11.04.2021
[João 14.15-24] 15“Se vocês me amam, obedeçam a meus mandamentos. 16E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Encorajador, que nunca os deixará. 17É o Espírito da verdade. O mundo não o pode receber, pois não o vê e não o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele habita com vocês agora e depois estará em vocês. 18Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês. 19Em breve o mundo não me verá mais, mas vocês me verão. Porque eu vivo, vocês também viverão. 20No dia em que eu for ressuscitado, vocês saberão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. 21Aqueles que aceitam meus mandamentos e lhes obedecem são os que me amam. E, porque me amam, serão amados por meu Pai. E eu também os amarei e me revelarei a cada um deles.” 22Judas (não o Iscariotes) disse: “Por que o Senhor vai se revelar somente a nós, e não ao mundo em geral?”. 23Jesus respondeu: “Quem me ama faz o que eu ordeno. Meu Pai o amará, e nós viremos para morar nele. 24Quem não me ama não me obedece. E lembrem-se, estas palavras não são minhas; elas vêm do Pai, que me enviou.
A lei é o que estabelece a ordem. Sem lei, impera a desordem. Essa premissa é de Aristóteles – que no livro Política, escreveu: “A lei é ordem; e uma boa lei é uma boa ordem.”
Ordem, dentre outras coisas, é o mesmo que arranjo adequado, boa arrumação, distribuição, disposição. Desordem, obviamente, é o avesso da ordem: é a perversão e a perturbação da ordem. A lei, por sua vez, é a regra categórica que estabelece a ordem. Desse modo, a lei – a boa lei – é absolutamente essencial para o bem-viver e o bem-estar tão cobiçados pelo ser humano. Dito de outro modo: a lei é expressão de amor.
Se consultar o significado de lei em algum dicionário da língua portuguesa, você encontrará verbetes mais ou menos como o seguinte [extraído de O Dicionário de Português licenciado para Oxford University Press]: “lei – regra categórica, prescrição escrita que emana da autoridade soberana de uma dada sociedade e impõe a todos os indivíduos a obrigação de submeter-se a ela sob pena de sanções.” Portanto, por mais que não se goste dela ou se relute em obedecê-la, a lei – a boa lei – é fruto de uma autoridade pelo bem comum de todos (de novo, isto é amor). Afinal, quem quebra a lei, com efeito, perverte e perturba a ordem. Desse modo, não é inadequado dizer que a autoridade imposta na forma de lei – da boa lei – emana do amor pelo bem comum e o bem estar de todos os cidadãos. Percebeu?
Nossa geração, entretanto, inclusive no arraial do povo cristão, fala em termos de amor, descartando a lei. Assume-se, de algum modo, que amor e lei são absolutamente excludentes entre si (água e óleo, dizem). Muitos, incluindo crentes, têm dificuldade em pensar em amor e obediência juntos, de mãos dadas. Pensa-se: podemos agir por amor ou de acordo com a lei, mas não ambos. Mas é Jesus quem diz em João 14.15: “Se vocês me amam, obedeçam a meus mandamentos.” É o Senhor Soberano, cheio de graça e de amor, totalmente investido de toda autoridade no céu e na terra [para usarmos a definição que temos de lei em nossa sociedade], quem nos impõe (aos cristãos) a obrigação de, fruto do amor, submetermo-nos aos seus mandamentos, sob pena de sanções.
Não é preciso dizer que a lei de Deus emana de sua autoridade soberana. Agora, o que poucos consideram ou não sabem mesmo é que a lei emana do ser de Deus mesmo – ela é revelação do caráter de Deus – e, portanto, é fruto do amor de Deus pelo mundo que ele mesmo criou (Deus é amor). Foi Deus quem nos amou, criou e outorgou a lei – para que se tenha ordem, viva-se bem. É assim desde o Antigo Testamento. Por exemplo, o livro de Deuteronômio, acima de tudo, descreve o amor que Deus teve pelos hebreus. O Senhor os escolheu para serem o seu povo e, portanto, eles deveriam amá-lo e obedecer aos seus mandamentos para que continuassem a receber as bênçãos de Deus na terra onde passariam morar.
A lei de Deus, portanto, emana de sua autoridade soberana e de mãos dadas ao seu amor supremo, e produz frutos de amor que frutificam tanto nas decisões dos tribunais e dos júris, como também nas relações das pessoas comuns no dia a dia familiar, profissional, educacional e outros. Veja (o texto é do “infamado” Antigo Testamento!):
Levítico 19.15-18 15“Não distorçam a justiça em questões legais, favorecendo os pobres ou tomando partido dos ricos e poderosos. Julguem sempre com imparcialidade. 16“Não vivam como difamadores no meio do povo. “Não fiquem de braços cruzados quando a vida do seu próximo correr perigo. Eu sou o SENHOR. 17“Não alimentem ódio no coração contra algum de seus parentes. Confrontem sem rodeios aqueles que errarem, para não serem responsabilizados pelo pecado deles. 18“Não procurem se vingar nem guardem rancor de alguém do seu povo, mas cada um ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou o SENHOR.
Com efeito, a lei de Deus emana da autoridade e do amor, e produz frutos de submissão e de amor. O amor e a lei andam sim de mãos dadas. Pena que há aqueles (como já dissemos, inclusive entre crentes professos) que estão dispostos a rejeitar o ensino da Bíblia, dizendo que o que importa não é a lei, mas apenas o amor.
Com base nesse “amor sem regras”, as gerações recentes aprenderam uma “nova moralidade”, um novo jeito de amar em que a única diretriz é o amor (sem lei, sem regras). Tudo é permitido, desde que não pareça fazer mal a ninguém. Esta tem sido a ideia motriz por trás da abordagem da “ética situacional” que agora domina a sociedade contemporânea. Seu criador, Joseph Fletcher, disse: “Somente o amor é uma constante; tudo o mais é uma variável.” Como resultado desse pensamento, os casamentos podem ser dissolvidos casualmente (aliás, nem é preciso casamento), o adultério pode ser celebrado (e até o poliamor – a prática ou desejo de ter mais de um relacionamento, seja sexual ou romântico, simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos), os contratos podem ser quebrados, os pais podem ser desobedecidos e desconsiderados, macho e fêmea podem ser transformados… e tudo pode ser justificado com base no fato de que “ninguém está sendo ferido” e que “o amor é o motivo de tudo”.
O amor e a lei andam de mãos dadas e o texto de João que temos hoje à note em tela (João 14.15-24) atestará esta grande e mais maravilhosa verdade.
Essas palavras de João 14.15-24 foram ditas poucas horas antes do maior evento da história mundial – o maior ato de amor da história – ou seja, a morte do Filho de Deus encarnado no lugar de pecadores, para que todos que o recebam com arrependimento e fé tenham seus pecados perdoados e sejam aceitos como justos pelo Criador do universo na alegria sem fim da vida eterna. O que Jesus está dizendo neste texto pressupõe isto – ele está, como disse em João 10.15, prestes a dar sua vida pelas ovelhas.
Essas ovelhas – esses onze amigos preciosos, os apóstolos – estão confusas e temerosas, e precisam de encorajamento por causa do que estão prestes a enfrentar na perda de Jesus. Encorajando-as, portanto, é o que Jesus está fazendo por elas, e não apenas por elas, mas por você e por mim – por todos que crêem em seu nome.
A mensagem de Jesus aqui para os discípulos, e para nós, é que quando ele morresse, ele viveria novamente -ressuscitaria –, e ele e o Pai e o Espírito Santo viriam a nós e estariam conosco para sempre, e jamais nos abandonaria, não importa onde nós estivéssemos ou o que estivesse acontecendo conosco; ele estaria conosco em todo e qualquer momento. Desse modo, cada discípulo de Jesus Cristo, todo o que o ama com fé e devoção, é capaz de obedecer aos seus mandamentos.
Como nós precisamos dessa palavra de incentivo do Senhor Jesus! Afinal, sempre que sofremos (seja por que motivo for), a primeira coisa que costumamos fazer é flexibilizar nossa obediência a Deus. Não é verdade? Precisamos, pois, dessas palavras de encorajamento – posto que amor e lei andam de mãos dadas o tempo todo; e medos e dores não podem nos fazer abandonar o caminho do discipulado cristão; sofrimento não pode nos fazer desviar da via da obediência a todas as coisas que o Senho nos ordenou (Mt 20.19-20).
Antes de prosseguirmos no texto, precisamos fazer duas observações introdutórias sobre o que Jesus diz aqui nesta passagem.
Primeiro, ele deixa explícito que os dons que ele está prometendo nesses versículos não são para todo mundo. Ou seja, o amor que ele promete aqui não é o mesmo amor que ele tem pelo mundo. Sim, existe o amor de Deus em João 3.16: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Mas em João 14 há um amor – há dons – que Deus reserva apenas para as suas ovelhas. Veja os versículos 15-17:
15“Se vocês me amam, obedeçam a meus mandamentos. 16E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Encorajador, que nunca os deixará. 17É o Espírito da verdade. O mundo não o pode receber, pois não o vê e não o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele habita com vocês agora e depois estará em vocês.
Agora o versículo 18-19:
18Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês. 19Em breve o mundo não me verá mais, mas vocês me verão. Porque eu vivo, vocês também viverão.
E o versículo 22:
Judas (não o Iscariotes) disse: “Por que o Senhor vai se revelar somente a nós, e não ao mundo em geral?”.
Portanto, fica claro nesses versículos que acabamos de ler que os dons de paternidade, intimidade, encorajamento, ajuda, consolo e amor prometidos nesse texto é algo que o mundo não pode ver, não conhece, não experimenta, posto que ao mundo não é dado. O que é prometido aqui é algo tão pessoal, tão íntimo, tão recíproco e relacional que o mundo não pode recebê-lo. Essa é a primeira observação introdutória: o amor especial de Deus pelas ovelhas que ele amou e escolheu antes da fundação do mundo.
A segunda observação diz respeito ao amor das ovelhas amadas pelo Filho.
Dito de outro modo: aqueles que recebem esses dons – essas promessas, esse amor especial – não são simplesmente chamados de cristãos ou de crentes, eles são descritos repetidamente – quatro vezes, de fato – como aqueles que amam Jesus, o Filho eterno de Deus. Observe:
Versículos 15-16: “Se vocês me amam, obedeçam a meus mandamentos. E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Encorajador, que nunca os deixará.”
Versículo 21: “Aqueles que aceitam meus mandamentos e lhes obedecem são os que me amam. E, porque me amam, serão amados por meu Pai.” — Este não é o tipo de amor que Deus tem pelo mundo. Este é o amor pessoal, íntimo, relacional, afetuoso, comprometido do Pai somente por aqueles que amam Jesus Cristo, seu Filho.
Versículo 23: “Jesus respondeu: ‘Quem me ama faz o que eu ordeno. Meu Pai o amará, e nós viremos para morar nele.’” Lemos em Romanos 5.8 que “Deus nos prova seu grande amor ao enviar Cristo para morrer por nós quando ainda éramos pecadores.” Ou seja, Deus não esperou que o amássemos primeiro, antes de ele nos amar. Sabemos que é nisto que João também cria, porque em 1João 4.19 ele diz: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” Nenhuma dúvida sobre isso, certo? Gloriosamente verdadeiro.
E agora aqui está outra verdade gloriosa. Versículo 21: “Aqueles que aceitam meus mandamentos e lhes obedecem são os que me amam. E, porque me amam, serão amados por meu Pai. E eu também os amarei e me revelarei a cada um deles.” Ou como se lê no versículo 23: “Quem me ama faz o que eu ordeno. Meu Pai o amará”. Em outras palavras, o amor de Deus precede e provoca o nosso amor (Rm 5.8; 1Jo 4.19). Deus, por sua vez, responde ao nosso amor e ama com um amor único, pessoal, íntimo, afetuoso, atencioso e comprometido, que pertence apenas a quem ama seu Filho.
Essas são as duas observações introdutórias. As promessas desses versículos não são para o mundo. Os do mundo não podem vê-lo, conhecê-lo ou experimentá-lo. Em vez disso, esse amor é para aqueles que amam Jesus, o Filho de Deus.
Agora, apenas mais duas perguntas extremamente importantes.
O que significa amar Jesus?
E o que nos é prometido se o amarmos?
Jesus nos diz quatro vezes que esse amor é de tal natureza que resulta na obediência aos seus mandamentos, ou, de forma mais geral, obediência à sua palavra.
A primeira coisa a se notar é que amar Jesus não é o mesmo que guardar seus mandamentos. O amor precede e dá origem à obediência aos mandamentos. Guardar sua palavra é o resultado de amá-lo, não o mesmo que amá-lo. A obediência é o fruto, não a raiz do amor. Observe:
PERGUNTA: o que é esse amor por Jesus que dá origem à obediência aos mandamentos de Jesus? Ora, Jesus não tem defeitos. Ele não tem demérito. Portanto, não podemos e não ousamos amar Jesus graciosamente, como Deus nos ama. Não ousamos amar Jesus com um amor que supere alguma falha, feiúra ou pecado nele para o tratarmos bem. Não. O amor por Jesus é totalmente merecido. Ele é infinitamente digno de ser amado. Ele é perfeitamente adorável. Ele é amado não apesar do que ele é, mas por causa de tudo o que ele é.
O que significa que O AMOR POR JESUS É UMA RESPOSTA à beleza, grandeza e glória nele contempladas. Não é uma resposta à necessidade, fraqueza ou defeito. O que também significa que o amor por Jesus é deleitoso. É desejá-lo porque ele é infinitamente desejável. É admirá-lo porque ele é infinitamente admirável. É entesourá-lo porque ele é infinitamente valioso. É desfrutá-lo porque ele é infinitamente prazeroso. É ficar satisfeito com tudo o que ele é, porque ele é infinitamente satisfatório. É o reflexo da alma humana que foi desperta e recém-nascida de novo para tudo o que é verdadeiro, bom e belo, e que está encarnado em Jesus Cristo. É isto o que significa amar Jesus.
RESUMINDO: amar Jesus não é uma questão de fazer coisas excelentes. É uma questão de se deliciar com um excelente Salvador. Jesus diz que fazer coisas excelentes – guardar minha palavra – é o resultado de se deliciar no Salvador excelente. “Se alguém me ama [raiz], ele guardará minha palavra [fruto].”
Amar: Querer, Desejando, Desfrutar, Preferir
Duas confirmações de que estamos no caminho certo:
A palavra amor no Evangelho de João é usada no sentido de querer, desejar, desfrutar e preferir. Por exemplo, João 3.19 diz: “A luz de Deus veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais a escuridão que a luz”. As trevas é o que eles queriam. Eles a desejaram. Eles a desfrutaram. Eles a preferiram. Eles não amaram a escuridão por dever ou obrigação. Eles a amaram por desejo.
O mesmo tipo de amor está descrito em João 12.43: “Amaram a aprovação das pessoas mais que a aprovação de Deus.” Eles a queriam. Isso é o que significa amar. Eles ansiavam por isso. Eles desejavam elogios humanos. É assim que eles “amaram”.
Ou considere o amor do Pai pelo Filho descrito em João 3.35: “O Pai ama o Filho e pôs tudo em suas mãos.” Lembre-se das palavras do Pai no batismo de Jesus e na sua transfiguração: “Este é meu Filho amado, que me dá grande alegria” (Mt 3.17). “Você é meu filho amado, que me dá grande alegria” (Lc 3.22).
Esta é a única maneira de amar o Filho: alegrar-se nele e com ele, sentir prazer nele, estimá-lo, admirá-lo, desfrutá-lo, valorizá-lo, temê-lo e tremer de encanto diante dele. Essa é uma confirmação. A palavra “amor” é usada dessa forma no Evangelho de João. A outra maneira de checar se estamos no camino certo é perguntar: quais são os mandamentos que Jesus tem em mente quando diz em João 14.15: “Se vocês me amam [raiz], obedeçam a meus mandamentos [fruto].”?
Os “mandamentos” de Jesus
Quando você lê o Evangelho de João, de ponta a ponta, apenas procurando mandamentos específicos de comportamento moral, o que você encontra? Você acha cerca de dois mandamentos explícitos que se pode chamar de mandamentos de comportamento moral: o novo mandamento de amar uns aos outros como Jesus nos amou (Jo 13.34-35) e o mandamento a Pedro: “Cuide [apascenta, pastoreia] minhas ovelhas” (Jo 21.16).
Mas Jesus não disse: “Se vocês me amam, obedeçam meus mandamentos morais de comportamento”. Ele disse: “Se vocês me amam, obedeçam meus mandamentos” (Jo 14.15). Então, se você ler o Evangelho novamente, o que achará são muitos mandamentos tais quais: “Receba-me” (Jo 1.12). “Siga-me” (Jo 1.43). “Levante-se, homem paralítico, e ande” (Jo 5.8). “Ressuscite dos mortos, Lázaro” (Jo 11.43). “Creia na luz” (Jo 12.36). “Creia em Deus” (Jo 14.1). “Creia em mim” (Jo 14.11). “Permaneça em mim” (Jo 15.4). “Peça o que quiser” (Jo 15.7). “Permaneça no meu amor” (Jo 15.9). “Receba o Espírito Santo” (Jo 20.22). São esses os mandamentos que estão no Evangelho de João.
Mas de que modo essas passagens confirmam a maneira como definimos amor por Jesus em João 14.15, “Se vocês me amam, obedeçam meus mandamentos”? Ora, se os mandamentos no Evangelho de João são esmagadoramente receber, crer, pedir, permanecer, então faz todo o sentido que Jesus diga: “Se vocês me amam – se vocês me desejam e se deleitam-se em mim e me estimam – então vocês irão receber-me, seguir-me, crer em mim, pedir a mim, permanecer em mim”.
Em outras palavras, se você nasceu de novo para valorizar Jesus acima de todos os outros tesouros, e ele lhe ordenar: “Receba-me”, “Toma-me”, “Tenha-me como seu tesouro”, nós o faremos. Se nascemos de novo para que o consideremos suprema e maravilhosamente confiável, e ele nos ordena: “Creia em mim”, “Acredite em mim”, nós o faremos. E se nascemos de novo e desejamos estar com ele, e ele nos ordenar: “Siga-me”, Permaneça em mim”, nós o faremos.
Portanto, minha resposta à primeira pergunta — o que significa amar Jesus em João 14.15, 21 e 23? — é que significa valorizá-lo acima de todos os outros tesouros, desejá-lo acima de tudo, ansiá-lo acima de todos, desfrutá-lo além de qualquer coisa, estar satisfeito em tudo o que ele é e promete ser para nós.
Agora, a última pergunta: o que Jesus promete às pessoas que o amam, poucas horas antes de morrer por elas? A soma da promessa é: O Pai, o Espírito Santo e Eu (o Filho) estaremos com você para sempre. Nós nunca iremos abandoná-lo, não importa onde você esteja. Mas, para dizer isso que é tão maravilhoso, Jesus acumula uma incrível variedade de expressões. Vamos caminhar por elas, verso a verso, e identificá-las.
Vamos terminar com o seguinte. O verbo “morar” (grego: μονή – v. 23) é usada apenas uma outra vez em João, a saber, versículo 2, “Na casa de meu Pai há muitas moradas [mesma palavra que “morar” – grego: μονή – no versículo 23]. Se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar lugar para vocês.” O que significa:
Se você me amar e guardar minha palavra, meus mandamentos, meu Pai e eu iremos até você e – em meio a todo o seu sofrimento e a todas as suas provações – o daremos o céu na terra. Preparamos uma morada para você no céu. Nós somos essa morada. E se você me receber e guardar minha palavra, cumprir meus mandamentos, nós viremos e seremos sua morada agora.
Portanto, ame-o. Guarde sua doce palavra, obedeça a seus doces mandamentos, os quais se resumem a recebê-lo com prazer e permanecer nele com alegria. Desse modo, e somente dessa maneira, você transbordará com a plenitude desse amor na vida dos outros – cumprindo a lei de Deus, fruto do amor. E desse modo, Cristo virá até você, e o Espírito Santo virá até você e o Pai virá até você (na segunda onda do amor), e eles irão protegê-lo, provê-lo e guiá-lo – você não ficará um órfão. E eles irão confortá-lo e amá-lo de uma maneira muito pessoal, de um modo que o mundo não vê nem conhece, e eles manifestarão Jesus a você e farão de você sua morada.
Quem prova desse amor, lança fora o medo – da morte, do julgamento e do que os outros poderão fazer contra ele ou ela. O resultado prático disso é o amor (tão cobiçado e tão apregoado entre nós):
1João 4.18-21 18Esse amor não tem medo, pois o perfeito amor afasta todo medo. Se temos medo, é porque tememos o castigo, e isso mostra que ainda não experimentamos plenamente o amor. 19Nós amamos porque ele nos amou primeiro. 20Se alguém afirma: “Amo a Deus”, mas odeia seu irmão, é mentiroso, pois se não amamos nosso irmão, a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos? 21Ele nos deu este mandamento: quem ama a Deus, ame também seus irmãos.
O amor e a lei andam de mãos dadas, não são água e óleo, é carne e sangue (a mesma coisa indissolúvel, inseparável) na vida do cristão, de quem nasceu de novo pelo Espírito de Cristo. O ensinamento de Jesus apresentado neste parágrafo que acabamos de estudar nós podemos ver ampliado e comentado na pena inspirada do apóstolo Joao. Leia com atenção e veja no que consiste obedecer aos mandamentos de Cristo :
1João 2.3-6 3E sabemos que o conhecemos se obedecemos a seus mandamentos. 4Se alguém diz: “Eu o conheço”, mas não obedece a seus mandamentos, é mentiroso e a verdade não está nele. 5Mas quem obedece à palavra de Deus mostra que o amor que vem dele está se aperfeiçoando em sua vida. Desse modo, sabemos que estamos nele. 6Quem afirma que permanece nele deve viver como ele viveu [santo, irrepreensível diante dos homens, fazendo da vontade do Pai sua comida e bebida].
1João 3.23-24 23E este é seu mandamento: que creiamos no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e amemos uns aos outros, conforme ele nos ordenou. 24Aqueles que obedecem a seus mandamentos permanecem nele, e ele permanece neles. E sabemos que ele permanece em nós porque o Espírito que ele nos deu permanece em nós.
1João 5.1-5 1Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus. E todo aquele que ama o Pai também ama os filhos dele. 2Sabemos que amamos os filhos de Deus se amamos a Deus e obedecemos a seus mandamentos. 3Amar a Deus significa obedecer a seus mandamentos. E seus mandamentos não são difíceis. 4Pois todo aquele que é nascido de Deus vence este mundo, e obtemos essa vitória pela fé. 5Quem vence a batalha contra o mundo? Somente quem crê que Jesus é o Filho de Deus.
Sua vida deve estar em desordem se te faltam a lei e o amor de Deus. A boa lei de Deus, fruto do amor, traz uma boa ordem ao coração e à vida (sua e de seus ao redor).
Esse tipo de vida – pelo amor e a lei de Deus – coloca sua vida em ordem, faz você viver diferentemente sua vida de solteiro, seu casamento, sua relação com pais, filhos e familiares, seu trabalho, seus estudos, sua sexualidade… seu tudo se transforma quando você recebe e permanece em Cristo (obedecendo a seu mandamento). Prove e veja, afinal, quem não ama Jesus não o obedece. Obediência é fruto da primeira onda do amor (novo nascimento) e se sustenta pela segunda, terceira, quarta… ondas do amor (a vida vivida no Espírito). Essa é uma promessa do SENHOR. “E lembrem-se, estas palavras não são minhas; elas vêm do Pai, que me enviou.”, disse Jesus (Jo 14.24).
S.D.G. L.B.Peixoto
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