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01.05.2022

A Base do Cristão

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Atos dos Apóstolos
  • Livro: Atos

[Atos 14.21-28] 21Depois de terem anunciado as boas-novas em Derbe e feito muitos discípulos, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, 22onde fortaleceram os discípulos. Eles os encorajaram a permanecer na fé, lembrando-os de que é necessário passar por muitos sofrimentos até entrar no reino de Deus. 23Paulo e Barnabé também escolheram presbíteros em cada igreja e, com orações e jejuns, os entregaram aos cuidados do Senhor, em quem haviam crido. 24Então viajaram de volta pela Pisídia até a Panfília. 25Pregaram a palavra em Perge e desceram para Atália. 26Por fim, voltaram de navio para Antioquia, onde sua viagem tinha começado e onde haviam sido entregues à graça de Deus para realizar o trabalho que agora completavam. 27Quando chegaram a Antioquia, reuniram a igreja e relataram tudo que Deus tinha feito por meio deles e como tinha aberto a porta da fé também para os gentios. 28E permaneceram ali com os discípulos por muito tempo.

FORMAÇÃO DE BASE

A formação de base é imprescindível para o sucesso na vida, formação acadêmica, carreira profissional e até para que os grandes clubes de futebol conquistem seus títulos e exibam suas estrelas de campeões no peito do uniforme.

Pense na FORMAÇÃO DE BASE EDUCACIONAL: de que adianta um jovem chegar à universidade, por exemplo, sem saber ler e escrever direito, sem saber interpretar um texto ou fazer tabuadas de adição, subtração, multiplicação e divisão? Essas coisas se aprendem na base, nos ensinos fundamental e médio.

FORMAÇÃO DE BASE PROFISSIONAL também é essencial. Ela visa a aquisição de conhecimentos fundamentais, capacidades práticas, atitudes e formas de comportamento que constituem base indispensável para o exercício de uma profissão ou grupo de profissões com vista a uma especialização posterior ou à ocupação imediata de um posto de trabalho.

FORMAÇÃO DE BASE ESPORTIVA é tudo também para o futebol. Pegue o exemplo da Alemanha. Quem não se recorda da derrota brasileira por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa de 2014? Detalhe: a derrota foi em casa, com o Mineirão lotado; isso mesmo: o Brasil e o mundo assistiram ao maior vexame da seleção brasileira em todos os tempos acontecer aqui dentro de casa! Na final de 2014, a Alemanha também bateu a Argentina. Por quanto? Quem se lembra? 14 a 0? Não! Antes fosse. Bateu de 1 a 0! Isso mesmo, só 1 a 0 sobre a Argentina! Mas… foi o suficiente para os alemães levarem seu tetracampeonato mundial.

Qual foi o segredo da Alemanha?

A REESTRUTURAÇÃO DA BASE DO FUTEBOL rendeu à Alemanha a geração talentosa que conquistou o quarto título mundial da história para o país. A Federação Alemã de Futebol (DFB) percebeu a necessidade de renovar o futebol do país após o vice-campeonato mundial de 2002 (ela perdeu a final por 2 a 0 para o Brasil). Antes, a Alemanha havia sido eliminada ainda na primeira fase da Eurocopa de 2000. Então, desde 2004, todos os times da primeira e da segunda divisão foram obrigados a construir ao menos um centro de excelência para a formação de base de novos jogadores.

Resultado: quando você olha para a seleção tetracampeã alemã de 2014 você descobre que, com exceção do veterano atacante Klose, todos os 23 convocados pelo técnico Joachim Löw passaram por esses centros de excelência para a formação de base. Traduzindo: a formação de base comprometida com excelência formou aquela que, para muitos, é uma das melhores gerações da história recente do futebol.

Formação de base é tudo – no futebol, na vida e na vida cristã.

E como muito bem colocou um colega pastor, o Pedro Dulci, em seu post de 23 de abril no Instagram: não adianta minimizarmos a importância da formação de base e da igreja local na vida do crente. A igreja – e a formação de base que a igreja oferece, e somente ela oferece! (p.ex.: discipulado, EBD, educação teológica, etc.) entregam (a igreja proporciona com essas formações) alguns dos elementos fundamentais para a vida cristã; e sem eles (sem igreja e sem formação de base cristã), cedo ou tarde, mesmo os mais bem intencionado em “fazer a vontade de Deus”, vão sentir a falta do que esses elementos nos proporcionam. E essa “falta”, na vida com Cristo, argumentou Pedro Dulci, pode ser fatal.

Esse irmão não está errado. De fato, não existe cristianismo autêntico sem membresia participativa e dedicada na igreja local e a formação de base que a igreja proporciona, e deve buscar proporcionar com excelência.

Gente, perdão, mas O EXEMPLO DA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL ALEMÃ deveria, no mínimo, causar aos crentes constrangimento no modo como se investe tempo, talento e dinheiro tão pobremente em igreja e em formação de base cristã. Preste atenção no que se escreveu sobre a prática dos clubes de futebol alemães:

A receita do sucesso não é apenas treinos periódicos, mas também técnicos de ponta, que elaboram atividades específicas para os jovens. Somadas a isso estão as condições perfeitas de infraestrutura, com o melhor material esportivo e a possibilidade de as grandes promessas garimpadas por toda a Alemanha estarem em contato com colegas igualmente talentosos.

Pensando em termos de igreja, o que se tem aqui nesse exemplo alemão? — Tem-se dedicação periódica aos treinos (no nosso caso: pregação, estudo bíblico e discipulado, pequeno grupo), treinadores de ponta (no nosso caso: pastores e líderes bem qualificados para o cuidado e edificação do rebanho), atividades específicas (no nosso caso: prática cristã do amor e de boas obras), as melhores condições possíveis de infraestrutura e material (no nosso caso: edifícios, equipamentos, livros, etc.) e, claro, os garotos garimpados para estarem com outros colegas talentosos (no nosso caso: evangelização e discipulado).

Por favor, não seja rápido em me condenar por usar essa ilustração. Afinal, parece sim que Jesus de algum modo nos incentiva a aprender alguma coisa com o mundo secular. Tenho aqui em mente a parábola do administrador astuto, quando disse Jesus:

Lucas 16.8-9 8“O patrão elogiou o administrador desonesto por sua astúcia. E é verdade que os filhos deste mundo são mais astutos ao lidar com o mundo ao redor que os filhos da luz. 9Esta é a lição: usem a riqueza deste mundo para fazer amigos. Assim, quando suas posses se extinguirem, eles os receberão num lar eterno.

É claro que Jesus não estava recomendando a desonestidade do administrador astuto (cf. vs. 10-13). De fato, o Senhor estava condenando o amor ao dinheiro e práticas corruptas para se obter dinheiro e favor dos homens. Entretanto, há sim nessa parábola o reconhecimento – da parte de Cristo – da habilidade do mundo para garantir seus próprios interesses, mesmo que tenham que agir desonestamente. Já para o crente, é seu dever agir com fidelidade, honestidade e justiça, usando com esmero a riqueza para fazer amigos para o evangelho – para a formação de base do cristão e de novos convertidos.

INVESTIMENTO NA BASE

Se você acha que estamos fugindo do tema do texto que temos em tela, preste atenção ao que Paulo e Barnabé estava fazendo nessa narrativa: eles estavam investindo na base dos cristãos; estavam investindo na igreja para a formação de base dos cristãos.

Paulo e Barnabé estavam fora havia meses; alguns falam de 6 a 8 meses nessa primeira viagem missionária. Os missionários foram enviados em missão pela igreja de Antioquia da Síria (At 13.1-3), de onde eles navegaram para a ilha de Chipre, partindo do porto de Selêucia (At 13.4). Naquela que era a terra natal de Barnabé, eles pregaram Cristo por toda a parte, confrontaram Elimas, o feiticeiro, e ganharam para Cristo o governador Sérgio Paulo (At 13.5-12). Em seguida, navegaram para Perge, onde Paulo parece ter contraído malária, conforme alguns sugerem pelo que está registrado na carta aos gálatas. Em Perge, Marcos abandonou a missão e voltou para Jerusalém (At 13.13).

Então, subindo pelos Montes Tauro (sul da Turquia e ao norte de Tarso, terra natal de Paulo), Paulo e Barnabé foram para Antioquia da Pisídia, região da Galácia e trevo de acesso para a Ásia Menor. Foi lá que Paulo pregou o primeiro sermão de que temos registro em Atos (13.14-52).

Icônio foi a próxima parada, depois a pagã Listra – onde Paulo e Barnabé foram quase adorados como deuses; só que na sequência, Paulo foi apedrejado e deixado como morto nos entulhos fora da cidade (At 14.1-19).

Sobrevivendo milagrosamente ao apedrejamento (que de fato foi uma tentativa popular de execução incitada por líderes judeus), Paulo continuou viagem com Barnabé para Derbe, onde eles pregaram o evangelho e colheram muitos frutos – na forma de novos discípulos (At 14.20-21). Nesse ponto da missão, os missionários entenderam que chegara o tempo de Deus para eles voltarem à base: a igreja em Antioquia da Síria.

Portanto, o que passaremos a examinar nos versículos finais de Atos 14 (vs. 21-28) é o retorno de Paulo e Barnabé à igreja que os enviou para a primeira viagem missionária da igreja cristã – só que nesse retorno, eles passam visita às igrejas que foram recém plantadas por eles; e a assim procedem com o propósito de fortalecer a base dos cristãos nas igrejas que foram estabelecidas ao longo do caminho de ida. Confira:

Atos 14.19-21 19Então alguns judeus chegaram de Antioquia e Icônio e instigaram a multidão. Apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, pensando que ele estivesse morto. 20No entanto, quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou novamente na cidade. No dia seguinte, partiu com Barnabé para Derbe. [Agora Paulo e Barnabé voltam para Antioquia da Síria:] 21Depois de terem anunciado as boas-novas em Derbe e feito muitos discípulos, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, […]

NÃO PERCA DE VISTAS: Paulo e Barnabé plantaram na ida, e na volta eles cultivariam – eles investiriam na base. Por quê? Porque no plano de Deus não existe cristianismo autêntico sem formação de base, sem membresia comprometida na igreja local.

O PLANO DE BASE

Essa SEGUNDA ETAPA DA PRIMEIRA JORNADA MISSIONÁRIA é fácil de se menosprezar – ou seja: é fácil a gente ignorar o cultivo, a formação de base dos cristãos – , mas ela foi um aspecto crucial da expansão do cristianismo (e continua sendo para a saúde da vida cristã). VEJA: Enquanto a primeira parte dessa jornada foi para evangelismo e plantação de igrejas, a segunda parte seria para a formação, a edificação dos novos convertidos. Por quê? Ora, essa havia sido a instrução de Cristo: ir fazer discípulos, batizá-los e ensiná-los a obedecerem a todas as ordens de Jesus (Mt 28.18-29).

Cumprindo a Grande Comissão do Senhor e Mestre, Paulo e Barnabé reuniram coragem e refizeram o trajeto ao inverso; eles seguiram no caminho de volta – pelo rastro de sangue que foi derramado anteriormente em Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia – para dar às novas igrejas instrução espiritual vital. Desse modo, a viagem de volta àqueles lugares de origem – o que eles fizeram, o que ensinaram e como ensinaram – propõe para nós o plano bíblico para a formação de base de igrejas e de cristãos – um plano que podemos e devemos seguir em nossa vida e igreja.

O que eles fizeram?

Qual foi o plano?

1. Fortalecimento

A primeira parte do plano de formação de base: fortalecimento.

Atos 14.21-22 21Depois de terem anunciado as boas-novas em Derbe e feito muitos discípulos, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia, 22onde fortaleceram os discípulos.

O grande estudioso do grego bíblico, pastor batista e professor por muitos anos do seminário batista do sul dos Estados Unidos, o Dr. A. T. Robertson (1863–1934) – ele se formou em Wake Fores (NC), onde eu fiz meu mestrado! – , ele escreveu que o verbo fortalecer (v. 22) é raramente utilizado no Novo Testamento, e pode ser traduzido como “tornar mais firme, dar mais força.” Podemos dizer: “carregar” – adicionar força (como se carrega a bateria do celular); dar corda (como se dá corda no mecanismo do relógio) para não parar de funcionar.

Esses novos crentes tiveram apenas introdução à verdade no primeiro contato estabelecido por Paulo e Barnabé – sim, tiveram o bastante para salvá-los e inseri-los no corpo de Cristo, a igreja; mas eles agora precisavam de um conteúdo mais completo; carne e pele precisavam ser adicionadas àqueles ossos espirituais. Afinal, o evangelho presumido; em breve, será esquecido. Assim, Paulo e Barnabé se dedicaram a ensiná-los doutrina e prática cristã (que se deriva de doutrina; à exemplo do que comumente nós temos nas cartas de Paulo: primeira parte, teologia/doutrina/conteúdo/teoria e, na segunda parte, prática/vivência/obediência cristã).

Discípulos precisam de fortalecimento, o qual se obtém pelo ensino constante do evangelho. O evangelho presumido; em breve, será esquecido. Portanto, o evangelho é também para o crente; e os apóstolos sabiam disso. Veja o caso de João, ao escrever seu evangelho (que era igualmente para crentes e descrentes):

João 20.30-31 30Os discípulos viram Jesus fazer muitos outros sinais além dos que se encontram registrados neste livro. 31Estes, porém, estão registrados para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo nele, tenham vida pelo poder do seu nome.

O fortalecimento dos crentes, dos discípulos se dá pelo evangelho, pela pregação sistemática da Bíblia com conteúdo centrado no evangelho de Jesus Cristo. É pelo evangelho que somos salvos e pelo mesmo evangelho é que somos santificados.

2. Encorajamento

Além de fortalecimento, a formação de base requer encorajamento.

Atos 14.22 onde fortaleceram os discípulos. Eles os encorajaram a permanecer na fé, lembrando-os de que é necessário passar por muitos sofrimentos até entrar no reino de Deus.

Note que o encorajamento dos discípulos se dá pela pintura correta da realidade; o encorajamento é oferecido pela lembrança da realidade à luz do evangelho de Cristo — versículo 22b: “Eles os encorajaram a permanecer na fé, lembrando-os de que é necessário passar por muitos sofrimentos até entrar no reino de Deus.”

PARTE DO TRABALHO PASTORAL É destruir fantasias (tipo: a regra é saúde e prosperidade) e demolir ídolos (tipo: a fé é para conforto, lazer e diversão); parte do trabalho pastoral é pintar a realidade (tipo: sofreremos, teremos aflições aqui neste mundo; viver piedosamente em Cristo Jesus nos fará padecer perseguição, cf. 2Tm 3.12); é trabalho do pastor pintar a realidade (sem dourar a pílula) e pontuar a esperança última dos crentes (entrar no reino de Deus) — versículo 22b: “Eles os encorajaram a permanecer na fé, lembrando-os de que é necessário passar por muitos sofrimentos até entrar no reino de Deus.” Isso sim é encorajamento de verdade!

3. Estrutura de governo e pastoreio

A formação de base também envolve estrutura de governo e pastoreio — Atos 14.23a: “Paulo e Barnabé também escolheram presbíteros em cada igreja”.

A PRIMEIRA COISA A SE NOTAR NESTE VERSÍCULO: Igreja precisa de pastor; ovelhas precisam de pastor; melhor: pastoreS. O ministério pastoral na igreja é plural, colegiado, coletivo – exercido por um grupo de – conforme o próprio Lucas, inspirado pelo Espírito Santo escreveu – presbíteroS; homens qualificados conforme se lê em 1Timóteo 3.1-7 e Tito 1.5-9. A formação de base requer pastores ou presbíteros:

Hebreus 13.7 Lembrem-se de seus líderes que lhes ensinaram a palavra de Deus. Pensem em todo o bem que resultou da vida deles e sigam seu exemplo de fé.

Hebreus 13.17 Obedeçam a seus líderes e façam o que disserem. O trabalho deles é cuidar de sua alma, e disso prestarão contas. Deem-lhes motivo para trabalhar com alegria, e não com tristeza, pois isso certamente não beneficiaria vocês.

1Tessalonicenses 5.12-13 12Irmãos, honrem seus líderes na obra do Senhor. Eles trabalham arduamente entre vocês e lhes dão orientações. 13Tenham grande respeito e amor sincero por eles, por causa do trabalho que realizam. E vivam em paz uns com os outros.

Efésios 4.12 Eles [pastores-mestres] são responsáveis por preparar [aperfeiçoar] o povo santo para realizar sua obra e edificar [formar] o corpo de Cristo.

Por esses e outros versículos (e são muitos!) fica claro que igrejas e ovelhas precisam de pastores para a formação de base na palavra de Deus.

OUTRA COISA A SE NOTAR EM ATOS 14.23: Pastores ou presbíteros são eleitos pela própria congregação e a ela prestam contas — Atos 14.23a: “Paulo e Barnabé também escolheram presbíteros em cada igreja”. A versão bíblica ARA traz o seguinte: “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros”. Os verbos escolher (NVT) e promover (ARA) são traduções da palavra grega χειροτονεω – cheirotoneō e significa literalmente: “votar pelo ato de levantar a mão”; “criar ou nomear pelo voto: alguém para exercer algum ofício ou dever”; “eleger, criar, nomear”.

Portanto, não há qualquer constrangimento meu em dizer isto: a igreja primitiva era “governada” pela congregação; ela tinha sim presbíteros que pastoreavam o rebanho, mas seu sistema de governo era congregacional. É por isso que sou batista!

RECAPITULANDO: a formação de base envolve fortalecimento e encorajamento, além de estrutura de governo e pastoreio. Mas tem mais…

4. Oração

Paulo e Barnabé fortaleceram igrejas e crentes pelo ensino, eles os encorajaram com a realidade à luz do fim último do evangelho: levar-nos a Deus (reino de Deus), eles organizaram as igrejas em governo congregacional, pastoreada por presbíteros e a seguir eles revelaram que a formação de base requer oração — Atos 14.23b: “com orações e jejuns, os entregaram aos cuidados do Senhor, em quem haviam crido.”

A informação que o Dr. A. T. Robertson no dá é de que o verbo entregar significa, literalmente, “deposita como se em um banco”. Desse modo, “com orações e jejuns”, Paulo e Barnabé entregaram ou depositaram aqueles discípulos de Cristo de valor incalculável nas mãos do Senhor, para que o Senhor mesmo cuidasse deles e lhes desse o crescimento na graça e no conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3.18).

ORAÇÃO É FUNDAMENTAL no trabalho de base, na formação de base dos crentes. É por isso que o trabalho principal dos pastores é se consagrar “à oração e ao ministério da palavra” (At 6.4, ARA) – estudar e pregar todo o conselho de Deus; interceder e clamar pelo rebanho de Jesus sob seus cuidados, para que desse modo todos cresçam na graça e no conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

5. Prestação de contas

Restava apenas mais um objetivo para Paulo e Barnabé cumprirem na primeira viagem missionária: retornar à igreja mãe e prestar contas de tudo. — Você pode achar que não, mas prestação de contas é elemento fundamental da formação de base do cristão – e Paulo e Barnabé, inclusive eles!, o realizaram com fidelidade e dedicação:

Atos 14.24-26 24Então viajaram de volta pela Pisídia até a Panfília. 25Pregaram a palavra em Perge e desceram para Atália. 26Por fim, voltaram de navio para Antioquia [da Síria], onde sua viagem tinha começado e onde haviam sido entregues à graça de Deus para realizar o trabalho que agora completavam.

Como é bonita de ver essa cena: Paulo e Barnabé tinham igreja, reportavam-se a ela, não se viam acima dela nem assumiam que não precisava dela! Veja, versículo 26: “Por fim, voltaram de navio para Antioquia, onde sua viagem tinha começado e onde haviam sido entregues à graça de Deus para realizar o trabalho que agora completavam.”

Por muitos meses, Paulo e Barnabé peregrinaram por conta própria, mas nunca largaram a raiz: a igreja local de Antioquia da Síria. Versículo 26: Paulo e Barnabé [1.] fizeram o que fizeram sob a benção e a intercessão de uma igreja local; [2.] fizeram todo o trabalho pela capacitação da graça de Deus; e [3.] fizeram por completo o trabalho, terminaram o que começaram.

Prestação de contas é essencial na formação de base do cristão.

Mas de que eles prestaram contas?

Atos 14.27-28 27Quando chegaram a Antioquia, reuniram a igreja e relataram tudo que Deus tinha feito por meio deles e como tinha aberto a porta da fé também para os gentios. 28E permaneceram ali com os discípulos por muito tempo.

NOTE:

1. Prestação de contas à igreja reunida (a igreja é igreja quando reunida);

2. Relatória do que Deus tinha feito por meio deles (foi tudo pela graça divina);

3. Desafio em face do nova etapa missionária: porta da fé aberta aos gentios;

Gálatas 2.11-16 11Mas, quando Pedro veio a Antioquia [da Síria], tive de opor-me a ele abertamente, pois o que ele fez foi muito errado. 12No começo, quando chegou, ele comia com os gentios. Mais tarde, porém, quando vieram alguns amigos de Tiago, começou a se afastar, com medo daqueles que insistiam na necessidade de circuncisão. 13Como resultado, outros judeus imitaram a hipocrisia de Pedro, e até mesmo Barnabé se deixou levar por ela. 14Quando vi que não estavam seguindo a verdade das boas-novas, disse a Pedro diante de todos: “Se você, que é judeu de nascimento, vive como gentio, e não como judeu, por que agora obriga esses gentios a viverem como judeus? 15Você e eu somos judeus de nascimento, e não pecadores, como os judeus consideram os gentios. 16E, no entanto, sabemos que uma pessoa é declarada justa diante de Deus pela fé em ­Jesus Cristo, e não pela obediência à lei. E cremos em Cristo Jesus, para que fôssemos declarados justos pela fé em Cristo, e não porque obedecemos à lei. Pois ninguém é declarado justo diante de Deus pela obediência à lei”.

Adiante, em Atos 15, esse assunto será tratado pela igreja em Jerusalém.

4. Tempo de qualidade na comunhão com a igreja: ficaram lá por muito tempo.

Prestação de contas é elemento fundamental da formação de base do cristão.

A BASE DO CRISTÃO

Quando eu cursava o ensino médio (à época, nós chamávamos de segundo grau), a linguagem que usávamos para falar dos vestibulandos era a seguinte: “fulano tem base para passar em qualquer faculdade do Brasil” ou “fulano não tem base para passar no vestibular”. “Base” dizia respeito (parece que ainda diz respeito) à capacidade do candidato, fruto do bom preparo durante os anos de ensino fundamento e ensino médio.

Formação de base é tudo na vida, na vida cristã inclusive. Portanto, crente:

  • RECONHEÇA A IMPORTÂNCIA DA IGREJA LOCAL na sua vida (também ao mudar de cidade. Primeira coisa ao planejar mudar: ache uma igreja saudável!). Não se mude ou ache local para morar até definir a igreja saudável para você frequentar. Igreja acessível. Plante sua vida em uma igreja local. É sua base.
  • APLIQUE-SE À SUA FORMAÇÃO DE BASE CRISTÃ: discipulado, PG, EBD, pregação, estudo bíblico – queira ser fortalecido e encorajado; submeta-se à estrutura de governo e ao pastoreio da igreja; ore e preste contas.
  • COMECE SE RENDENDO A CRISTO e una-se à igreja dele, ativamente.
  • ASSIM DEVE SER A IGREJA: governada pela congregação, pastoreada/liderada por presbíteros ou pastores, e empenhada em fortalecer, encorajar, orar e servir uns aos outros na prestação de contas de uma vida piedosa. Sejamos assim; queira uma igreja assim desse modelo. Busquemos a excelência nessas coisas – para a glória de Deus e a edificação do povo de Deus.

A IGREJA É A BASE DO CRISTÃO. Sem igreja, torna-se dificílimo perseverar para a salvação. Sim, igreja não salva; mas viver em igreja é o que fazem os cristãos. Cristo é a nossa salvação e a igreja é a base do cristão.

S.D.G. L.B.Peixoto

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A Base do Cristão

Pr. Leandro B. Peixoto

SIB GOIÂNIA

LEANDRO B. PEIXOTO

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