14.07.2024
Salmo 117 (NVT)
1Louvem o SENHOR todas as nações;
louvem-no todos os povos.
2Pois grande é o seu amor por nós;
a fidelidade do SENHOR dura para sempre.
Louvado seja o SENHOR! [Aleluia!]
QUAL É A SUA PRIORIDADE DE VIDA? Formar-se e se estabelecer profissionalmente? Namorar? Casar e formar uma família? – Qual é a sua prioridade de vida? – O desenvolvimento pessoal? Lazer? Relacionamentos? Trabalho? Família? Saúde? Amigos? O que você toma como sendo a sua prioridade máxima – todo dia, a vida inteira?
Veja, as suas prioridades, para o bem ou para o mal, dirigem a sua vida! Portanto, estabelecer a prioridade máxima da vida e dela derivar todas as outras salvará você e proporcionará a você um sentido real para viver e o tão cobiçado bem estar.
O salmo que nós acabamos de ler faz uma convocação a todos os países, povos e grupos étnicos do planeta. É impressionante isso! Veja, lê-se assim no Salmo 117.1: “[…] todas as nações […] todos os povos.” É uma convocação solene a mim, a você, a todo mundo, em todos os lugares da Terra. Ora, o que se convoca aos povos e nações?
Pense um pouquinho: o que a ONU (a Organização das Nações Unidas) convocaria às nações? Eu dei um Google e achei os seguintes. 29/04/2024: “ONU abre chamada para iniciativas de referência para a restauração de ecossistemas”. 23/02/2024: “Presidente da Assembleia Geral da ONU convoca apoio à Ucrânia em busca de paz e justiça.” Enfim, as convocações por parte da ONU sempre vão girar em torno da prioridade do momento, segundo se a sentem ou percebem: segurança, saúde, meio-ambiente, direitos de minorias, igualdade social, dentre outros. Realmente, algumas dessas coisas são sim prioritárias, mas não são a prioridade máxima.
Segundo o Salmo 117, a prioridade máxima dos países e de todo o mundo – pasmem! – é o louvor da glória de Deus! Leiam, Salmo 117.1: “Louvem o SENHOR todas as nações; louvem-no todos os povos.” Para isto as nações são convocadas: para louvar o SENHOR. Imagine! Prioridade máxima: o louvor ao SENHOR Deus, Criador do céu e da terra! Segundo o próprio Deus, esta é a prioridade máxima do planeta: louvar o SENHOR.
Pense um pouquinho: quando alguém cria ou fabrica alguma coisa, quando alguém desenvolve algum sistema, o que se esperara? Ora, que tal produto – dispositivo ou qualquer que seja a coisa criada, fabricada ou desenvolvida, espera-se que tal – seja utilizado ou aplicado para fins bem específicos. Não é verdade? Ou você compra um microondas para secar o cabelo? Claro que não. Tudo que jamais foi inventado, criado, fabricado ou desenvolvido tem um fim: atender àquilo para o que tal ou qual foi feito.
E você, para o que Deus te criou? Você acredita que Deus te criou e que ele criou tudo o que há, certo? Então, para o quê Deus criou você? Certamente que há um propósito para a sua vida, uma prioridade máxima para a qual você existe! Qual é? Você sabe?Ora, preste atenção a esta linha de raciocínio desenvolvida por John Piper:
O desejo mais profundo do coração humano é conhecer e desfrutar a glória de Deus. Fomos feitos para isso. “Tragam de volta meus filhos e filhas, desde os confins da terra. […] pois eu os criei para minha glória, diz o SENHOR (Isaías 43.6-7, NVT). Ver essa glória, saborear essa glória e refletir essa glória – é por isso que existimos. As extensões inimagináveis e não rastreadas do universo criado são uma parábola sobre as inesgotáveis “riquezas de sua glória” (Romanos 9.23, NVT). O olho físico deve dizer ao olho espiritual: “Não é isso, mas o Criador disso é que deve ser o Desejo de sua alma”. O apóstolo Paulo disse que nós “nos gloriamos na esperança da glória de Deus” (Romanos 5.2, ARC). Ou, ainda mais precisamente, escreveu que Deus nos “preparou previamente para a glória” (Romanos 9.23, NVT). Foi por isso que nós fomos criados – “para que as riquezas de sua glória [da glória de Deus] brilhem com esplendor ainda maior sobre aqueles dos quais ele [Deus] tem misericórdia” (Romanos 9.23, NVT).
Quais são as implicações dessa prioridade máxima? Piper continua:
O anseio em cada coração humano é um anseio [pela glória de Deus]. Mas nós desprezamos essa glória e não achamos adequado ter Deus em nosso conhecimento (Romanos 1.28, ARA). Portanto, toda a criação caiu em desordem. O exemplo mais proeminente disso na Bíblia é a desordem de nossas vidas sexuais. Paulo diz que a troca da glória de Deus por outras coisas [principalmente a troca da glória de Deus pela glória pessoal ou a glória do homem] é a causa raiz da desordem homossexual (e da desordem heterossexual também) nos relacionamentos humanos. “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro.” (Romanos 1.26-27, ARA). Se trocamos a glória de Deus pela glória das coisas menores, Deus nos entrega às parábolas vivas de depravação – às outras mudanças contrárias à natureza humana que reflectem, na nossa miséria, a traição última por parte do ser humano.
Piper explica:
A questão é esta: fomos feitos para conhecer e valorizar a glória de Deus acima de todas as coisas; e quando trocamos esse tesouro por imagens, tudo fica desordenado. O sol da glória de Deus foi feito para brilhar no centro do sistema solar da nossa alma. E quando isso acontece, todos os planetas da nossa vida são mantidos na sua órbita adequada. Mas quando o sol se desloca, tudo colide e se despedaça. A cura da alma começa pela restauração da glória de Deus ao seu lugar central flamejante e todo-atraente.
A nota a seguir é absolutamente reveladora, e humilhante:
Estamos todos famintos pela glória de Deus, não pelo eu. Ninguém vai ao Grand Canyon para aumentar a autoestima. Por que vamos? Porque há maior cura para a alma ao contemplar o esplendor do que ao contemplar a si mesmo. Na verdade, o que poderia ser mais ridículo em um universo vasto e glorioso como este, do que um ser humano, aqui neste grão de areia chamado Terra, ficar diante de um espelho tentando encontrar significado na sua própria imagem? É uma grande tristeza que este seja o evangelho do mundo moderno [: o eu, a elevação da autoestima].
Piper continua:
Mas esse [evangelho do mundo moderno] não é o evangelho cristão. Nas trevas da mesquinha preocupação consigo mesmo brilhou “a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” (2Coríntios 4.4, ARA). O evangelho Cristão é sobre “a glória de Cristo”, não sobre mim. E quando se trata – em certa medida – de mim, não se trata de eu ser valorizado por Deus, mas de Deus misericordiosamente me permitir desfrutar dele para sempre.
Então Piper explica o que significa dizer que “Deus me ama”:
Qual foi a coisa mais amorosa que Jesus poderia fazer por nós? Qual foi o ponto final, o bem maior, do evangelho? Redenção? Perdão? Justificação? Reconciliação? Santificação? Adoção? [Pense bem:] Não são todas essas grandes maravilhas simplesmente meios para algo maior? Algo definitivo? Algo que Jesus pediu ao seu Pai que nos desse? [Afinal, esta foi a oração de Jesus:] “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste” (João 17.24, ARA).
Esta, portanto, é a nossa prioridade máxima: ver a glória de Deus em Jesus Cristo, e louvá-lo. Foi por isso que o salmista convocou todas as pessoas, dos quatro cantos do mundo, nestes termos, Salmo 117.1: “Louvem o SENHOR todas as nações; louvem-no todos os povos.” Não há nada mais importante nesta vida, e tudo o mais deriva desta prioridade máxima: a glória de Deus vista, valorizada e desfrutada em Jesus Cristo.
O Salmo 117 foi descrito por alguns como um apelo missionário. É fácil saber o porquê. Ora, uma vez que convoca todo mundo a louvar o SENHOR Deus, é fácil concluir que os que invocam o nome do SENHOR Deus devem ir e conclamar a todos para que também louvem o nome do SENHOR Deus. Isso é missões.
No entanto, missões não são o fim principal. Missões são o meio de se chegar ao fim principal. O fim principal é que todos louvem o nome do SENHOR Deus – isto é, o fim principal é que vejam, valorizem e se regozijem na glória de Deus na face de Jesus Cristo. Esse é o fim, a prioridade máxima. E missões são o meio para esse fim; missões são o meio de se cumprir a prioridade máxima.
Em seu livro clássico sobre missões, Alegrem-se os Povos: A Supremacia de Deus nas Missões (ed. Cultura Cristã), John Piper sustentou biblicamente que “Missões não são o objetivo final da igreja. Adoração é. Missões existem porque a adoração não existe. A adoração é fundamental, não as missões, porque Deus é fundamental, não o homem”. Em outras palavras, Piper demonstra que a adoração é o objetivo supremo da igreja e que o culto como Deus o requer é o combustível para missões. Ora, esse tratado capta o que é o Salmo 117: as missões entre as nações e a evangelização de pessoas que ainda não adoram a Deus (em Cristo), para que possam adorá-lo. É por isso que os crentes fazem missões entre as nações, evangelizam as pessoas e fazem discípulos de Cristo: para gerar adoradores. Essa é a maior prova de amor jamais dada por um crente ou igreja.
Mais uma vez:
Salmo 117 (NVT)
1Louvem o SENHOR todas as nações;
louvem-no todos os povos.
Quem são os “povos” e as “nações”?
É difícil fazer essa definição, pois o que a Bíblia chama de “nações” [hebraico: גוי gôy] se refere a todos os grupos de pessoas ou tribos de pessoas ou línguas de pessoas que não são judeus. Tanto é verdade que a ARA traduziu “nações” (em Salmo 117.1) como “gentios” (Ou seja: “Louvem o SENHOR também todos vós que não são judeus, os gentios”.]. No Novo Testamento, a palavra equivalente ao hebraico גוי gôy é o grego εθνος ethnos, que foi traduzido tanto como “nações” (cf. Mt 28.19) quanto como “gentios” (cf. Ef 3.6). E o que a Bíblia chama de “povos” [hebraico: אמה ’ummah; grego: λαος laos] não faz referência meramente à localização geográfica, mas à cultura, incluindo, por exemplo, linguagem, costumes, religião, características físicas etc.
Portanto, “nações” e “povos” na Bíblia não se referem a estados políticos soberanos como Estados Unidos da América, Espanha, Brasil, China etc., mas a grupos étnicos, linguísticos ou culturais nesses estados políticos soberanos. Por exemplo, sabe-se que na China há cerca de sessenta “povos” chineses ou etnias chinesas (p.ex.: Derung, Li, Lisu, Shui, Salar, Yao, Mongol, Tibetana, Zhyang etc.). Então, quando lemos na Bíblia, por exemplo aqui em Salmo 117.1 (NVT), estamos lendo, de fato, o seguinte: “Louvem o SENHOR todos os guajajaras do Brasil… todos os tujias da China… todos os balúchis do Paquistão… todos os bokéz da Guiné… enfim… louvem o SENHOR todas as etnias de todos os povos e nações.”
Era a esse tipo de pessoas ou de grupos de pessoas que Jesus estava fazendo referência, quando declarou aos discípulos, após a ressurreição, em Mateus 28.19 (NVT), o seguinte: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações” (panta ta ethne, que é a mesma frase da versão grega do Salmo 117.1, a Septuaginta). Era sobre esses grupos étnicos que Jesus estava falando, quando declarou, em Mateus 24.14 (ARA), o seguinte: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações (panta ta ethne). Então, virá o fim.”
Ora, essa constatação torna a obra missionária ainda mais desafiadora, pois o que nos cabe fazer, igreja, não é apenas evangelizar o Brasil, Portugal, Espanha ou qualquer país que seja, mas cada grupo étnico, cada povo distinto, cada língua dessas nações. Só para se ter uma ideia. Há no mundo 195 países reconhecidos pela ONU (incluindo o Vaticano e a Palestina). Veja: se a nossa tarefa fosse a de evangelizar e discipular países, a tarefa estaria praticamente acabada. Afinal, o evangelho já parece ter chegado em cada país do mundo. O problema é que nesses 195 países do mundo estão inseridos – ATENÇÃO!, estão incluídos – 12.160 grupos etnolinguísticos. Dos quais, 7.292 ainda não foram alcançados e 3.196 ainda não foram sequer engajados. Ou seja, a tarefa de levar o evangelho a “todas as nações” está longe de se dar por acabada.
Saiba que um grupo etnolinguístico não alcançado é um grupo de pessoas no qual não existe uma comunidade de cristãos que sejam naturais desse mesmo grupo e que sejam capazes de envolver os demais desse grupo de pessoas na plantação de igrejas. Tecnicamente falando, a percentagem de cristãos evangélicos nesse grupo não alcançado de pessoas é inferior a dois por cento. E veja que há no mundo hoje 7.292 desses grupos não alcançados.
Agora, os grupos de pessoas não alcançadas e que não estão engajados são aqueles em que não há uma estratégia de plantação de igrejas, consistente com a fé e a prática evangélica, em andamento. Reunir crentes e plantar igrejas são as chaves para estabelecer uma presença eficaz e multiplicadora entre esses grupos de pessoas. E veja que ainda há no mundo hoje 3.196 desses grupos não alcançados e não engajados.
A tarefa é hercúlea, meus irmãos, mas não é impossível. Atos 1.8 (NVT): “Vocês receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em toda parte: em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra”. E pode ser que Deus esteja chamando você para se engajar diretamente com algum desses grupos etnolinguísticos, para convocá-los: “Louvem o SENHOR; louvem o SENHOR Jesus Cristo.”
O propósito de Deus para os povos e nações da terra está bem claro no Salmo 117. ,Versículo 1: “Louvem [literalmente, aleluem] o Senhor todas as nações; louvem-no [literalmente, enalteçam-no] todos os povos da terra” Este é o propósito de Deus para todos os povos e nações, para você também: que o SENHOR seja louvado por todos os povos – que ele seja enaltecido; que ele seja visto e saboreado e demonstrado como grande.
Definindo missões com base em Salmo 117.1, John Piper escreveu assim:
Missões é um movimento transcultural que visa a ajudar as pessoas a deixarem de se enaltecer e a começarem a enaltecer o seu Criador. Missões é um esforço transcultural para transformar os corações das pessoas para que Deus seja considerado mais digno de louvor do que as estrelas dos esportes, o poderio bélico-militar, as realizações artísticas ou qualquer outra coisa que Deus tenha feito. Missões é um esforço transcultural para ajudar as pessoas a experimentarem Deus como o seu tesouro acima de todos os tesouros terrenos, para sempre. É uma luta de vida ou morte para dar às pessoas a vida eterna, que consiste em conhecer e desfrutar de Deus para sempre.
Mas, como? Piper explica:
Missões é dizer às nações para louvarem a Deus e depois dar-lhes evidências de que isso é bom, e mostrar-lhes como o próprio Deus abriu um caminho para os pecadores fazerem isso – por causa do sangue e da justiça de Jesus Cristo. Os missionários não dizem apenas o Salmo 117.1: “Louvem o SENHOR todas as nações!” Eles também dizem o Salmo 147.1 (NVT): “Louvado seja o SENHOR! Como é bom cantar louvores a nosso Deus! Como é agradável e apropriado!” Não dizemos apenas: “Louvado seja o verdadeiro Deus, através de seu Filho Jesus!” Damos razões. Explicamos quem ele é, como ele é, e como ele atuou na história e nos falou na Bíblia e em seu Filho Jesus Cristo. Damos razões pelas quais louvar a Deus é a única resposta segura e satisfatória a Deus. Deixamos claro: não louvar é perecer.
Um pensador honesto poderia, neste ponto, indagar, a exemplo de Michael Prowse – renomado consultor na área de construção civil nos EUA –, escrevendo em uma coluna do jornal Financial Times, em 31 de março de 2002:
A adoração é um aspecto da religião que sempre achei difícil de entender. Suponhamos que postulemos um ser onipotente que, por razões inescrutáveis para nós, decidiu criar algo diferente de si mesmo. Por que ele deveria… esperar que o adoremos? Não pedimos para sermos criados. Nossas vidas são muitas vezes conturbadas. Sabemos que os tiranos humanos, cheios de orgulho, anseiam por adulação e homenagem. Mas um Deus moralmente perfeito certamente não teria defeitos de caráter. Então, por que todas essas pessoas ficam de joelhos todos os domingos?
Em outras palavras, o único incentivo que Prowse consegue pensar para que Deus exija louvor de nós é que ele tem uma necessidade – um defeito. MAS [1.] e se formos nós que temos necessidade, e se a necessidade for ver a beleza infinita e apreciá-la tanto que transborda em elogios ou louvores autênticos? [2.] e se a admiração for realmente o maior prazer e Deus for o ser mais admirável do universo? Se fosse esse o caso, a exigência de Deus de que o louvemos não seria uma exigência para a nossa alegria máxima? Isso não seria amor? C. S. Lewis lutou com a mesma matéria de Michael Prowse e fez a grande descoberta:
Mas o fato mais óbvio sobre o louvor — seja a Deus, seja a qualquer coisa — estranhamente me escapou. Pensei nisso em termos de elogio, aprovação ou dar honra. Eu nunca havia notado que todo prazer transborda espontaneamente em louvor, a menos que (às vezes apesar de) a timidez ou o medo de aborrecer os outros sejam deliberadamente trazidos para reprimir isso. O mundo ressoa com elogios: amantes elogiando a mulher amada; leitores, seu poeta favorito; caminhantes elogiando o campo; jogadores elogiando seu jogo predileto; louvores a clima, vinhos, pratos, atores, motores, cavalos, faculdades, países, personagens históricos, crianças, flores, montanhas, selos raros, besouros raros e, às vezes, até mesmo a políticos ou estudiosos. Eu não havia notado como as mentes mais humildes e, ao mesmo tempo, mais equilibradas e vastas elogiam mais, enquanto as excêntricas, desajustadas e descontentes elogiam menos. […] Eu também não havia notado que, assim como os homens louvam espontaneamente tudo o que valorizam, incitam-nos, espontaneamente, a nos juntarmos a eles em seu louvor: “Ela não é adorável? Não foi glorioso? Você não acha isso magnífico?”. Os salmistas, ao dizerem a todos que louvem a Deus, estão fazendo o que todos os homens fazem quando falam do que lhes interessa. Toda a minha dificuldade, mais geral, sobre o louvor a Deus dependia de eu absurdamente negar a nós, no que diz respeito ao supremamente Valioso, o que nos deleitamos em fazer, o que de fato não podemos deixar de fazer, a respeito de tudo aquilo que valorizamos.
Acho que nos deleitamos em louvar aquilo de que gostamos porque o elogio não apenas expressa, como também completa o prazer; é sua ordenada consumação.
A razão pela qual Deus busca nosso louvor não é porque ele não estará completo até obter o nosso louvor. Ele está buscando nosso louvor porque não ficaremos felizes até que o expressemos de todo o coração. “Louvado seja o SENHOR! Como é bom cantar louvores a nosso Deus! Como é agradável e apropriado!” (Sl 147.1, NVT). Portanto, “quando dizemos que missões é o esforço transcultural para ajudar as pessoas a louvarem a Deus, queremos dizer que missões é amor e não arrogância”, escreveu Piper.
Missões é chamar o mundo a fazer o que foi criado para fazer, ou seja, desfrutar de Deus para sempre. Se as missões não alcançarem um povo com o evangelho da glória de Deus na face de Cristo, Deus será desonrado e o povo permanecerá miserável – para sempre. Portanto, somos movidos por dois motivos (que acabam por ser um): a glória de Deus e o bem do homem. Eles são um porque o louvor do homem a Deus é a consumação do prazer do homem em Deus.
Finalmente, observe o fundamento do louvor dos povos e nações. Atenção para a conjunção explicativa no início do versículo 2: “pois” (na ARA, “porque”).
Salmo 117 (NVT)
1Louvem o SENHOR todas as nações;
louvem-no todos os povos.
2Pois grande é o seu amor por nós;
a fidelidade do SENHOR dura para sempre.
Louvado seja o SENHOR! [Aleluia!]
Surpreendentemente, o fundamento apresentado pelo salmista nos leva inevitavelmente a Jesus Cristo, como o fundamento do louvor dos povos e nações. — Como? — Observe que o fundamento do louvor dos povos e nações é o amor e a fidelidade de Deus para com Israel! Salmo 117 (NVT): “1Louvem o SENHOR todas as nações; louvem-no todos os povos. 2Pois grande é o seu amor por nós; a fidelidade do SENHOR dura para sempre. Louvado seja o SENHOR! [Aleluia!]” Em outras palavras: Deus é amoroso com e fiel a Israel! Portanto, louvem-no todas as nações e todos os povos fora de Israel!
Ora, por que a bênção de amor e fidelidade de Deus a Israel é o fundamento do louvor para todas as nações e todos os povos? Uma resposta resumida da Bíblia é esta: Quando Deus escolheu Abraão, o pai da nação de Israel, ele disse o seguinte:
Gênesis 12.2-3 (NVT)
2Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei famoso, e você será uma bênção para outros. 3Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você [por meio de seu descendente], todas as famílias da terra serão abençoadas”.
Trocando em miúdos: todas as famílias da terra – todas as nações, todos os povos – serão abençoadas através de Abraão. Como? Porque a semente final e decisiva de Abraão foi o Messias, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, Jesus Cristo. Paulo colocou desta forma, em Gálatas 3.16 (NVT):
Pois bem, Deus fez a promessa a Abraão e a seu descendente. Observem que as Escrituras não dizem “a seus descendentes”, como se fosse uma referência a muitos, mas sim “a seu descendente”, isto é, Cristo.
Esse Jesus Cristo veio ao mundo (Jo 1.14) e se ofereceu como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, não apenas o pecado de Israel (Jo 1.29). Ele disse que todo aquele que nele crê não perecerá, mas terá a vida eterna (Jo 3.16). Ele estendeu as mãos para Israel e as nações e disse: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso.” (Mt 11.28, NVT). Ao final, antes de subir ao céu, Jesus disse aos seus discípulos: “Toda a autoridade no céu e na terra me foi dada. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações […] E lembrem-se disto: estou sempre com vocês, até o fim dos tempos.” (Mt 28.18-20, NVT).
Então, quando o Salmo 117 diz: “Louvem o SENHOR todas as nações; louvem-no todos os povos. Pois grande é o seu amor por nós [Israel]; a fidelidade do SENHOR dura para sempre. Louvado seja o SENHOR! [Aleluia!]” – isto significa, finalmente, louvar a Deus, todos os povos, porque através de Israel um Salvador viria ao mundo. Ele tiraria todos os seus pecados, caso você cresse. Ele cumpriria todas as exigências de Deus em relação a você. Ele morreria por você e ressuscitaria e se sentaria à direita de Deus. E ele viria pela segunda vez para julgar os vivos e os mortos. E até aquele momento decisivo, o Dia do SENHOR, ele está reunindo os seus eleitos de todos os povos do mundo, por meio do fiel trabalho missionário de sua Igreja. Ele um dia será louvado por pessoas de toda língua, tribo, povo e nação. Esse é o objetivo supremo de Deus. E ele chama todos nós para sermos de duas, uma: ou dos que irão ou dos que enviarão.
Este salmo, o Salmo 117, está colocado aqui no Saltério para lembrar o povo que voltou do cativeiro babilônico de duas premissas fundamentais: PRIMEIRA, vocês foram resgatados para louvar o SENHOR entre os povos e nações; SEGUNDA, vocês são enviados para conclamar os povos e nações a que louvem o SENHOR. Portanto, pergunto a você:
S.D.G. L.B.Peixoto
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