completar minha carreira e a missão que me foi confiada pelo Senhor Jesus: dar testemunho das boas-novas [evangelho] da graça de Deus.
O coração da mensagem missionária para as nações é: Deus te salvará do seu pecado e culpa e condenação; e assim o fará pela graça, através da fé somente em seu Filho Jesus Cristo. Nós vamos com uma mensagem de graça, não uma mensagem de condenação.
OS DESEJOS DE DEUS
Para resumir o que estudamos até aqui: o grande propósito de Deus no mundo é ser conhecido, louvado, apreciado e temido. E a verdade sobre si mesmo que ele deseja ser conhecida, louvada, apreciada e temida é:
Ele é o único Deus vivo e verdadeiro, o Pai de Jesus Cristo.
Ele é infinitamente justo e santo em todos os seus caminhos, liquidando com justiça o pecado na cruz para aqueles que creem, ou no inferno para aqueles que rejeitam a verdade.
Ele é soberano sobre todos os assuntos dos homens e das nações, e também sobre a missão salvadora da igreja que prega com a autoridade do Cristo ressurreto.
Ele é um Deus de graça ilimitada para todos os que vêm a ele através de Jesus Cristo.
A MISSÃO SERÁ TERMINADA
Porque Deus é gracioso, ele deseja ser conhecido entre todos os povos. E porque ele é soberano, ele será conhecido entre todos os povos. Esta é a grande esperança e confiança que criou o movimento missionário da igreja cristã. E esta é a esperança e a confiança que nos sustentarão até terminarmos a missão. A missão será terminada.
ALGUMAS APLICAÇÕES SOBRE OS DESEJOS DE DEUS
Salvação
Deus deseja ser conhecido, louvado, desfrutado e temido na pessoa de Jesus Cristo, na vida e obra de Jesus Cristo. Esse é o maior desejo de Deus para a sua vida. Todas as coisas acontecem, são planejadas e decretadas por Deus para que você o conheça em Jesus, o louve em Jesus, o desfrute em Jesus e o tema em Jesus Cristo. Todas as coisas cooperam para esse bem: conhecer, louvar, desfrutar e temer Jesus Cristo.
Santificação
Tudo que você fizer na vida — comer, beber, fazer qualquer coisa, deverá de alguma maneira contribuir para você conhecer, louvar, desfrutar e temer Jesus Cristo. A pessoa com quem casar. O trabalho a se escolher. O que assistir. O que ouvir. Onde ir. Com quem sair. As escolhas a serem feitas. O que comprar. Tudo, absolutamente tudo, deverá nos fazer conhecer, louvar, desfrutar e temer Jesus Cristo. Tudo o que não provém da fé é pecado (Rm 14.23). Ou seja: se o que eu faço ou escolho fazer não me fizer, pela fé, conhecer, louvar, desfrutar e temer Jesus Cristo, será pecado.
Satisfação
Encontre prazer naquilo que de fato lhe dará prazer. Conhecer e fazer Jesus conhecido. Louvar e fazer Jesus ser louvado. Desfrutar e fazer Jesus ser desfrutado. Temer e fazer Jesus ser temido. Pratique as disciplinas espirituais. Pregue o evangelho. Ore e contribua. Os desejos de Deus são: ser conhecido, louvado, desfrutado e temido em Jesus Cristo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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