26.12.2021
[João 18.1-40] 1Depois de dizer essas coisas, Jesus atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom e entrou num bosque de oliveiras. 2Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, pois Jesus tinha ido muitas vezes ali com seus discípulos. 3Os principais sacerdotes e fariseus tinham dado a Judas um destacamento de soldados e alguns guardas do templo para acompanhá-lo. Eles chegaram ao bosque de oliveiras com tochas, lanternas e armas. 4Jesus, sabendo tudo que ia lhe acontecer, foi ao encontro deles. “A quem vocês procuram?”, perguntou. 5“A Jesus, o nazareno”, responderam. “Sou eu”, disse ele. (Judas, o traidor, estava com eles.) 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, todos recuaram e caíram para trás, no chão. 7Mais uma vez, ele perguntou: “A quem vocês procuram?”. E, novamente, eles responderam: “A Jesus, o nazareno”. 8“Já lhes disse que sou eu”, respondeu ele. “E, uma vez que é a mim que vocês procuram, deixem estes outros irem embora.” 9Ele fez isso para cumprir sua própria declaração: “Não perdi um só de todos que me deste”. 10Então Simão Pedro puxou uma espada e cortou a orelha direita de Malco, o servo do sumo sacerdote. 11Jesus, porém, disse a Pedro: “Guarde sua espada de volta na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?”. 12Assim, os soldados, seu comandante e os guardas do templo prenderam Jesus e o amarraram. 13Primeiro, levaram Jesus a Anás, pois era sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Caifás foi quem tinha dito aos outros líderes judeus: “É melhor que um homem morra pelo povo”. 15Simão Pedro e outro discípulo seguiram Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do sumo sacerdote, de modo que lhe permitiram entrar com Jesus no pátio do sumo sacerdote. 16Pedro teve de ficar do lado de fora do portão. Então o discípulo conhecido do sumo sacerdote falou com a moça que tomava conta do portão, e ela deixou Pedro entrar. 17A moça perguntou a Pedro: “Você não é um dos discípulos daquele homem?”. “Não”, respondeu ele. “Não sou.” 18Como fazia frio, os servos da casa e os guardas tinham feito uma fogueira com carvão e se esquentavam ao redor dela. Pedro estava ali com eles, esquentando-se também. 19Lá dentro, o sumo sacerdote começou a interrogar Jesus a respeito de seus discípulos e de seus ensinamentos. 20Jesus respondeu: “Falei abertamente a todos. Ensinei regularmente nas sinagogas e no templo, onde o povo se reúne. 21Por que você me interroga? Pergunte aos que me ouviram. Eles sabem o que eu disse”. 22Um dos guardas do templo que estava perto bateu no rosto de Jesus, dizendo: “Isso é maneira de responder ao sumo sacerdote?”. 23Jesus respondeu: “Se eu disse algo errado, prove. Mas, se digo a verdade, por que você me bate?”. 24Então Anás amarrou Jesus e o enviou a Caifás, o sumo sacerdote. 25Nesse meio-tempo, enquanto Simão Pedro estava perto da fogueira, esquentando-se, perguntaram-lhe novamente: “Você não é um dos discípulos dele?”. Ele negou, dizendo: “Não sou”. 26Mas um dos servos da casa do sumo sacerdote, parente do homem de quem Pedro havia cortado a orelha, perguntou: “Eu não vi você no bosque de oliveiras com Jesus?”. 27Mais uma vez, Pedro negou. E, no mesmo instante, o galo cantou. 28O julgamento de Jesus diante de Caifás terminou nas primeiras horas da manhã. Em seguida, foi levado ao palácio do governador romano. Seus acusadores não entraram, pois se contaminariam e não poderiam celebrar a Páscoa. 29Então o governador Pilatos foi até eles e perguntou: “Qual é a acusação contra este homem?”. 30Eles responderam: “Não o teríamos entregue ao senhor se ele não fosse um criminoso”. 31“Então levem-no embora e julguem-no de acordo com a lei de vocês”, disse Pilatos. “Só os romanos têm direito de executar alguém”, responderam os líderes judeus. 32Assim cumpriu-se a previsão de Jesus sobre como ele morreria. 33Então Pilatos entrou novamente no palácio e ordenou que trouxessem Jesus. “Você é o rei dos judeus?”, perguntou ele. 34Jesus respondeu: “Essa pergunta é sua ou outros lhe falaram a meu respeito?”. 35“Acaso sou judeu?”, disse Pilatos. “Seu próprio povo e os principais sacerdotes o trouxeram a mim para ser julgado. Por quê? O que você fez?” 36Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo”. 37Pilatos disse: “Então você é rei?”. “Você diz que sou rei”, respondeu Jesus. “De fato, nasci e vim ao mundo para testemunhar a verdade. Todos que amam a verdade ouvem minha voz.” 38Pilatos perguntou: “Que é a verdade?”. Depois que disse isso, Pilatos saiu outra vez para onde estava o povo e declarou: “Ele não é culpado de crime algum. 39Mas vocês têm o costume de pedir que eu solte um prisioneiro cada ano, na Páscoa. Vocês querem que eu solte o ‘rei dos judeus’?”. 40Eles, porém, gritaram: “Não! Esse homem, não! Queremos Barrabás!”. Esse Barrabás era um criminoso.
Você já foi traído por alguém?
Como é a dor da traição?
Inimigo do seu inimigo é seu amigo? (Costuma ser assim, infelizmente!)
Se dói ser traído, tanto maior a dor é ver dois inimigos se unindo contra você.
E quando fogem ou faltam os amigos?
O mundo caiu sobre a sua cabeça. Um amigo íntimo te traiu. Inimigos se uniram contra a sua vida. Injustiça sobre injustiça serão despejadas sobre a sua cabeça. Violência. Cinismo. Requintes de crueldade. Morte. Todas essas coisas estão no seu caminho, a poucos palmos de distância, e você olha ao redor e lhe faltam os amigos.
ESTE É O CENÁRIO no qual se encontra o nosso Jesus neste ponto da narrativa do Evangelho de João: traição, prisão, condenação, crucificação e sepultamento. A vida desse homem que só amou e fez o bem pelas pessoas terminaria assim mesmo de um modo tão cruel? Coloque-se no lugar de Jesus Cristo.
Como você se sentiria?
A HORA DE JESUS HAVIA CHEGADO: a crucificação e a ressurreição do Filho eterno de Deus (João 18.1–21.25). Era chegada a plenitude dos tempos, o ápice da história da redenção, a apoteose da criação. O mundo e tudo o que nele há foram criados para este momento: a crucificação e a ressurreição do Filho eterno de Deus. Portanto, não deixe de perceber, não fique sem enxergar, está diante de nossos olhos o ato mais glorioso no teatro do universo: Cristo será traído, abandonado, preso, condenado, judiado, crucificado, sepultado, mas ressuscitará vitorioso.
Este é um resumo do Evangelho de João – a história de Jesus em cinco atos, a qual foi contada pelo discípulo amado:
Lembre-se de que o Evangelho de João como um todo foi escrito para revelar a glória de Jesus, e uma vez contemplando-a pela fé você seja salvo do pecado e nutrido em fé na sua perseverança para a salvação. João foi escrito para que encontremos vida, vida em abundância (Jo 20.30-31). E a forma de provar e desfrutar de vida abundante é conhecendo intimamente Jesus Cristo glorioso – pela fé (Jo 17.3).
João 18 é o nosso texto. Temos aqui o drama da prisão de Jesus Cristo. Ele será traído por Judas, preso pelos romanos e apresentado aos sumos sacerdotes Anás e Caifás e depois ao governador Pilatos. Pedro negará Jesus três vezes em cumprimento da profecia do próprio Senhor, e Cristo declarará seu reino na presença de Pilatos. Por fim, a multidão escolherá que soltem Barrabás e crucifiquem Jesus Cristo.
O que nós podemos aprender da glória de Jesus neste texto? Dividiremos o drama da prisão de Jesus em três atos:
[1.] A covardia dos discípulos de Jesus;
[2.] a corrupção das estruturas de poder; e
[3.] o caráter glorioso de Cristo.
A prisão começou com a quebra de laços íntimos: JUDAS ISCARIOTES TRAIU JESUS:
João 18.1-5 1Depois de dizer essas coisas, Jesus atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom e entrou num bosque de oliveiras. 2Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, pois Jesus tinha ido muitas vezes ali com seus discípulos. 3Os principais sacerdotes e fariseus tinham dado a Judas um destacamento de soldados e alguns guardas do templo para acompanhá-lo. Eles chegaram ao bosque de oliveiras com tochas, lanternas e armas. 4Jesus, sabendo tudo que ia lhe acontecer, foi ao encontro deles. “A quem vocês procuram?”, perguntou. 5“A Jesus, o nazareno”, responderam. “Sou eu”, disse ele. (Judas, o traidor, estava com eles.)
Agravando essa traição, nós nos deparamos com a inconsistência de Pedro. Primeiro, a gente vê a coragem de quem julga estar em vantagem – PEDRO CORTOU A ORELHA DO SOLDADO ROMANO:
João 18.6-12 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, todos recuaram e caíram para trás, no chão. 7Mais uma vez, ele perguntou: “A quem vocês procuram?”. E, novamente, eles responderam: “A Jesus, o nazareno”. 8“Já lhes disse que sou eu”, respondeu ele. “E, uma vez que é a mim que vocês procuram, deixem estes outros irem embora.” 9Ele fez isso para cumprir sua própria declaração: “Não perdi um só de todos que me deste”. 10Então Simão Pedro puxou uma espada e cortou a orelha direita de Malco, o servo do sumo sacerdote. 11Jesus, porém, disse a Pedro: “Guarde sua espada de volta na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?”. 12Assim, os soldados, seu comandante e os guardas do templo prenderam Jesus e o amarraram.
Na sequência, nós assistimos (em primeira classe!) a covardia de quem se vê acuado – PEDRO NEGOU JESUS A PRIMEIRA VEZ:
João 18.13-18 13Primeiro, levaram Jesus a Anás, pois era sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Caifás foi quem tinha dito aos outros líderes judeus: “É melhor que um homem morra pelo povo”. 15Simão Pedro e outro discípulo seguiram Jesus. Esse outro discípulo era conhecido do sumo sacerdote, de modo que lhe permitiram entrar com Jesus no pátio do sumo sacerdote. 16Pedro teve de ficar do lado de fora do portão. Então o discípulo conhecido do sumo sacerdote falou com a moça que tomava conta do portão, e ela deixou Pedro entrar. 17A moça perguntou a Pedro: “Você não é um dos discípulos daquele homem?”. “Não”, respondeu ele. “Não sou.” 18Como fazia frio, os servos da casa e os guardas tinham feito uma fogueira com carvão e se esquentavam ao redor dela. Pedro estava ali com eles, esquentando-se também.
Enquanto Jesus era interrogado pelo sumo sacerdote Anás (nos versículos 19-24), PEDRO NEGOU JESUS A SEGUNDA E A TERCEIRA VEZ:
João 18.25-27 25Nesse meio-tempo, enquanto Simão Pedro estava perto da fogueira, esquentando-se, perguntaram-lhe novamente: “Você não é um dos discípulos dele?”. Ele negou, dizendo: “Não sou”. 26Mas um dos servos da casa do sumo sacerdote, parente do homem de quem Pedro havia cortado a orelha, perguntou: “Eu não vi você no bosque de oliveiras com Jesus?”. 27Mais uma vez, Pedro negou. E, no mesmo instante, o galo cantou.
O que nós podemos aprender da covardia de Judas Iscariotes e de Pedro?
PRIMEIRO, JUDAS ISCARIOTES. Sabemos pela leitura dos Evangelhos e a tradição da igreja que Judas Iscariotes tinha duas grandes paixões – e nenhuma delas era Jesus. Nacionalismo e dinheiro eram seus amores. Judas teria sido membro da seita dos zelotes. Desse modo, respirando o ar do Messianismo Político do Século I, Iscariotes estava convencido de que ele, com todo o poder de seu grupo ou partido somado ao poder e à influencia de Jesus, concretizaria a chegada do reino tão desejado por Israel. Entretanto, com o tempo, quando percebeu que o reino de Jesus não é deste mundo, começou a sentir-se desiludido, pois o Senhor não correspondia aos seus ideais e expectativas. Agora, desencantado de Cristo, decidiu entregá-lo ao Sinédrio, para assim unir o povo judeu numa revolta contra Roma e desencadear, pela força e o poder, o estabelecimento imediato do reino de Deus. Nisso tudo, ele ainda conseguiria 30 moedas de prata. PERCEBA o risco que é se aproximar de Jesus com pressuposições ideológicas e amor ao dinheiro! Você acabará traindo Jesus com um beijo – cínico e cético de coração.
SEGUNDO, PEDRO. Pedro foi apelidado de pedra, lembra? Mas nem mesmo pedras estão imunes a rachadura. Pedro rachou e rachou feio! Por quê?
[1.] Reclinou-se na carne quando chegaram os problemas – a espada (vs. 10-11).
[2.] Relutou em testemunhar quando estava má companhia – a fogueira (v. 18).
[3.] Resistiu se identificar quando se sentiu ameaçado – ainda a fogueira (v. 25).
[4.] Rejeitou a verdade quando confrontado – o parente de Malco (v. 26).
Mateus acrescenta estas palavras ao que João escreveu:
Mateus 26.73-74 73Pouco depois, alguns dos outros ali presentes vieram a Pedro e disseram: “Você deve ser um deles; percebemos pelo seu sotaque galileu”. 74Pedro jurou: “Que eu seja amaldiçoado se estiver mentindo. Não conheço esse homem!”. Imediatamente, o galo cantou.
Esse incidente na vida de Pedro serve de lição:
[1.] Cercado de pessoas erradas, será natural para você também fazer errado.
[2.] O primeiro passo na direção da correção, não será agir como se você fosse forte, mas admitir que é fraco e carente da graça de Deus.
A quebra de laços íntimos, por parte de Judas Iscariotes, desencadeou uma série de acontecimentos que culminaram na prisão, tortura e, por fim, a crucificação de Jesus. Em tudo isso nós enxergamos a corrupção das estruturas de poder.
ALGUNS DETALHES SOBRE O JULGAMENTO DE JESUS: a prisão para um crime capital não poderia acontecer durante a noite, tampouco a denúncia partir de alguém do grupo do denunciado. Também o julgamento não poderia ser conduzido à noite. Quanto à sentença, o veredito deveria ser dado dois ou três dias após a oitiva, após se ouvir testemunhas e acusado. Os votos do sinédrio deveriam ser ouvidos uma a um, do mais jovem para o mais velho. RESUMINDO: tanto a prisão como o julgamento de Jesus foram todos absolutamente ilegais. Observe a seguir.
A prisão covarde, desproporcional e ilegal
João 18.1-12 1Depois de dizer essas coisas, Jesus atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom e entrou num bosque de oliveiras. 2Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, pois Jesus tinha ido muitas vezes ali com seus discípulos. 3Os principais sacerdotes e fariseus tinham dado a Judas um destacamento de soldados e alguns guardas do templo para acompanhá-lo. Eles chegaram ao bosque de oliveiras com tochas, lanternas e armas. 4Jesus, sabendo tudo que ia lhe acontecer, foi ao encontro deles. “A quem vocês procuram?”, perguntou. 5“A Jesus, o nazareno”, responderam. “Sou eu”, disse ele. (Judas, o traidor, estava com eles.) 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, todos recuaram e caíram para trás, no chão. 7Mais uma vez, ele perguntou: “A quem vocês procuram?”. E, novamente, eles responderam: “A Jesus, o nazareno”. 8“Já lhes disse que sou eu”, respondeu ele. “E, uma vez que é a mim que vocês procuram, deixem estes outros irem embora.” 9Ele fez isso para cumprir sua própria declaração: “Não perdi um só de todos que me deste”. 10Então Simão Pedro puxou uma espada e cortou a orelha direita de Malco, o servo do sumo sacerdote. 11Jesus, porém, disse a Pedro: “Guarde sua espada de volta na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?”. 12Assim, os soldados, seu comandante e os guardas do templo prenderam Jesus e o amarraram.
O primeiro ato do julgamento ilegal – Anás (sacerdote mais velho)
João 18.13–14, 19-24 13Primeiro, levaram Jesus a Anás, pois era sogro de Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Caifás foi quem tinha dito aos outros líderes judeus: “É melhor que um homem morra pelo povo”. [vs. 15-18, a primeira negação de Pedro] 19Lá dentro, o sumo sacerdote começou a interrogar Jesus a respeito de seus discípulos e de seus ensinamentos. 20Jesus respondeu: “Falei abertamente a todos. Ensinei regularmente nas sinagogas e no templo, onde o povo se reúne. 21Por que você me interroga? Pergunte aos que me ouviram. Eles sabem o que eu disse”. 22Um dos guardas do templo que estava perto bateu no rosto de Jesus, dizendo: “Isso é maneira de responder ao sumo sacerdote?”. 23Jesus respondeu: “Se eu disse algo errado, prove. Mas, se digo a verdade, por que você me bate?”. 24Então Anás amarrou Jesus e o enviou a Caifás, o sumo sacerdote.
O segundo ato do julgamento ilegal – Caifás (sacerdote mais novo)
[vs. 25-27, a segunda negação de Pedro] 28O julgamento de Jesus diante de Caifás terminou nas primeiras horas da manhã. Em seguida, foi levado ao palácio do governador romano. Seus acusadores não entraram, pois se contaminariam e não poderiam celebrar a Páscoa.
A acusação levada a Pilatos
João 18.29-32 29Então o governador Pilatos foi até eles e perguntou: “Qual é a acusação contra este homem?”. 30Eles responderam: “Não o teríamos entregue ao senhor se ele não fosse um criminoso”. 31“Então levem-no embora e julguem-no de acordo com a lei de vocês”, disse Pilatos. “Só os romanos têm direito de executar alguém”, responderam os líderes judeus. 32Assim cumpriu-se a previsão de Jesus sobre como ele morreria.
A interrogação conduzida por Pilatos
João 18.33-38 33Então Pilatos entrou novamente no palácio e ordenou que trouxessem Jesus. “Você é o rei dos judeus?”, perguntou ele. 34Jesus respondeu: “Essa pergunta é sua ou outros lhe falaram a meu respeito?”. 35“Acaso sou judeu?”, disse Pilatos. “Seu próprio povo e os principais sacerdotes o trouxeram a mim para ser julgado. Por quê? O que você fez?” 36Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo”. 37Pilatos disse: “Então você é rei?”. “Você diz que sou rei”, respondeu Jesus. “De fato, nasci e vim ao mundo para testemunhar a verdade. Todos que amam a verdade ouvem minha voz.” 38Pilatos perguntou: “Que é a verdade?”. […]
A sentença emitida por Pilatos
João 18.38 […] Depois que disse isso, Pilatos saiu outra vez para onde estava o povo e declarou: “Ele não é culpado de crime algum.
O plano fracassado de Pilatos
João 18.39-40 39Mas vocês têm o costume de pedir que eu solte um prisioneiro cada ano, na Páscoa. Vocês querem que eu solte o ‘rei dos judeus’?”. 40Eles, porém, gritaram: “Não! Esse homem, não! Queremos Barrabás!”. Esse Barrabás era um criminoso.
Humanamente falando, o ciúme e a covardia dos homens, servidos pelas estruturas corrompidas de poder – tanto religioso como civil – prenderam e sentenciaram Jesus Cristo à cruz e à morte. De um lado, os sumos sacerdotes não queriam ser ofuscados pela popularidade de Jesus; do outro lado, Pilatos e os romanos da Judeia não queriam se ver em maus lençóis com o imperador romano (caso houvesse alguma revolta por parte dos judeus). Pilatos até tentou um júri popular para Jesus, mas se viu fracassado face à cegueira religiosa e espiritual da multidão que escolheu o criminoso Barrabás.
Graças a Deus que a história da prisão de Jesus não se resume à covardia dos homens ou fica nas mãos das estruturas corrompidas de poder. Essas coisas apenas formam a moldura para a grande obra de arte que se destaca na narrativa em tela: a glória de Jesus Cristo!
O debate acirrado sobre quem são os responsáveis pela morte de Jesus Cristo se arrasta pelo corredor dos séculos. Alguns culpam os romanos, uma vez que foram eles quem sentenciaram Jesus à crucificação (Mt 20.19; Jo 19.10, 16, 18). Outros argumentam que os judeus (particularmente seus líderes) são os responsáveis, uma vez que “pediram a Pilatos que o matasse” (At 13.28). Um dos discípulos a caminho de Emaús lamentou que “os principais sacerdotes e outros líderes religiosos o entregaram para que fosse condenado à morte e o crucificaram” (Lc 24.20).
Quem de fato matou Jesus?
A verdade é que, humanamente falando, os romanos desempenharam seu papel de culpa, enquanto os judeus foram os instigadores da morte de Cristo. Mas a verdadeira responsabilidade não recai apenas sobre qualquer um deles; O QUE DECISIVAMENTE COLOCOU JESUS NA CRUZ foi a própria determinação de Deus Pai de punir seu Filho (com o espontâneo desejo do próprio Cristo) por todos os pecados de todos os que seriam salvos. João Batista saudou o Cristo como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29). O autor de Hebreus disse que Cristo “apareceu uma vez por todas para remover o pecado mediante sua própria morte em sacrifício” (Hb 9.26). Em sua primeira epístola, João escreveu que Cristo é “o sacrifício [a propiciação] para o perdão de nossos pecados, e não apenas de nossos pecados, mas dos pecados de todo o mundo” (1Jo 2.2); e João acrescentou que Jesus “veio para tirar nossos pecados, e nele não há pecado” (1Jo 3.5). EM ÚLTIMA INSTÂNCIA: nossos pecados pregaram Jesus Cristo na cruz do Calvário.
Desse modo, Jesus Cristo não foi meramente vítima; nem os romanos nem os judeus tinham o poder decisivo de tirar sua vida; nem os pecadores pelos quais Cristo morreu teriam qualquer força para crucificá-lo. Ouçam o que disse o próprio Cristo:
João 10.17-18 17“O Pai me ama, pois sacrifico minha vida para tomá-la de volta. 18Ninguém a tira de mim, mas eu mesmo a dou. Tenho autoridade para entregá-la e também para tomá-la de volta, pois foi isso que meu Pai ordenou”.
Jesus disse a Pilatos, João 19.11:“Você não teria autoridade alguma sobre mim se esta não lhe fosse dada de cima.” Aliás, seus perseguidores judeus tentaram matá-lo noutros momentos, mas não tiveram sucesso, “porque ainda não era chegada a sua hora” (Jo 7.30; 8.20).
Em última análise, Cristo morreu não por causa de quaisquer intenções e covardia humanas, não morreu por causa de esquemas cruéis ou ações malévolas, mas por causa da vontade soberana de seu Pai. Pedro disse o seguinte em seu primeiro sermão:
Atos 2.23 Ele foi entregue conforme o plano preestabelecido por Deus e seu conhecimento prévio daquilo que aconteceria. Com a ajuda de gentios que desconheciam a lei, vocês o pregaram na cruz e o mataram.
Em oração, os apóstolos declararam:
Atos 4.27-28 27“De fato, isso aconteceu aqui, nesta cidade, pois Herodes Antipas, o governador Pôncio Pilatos, os gentios e o povo de Israel se uniram contra Jesus, teu santo Servo, a quem ungiste. 28Tudo que fizeram, porém, havia sido decidido de antemão pela tua vontade.
EM ÚLTIMA INSTÂNCIA: Jesus foi preso, condenado e crucificado por amor, segundo o plano sábio, soberano e gracioso de Deus para salvar o pecador. Desse modo, por mais que João 18 seja um capítulo cruel – carregado de covardia e corrupção – , há aqui raios da glória de Cristo – do caráter glorioso de Cristo – que não podemos deixar de notar. Vejam alguns comigo – preste atenção nas posturas e palavras de Jesus.
A coragem de Jesus
João 18.1-4 1Depois de dizer essas coisas, Jesus atravessou com seus discípulos o vale do Cedrom e entrou num bosque de oliveiras. 2Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, pois Jesus tinha ido muitas vezes ali com seus discípulos. 3Os principais sacerdotes e fariseus tinham dado a Judas um destacamento de soldados e alguns guardas do templo para acompanhá-lo. Eles chegaram ao bosque de oliveiras com tochas, lanternas e armas. 4Jesus, sabendo tudo que ia lhe acontecer, foi ao encontro deles. “A quem vocês procuram?”, perguntou.
O poder de Jesus
João 18.5-6 5“A Jesus, o nazareno”, responderam. “Sou eu”, disse ele. (Judas, o traidor, estava com eles.) 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, todos recuaram e caíram para trás, no chão.
O amor de Jesus
João 18.7-9 7Mais uma vez, ele perguntou: “A quem vocês procuram?”. E, novamente, eles responderam: “A Jesus, o nazareno”. 8“Já lhes disse que sou eu”, respondeu ele. “E, uma vez que é a mim que vocês procuram, deixem estes outros irem embora.” 9Ele fez isso para cumprir sua própria declaração: “Não perdi um só de todos que me deste”.
A obediência de Jesus
João 18.10-11 10Então Simão Pedro puxou uma espada e cortou a orelha direita de Malco, o servo do sumo sacerdote. 11Jesus, porém, disse a Pedro: “Guarde sua espada de volta na bainha. Acaso não beberei o cálice que o Pai me deu?”.
A sabedoria de Jesus
João 18.19-23 19Lá dentro, o sumo sacerdote começou a interrogar Jesus a respeito de seus discípulos e de seus ensinamentos. 20Jesus respondeu: “Falei abertamente a todos. Ensinei regularmente nas sinagogas e no templo, onde o povo se reúne. 21Por que você me interroga? Pergunte aos que me ouviram. Eles sabem o que eu disse”. 22Um dos guardas do templo que estava perto bateu no rosto de Jesus, dizendo: “Isso é maneira de responder ao sumo sacerdote?”. 23Jesus respondeu: “Se eu disse algo errado, prove. Mas, se digo a verdade, por que você me bate?”.
A compaixão de Jesus
João 18.33-38 33Então Pilatos entrou novamente no palácio e ordenou que trouxessem Jesus. “Você é o rei dos judeus?”, perguntou ele. 34Jesus respondeu: “Essa pergunta é sua ou outros lhe falaram a meu respeito?”. 35“Acaso sou judeu?”, disse Pilatos. “Seu próprio povo e os principais sacerdotes o trouxeram a mim para ser julgado. Por quê? O que você fez?” 36Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo”. 37Pilatos disse: “Então você é rei?”. “Você diz que sou rei”, respondeu Jesus. “De fato, nasci e vim ao mundo para testemunhar a verdade. Todos que amam a verdade ouvem minha voz.” 38Pilatos perguntou: “Que é a verdade?”.
A obra de Jesus – substituir pecadores!
João 18.38-40 38[…] Depois que disse isso, Pilatos saiu outra vez para onde estava o povo e declarou: “Ele não é culpado de crime algum. 39Mas vocês têm o costume de pedir que eu solte um prisioneiro cada ano, na Páscoa. Vocês querem que eu solte o ‘rei dos judeus’?”. 40Eles, porém, gritaram: “Não! Esse homem, não! Queremos Barrabás!”. Esse Barrabás era um criminoso.
Não deixe de enxergar a glória do caráter de Jesus tecida entre as tramas da covardia dos homens e da corrupção das estruturas de poder. Neste capítulo da história nós enxergamos a coragem, o poder, o amor, a obediência, a sabedoria, a compaixão e a obra de Jesus – tudo isso para encantar você, atrair você com arrependimento e fé para a sua salvação eterna.
Quais lições nós podemos levar para casa?
O PECADOR RECEBE GRAÇA. Tudo isso “havia sido decidido de antemão pela vontade [de Deus]” (At 4.28) – e foi para que Jesus morresse como substituto de pecadores. O justo foi colocado no lugar do injusto. O amor foi vítima do ódio. O pacificador foi desfigurado pela violência. E tudo isso para que eu e você tivéssemos um substituto. Um sacrifício para o perdão do nosso pecado – do seu pecado. Você o receberia como o Cordeiro de Deus que tira o seu pecado?
O CRISTÃO RECEBE LUZ. A covardia de Judas Iscariotes e o fracasso de Pedro também nos ensinam nesta passagem bíblica. Ideologias nos cegam para a verdadeira obra de Jesus (pergunte a Judas). Amor ao dinheiro nos cega para a cruz de Jesus (pergunte a Judas). Força de vontade não nos levará muito longe na vida cristã (pergunte a Pedro). Você tem buscado no evangelho puro e simples as respostas para a sua vida? Você tem recorrido à graça para encontrar força para prosseguir?
A IGREJA RECEBE ESCLARECIMENTOS. Como esse capítulo da vida de Jesus tem a ensinar à igreja nesta época difícil em que vivemos! Pense comigo [Joel Beeke]:
Cristo, como o grande “Eu sou”, facilmente poderia ter destruído seus inimigos por meio de seu poder divino (v. 6). Ele tinha muitos servos, servos poderosos (os anjos) que poderiam tê-lo protegido e contra-atacado, mas ele não veio para ser esse tipo de rei (v. 36). Seu reino vem por meio da pregação e da fé na verdade (v. 37). AGORA PENSE: O que isso nos ensina sobre como a igreja vence este mundo?
Cristo foi condenado à morte sob acusações de atos criminosos (v. 33; 19.12) e a pessoa culpada de atos criminosos foi libertada (v. 40). Isso faz pelo menos dois grandes esclarecimentos para a igreja, pois tanto o pecado humano quanto a providência divina estavam agindo ali. [1.] O PRIMEIRO ESCLARECIMENTO é que o ódio e a dureza do coração dos homens caídos são tão profundos que eles preferem um assassino ao justo Filho de Deus (At 3.14). [2.] O SEGUNDO ESCLARECIMENTO é que o amor de Deus é tão profundo que ele enviou seu Filho para que ele morresse pelos pecados de seu povo a fim de que eles, os culpados, fossem libertados (3.16-17). — PERGUNTA: Como essas verdades devem esclarecer à igreja em um mundo no qual todo dia e toda hora um Barrabás fica sob as luzes da ribalta, ofuscando ou escarnecendo tanto o Cristo como o seu evangelho e os cristãos?
A prisão de Jesus tem muito a nos ensinar:
[1.] Todas as coisas – inclusive a covardia dos homens e a corrupção das estruturas de poder – cumprem o propósito soberano de Deus: salvar pecadores. Você crê nisto?
[2.] Jesus venceu o mundo balanceando coragem, poder, amor, obediência, sabedoria, compaixão e sacrifício. Você pratica isto?
Receba Jesus. Siga Jesus.
S.D.G. L.B.Peixoto
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