31.12.2021
[João 19.1-42] 1Então Pilatos mandou açoitar Jesus. 2Os soldados fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça, e depois puseram nele um manto vermelho. 3Zombavam dele, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”, e batiam em seu rosto. 4Pilatos saiu outra vez e disse ao povo: “Agora vou trazê-lo aqui para vocês, mas que fique bem claro: eu o considero inocente”. 5Então Jesus saiu com a coroa de espinhos e o manto vermelho. “Vejam, aqui está o homem!”, disse Pilatos. 6Quando os principais sacerdotes e os guardas do templo o viram, começaram a gritar: “Crucifique-o! Crucifique-o!”. “Levem-no vocês e crucifiquem-no”, disse Pilatos. “Eu o considero inocente.” 7Os líderes judeus responderam: “Pela nossa lei ele deve morrer, pois chamou a si mesmo de Filho de Deus”. 8Quando Pilatos ouviu isso, ficou ainda mais amedrontado. 9Levou Jesus de volta para dentro do palácio e lhe perguntou: “De onde você vem?”. Jesus, porém, não respondeu. 10“Por que você se nega a falar comigo?”, perguntou Pilatos. “Não sabe que tenho autoridade para soltá-lo ou crucificá-lo?” 11Jesus disse: “Você não teria autoridade alguma sobre mim se esta não lhe fosse dada de cima. Portanto, aquele que me entregou a você tem um pecado maior”. 12Então Pilatos tentou libertá-lo, mas os líderes judeus gritavam: “Se o senhor soltar este homem, não é amigo de César! Quem se declara rei se rebela contra César”. 13Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora novamente e se sentou no tribunal, na plataforma chamada “Pavimento de Pedras” (em aramaico, Gábata). 14Era por volta de meio-dia, no dia da preparação para a Páscoa. E Pilatos disse ao povo: “Vejam, aqui está o seu rei!”. 15“Fora com ele!”, gritaram. “Fora com ele! Crucifique-o!” “O quê? Crucificar o seu rei?”, perguntou Pilatos. Em resposta, os principais sacerdotes gritaram: “Não temos outro rei além de César!”. 16Então Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado. E eles levaram Jesus. 17Carregando a própria cruz, Jesus foi ao local chamado Lugar da Caveira (em aramaico, Gólgota). 18Ali eles o pregaram na cruz. Outros dois foram crucificados com Jesus, um de cada lado e ele no meio. 19Pilatos colocou no alto da cruz uma placa que dizia: “JESUS, O NAZARENO, REI DOS JUDEUS”. 20O lugar onde Jesus foi crucificado ficava perto da cidade, e a placa estava escrita em aramaico, latim e grego, de modo que muitos judeus podiam ler a inscrição. 21Os principais sacerdotes disseram a Pilatos: “Mude a inscrição de ‘Rei dos judeus’ para ‘Ele disse: Eu sou o rei dos judeus’”. 22Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi”. 23Depois que os soldados crucificaram Jesus, repartiram suas roupas em quatro partes, uma para cada um deles. Também pegaram sua túnica, mas ela era sem costura, tecida numa única peça, de alto a baixo. 24Por isso disseram: “Em vez de rasgá-la, vamos tirar sortes para ver quem ficará com ela”. Isso cumpriu as Escrituras que dizem: “Repartiram minhas roupas entre si e lançaram sortes por minha veste”. E foi o que fizeram. 25Perto da cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela, Maria, esposa de Clopas, e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu sua mãe ali, ao lado do discípulo a quem ele amava, disse-lhe: “Mulher, este é seu filho”. 27E, ao discípulo, disse: “Esta é sua mãe”. Daquele momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa. 28Jesus sabia que sua missão havia terminado e, para cumprir as Escrituras, disse: “Estou com sede”. 29Havia ali uma vasilha com vinagre, de modo que ensoparam uma esponja no vinagre, a colocaram na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus. 30Depois de prová-la, Jesus disse: “Está consumado”. Então, inclinou a cabeça e entregou o espírito. 31Era o Dia da Preparação, e os líderes judeus não queriam que os corpos ficassem pendurados ali até o dia seguinte, que seria um sábado muito especial. Por isso pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e removê-los. 32Assim, os soldados vieram e quebraram as pernas dos dois homens crucificados com Jesus. 33Mas, quando chegaram a Jesus, viram que ele já estava morto e, portanto, não quebraram suas pernas. 34Um dos soldados, porém, furou seu lado com uma lança e, no mesmo instante, correu sangue com água. 35Essa informação provém de uma testemunha ocular. Ela diz a verdade para que vocês também creiam. 36Essas coisas aconteceram para que se cumprissem as Escrituras que dizem: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”, 37e “Olharão para aquele a quem transpassaram”. 38Depois disso, José de Arimateia, que tinha sido discípulo secreto de Jesus porque temia os líderes judeus, pediu autorização a Pilatos para tirar da cruz o corpo de Jesus. Quando Pilatos lhe deu permissão, José veio e levou o corpo. 39Estava com ele Nicodemos, o homem que tinha ido conversar com Jesus à noite. Nicodemos trouxe cerca de 35litros de óleo perfumado feito com mirra e aloés. 40Seguindo os costumes judaicos de sepultamento, envolveram o corpo de Jesus em lençóis compridos de linho, junto com essas especiarias. 41O local da crucificação ficava próximo a um jardim, onde havia um túmulo novo que nunca tinha sido usado. 42Como era o Dia da Preparação para a Páscoa judaica, e uma vez que o túmulo ficava perto, colocaram Jesus ali.
O que a cruz de Cristo tem a ver com Ano-Novo? Por que escolher a narrativa da crucificação de Jesus para a mensagem do culto da virada de ano?
Ora, não é preciso malabarismo para justificar um texto como este na mensagem de ano-novo. Este texto não é apenas para um culto de Páscoa. Quer ver uma coisa?
O que as pessoas costumam dizer nesta época do ano?
A gente costuma repetir “ano novo, vida nova”, não é verdade? A gente costuma desejar “saúde, paz, prosperidade, realizações”, não é mesmo? A gente faz votos, define propósitos, cria esperanças… a gente quer amor, alegria… Não é assim, gente?
Portanto, veja bem, todas as coisas que desejamos uns aos outros (e para nós mesmos) nesta ocasião anual só serão possíveis por causa da cruz de Cristo. Tudo aquilo que mais desejamos são, na realidade, frutos do que Cristo comprou para os filhos dele lá na cruz do Calvário: saúde, vida nova, paz, vida plena e verdadeira prosperidade (isto é, toda sorte de bençãos espirituais nas regiões celestiais). É impossível viver os sonhos de ano-novo, as esperanças que trazemos no Ano-Novo e as nossas vontades para e durante o ano novo sem a cruz de Cristo. Preste atenção:
SAÚDE: Isaías 53.5 Mas ele [Cristo] foi ferido por causa de nossa rebeldia e esmagado por causa de nossos pecados. Sofreu o castigo para que fôssemos restaurados e recebeu açoites para que fôssemos curados.
PAZ: Romanos 5.1 Portanto, uma vez que pela fé fomos declarados justos, temos paz com Deus por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso Senhor, fez por nós.
PROSPERIDADE: Efésios 1.3, 11 3Todo louvor seja a Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais nos domínios celestiais…11Além disso, em Cristo nós nos tornamos herdeiros de Deus,
VITÓRIAS: Apocalipse 5.5 Então um dos 24 anciãos me disse: “Não chore! Veja, o Leão da tribo de Judá, o herdeiro do trono de Davi, conquistou a vitória. Ele é digno de abrir o livro e os setes selos”. [A execução do decreto de Deus e a vitória de seu povo estão calçados na obra de Cristo na cruz]
AMOR, ALEGRIA: Gálatas 5.22-23 22Mas o Espírito produz este fruto: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, 23mansidão e domínio próprio.
Meu povo, penso que esses versículos são o bastante para deixar claro que os nossos sonhos, as nossas esperanças, os nossos desejos e as nossas resoluções de ano-novo só serão realizados (claro, dentro dos propósitos sábios da providência soberana de Deus) por causa do que Cristo fez na cruz e nos garantiu pela sua ressurreição.
2Coríntios 1.20 Pois todas as promessas de Deus se cumpriram em Cristo com um alto e claro “Sim!”. E, por meio de Cristo, confirmamos isso, de modo que nosso “Amém” se eleva a Deus para sua glória.
O que a cruz de Cristo tem a ver com Ano-Novo?!
É que sem a cruz não há vida nova, saúde, paz, prosperidade, amor, alegria… sem a cruz não há coisa alguma, apenas morte e condenação e aflição, nesta vida e no porvir.
Portanto, convido você para exultar comigo na narração que João faz da crucificação de Jesus – vejamos pelo que passou o Filho eterno de Deus (não para nos compadecermos dele, mas para nos regozijarmos em tamanha, indescritível glória). No final, buscaremos algumas aplicações ou resoluções para o ano-novo e todos os dias de nossa vida, até que Cristo volte para estabelecer definitivamente o reino eterno de Deus.
O drama da crucificação tem como propósito revelar o clímax da vida de Jesus – seguido de seu sepultamento (19.31-42) e ressurreição (20.1-31). Portanto, ao caminhar por esse palco sangrento e cruel (19.1-42), tenha em mente que a cruz de Cristo é a glória de sua vida e de seu ministério, bem como o caminho para a glória eterna. Foi o próprio Jesus quem disse, em João 12.23,“Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado.”
De que modo o drama da crucificação glorifica Jesus?
É o que passamos a investigar.
Há TRÊS ATOS PRINCIPAIS NESTE DRAMA, cada um com seus desdobramentos encantadores: [Ato 1.] Jesus contempla a cruz (vs. 1-16), [Ato 2.] Jesus morre na cruz (vs. 17-30) e [Ato 3.] o sepultamento de Jesus (vs. 31-42).
O plano fracassado de Pilatos
João 19.1-7 1Então Pilatos mandou açoitar Jesus. 2Os soldados fizeram uma coroa de espinhos e a colocaram em sua cabeça, e depois puseram nele um manto vermelho. 3Zombavam dele, dizendo: “Salve, rei dos judeus!”, e batiam em seu rosto. 4Pilatos saiu outra vez e disse ao povo: “Agora vou trazê-lo aqui para vocês, mas que fique bem claro: eu o considero inocente”. 5Então Jesus saiu com a coroa de espinhos e o manto vermelho. “Vejam, aqui está o homem!”, disse Pilatos. 6Quando os principais sacerdotes e os guardas do templo o viram, começaram a gritar: “Crucifique-o! Crucifique-o!”. “Levem-no vocês e crucifiquem-no”, disse Pilatos. “Eu o considero inocente.” 7Os líderes judeus responderam: “Pela nossa lei ele deve morrer, pois chamou a si mesmo de Filho de Deus”.
O pânico fatal de Pilatos
João 19.8-12 8Quando Pilatos ouviu isso, ficou ainda mais amedrontado. 9Levou Jesus de volta para dentro do palácio e lhe perguntou: “De onde você vem?”. Jesus, porém, não respondeu. 10“Por que você se nega a falar comigo?”, perguntou Pilatos. “Não sabe que tenho autoridade para soltá-lo ou crucificá-lo?” 11Jesus disse: “Você não teria autoridade alguma sobre mim se esta não lhe fosse dada de cima. Portanto, aquele que me entregou a você tem um pecado maior”. 12Então Pilatos tentou libertá-lo, mas os líderes judeus gritavam: “Se o senhor soltar este homem, não é amigo de César! Quem se declara rei se rebela contra César”.
O pronunciamento final de Pilatos
João 19.13-16 13Ao ouvir isso, Pilatos trouxe Jesus para fora novamente e se sentou no tribunal, na plataforma chamada “Pavimento de Pedras” (em aramaico, Gábata). 14Era por volta de meio-dia, no dia da preparação para a Páscoa. E Pilatos disse ao povo: “Vejam, aqui está o seu rei!”. 15“Fora com ele!”, gritaram. “Fora com ele! Crucifique-o!” “O quê? Crucificar o seu rei?”, perguntou Pilatos. Em resposta, os principais sacerdotes gritaram: “Não temos outro rei além de César!”. 16Então Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado. E eles levaram Jesus.
Jesus carrega a cruz
João 19.16-17 16Então Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado. E eles levaram Jesus. 17Carregando a própria cruz, Jesus foi ao local chamado Lugar da Caveira (em aramaico, Gólgota).
Jesus é pregado na cruz
João 19.18 18Ali eles o pregaram na cruz. Outros dois foram crucificados com Jesus, um de cada lado e ele no meio.
Jesus prega lá da cruz
João 19.19-22 19Pilatos colocou no alto da cruz uma placa que dizia: “JESUS, O NAZARENO, REI DOS JUDEUS”. 20O lugar onde Jesus foi crucificado ficava perto da cidade, e a placa estava escrita em aramaico, latim e grego, de modo que muitos judeus podiam ler a inscrição. 21Os principais sacerdotes disseram a Pilatos: “Mude a inscrição de ‘Rei dos judeus’ para ‘Ele disse: Eu sou o rei dos judeus’”. 22Pilatos respondeu: “O que escrevi, escrevi”.
Jesus está despido na cruz
João 19.23-24 23Depois que os soldados crucificaram Jesus, repartiram suas roupas em quatro partes [sandálias, turbante, túnica e manto externo], uma para cada um deles. Também pegaram sua túnica, mas ela era sem costura, tecida numa única peça, de alto a baixo. 24Por isso disseram: “Em vez de rasgá-la, vamos tirar sortes para ver quem ficará com ela”. Isso cumpriu as Escrituras que dizem: “Repartiram minhas roupas entre si e lançaram sortes por minha veste”. E foi o que fizeram.
Jesus expressa amor lá da cruz
João 19.25-27 25Perto da cruz estavam a mãe de Jesus, a irmã dela, Maria, esposa de Clopas, e Maria Madalena. 26Quando Jesus viu sua mãe ali, ao lado do discípulo a quem ele amava, disse-lhe: “Mulher, este é seu filho”. 27E, ao discípulo, disse: “Esta é sua mãe”. Daquele momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.
Jesus completa a missão na cruz
João 19.28-30 28Jesus sabia que sua missão havia terminado e, para cumprir as Escrituras, disse: “Estou com sede”. 29Havia ali uma vasilha com vinagre, de modo que ensoparam uma esponja no vinagre, a colocaram na ponta de um caniço de hissopo e a ergueram até os lábios de Jesus. 30Depois de prová-la, Jesus disse: “Está consumado”. Então, inclinou a cabeça e entregou o espírito [παραδιδωμι paradidomi = v. 16: Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado].
A constatação da morte de Jesus
João 19.31-37 31Era o Dia da Preparação, e os líderes judeus não queriam que os corpos ficassem pendurados ali até o dia seguinte, que seria um sábado muito especial. Por isso pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e removê-los. 32Assim, os soldados vieram e quebraram as pernas dos dois homens crucificados com Jesus. 33Mas, quando chegaram a Jesus, viram que ele já estava morto e, portanto, não quebraram suas pernas. 34Um dos soldados, porém, furou seu lado com uma lança e, no mesmo instante, correu sangue com água. 35Essa informação provém de uma testemunha ocular. Ela diz a verdade para que vocês também creiam. 36Essas coisas aconteceram para que se cumprissem as Escrituras que dizem: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”, 37e “Olharão para aquele a quem transpassaram”.
Os cuidados com o corpo de Jesus
João 19.38-40 38Depois disso, José de Arimateia, que tinha sido discípulo secreto de Jesus porque temia os líderes judeus, pediu autorização a Pilatos para tirar da cruz o corpo de Jesus. Quando Pilatos lhe deu permissão, José veio e levou o corpo. 39Estava com ele Nicodemos, o homem que tinha ido conversar com Jesus à noite. Nicodemos trouxe cerca de 35litros de óleo perfumado feito com mirra e aloés. 40Seguindo os costumes judaicos de sepultamento, envolveram o corpo de Jesus em lençóis compridos de linho, junto com essas especiarias.
O enterro do corpo de Jesus
João 19.41-42 41O local da crucificação ficava próximo a um jardim, onde havia um túmulo novo que nunca tinha sido usado. 42Como era o Dia da Preparação para a Páscoa judaica, e uma vez que o túmulo ficava perto, colocaram Jesus ali.
Geralmente, quando se debruça sobre o drama da crucificação o que se destaca são os seus horrores. Entretanto, lendo com cuidado o relato de João, o que há pouco fizemos, descobrimos que somos poupados de muitos dos detalhes sórdidos e das imagens sangrentas que geralmente contemplamos nas cenas pintadas ou filmadas para o drama bíblico da crucificação de Jesus. Os evangelhos sinóticos também nos poupam das cenas horrorosas daquele ato sangrento – pouco se fala sobre os requintes de crueldade.
Por quê?
Os autores bíblicos nunca almejaram sentíssemos pena de Jesus. Aliás, Lucas nos conta o seguinte:
Lucas 23.26-31 26Enquanto levavam Jesus, um homem chamado Simão, de Cirene, vinha do campo. Os soldados o agarraram, puseram a cruz sobre ele e o obrigaram a carregá-la atrás de Jesus. 27Uma grande multidão os seguia, incluindo muitas mulheres aflitas que choravam por ele. 28Mas Jesus, dirigindo-se a elas, disse: “Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por si mesmas e por seus filhos. 29Pois estão chegando os dias em que dirão: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos e os seios que nunca amamentaram!’. 30Suplicarão aos montes: ‘Caiam sobre nós!’ e pedirão às colinas: ‘Soterrem-nos!’. 31Pois, se fazem estas coisas com a árvore verde, o que acontecerá com a árvore seca?”.
O drama da crucificação não nos foi contado para gerar comoção, mas conversão – arrependimento do pecado e fé no glorioso Filho eterno de Deus.
LEMBRA DE JOÃO 12.23, “Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado”? — O que Jesus quis dizer quando falou repetidamente da cruz como sua glória e sua glorificação? — Há mais de uma resposta para essa pergunta. Uma delas é a seguinte: na história humana, repetidamente, grandes nomes da humanidade encontraram sua glória na hora da morte. Isto é, eles foram eternizados ao morrerem. Foi quando eles morreram, e como morreram, que demonstrou às pessoas o que e quem eles realmente eram, e a que eles vieram ao mundo. Esses vultos gloriosos da história, enquanto vivos, podem ter sido mal compreendidos, desvalorizados ou mesmo condenados como criminosos, mas sua morte demonstrou seu verdadeiro lugar nas páginas da história.
Abraham Lincoln, por exemplo. Ele foi o 16º presidente dos EUA, de 1861 a 1865. Liderou o país de forma bem-sucedida durante sua maior crise interna, a Guerra Civil Americana, preservando a integridade territorial do país, abolindo a escravidão e fortalecendo o governo nacional. Ora, nessa posição, claro que ele teve seus inimigos durante a vida; mas mesmo aqueles que o criticaram em vida enxergaram sua grandeza quando ele morreu. Conta-se que alguém saiu da sala onde Lincoln estava deitado, depois que o tiro do assassino o matou, dizendo: “Agora ele pertence às eras.” Edwin Stanton, seu Secretário da Guerra, que sempre considerou Lincoln tosco e grosseiro e que não fazia qualquer esforço para recorrentemente expressar seu descontentamento com o presidente, olhou para o cadáver com lágrimas nos olhos, e desabafou: “Aí está o maior governante que o mundo jamais conheceu!”
Repetidamente, a grandeza de grandes homens da história se destacou na hora de sua morte. Foi assim também com Jesus, pois até mesmo o oficial romano e os outros soldados que vigiavam Jesus, os quais ficaram aterrorizados com o terremoto e com tudo que havia acontecido na hora da morte de Jesus, foram flagrados dizendo: “Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!” (Mt 27.54).
A cruz foi a glória de Jesus porque jamais ele havia sido tão majestoso como na hora de sua morte. A cruz foi a sua glória porque a majestade daquele momento atraía (e ainda atrai) as pessoas de uma forma que até mesmo a vida de Jesus jamais havia feito ou faz. Ele próprio havia dito que seria assim – João 8.28: “Quando vocês me levantarem, entenderão que eu sou o Filho do Homem.” E João 12.32: “ E, quando eu for levantado da terra, atrairei todos [todos os tipos de gentes, judeus e gentios = 10.16; 11.52] a mim.” Sabe para que tanta glória? Para que o pecador seja atraído para a salvação!
João 3.14-15 14E, como Moisés, no deserto, levantou a serpente de bronze numa estaca, também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todo o que nele crer tenha a vida eterna.
Ano novo não é sinônimo de vida nova, paz, saúde, amor, alegria ou prosperidade. Não de verdade. Ano novo pode ser mais um longo caminhar de mesmice, conflitos, perturbação e tudo o mais que o pecado produz na nossa vida.
Vida nova é Cristo. Paz é Cristo. Amor é Cristo. Prosperidade é Cristo. Alegria é Cristo. Tudo o que você deseja para o ano-novo está em Cristo – não no que Cristo pode dar, mas no próprio Cristo – , sobretudo vida nova, paz, amor, liberdade e propósito.
2Coríntios 5.15-21 15Ele morreu por todos, para que os que recebem sua nova vida não vivam mais para si mesmos, mas para Cristo, que morreu e ressuscitou por eles. […] 17Logo, todo aquele que está em Cristo se tornou nova criação. A velha vida acabou, e uma nova vida teve início! 18E tudo isso vem de Deus, aquele que nos trouxe de volta para si por meio de Cristo e nos encarregou de reconciliar outros com ele. 19Pois, em Cristo, Deus estava reconciliando consigo o mundo, não levando mais em conta os pecados das pessoas. E ele nos deu esta mensagem maravilhosa de reconciliação. 20Agora, portanto, somos embaixadores de Cristo; Deus faz seu apelo por nosso intermédio. Falamos em nome de Cristo quando dizemos: “Reconciliem-se com Deus!”. 21Pois Deus fez de Cristo, aquele que nunca pecou, a oferta por nosso pecado, para que por meio dele fôssemos declarados justos diante de Deus.
A glória da crucificação te atrai para a salvação e transborda de sua vida na restauração de todas as coisas que dependerem de você. Arrependa-se e creia.
A coisa mais importante para você nesta hora de vigília de Ano-Novo é certificar-se de que você recebeu com fé a Jesus Cristo, e ele crucificado, como seu Salvador e Senhor. Não queira enfrentar mais uma ano novo sem Cristo – na força de seu próprio poder, vivendo para si mesmo e seus próprios prazeres, pedindo de Deus para esbanjar no seu pecado. Chega! Comece 2022 com vida nova em Cristo Jesus. Arrependa-se e creia.
Se já é cristão, permita-me sugerir a você algumas resoluções de Ano-Novo com base na narrativa da crucificação de Jesus Cristo:
1. RESOLVA NÃO SER COMO PILATOS. Resolva conhecer a verdade e praticar a verdade. J. C. Ryle escreveu o seguinte sobre Pilatos:
Vemos o governador romano, um homem de status elevado, representante do mais poderoso império daquela época, um homem que deveria ser fonte de justiça e equidade; nós o vemos hesitando entre dois pensamentos em um caso tão claro quanto a luz do sol ao meio-dia. Ele sabia o que era correto, mas estava com medo de agir de acordo com esse conhecimento; estava convicto de que deveria libertar o prisioneiro que tinha diante de si, mas estava receoso de fazê-lo, para não desagradar aqueles que o acusavam. Assim, com base no temor dos homens, ele sacrificaria as exigências da justiça; motivado por covardia, aprovaria um crime gravíssimo; e finalmente, por amar a opinião dos homens, Pilatos apoiaria o assassinato de um inocente. A natureza humana jamais cometeu um ato tão desprezível quanto esse. Nenhum outro nome tem sido tão desprezado pelo mundo quanto o de Pôncio Pilatos. Devemos aprender, nessa passagem, que os seres humanos são criaturas miseráveis quando não possuem princípios elevados em seu coração e a fé na existência de um Deus que está acima deles.
PORTANTO: Ore por você. Ore pelos seus governantes. Resolva conhecer e praticar a verdade. Cristo é a verdade. A palavra de Deus revela a verdade.
2. RESOLVA NÃO SER COMO OS JUDEUS INCRÉDULOS. Resolva viver sob o ensino da verdade – na comunhão da igreja – sem deixar de estar atento ao enorme perigo de uma contínua rejeição ou distorção da luz e do conhecimento que é pregado dominicalmente do púlpito da igreja. Sobre a incredulidade dos judeus, J. C. Ryle discorreu:
Nós os vemos por três ou quatro horas rejeitando a oferta de Pilatos no que diz respeito à liberdade de nosso Senhor, exigindo com ferocidade sua crucificação, clamando agressivamente por sua condenação à morte, recusando-se com persistência a reconhecê-lo como seu rei, declarando que não tinham outro rei além de César e acumulando sobre sua própria cabeça grande parte da culpa pela morte de Cristo. Apesar disso, eram filhos de Israel e descendentes de Abraão; a eles, pertenciam as promessas, os cerimoniais da lei de Moisés, os sacrifícios e o templo. Esses foram os homens que professavam aguardar um profeta maior do que Moisés, um descendente de Davi, que estabeleceria um reino como Messias. Desde a queda de Adão, nunca houve tão grande demonstração da profunda impiedade do coração humano.
PORTANTO: Ore por você. Ore pelos membros da igreja. Resolva viver sob o ensino da verdade – na comunhão da igreja – sem deixar de estar atento ao enorme perigo de uma contínua rejeição ou distorção da luz e do conhecimento que é pregado dominicalmente do púlpito da igreja.
3. RESOLVA NÃO SER COMO OS SOLDADOS QUE REPARTIRAM AS ROUPAS DE JESUS. Resolva viver de tal modo, resolva orar e buscar com tal intensidade a não deixar que a rotina da vida, de estudos, do trabalho ou a corrupção deste mundo dessensibilize você para a presença de Deus, o mover de Deus e a obra de Deus diante de seus olhos. Lá estavam aqueles soldados apostando as roupas do Filho eterno de Deus agonizando diante deles na cruz – e eles só tinham olhos para o que ganhariam no jogo! Resolva não perder a sensibilidade espiritual. Resolva viver para ver o reino de Deus.
4. RESOLVA SER COMO JESUS QUE, MESMO EM MEIO A TANTA DOR, TEVE OLHOS PARA A DOR DE MARIA, SUA MÃE. Resolva não viver mais para si mesmo, mas para aquele que te salvou e o próximo que precisa de seus dons, talentos e cuidado.
5. RESOLVA SER COMO JESUS QUE, MESMO SENTINDO EXCRUCIANTE SEDE, SUBMETEU SEUS INSTINTOS NATURAIS, SUAS NECESSIDADES MAIS BÁSICAS AO CUMPRIMENTO DA VONTADE DE DEUS. Não deixe de notar que foi apenas para cumprir a Escritura que ele disse: “Tenho sede!” (Jo 19.28). Resolva submeter seus desejos, necessidades, instintos e vontades ao cumprimentos dos propósitos soberanos de Deus.
6. RESOLVA SER COMO JOSÉ DE ARIMATEIA QUE, MESMO TENDO MUITO A PERDER, COLOCOU TODA A SUA INFLUÊNCIA E RECURSOS A SERVIÇO DE JESUS. Ele era membro do Sinédrio (Mc 15.43) e muito rico (Mt 27.57) e usou do que tinha para tirar o corpo de Jesus da cruz e dar a ele um sepultamento dingo em um túmulo novinho de sua propriedade. Resolva colocar-se a serviço de Jesus – sua vida e seus recursos, custe o que custar.
7. RESOLVA SER COMO NICODEMOS QUE, MESMO SENDO HOMEM E GRANDE LÍDER ENTRE OS JUDEUS, COLOCOU-SE PARA SERVIR – fazer o que era trabalho de mulheres ou escravos: preparar o corpo para o sepultamento. Resolva servir. Resolva investir com recursos e trabalho humilde no reino de Deus.
8. Sobretudo, RESOLVA ADMIRAR O AMOR E A PACIÊNCIA DE JESUS EXPRESSOS NO DRAMA DA CRUCIFICAÇÃO. J. C. Ryle:
Vemos o Salvador dos homens sendo chicoteado, coroado com espinhos, escarnecido, esbofeteado, rejeitado por seu povo, injustamente condenado ao mais doloroso tipo de morte. […] ADMIREMOS O AMOR DE CRISTO, sobre o qual o apóstolo Paulo disse: “Excede todo entendimento”, e vejamos que essa expressão está repleta de profundo significado. Não existe amor terreno com o qual possamos compará-lo, nem um padrão que seja capaz de avaliá-lo. É um amor inigualável. Ao meditar sobre essa história de sofrimentos, jamais esqueçamos que Jesus sofreu por causa de nossos pecados, o justo pelos injustos, e que ele foi traspassado por causa de nossas transgressões e ferido por causa de nossas iniquidades, a fim de que, por meio de seus sofrimentos, fôssemos salvos.
Com diligência, devemos SEGUIR O EXEMPLO DE PACIÊNCIA dado por nosso Senhor, em todas as provas e aflições de nossa vida, especialmente aquelas que nos alcançam por motivos espirituais. Quando foi ultrajado, o Senhor Jesus não revidou com ultraje; ao ser maltratado, não fez ameaças, mas entregou-se àquele que julga retamente. Revistamo-nos dessas mesmas atitudes. Olhemos atentamente para aquele que, sem murmurar, suportou tamanha oposição da parte dos pecadores e esforcemo-nos para glorificá-lo por meio do sofrimento, bem como da prática do bem.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto