06.04.2020
Iniciamos ontem, domingo, 05 de abril de 2020, a semana mais importante do ano: a celebração da última semana de Jesus Cristo sobre a terra, antes de ele ser morto na cruz, sepultado e ressuscitar no domingo de Páscoa. Você já se deu conta disto, cristão? É bem provável que a maioria deixe este evento passar desapercebido ou, no mínimo, sem fazer a devida consideração. Uma pena, se não fosse uma tragédia!
O assunto mais comentando neste momento, divulgado em rede nacional de televisão ou viralizado nas mídias sociais não deveria ser o NOVO CORONAVÍRUS. Sim, DEVEMOS MANTER TODAS AS MEDIDAS DE ISOLAMENTO E RECOMENDAÇÕES DOS ÓRGÃOS COMPETENTES para evitar o alastramento do contágio que poderá, tragicamente, ser letal para milhares de brasileiros e pelo mundo afora. Esta pandemia não é brincadeira e alguns daqueles que amamos já estão sofrendo na pele com esta doença ou vivendo sob o risco de contraí-la, na linha de frente, enquanto atendem e socorrem os doentes que procuram hospitais e postos de saúde. É trágico o que estamos vivendo, muito trágico. Se cuide e ore, ore muito.
Mas tragédia maior do que ser contaminado pelo SARS-CoV-2 (que é o nome do novo vírus) ou morrer de COVID-19 (que é o nome da doença causada pelo novo coronavírus)… tragédia maior, eternamente maior é morrer sem arrependimento e fé na vida e na obra Jesus Cristo que foram seladas na última semana dele neste mundo ao qual ele veio para buscar e salvar o que se havia perdido para o pecado.
Não desperdice esta semana!
Dê a devida atenção à última semana de vida de Jesus sobre a terra. Sua vida, vida abundante e eterna, deve se agarrar com fé e esperança ao que Cristo conquistou na cruz no final da semana da Paixão e sacramentou com a ressurreição no Domingo de Páscoa.
Algo ainda mais fora do comum está acontecendo este ano, algo que a nossa geração ou mesmo as gerações de nossos pais e avós jamais experimentaram em todos os nossos anos de existência: não poderemos nos reunir – publica e coletivamente – para celebrar a vitória de Cristo sobre a morte; a igreja não poderá realizar seus cultos de celebração da Páscoa!
Em épocas normais, quarta-feira agora e no domingo próximo, celebraríamos o maior evento da história da humanidade com Cantata, Mensagens de Páscoa e Celebração da Ceia do Senhor nas reuniões de nossa igreja. Mas este ano, por medidas de saúde e tomados de amor, nós não poderemos. É de partir o coração!
Entretanto, o que desejo fazer, começando hoje, é caminhar com você através da última semana do Senhor. – Quero convidá-lo, convidá-la a ler comigo O Diário da Última Semana de Jesus. Minha oração é que nenhuma das ovelhas amadas de Cristo, sob os meus cuidados na Segunda Igreja Batista em Goiânia – por extensão: que nenhum amigo ou irmão e irmã de outra igreja, que porventura tenha acesso a este material – deixe de dar a devida atenção à maior e mais importante notícia de todos os tempos: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores” (1Timóteo 1.15).
Espero em Deus postar a cada dia o passo a passo de Jesus até a cruz, começando hoje e até o domingo de Páscoa, narrando e comentando a última semana do Senhor, conforme nós o encontramos nos relatos dos Evangelhos. – Que o SENHOR me dê saúde, disposição e força para a cada dia trazer a você um passo a mais do amor de Jesus pelas suas ovelhas eternas.
Como a última semana de Jesus começou no domingo (Domingo de Ramos) e não na segunda-feira (hoje é segunda-feira), no episódio de hoje nós abordaremos o domingo e a segunda-feira da Paixão de Cristo. A partir de amanhã, assim queira o SENHOR, terça-feira, seguiremos dia a dia os últimos passos de Jesus até à cruz.
Antes, porém, um breve pano de fundo.
A Chegada Do Rei
O ano era 33 d.C. O entusiasmo no ar fresco da primavera de Jerusalém era palpável. Milhares de peregrinos judeus se reuniam vindos de todas as partes do mundo para a festa da Páscoa, e se espalhou a notícia de que Jesus – um rabino, profeta e curandeiro itinerante com trinta e poucos anos, vindo da Galileia – havia ressuscitado Lázaro dentre os mortos, retirado–se de Betânia – uma aldeia a apenas alguns quilômetros ao leste de Jerusalém –– e se refugiado em uma cidade no deserto chamada Efraim (João 11.54), mas que estivera em Betânia durante o fim de semana anterior à Páscoa (João 11.55-12.1, 9-11).
Muitos foram até Betânia para ver Jesus e Lázaro. Daqueles peregrinos, um punhado creu em Jesus e retornou à capital com relatos de seu poder milagroso inclusive para ressuscitar mortos (João 12.9-11, 17-18). As multidões que se reuniam para a Páscoa em Jerusalém eram como um barril de pólvora pronto para explodir ao contato com a menor faísca – cheio até a tampa com fervor messiânico e ódio ao domínio romano.
Ventos de revolução sopravam no ar da Palestina durante o primeiro século, e Jesus, com a autoridade que tinha para ensinar e a capacidade espetacular que possuía para capturar a atenção e a imaginação das massas, ambas acentuadas pelo poder que ele possuía para curar, expulsar demônios e até ressuscitar mortos, fazia a massa de gente ávida por um libertador questionar se aquele Nazareno não seria de fato o tão esperado Messias de Israel. Em contra partida, para conquistar e manter o poder, os romanos até matavam – o que de fato faziam com bastante eficácia! Mas estavam em um empasse: Como eles seriam capazes de calar um líder que, quando quisesse, era capaz até mesmo de ressuscitar os mortos?
Depois de guardar o sábado (do entardecer de sexta–feira até a noite de sábado) em Betânia, Jesus se levantou domingo de manhã para entrar na cidade de Jerusalém.
Era 29 de março de 33 d.C. – o primeiro dia da última semana de sua vida na terra.
Domingo
29 de março de 33 d.C.
Jesus Entrou Em Jerusalém
Mateus 21.1-11; Marcos 11.1-10; Lucas 19.29-44; João 12.12-19
As multidões da Páscoa e os habitantes de Jerusalém estavam cheios de expectativas messiânicas, e Jesus não os desapontou.
No domingo pela manhã, seguindo viagem para Jerusalém, Jesus e seus discípulos estavam no Monte das Oliveiras. De lá, enviou dois de seus discípulos para a aldeia vizinha (Betfagé), tendo-os instruído a buscar um jumentinho sobre o qual ele montaria para a sua entrada triunfal em Jerusalém. Aquela ação simbólica intencional de Jesus comunicaria claramente sua realeza às multidões alvoroçadas de peregrinos da Páscoa, cumprindo a profecia de Zacarias 9.9 que dizia que o futuro rei de Israel viria montado no lombo de uma cria de jumenta. Nada mais humilhante, para quem se autodeclarava Rei! Afinal, conquistadores montam em cavalos brancos, não em jumentos. Mas Jesus era diferente: Ele era manso e humilde de coração.
Enquanto Jesus, montado no bichinho, descia o Monte das Oliveiras em direção à Cidade Santa, as multidões interpretam corretamente parte daquela ação, e com alegria extasiante responderam com gentileza, espalhando mantos e folhas de palmeiras em seu caminho para criar um tapete real, enquanto o aclamavam como rei: “Hosana ao Filho de Davi! Bem-aventurado aquele que vem em nome do Senhor!” Hosana nas alturas! Abençoado é o reino vindouro de nosso pai Davi!” (Mateus 21.9; Marcos 11.10; ver também Isaías 9.7) Veja: As multidões estavam declaradamente aclamando Jesus como rei, em vez de César!
A cidade inteira estava abalada com os acontecimentos, e a multidão continuava espalhando a notícia para qualquer pessoa em Jerusalém que ainda não tivesse ouvido sobre Jesus (Mateus 21.10-11). Alguns fariseus instruíram o Senhor a repreender as massas por julgarem perigosa aquela exuberância messiânica, mas ele se recusou a corrigir ou reduzir a aclamação que recebia em sua entrada na cidade (Mateus 21.15-17; Lucas 19.39-40).
Seria difícil subestimar a instabilidade política e religiosa que estava sendo incitada pelas ações de Jesus – os fariseus foram pegos de surpresa e não tinham ideia de como responder aos romanos (João 12.19). Até aquele momento no ministério de Jesus, ele ainda poderia ter uma vida longa, feliz e pacífica, mas suas ações no domingo de ramos desencadearam uma série de eventos que de duas, uma: ou poderiam resultar na derrubada dos romanos e dos líderes religiosos no poder, ou culminariam em sua morte brutal. Jesus tinha ido longe demais; não haveria como voltar atrás. César jamais permitiria algum rei rival. Ao se aproximar da cidade, Cristo chorou por Jerusalém (Lucas 19.41-44).
Jesus Predisse Sua Morte
João 12.20-36
Alguns gregos que estavam entre os peregrinos da Páscoa tentaram uma audiência com Jesus. João não registra qual teria sido a pergunta dos gregos, mas Jesus os respondeu predizendo sua morte, descrevendo-a como sendo o propósito pelo qual ele veio ao mundo (João 12.27). Uma voz do céu, estrondosa como o trovão, afirmou o compromisso de Deus de glorificar seu próprio nome através da morte Jesus (João 12.28-29). Jesus continuou a esclarecer o tipo de destino que o aguardava: morte por crucificação (sendo “levantado da terra”, João 12.32; ver Isaías 52.13). No entanto, com a sua morte, Jesus daria em Satanás um golpe esmagador (João 12.31; ver também Lucas 10.18; Gênesis 3.15).
A multidão judaica, é claro, não estava gostando daquele tipo de conversa e objetou que, de acordo com a lei mosaica, o Messias deveria permanecer para sempre, JAMAIS morrer. Jesus não respondeu diretamente à objeção, mas ordenou que se “andasse enquanto [havia] a luz” (i.e., o próprio Jesus, a “luz do mundo”, João 8.12; 9.5) e que se cresse na luz para se tornar filho da luz antes que ela se esvaísse e as trevas chegassem (João 12.35-36).
Jesus Visitou o Templo
Mateus 21.14-17; Marcos 11.11
Antes de retornar com os Doze para Betânia, no final do domingo, Jesus visitou o complexo do templo de Jerusalém. Ele continuava perturbando o status quo religioso: curando cegos e coxos e recebendo louvor de crianças. Aquela visita inicial ao templo preparava o cenário para os eventos inesquecíveis, os mais importantes da história, que ocorreriam a partir do dia seguinte, segunda-feira.
Quem É Jesus Para Você?
O que podemos aprender? Qual aplicação nós podemos extrair deste incidente do domingo da última semana de Jesus?
Uma sugestão: Ao olharmos para a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e vermos a forma como a multidão o aclamou, ao mesmo tempo que sabemos que adiante no tempo aqueles mesmos gritariam: Crucifica-o!, aprendemos o quanto é fácil se criar uma imagem “ideal” de Deus e de um salvador, segundo o nosso coração enganoso. Os judeus queriam um libertador, um messias político, vitória sobre tudo e sobre todos para desfrutarem nesta terra, para gastarem em seus próprios prazeres. Eram adúlteros! Enquanto acharam que Jesus os serviria, o aclamaram. Mas tão logo descobriram que ele era o que deveria ser (e não o que eles esperavam): o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, eles o trocaram por Barrabás e o mandaram para a cruz (Mateus 27.21-26). ENTÃO, EU TE PERGUNTO: Quem é Jesus para você? A Bíblia diz que ele é a luz do mundo, o caminho para Deus, a verdade de Deus e a vida proporcionada por Deus. Ele é a ressurreição e a vida. O pão e a água da vida. O bom pastor. Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Segunda-feira
30 de março de 33 d.C.
Jesus Amaldiçoou uma Figueira
Mateus 21.18-19; Marcos 11.12-14
Quando Jesus e seus discípulos estavam retornando para Jerusalém na segunda-feira de manhã, ele, com fome, viu uma figueira frondosa, mas sem frutos. Então, a amaldiçoou.
Israel é frequentemente caracterizado como figueira no Antigo Testamento (Jeremias 8.13; Oséias 9.10,16; Joel 1.7). A maldição de Jesus lançada sobre a figueira simbolizava o julgamento de Deus sobre uma nação que tinha aparência externa de vitalidade, mas falhava vergonhosamente em dar frutos de vida espiritual.
Jesus Purificou o Templo
Mateus 21.12-13; Marcos 11.15-18; Lucas 19.45-48
Com os eventos fascinantes do dia anterior (o domingo) ainda frescos na mente de todos, os olhos de todo mundo estavam voltados para Jesus quando ele entrou no templo na segunda-feira de manhã. O que o recém-aclamado Messias da linhagem de Davi faria para estabelecer seu reino? Jesus não perdeu tempo respondendo a esse tipo de questionamento, e prosseguiu resoluto até adentrar ao templo.
Por causa de sua visita na noite anterior, Jesus sabia exatamente o que encontraria lá – cambistas e comerciantes na corte dos gentios, vendendo animais hiperinflacionados para sacrifícios. Aqueles especuladores se aproveitavam da devoção religiosa dos peregrinos da Páscoa, que deveriam pagar tanto o imposto do templo como apresentar animais sem mácula para o sacrifício a um custo exorbitante.
Consumido pelo zelo sagrado e pela justa indignação, Jesus virou as mesas e cadeiras dos cambistas de pernas para o ar, expulsou do templo os comerciantes e os clientes com a mesma indignação, e impediu a entrada de quem estava carregando mercadorias para a venda. Ele então começou a ensinar às pessoas que o templo deveria ser uma casa de oração para todas as nações (ver Isaías 56.7; Jeremias 7.11), não um covil de ladrões onde os ricos e poderosos exploravam os pobres sob o disfarce de facilitar a adoração a Deus.
Aquelas ações furiosas de Jesus desafiavam diretamente a liderança religiosa judaica que era cúmplice e provavelmente se beneficiava com toda aquela flagrante corrupção da devoção ao Deus que mantinha a aliança com Israel. Os principais sacerdotes, escribas e fariseus – líderes do povo – começaram desesperadamente a procurar uma maneira de acabar com Jesus. Não apenas ele estava desafiando diretamente a autoridade judaica, como também os romanos não precisariam de desculpas para exercer a força se houvesse alguma instabilidade civil em decorrência dos atos e das palavras de Jesus.
Em contraste à reação da casta de líderes religiosos, as pessoas comuns amaram o que estavam vendo. Jesus estava agitando e ajeitando as coisas exatamente como o Messias deveria fazer, eles pensavam. Ao mesmo tempo, porém, ao purificar o templo, Jesus selava ainda mais sua sentença de morte. Os que estavam no poder não tolerariam uma afronta à autoridade deles naquele nível. Jesus deveria morrer.
Quando a noite de segunda-feira chegou, Jesus e seus discípulos deixaram Jerusalém mais uma vez (Marcos 11.19; Lucas 21.37).
Como Está Seu Coração?
O que podemos aprender? Qual aplicação nós podemos extrair deste incidente da segunda-feira da última semana de Jesus?
Uma sugestão: Ao olharmos para a forma como Cristo amaldiçoou a figueira por constatar que nela havia folhas, mas não frutos; e observarmos a fúria com a qual ele purificou o templo em Jerusalém, aprendemos o quanto o SENHOR abomina profissão de fé sem vida espiritual de verdade, ritualismo religioso sem vida de coração; o quanto Jesus abomina a perversão da fé e da verdade revelada nas Escrituras. Então, eu lhe pergunto: Como está seu coração?
Peço a você que imagine seu coração como um templo no qual Jesus caminha, procurando o fruto da oração, da adoração e da vida piedosa. Aliás, se você já recebeu o SENHOR com arrependimento e fé, de fato seu coração é o templo de Cristo. Pois bem, enquanto ele caminha e olha em volta, o que ele vê e o que ele diz para você? Passe algum tempo com esta imagem e use-a como um meio de oração, um diálogo sincero com Deus. Pergunte a ele o que ele deseja que você faça para ser mais útil. Pergunte a ele o que precisa ser mudado na sua vida. Peça a ele graça sobre graça para você se voltar diariamente a ele em oração, calçado, calçada da palavra de Deus.
Deus abençoe você na sua peregrinação. Paz.
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