16.10.2016
APOCALIPSE DE JESUS CRISTO
Apocalipse 1.12-20
12 Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro 13 e entre os candelabros alguém “semelhante a um filho de homem”, com uma veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do peito. 14 Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo. 15 Seus pés eram como o bronze numa fornalha ardente e sua voz como o som de muitas águas. 16 Tinha em sua mão direita sete estrelas, e da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes. Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor. 17 Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: “Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último.18 Sou Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades. 19 “Escreva, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que acontecerão. 20 Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas.
Jesus de todo jeito, é só escolher
Em 2010, a Fishermen, uma empresa americana de artigos cristãos, lançou vários bonecos de Jesus praticando as mais diferentes atividades: Jesus skatista, Jesus surfista, Jesus sem-teto, Jesus hippie, Jesus motoqueiro, Jesus peão de boiadeiro, Jesus jogador de futebol, Jesus jogador de futebol americano, Jesus alpinista, etc. Foi uma investida pesada de marketing para ganhar muito dinheiro, e que deu certo.
Atitudes como essa do mercado gospel apenas revelam o que não tem faltado nas prateleiras dos supermercados religiosos do mundo todo; isto é: representações de outros tipo de Jesus, que estão longe de serem representações legítimas do Jesus das Escrituras. Há, por exemplo: o Jesus da Teologia Liberal, fruto do iluminismo – ele é desprovido de divindade; o Jesus da Teologia da Libertação, fruto do marxismo – ele é um mero eticista; o Jesus da Teologia da Prosperidade, fruto do secularismo – ele é um Papai Noel.
Precisamos do Jesus da Bíblia, do Jesus do Apocalipse. Chega de tanta deturpação da pessoa e da obra do Senhor na terra. Em meados do século passado (século XX), Nikolai Berdyaev, cristão ortodoxo russo (1874-1948), fez uma avaliação estonteante sobre o cristianismo de seu tempo que serve ainda para hoje:
O cristianismo histórico esfriou e tornou-se insuportavelmente trivial. Sua atividade consiste, principalmente, em se adaptar ao lugar-comum, aos padrões de vida e hábitos burgueses. Entretanto, Cristo veio para lançar fogo celestial na terra.
Teilhard de Chardin, teólogo e filósofo francês, também foi profético ao indagar:
Será o Cristo dos evangelhos, imaginado e amado dentro dos limites do mundo mediterrâneo, capaz de abarcar e formar o centro de nosso universo prodigiosamente expandido? Não estará o mundo em um processo de se tornar mais vasto, mais significativo e mais fascinante do que o Senhor? Isso não irá explodir nossas religiões? Eclipsar nosso Deus?
Cuidado com as imitações
Desde os dias de Paulo tem havido falsos mestres, muitos até bem-sucedidos, pregando outro Jesus para as pessoas:
2Co 11.3-4 | 3 O que receio, e quero evitar, é que assim como a serpente enganou Eva com astúcia, a mente de vocês seja corrompida e se desvie da sua sincera e pura devoção a Cristo. 4 Pois, se alguém lhes vem pregando um Jesus que não é aquele que pregamos, ou se vocês acolhem um espírito diferente do que acolheram ou um evangelho diferente do que aceitaram, vocês o toleram com facilidade.
Vejam que o perigo é real. Mas, qual é o problema com um Jesus que não é o dos apóstolos? Permitam-me duas respostas:
1. Com outro Jesus, as pessoas continuam religiosas, mas sem justificação diante de Deus e sem poder para vencerem o pecado.
Cl 2.20-23 | 20 Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: 21 “Não manuseie!”, “Não prove!”, “Não toque!”? 22 Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. 23 Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.
2. Outro Jesus, fruto de outro evangelho, não salva.
1Co 15.1-2 | 1 Irmãos, quero lembrar- lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. 2 Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.
Seguidores de um Jesus que não é o Jesus da Bíblia são pessoas perdidas em seus pecados (apesar de religiosas), insípidas, ímpias e sem utilidade alguma para o reino de Deus. Cuidado com as imitações. O que dissemos é radical e politicamente incorreto, mas é real.
O Apocalipse de Jesus Cristo
Nas palavras iniciais do Apocalipse – “Revelação [Apocalipse] de Jesus Cristo” (Ap 1.1) – a preposição “de” tem duplo sentido. A revelação sobre Jesus Cristo vem por meio dele, que é tanto conteúdo quanto comunicador. Ele é o meio pelo qual Deus se revela a nós, mas também é o próprio Deus revelado. O veredicto de Eugene H. Peterson é esclarecedor:
Conclui-se, portanto, que Apocalipse não é, basicamente, informação sobre o mundo corrompido em que vivemos nem relatório sobre a perseguição que a igreja sofria no primeiro século. Apocalipse é uma revelação feita por Jesus Cristo sobre ele mesmo. Dessa forma, acontecimentos passados, presentes e futuros figuram apenas por fornecerem material útil na apresentação de Jesus. Retirando o foco de Jesus, não resta nada no livro.
Jesus é o foco do Apocalipse e da vida. Ele não é uma figura de destaque no hall da fama da religião, ao lado de Zoroastro, Buda, Moisés, Maomé ou Chico Xavier. Jesus é Deus que se fez homem (Jo 1.14). Nele nós vemos o Deus glorioso, cheio de graça e de verdade.
O Apocalipse, ao revelar Jesus Cristo já no primeiro capítulo, traz a palavra final, a afirmação habilidosa e convincente de que ele é o centro de todas as coisas. Lembre-se de que nenhum dos evangelhos apresenta qualquer descrição de como Jesus é; falam de quem ele é e do que ele fez, mas não relata como ele é. É no Apocalipse que nós encontramos uma imagem de seu ser.
A imagem de Cristo no Apocalipse não é um retrato exato, mas uma pintura impressionista. Não é uma pintura do que Jesus parece ser fisicamente, mas do que ele realmente é em essência. Em realidade, Jesus não se parece fisicamente com a pintura impressionista de Apocalipse 1.12-20, por exemplo, mas ele é o que a pintura revela de seu ser. Aliás, há outras seis visões de Jesus ao longo do livro: Ap 5.6-7; 12.1-6; 14.1; 14.14; 19.16; 22.12-17. O que João pretende com as descrições dessas visões é revelar a que Jesus se assemelha. Observe:
Ap 1.12-13 | “Voltando-me, vi sete candelabros de ouro e entre os candelabros alguém ‘semelhante a um filho de homem […]’”.
Sendo assim, convido você para juntos debruçarmo-nos diante desta tela impressionista, contendo a visão do Cristo glorificado de João (Ap. 1.12-20). Busquemos conhecer o Cristo revelado no Apocalipse (a palavra final de Deus sobre o Filho) e corrijamos qualquer distorção que porventura tenhamos de sua pessoa.
Era domingo quando João, no Espírito, teve a visão do Apocalipse (da revelação) de Jesus Cristo (Ap 1.9-11). Ele anotou tudo o que viu. Há três observações que faremos à partir desta pintura de Jesus apresentada por João: o conteúdo da visão; a consequência da visão; e a comoção que causa a visão.
1. O conteúdo da visão (Ap 1.12-16, 20)
João nos convida a olhar para o Cristo e vislumbrar sete aspectos de seu ministério na e através da igreja, nos cristãos e através dos cristão, em nós e através de nós. Veja.
1.1. Cristo ama e capacita a sua igreja (Ap 1.12-13a, 20b)
12 Voltei-me para ver quem falava comigo. Voltando-me, vi sete candelabros de ouro 13 e entre os candelabros alguém “semelhante a um filho de homem” (…) 20 e os sete candelabros são as sete igrejas.
Os sete candelabros de ouro (v. 20) representam as igrejas no decorrer da história. Sete é o número que simboliza totalidade e integralidade. Ao descrever a igreja na forma de candelabros de ouro, João estava destacando duas verdades maravilhosas: o poder que vem do Espírito e o valor que tem a igreja.
O candelabro, para iluminar, precisa de óleo. A igreja, para ser luz no mundo, precisa ser cheia do Espírito Santo (At 1.8). O ouro, metal precioso que é, descreve o valor que a igreja tem para Deus. Fato também interessante é que, no meio dos candelabros, João viu o Cristo: entre os candelabros alguém “semelhante a um filho de homem” (v. 13).
Jesus estava no meio daquelas igrejas sofredoras. Jesus não as abandonou. Elas eram por demais preciosas para ele simplesmente deixá-las. Coletiva e individualmente, aqueles crentes usufruíam da companhia permanente de Cristo, fazendo-os brilhar num mundo em trevas. Alem do que, não deixe de notar, Cristo se revela “entre os candelabros”, isto é, através da igreja. Sim, a presença de Cristo preenche todos os lugares, mas de forma especial ele se faz presente na igreja. Eu e você precisamos da igreja (membresia).
Jesus ama e capacita a sua igreja. Ele vive no meio dela.
1.2. Cristo intercede por sua igreja (Ap 1.13b)
13 […] entre os candelabros alguém “semelhante a um filho de homem”, com uma veste que chegava aos seus pés e um cinturão de ouro ao redor do peito.
Note que a primeira coisa que João observou em sua visão foi que Jesus estava com uma veste que chegava aos seus pés. A visão de Cristo começa com a descrição de suas roupas. Antes mesmo de conhecermos a aparência do “filho do homem”, ficamos sabendo o que ele faz. A roupa define a função. Pelo uniforme se descobre a profissão.
Aquelas eram roupas utilizadas por reis, profetas e sacerdotes. Entretanto, a palavra grega aqui empregada para vestes talares, descreve a roupa dos sumo-sacerdotes do Antigo Testamento (Êx 29.5). A cinta de ouro reforça esta nossa interpretação, já que os sumo-sacerdotes do Antigo Testamento usavam cintas com frequência (Êx 28.4; Lv 16.4).
Jesus serviu de propiciação pelos pecados da igreja, daqueles que creram e ainda crerão (Jo 3.16). Agora, neste momento, ele serve como o sumo-sacerdote que intercede por nós (Hb 7.25). Ele é a nossa ponte (pontífice) para Deus. Em meio às lutas e provações, Jesus continua intercedendo por nós, conforme Paulo nos atestou na carta aos Romanos:
Rm 8.33-34 | 33 Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. 34 Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.
1.3. Cristo purifica a sua igreja (Ap 1.14-15a)
14 Sua cabeça e seus cabelos eram brancos como a lã, tão brancos quanto a neve, e seus olhos eram como chama de fogo. 15 Seus pés eram como o bronze numa fornalha ardente…
Tendo descrito o papel ou a função (roupas) de Jesus – sacerdote -, a visão agora declara o seu caráter (cabeça, olhos e pés). Jesus é puro (cabeça e cabelos brancos), purificador (olhos como chamas de fogo) e perpétuo (pés de bronze). A Igreja deve ser purificada, pois o seu Senhor é puro (1Pe 1.15-16). Jesus é o Deus santo (cabeça e cabelos brancos). Ele também é onisciente, a tudo vê (olhos como chama de fogo).
Além de puro e purificador, a visão revela que o Senhor Jesus é forte e durável. Ele é perpétuo. Seus pés são de bronze polido. O bronze combina o ferro (que é forte, mas enferruja) com o cobre (que não enferruja, mas é maleável). Nesta combinação fica preservada a melhor qualidade dos dois – a força do ferro e a durabilidade do cobre.
Os reinos deste mundo não têm fundamento durável. Seus pés são de ferro misturados com barro (Dn 2.31-45); não fazem boa liga e são facilmente destruídos. Cristo, sim, dura para sempre. Ele viverá puro para sempre e buscará a sua noiva purificada (Ef 5.25-27).
1.4. Cristo fala com autoridade à sua igreja (Ap 1.15b)
sua voz como o som de muitas águas.
Como o som das furiosas ondas do Mar Egeu que se quebravam nas rochas da costa da ilha de Patmos, a Palavra de Deus é impressionante e poderosa. Quando Cristo fala, sua igreja deve ouvir. O tom e o timbre da voz requerem que o ouçamos. Deus disse que deveríamos ouví-lo (Mt. 17:5). Cristo nos fala pela Palavra, que é santa e divinamente inspirada (Jo 16.12-13). Nossa fonte de autoridade é a Palavra poderosa de Deus.
Sl 29.3-9 | 3 A voz do Senhor ressoa sobre as águas; o Deus da glória troveja, o Senhor troveja sobre as muitas águas. 4 A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é majestosa. 5 A voz do Senhor quebra os cedros; o Senhor despedaça os cedros do Líbano. 6 Ele faz o Líbano saltar como bezerro, o Siriom como novilho selvagem. 7 A voz do Senhor corta os céus com raios flamejantes. 8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. 9 A voz do Senhor retorce os carvalhos e despe as florestas. E no seu templo todos clamam: “Glória!”
1.5. Cristo controla a sua igreja (Ap 1.16a, 20a):
16 Tinha em sua mão direita sete estrelas, (…) 20 Este é o mistério das sete estrelas que você viu em minha mão direita e dos sete candelabros: as sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete candelabros são as sete igrejas.
Eugene Peterson comentou que “no primeiro século, sete eram os planetas conhecidos. O movimento destes planetas entre as constelações e em relação ao sol e à sua formavam a base da astrologia, cuja influência permeava todas as religiões populares do mundo antigo. Acreditava-se que a localização dos planetas nas doze constelações do zodíaco determinavam o destino. Essas crenças controlavam assuntos políticos, públicos e privados. O astrólogo, portanto, desfrutava de grande prestígio na antiguidade”.
João, porém, revela que Cristo tem “em sua mão direita sete estrelas” (v. 16). Ou seja, o Senhor não só as controla como deseja, mas também está pronto para usá-las como e quando quer (mão direita).
O Senhor controla o cosmos. Os planetas não nos dirigem. É Cristo quem os controla. Somos dirigidos e controlados pelo Deus soberano.
O Senhor controla os líderes espirituais da igreja. Deus não fala através de divindades impessoais e controladoras (como criam os pagãos). Deus fala através de seus ministros, dirigidos pela sua mão (anjos das sete igrejas). Pastores e ministros ocupam lugar de honra: a mão direita do Senhor. Veja o tamanho da responsabilidade de um pastor!
O Senhor controla a igreja. O mundo conhecerá Deus através do ministério da igreja que alcançará os confins da terra (Mt 28.19-20). Rev. Hernandes Dias Lopes disse assim:
O mundo vê Cristo através da igreja e no meio da igreja. Isso significa que ninguém verá a Jesus em glória senão por meio da sua igreja aqui na terra. Você precisa da igreja. Precisa se congregar.
1.6. Cristo protege a sua igreja (Ap 1.16b)
da sua boca saía uma espada afiada de dois gumes.
A espada afiada de dois gumes que saía da boca de Jesus era o instrumento de defesa da igreja contra ataques e ameaças externos – nações perseguidoras (Ap 19.15, 21). Esta espada também servia para julgar os inimigos internos – falsos mestres (Ap 2.12, 16).
A igreja sempre sofreu com inimigos de dentro e de fora, e a Palavra de Deus é uma espada de dois gumes que aniquila os seus inimigos. Homens pervertidos sempre se levantam para arrastar discípulos(At. 20.30). A arma da igreja sempre será a espada afiada de dois gumes que sai da boca de Cristo – instruindo e exortando. A Palavra define a verdade. A Palavra purifica a igreja. A Palavra julgará e condenará o joio e os ímpios.
1.7. Cristo reflete a sua glória através de sua igreja (Ap 1.16c):
Sua face era como o sol quando brilha em todo o seu fulgor.
Essa expressão foi retirada de Juízes 5.31: “os que te amam brilham como o sol quando se levanta no seu esplendor”. Mateus também lançou mão desta expressão: “Os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mt. 13.43). Isso significa que a glória de Deus, na pessoa de Jesus, também deve ser refletida para o mundo, através da Igreja (Ef 3.21; 2Co 4.6).
Pois bem, a igreja de Jesus, em todas as épocas, será revigorada ao voltar seus olhos para o Cristo glorificado, para o Apocalipse de Jesus Cristo. Ele nos ama, nos capacita, intercede por nós, nos purifica, fala conosco, levanta e sustenta os seus pastores, protege-no e através de nós reflete a sua glória. O Apocalipse de Jesus Cristo revigora a nossa fé.
Tendo visto o conteúdo da visão de João, vejamos agora as suas consequências.
2. As consequências da visão (Ap 1.17-19)
A visão esmagadora que João teve do Cristo glorificado alterou drasticamente o seu comportamento. Trata-se, em essência, do que mais desejamos ver hoje em nossas igrejas. Diante de Cristo, ninguém poderá permanecer o mesmo. Novas posturas deverão surgir daqueles que contemplam o Apocalipse de Jesus Cristo.
2.1. Contrição (Ap 1.17a):
Quando o vi, caí aos seus pés como morto.
A visão que João teve foi tão esmagadora que ele não pôde se conter, ele caiu prostrado. Sempre que homens de Deus do passado foram expostos à uma visão gloriosa de Deus, eles se prostraram em reverência. Veja, por exemplo, Daniel (10.8-9), Isaías (6.5), Ezequiel (44.4); Manoá, pai de Sansão (Jz 13.22) e Jó (42:5-6).
A visão de quem Deus é e de quem nós somos deverá nos fazer cair com a boca no pó. A contrição é a marca daqueles que encararam o Apocalipse de Jesus Cristo.
2.2. Convicção (Ap 1.17b-18)
Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: “Não tenha medo. Eu sou o Primeiro e o Último.18 Sou Aquele que Vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades.
João foi lembrado de que ele serve a um Deus vitorioso. Ele é eterno (o Primeiro e o Último); venceu a morte (esteve morto e agora está vivo); e tem autoridade sobre vivos e mortos (as chaves da morte e do inferno estão em suas mãos).
Não interessa o que o mundo intente fazer conosco, nosso Deus é soberano, ele reina sobre toda a terra. A igreja precisa mais uma vez ser tomada por esta convicção.
2.3. Compromisso (Ap 1.19)
João passou por contrição, experimentou convicção, mas ele também recebeu um comissionamento: escrever e testemunhar (v. 19).
Escreva, pois, as coisas que você viu, tanto as presentes como as que acontecerão.
Uma igreja bíblica, e seus membros para este tempo, cumprirão cabalmente a missão: proclamando todo o conselho glorioso de Deus e suas experiência com Cristo; denunciando o estado do mundo e o pecado da igreja; e anunciando o dia aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus. Esse é o nosso compromisso.
3. A comoção que causa a visão
Diante da visão do Cristo revelado, devemos todos ser tomados de grande comoção.
Por que essa visão?
Para consolar os crentes perseguidos. Afinal, Cristo nos capacita, intercede por nós, purifica-nos; comunica-se conosco, sustenta-nos em sua mão direita, protege-nos com a sua Palavra e nos quer refletindo a sua glória para o mundo.
Para encorajar a igreja sofredora. Pois, em Cristo, venceremos as perseguições e tentações, nutriremos nosso primeiro amor, pregaremos a verdade, combateremos o erro e recuperaremos o poder como igreja.
Para preencher o vazio da alma sem Cristo. Conversando com um pastor que faria um passeio em Jerusalém e depois na região das igrejas da Ásia Menor, ele conhece bem aqueles lugares, perguntei se ele iria à ilha de Patmos. Ele me disse assim:
Não! Gastamos um dia inteiro para chegar lá, um dia inteiro para voltar de lá, e quando estamos lá não tem nada de mais para se ver!
Que imagem perfeita do estado físico de João e do estado espiritual de milhares de pessoas sem Cristo: nada para ver, nada para fazer, é só vazio e tristeza. A não ser que se viva no Espírito e se busque adorar em espírito e em verdade o Cristo revelado no Apocalipse.
O domingo de João teria sido um caos se não fosse pela visão de Cristo. Para muita gente o domingo é um caos. É puro vazio e tristeza. As pessoas não conseguem parar, pois elas ouvem o eco de suas almas deprimidas. Observe, por exemplo, a letra da música do norteamericano Johnny Cash, cantor e compositor de música country, conhecido por seus fãs como o homem de preto.
Sunday Morning Coming Down (Domingo de Manhã Vindo abaixo)
Bem, eu acordei domingo de manhã
Sem condições de segurar minha cabeça, que não doía
E a cerveja que eu tomei no café da manhã não estava nada mau,
Então, eu peguei mais uma para a sobremesa.
Daí eu topei no meu armário, direto nas minhas roupas e achei a minha camisa suja mais limpa.
Então eu lavei meu rosto e penteei meu cabelo e desci escada abaixo para encarar o meu dia.
Eu tinha enchido minha cabeça de fumaça na noite anterior, com os cigarros e as canções que eu tinha escolhido.
Mas eu acendi o meu primeiro e vi uma pequena criança brincando com uma lata que ela estava chutando.
Então, eu atravessei a rua e senti o cheiro de domingo de alguém fritando frango e ele me levou de volta à alguma lembrança do passado, que eu tinha perdido em algum lugar, de alguma forma, ao longo do caminho.
Em um passeio matinal de Domingo eu estou desejando diante do Senhor que eu estivesse drogado (stoned!), porque há algo em um domingo que faz com que um corpo se sinta sozinho.
E não há nada mais próximo da morte.
Isso é metade da solidão que soa
Da calçada adormecida da cidade
E a manhã de Domingo vindo abaixo.
No parque, eu vi um pai
Com uma sorridente pequena menina que ele estava balançando
E eu parei ao lado de uma escola bíblica dominical
E ouvi as músicas que eles estavam cantando
Então eu desci a rua
E em algum lugar distante um sino solitário estava tocando
E ele ecoou através do canyon
Como os sonhos desaparecidos de ontem
Em um passeio matinal de Domingo
Eu estou desejando diante do Senhor que eu estivesse drogado (stoned!)
Porque há algo em um domingo
Que faz com que um corpo se sinta sozinho.
E não há nada mais próximo da morte.
Isso é metade da solidão que soa
Da calçada adormecida da cidade
E a manhã de Domingo vindo abaixo.
Sua vida não precisa ser assim. O Jesus Cristo revelado no Apocalipse quer consolar você, encorajar você e preencher o vazio de sua alma.
Mt 11.28-30 | 28 “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. 29 Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. 30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Não queira outro Cristo. Venha a este Cristo, o Cristo do Apocalipse, encante-se com ele, entregue-se a ele e sua alma viverá.
Receba-o em seu coração.
Nutra comunhão com ele.
Faça amizades espirituais.
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