10.02.2019
DISCÍPULOS DE VERDADE
João 8.31
Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos”.
AUTENTICIDADE
Autenticidade!
Autenticidadeé uma das palavras que hoje mais tem pipocando na cabeça, no coração e nas conversas das pessoas. Alguns podem até confundir autenticidadecom dizer aquilo que se pensa ou fazer o que bem se desejar, mas o conceito vai bem além.
Especialistas e formadores de opinião têm argumentado que o mundo em ligeira transformação, como está o nosso (p.ex., c transformações de paradigmas e valores; recorrentes choques de culturas e de gerações), tem requerido com urgência quase vital a definição de uma via própria e única de expressãopara as pessoas. Por quê? Ouça, por exemplo, como escreveram os colunistas do site EXAME (matéria de 25 set 2017):
Temos uma necessidade latente de dar sentidopara a existência e encontrar algo que nos faça viver uma vida com mais propósito.
Como? Sendo autênticos, argumenta o artigo que traz como título a expressão: Autenticidade: invista em ser quem você é!. Mas, por que autenticidadecomo solução para se “viver uma vida com mais propósito”? Porque você tem que aprender a ser único! Veja.
A coluna do site em questão acerta em cheio ao descrever o tipo de pressão que as pessoas sofrem a todo instante. Argumenta que hoje em dia a internet está aí, bem nas nossas mãos em smartphones, tablets, computadores portáteis, relógios no pulso, TV’s — em casa, no carro, nos aviões, nos ônibus e em breve até nas geladeiras e noutros eletrodomésticos. E tudo isso faz com que a quantidade de informações com que temos contato ultrapasse qualquer limite jamais imaginado, infinitamente além do que conseguimos processar. Assim, lidamos com uma enxurrada diária de histórias, objetos de consumo e estilos de vida de pessoas das mais diferentes culturas, raças e classes sociais.
O que acontece é que ora esses exemplos nos inspiram construtivamente, ora eles confundem nossa cabeça, impedindo-nos de construir um caminho autêntico(único). Em vez de servocê mesmo e de se expressarcomo você mesmo, dentro de suas condições e reais capacidades e necessidades, em vez de autenticidade, você acaba se tronando outra pessoa. Buscando ser quem você não é e nunca poderá ser, cobiçando o que você não precisa e não conseguirá comprar e jamais poderia ou deveria ter… você acaba infeliz, superficial, plástico e falsificado (sem dizer que terá estourado o cheque-especial, o cartão de crédito e mandado o nome para o SPC/Serasa).
Há muita verdade nesta forma de se descrever ou diagnosticar os problemas desta “sociedade diferente”. A internet, realmente, tornou-se uma vitrine de desejos, acessível a qualquer pessoa, a qualquer momento e em qualquer lugar (salvo raríssimas exceções). E através dessa vitrine de desejos chamada internet, enxergamos de tudo, recebemos estímulos de todos os tipos (à velocidade de um clique) e a tudo contemplamos cobiçosos. Mas na maioria das vezes não podemos adquirir tudo o que vemos, não conseguimos ser a pessoa que admiramos e não somos capazes de ter o que o outro tem, conquistou e desfruta. O resultado é que ficamos insatisfeitos e descontentes.
Autenticidade, argumentam, é a forma de se viver contente, feliz e realizado neste mundo de rapidez e tantas ofertas. Autenticidadeatravés do autoconhecimento. Sim, autoconhecimento! Afinal, hoje, o autoconhecimentoé a solução apontada para todos os problemas. Sabina Deweik, por exemplo, que é Cool Hunter (Cool Huntingé a profissão dos caçadores de tendências; são caçadores de coisas massasou legais), disse assim:
Indivíduos e empresas precisam estar cientes de suas vulnerabilidades e fortalezas[Hum!]. Muitos não conseguem se tornar únicos[veja bem!] porque se preocupam demais em atender expectativas ou imitaro que pode ter funcionado para outros [Verdade!].
Nada de errado com o autoconhecimentoem si, afinal a Bíblia nos desafia a examinar a nós mesmos. O problema está no parâmetro que se usa para o autoconhecimento.
Como base em quê eu vou me autoexaminar? Autoconhecimento em relação a quê ou a quem (ao outro, a mim mesmo)? Afinal, todo e qualquer exame ou conhecimento parte de parâmetros ou conteúdos de verdade. Digamos, por exemplo, que você se perceba vulnerável. Tudo bem! Vulnerável em relação a quê? Por quê? Autoconhecimento como forma de busca de autenticidade para a plena realização e felicidade acaba jogando você num buraco negro de desespero, posto que tudo se concentrará no Eu.
Aliás, quer ver uma coisa? Ouça bem o que afirmou a matéria já mencionada:
Acredito que o desafio de ser autêntico reside em agir de total acordo com nossoEu mais profundo, com nossa verdadeira essência [Qual? Aquela que foi afetada pelo pecado? A inclinação do pecado em nós? Hum!]; aquela que contém valores [Quais valores? Valores sociais que adquirimos? Valores natos? De onde vêm os valores mais profundos do nosso Eu mais profundo?], talentos e tudo aquilo que mais prezamos na vida [Como assim? E se tudo o que eu mais prezo na vida é fruto de cobiça?]. Para marcas[grifes], acredito valer basicamente o mesmo conceito: é preciso se empoderar de seus valores, crenças e ter atitudena hora de se comunicar.
Ele conclui o artigo dizendo que
para se tornar autêntico é preciso olhar para o passado[MEU passado, MINHA história] e também para dentro de simesmo. Ao termos coragem de manter um canal aberto com a nossa verdadeira essência, que também carrega toda a nossa história, encontraremos uma maneira autêntica de nos expressarmos no mundo.
Meu Deus! Que tragédia! Afinal, como fonte para o meu empoderamento, para a construção da minha identidadee expressão de autenticidade, o Eu(à parte da graça de Deus), além de frágil, é escravizante e destruidor. Falando de nosso Eu mais profundocomo responsável por todas as nossas desgraças, Tiago revelou o que segue (Tg 4.1-3):
1De onde vêm as discussões e brigas em seu meio? Acaso não procedem dos prazeres que guerreiam dentro de vocês? 2Querem o que não têm, e até matam para consegui-lo. Invejam o que outros possuem, lutam e fazem guerra para tomar deles. E, no entanto, não têm o que desejam porque não pedem. 3E, quando pedem, não recebem, pois seus motivos são errados; pedem apenas o que lhes dará prazer.
Jesus foi ainda mais letal. Desfazendo o nosso Eu mais profundocomo sendo algo de bom a que se recorrer para construirmos nossa autenticidade, ele atestou (Mc 7.20-23):
20Em seguida, acrescentou: “Aquilo que vem de dentro é que os contamina. 21Pois, de dentro,do coração da pessoa, vêm maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, homicídio, 22adultério, cobiça, perversidade, engano, paixões carnais, inveja, calúnias, orgulho e insensatez. 23Todas essas coisas desprezíveis vêm de dentro; são elas que os contaminam”.
Meus Deus! Livra-nos disso! Pois, se para sermos autênticos nós devemos investir em quem realmente somos, de acordo com o autoconhecimentode nosso Eu mais profundo, segundo Jesus de Nazaré, o mundo em que vivemos se desintegrará rapidamente em “maus pensamentos, imoralidade sexual, roubo, homicídio, adultério, cobiça, perversidade, engano, paixões carnais, inveja, calúnias, orgulho e insensatez”(Mc 7.21-22).
Mas se o nosso Eu mais profundonão pode ser a fonte para a construção da nossa identidade, o que deveria ser? Ouça o apóstolo Paulo, pois ele, além de inspirado por Deus, sabia muito bem o que o nosso Eu mais profundoé capaz de fazer. A solução para a nossa identidade, o caminho para a nossa autenticidade está no seguinte (Gl 2.20):
Fuicrucificado com Cristo [o meu Eu mais profundo foi crucificado com Cristo, morreu]; assim, já não sou euquem vive, mas Cristo vive em mim. Portanto, vivo neste corpo terreno pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
O mundo, realmente, precisa de pessoas autênticas. Autenticidade, porém, que não seja fruto de nosso Eu mais profundo, mas de nosso Eu regeneradoe inserido (batizado) em Cristo. É dessa autenticidade que o mundo precisa. Cristo vivendo em nós. E a vida vivida no nosso corpo, tem que ser vivida, deve ser fruto da fé no Filho de Deus — fé na sua vida, obra e ensinamentos que estão revelados na Palavra.
DISCÍPULOS AUTÊNTICOS
Agora, o nosso texto (João 8.31):
Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos”.
Jesus está tratando de autenticidade. Está dizendo que a crise de autenticidade (buscar ser, aparentar ser quem realmente não se é) não é um problema apenas da sociedade, mas, ainda mais preocupante, é um problema também da igreja. Afinal, há um tipo de pessoa que diz ter fé, afirma crer, pertence ao grupo, mas não é verdadeiramentediscípulo. Falta autenticidade. É falso. Fake Disciples. Não são discípulos de verdade.
A igreja precisa de discípulos de verdade. O mundo precisa de discípulos de verdade. Precisamos todos de autenticidade. E se a fonte para a autenticidade não é e nem pode ser o nosso Eu mais profundo, qual deverá ser? Quem é o discípulo autêntico? Jo 8.31:
Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos”.
Para descobrir quem é discípulo de verdade ou autêntico, desembrulharemos esse versículo em cinco perguntas (hoje, no entanto, responderemos só a primeira):
1 O que significa “verdadeiramente meus discípulos”?
2 A que Jesus se refere com a expressão “minha palavra”?
3 O que significa permanecer “na”palavra?
4 O que significa “permanecer”nela?
5 Qual é a relação entre permanecer na palavra de Jesus e ser verdadeiramente seu discípulo?
O que significa “verdadeiramente meus discípulos”?
Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês são verdadeiramente meus discípulos se permanecerem fiéis a meus ensinamentos”.
A frase “verdadeiramente meus discípulos” implica que há discípulos que não são verdadeiramente discípulos. Verdadeiramentesignifica real, de verdade, autêntico. Em outras palavras, existem discípulos de verdade e de mentira. Há discípulos reais e que não são reais. Discípulos autênticos e falsos. Os que são meramente epidérmicos, apenas na cutícula, na camada exterior da vida, e há os que são subcutâneos, na camada interior da vida. Na linguagem da moçada, há discípulos “nutella” e há discípulos “raiz”.
O mundo, portanto, não é dividido apenas em dois grupos: discípulos e não-discípulos de Jesus. Está dividido em três grupos: não-discípulos, discípulos de mentira e discípulos de verdade — pessoas que não têm pretensão de seguir a Jesus; pessoas que dizem segui-lo, mas só da boca para fora; e pessoas que realmente o seguem.
Por que Jesus mencionou essa distinção? Ela é perturbadora! Deveria nos contorcer por dentro e nos levar a fazer a nós mesmos a seguinte pergunta: “Quem sou eu? Sou não-discípulo? Sou discípulo de mentira? Sou discípulo de verdade?”.
Jesus levanta esta distinção porque, como vimos na semana passada, o versículo 30 revelou que “Muitosque o ouviram dizer essas coisas creram nele”. Ou seja, houve uma enorme resposta ao que ele estava ensinando. E sempre que há uma grande resposta a qualquer coisa, você consegue perceber que algumas pessoas estão sendo levadas pela multidão. Elas seguem o fluxo, como boiada estourada. Ou seja: se seus amigos estão indo, é fácil para você ir, mesmo que, noutro contexto, você não fosse sozinho. Se seus pais ou parentes foram, será natural para você ir, mesmo que não desejasse ou mais tarde descubrisse que nunca desejou. Você está junto para o passeio. Outro vão, então você vai.
Mas Jesus não assume que toda essa crença é real. O que ele faz é aplicar um teste que podemos usar para ver se nós mesmos somos autênticos, discípulos de verdade. Dando-nos este teste, Jesus nos ajuda a ser autênticos. Não é apenas um teste da realidade. É um caminho para a realidade.
O relato repetido deste livro, narrando sobre gente que cria e se juntava ao grupo, mas não era discípulo de verdade (p.ex., Jo 2.23-25; 6.26; 8.30-31; 12.42-43), à luz do que João escreveu como sendo o seu propósito para a composição deste Evangelho, é que o Evangelho de João visatantodespertar a fé (em não-discípulos e discípulos de mentira) comosustentá-la (na vida dos discípulos de verdade). Ouça (Jo 20.31):
Estes [sinais], porém, estão registrados para quevocês creiamque Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendonele, tenham vida pelo poder do seu nome.
Repito. O apóstolo está dizendo que o seu Evangelho foi escrito não apenas para gerar féem não-discípulos, mas também para despertar (salvar)pessoas que pensam ser discípulos, mas não são (de outra forma, porque tanta referência a gente que cria, mas não era discípulo de verdade?); e também para ajudaraqueles que são discípulos de verdade a confirmarem sua realidade (à luz da Palavra) e serem ainda mais fortes em sua fé e frutíferas para a glória de Deus (alimentando-se da Palavra).
Lembre-se, portanto: Você está em uma dessas três categorias (eu e você) — não-discípulos (sem interesse), discípulos de mentira (algum interesse) e discípulos de verdade (totalmente interessados). Todos nós estamos incluídos aqui, num desses três grupos. Deixe que Jesus diagnostique quem você é de verdade, em seguida, siga em direção à realidade, encontre sua autenticidade (Gl 2.20).
Mas, o que é um discípulo de verdade? Ou o que Jesus quis dizer ao afirmar (v. 31): “Vocês são verdadeiramente meus discípulos”? Sejamos bem claros aqui.
Para Jesus, “verdadeiramente meus discípulos” é o mesmo que “verdadeiramente cristão” ou “verdadeiramente crente”. Jesus não está dizendo que “verdadeiramente discípulo” é um segundo estágio na vida cristã. Primeiro crente, e depois você alcança o nível de discípulo.
Há igrejas e ministérios que falam dessa maneira. Primeiro, você é um incrédulo, então você é um crente, depois você se torna um discípulo (faz um curso para tal), e então você vira um discipulador (gradua-se). Não foi assim que Jesus pensou. E uma evidência para assim se afirmar é observar as palavras que Jesus mesmo usa aqui no versículo 31:
Jesus disse aos judeus que creram nele: “Vocês sãoverdadeiramente meus discípulos sepermanecerem fiéis a meus ensinamentos”.
O Senhor não dissea esses crentes professos: “Se vocês permanecerem fieis a meus ensinamentos, vocês se tornarãoverdadeiramente meus discípulos”. Ele não ensinou que ser um verdadeiro discípulo era um estágio posterior, após a fé salvadora. Não. O que ele disse foi: “Se vocês permanecerem fiéis a meus ensinamentos, vocês sãoverdadeiramente meus discípulos”. Em outras palavras: permanecer fiel aos ensinamentos de Jesus não me torna discípulo, não é causa, mas consequênciade eu ter me tornado discípulo (seguidor de Jesus); permanecer na palavra de Jesus é provade que eu sou verdadeiramente discípulo. Portanto, discípulo de verdade conhecea Palavra, amaa Palavra, praticaa Palavra e vai sendo transformadopor ela (Jo 8.32). A Palavra é para o discípulo o que a água é para o peixe.
Jesus nunca ensinou que discípulos de verdade são aqueles que chegaram a um segundo estágio de maturidade cristã, fruto de algum esforço seu, inato. Verdadeiro discípulo significa verdadeiro crente ou verdadeiro cristão ou verdadeiro seguidor de Jesus, em contraste com os que dizem ser mas não são (e provam que não são, e que nunca foram, porque não permanecem na Palavra).
Agora, um pouco mais sobre discípulos de verdade.
Crentes perdoados
Verdadeiramente discípulos, ou crentes de verdade, são os que creram em Jesus e foram perdoados por Deus. Em João 8.23-24, o Senhor declarou:
23[…] “Vocês [fariseus que pensam ser filhos de Deus, que pensam seguir a Deus] são daqui de baixo; eu sou lá de cima. Vocês pertencem a este mundo; eu não. 24Foi por isso que eu disse que vocês morrerão em seus pecados, poisa menos que creiam que eu sou lá de cima, morrerão em seus pecados”.
Percebeu? Jesus estava dizendo que aqueles que creem, os discípulos de verdade, não “morrerão em seus pecados”. Por que não? O que aconteceu com eles? Eles foram perdoados. Arrependeram-se. Creram. Nasceram de novo. Foram perdoados. Justificados.
Resgatados da ira de Deus
Cristo viveu sem pecado, morreu no lugar do pecador e ressuscitou para, dessa forma, resgatar o pecador do pecado e perdoá-lo. Em João 1.29 Jesus é chamado de “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Mas, como ele tira o pecado do mundo?
O próprio Jesus nos informa, lá em João 10.15. Diz assim: “eu sacrifico [dou] minha vida pelas ovelhas”. Em outras palavras: Jesus toma o nosso lugar e recebe o castigo de morte que nós merecemos da parte de Deus, o que significa que a ira de Deus é totalmente removida de nós e despejada sobre ele (propiciação). E em vez de recebermos ira de Deus, recebemos vida e adoção de Deus por causa da morte de Jesus.
Ouça esta palavra surpreendente sobre a ira de Deus em João 3.36:
E quem crê no Filho de Deus tem a vida eterna. Quem não obedece ao Filho não tem a vida eterna, mas a ira de Deus permanece sobre ele.
Se você crê, verdadeiramente crê em Jesus, a ira de Deus não permanece sobre você. Você não irá prová-la. Nunca mais! Viverá para sempre sem o peso esmagador da ira de Deus, que no final dos tempos lançará todos os não-discípulos e discípulos de mentira no lago de fogo que é o inferno! Agora, os discípulos de verdade creram em Cristo, foram perdoados e resgatados da ira de Deus. Estão salvos da ira de Deus. Tem mais.
Filhos adotivos, herdeiros do Pai que está no céu
Discípulos de verdade em João 8.31 (“verdadeiramente meus discípulos”), longe de serem membros de uma casta especial entre os discípulos, posto que não existe tal povo (ou seja: cá em baixo, alguns carnais; e outros, lá em cima, mais espirituais; não há!)… discípulos de verdade (“verdadeiramente meus discípulos”) são simplesmente cristãos de verdade (verdadeiramente cristãos), crentes de verdade (verdadeiramente crentes).
Diferentemente dos falsos-discípulos (ou discípulos de mentira) e dos não-discípulos, os discípulos de verdade tiveram seus pecados verdadeiramenteperdoados (não é apenas uma sensação boa de consciência tranquila). A ira de Deus nunca mais repousa sobre eles (mesmo que angústias do inferno se apoderem de sua alma). Eles têm a verdadeira vida eterna (comunhão com Cristo, com o corpo de Cristo, na palavra de Cristo). São ovelhas de Jesus, e ninguém poderá arrancá-las de sua mão (João 10.29). Não são mais escravos, mas filhos de Deus (Jo 8.35; 1Jo 3.1). São herdeiros de “toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3).
Produzem frutos duradouros
Discípulos de verdade são também frutíferos (Jo 15.16):
Vocês não me escolheram; eu os escolhi. Eu os chamei para irem e produzirem frutos duradouros, para que o Pai lhes dê tudo que pedirem em meu nome [para a frutificação].
Resumindo: discípulos de verdade são os que foram salvos do pecado, resgatados da ira de Deus, tornaram-se filhos adotivos e herdeiros do Pai, já desfrutam, em alguma medida, do gozo da vida eterna, e empregam sua vida para irem e produzirem frutos duradouros, permanecendo na palavra de Deus (como veremos na semana que vem, Deus permitindo) e orando a Deus, pedindo a Deus graça, força e poder para irem e frutificarem.
DISCÍPULOS DE VERDADE
Autenticidade, de fato, é algo de que o mundo tanto precisa. E a igreja também. Todos precisamos da autenticidade que nasce da nova vida em Cristo, pois, como já vimos, se há algo que o nosso Eu mais profundoproduz é morte. Somos pecadores. Entregues a nós mesmos, viveremos escravos do pecado. Seduzidos. Seremos destruídos.
Precisamos de gente autêntica. Precisamos ser autênticos. Pessoas que sejam verdadeiramente discípulos de Jesus: gente que se examinou, arrependeu do pecado, creu em Cristo, foi salva, resgatada da ira de Deus, tornou-se filha e herdeira do Pai, desfruta já da vida eterna e, agora, emprega a sua vida para ir e produzir frutos que permanecem.
Não tem nada tão ruim como conviver com gente falsa, alguém que não seja autêntico, mas busca ser quem não é, ter o que não pode, cobiçando o que não precisa e destrói. Pior ainda quando os da igreja não são autênticos. Horrível quando eles são discípulos de mentira. Gente que não foi perdoada, mas que ainda vive sob a ira de Deus, escrava do pecado e transformam o evangelho em mero trampolim para saciar os anseios pecaminosos de seu Eu mais profundo. Não seja assim a sua vida. Esse é um caminho de morte.
Ao que não é discípulo, eu lanço o convite:arrependa-se de viver do seu Eue para o seu Eu mais profundo, creia em Jesus, prove dele, satisfaça-se no que ele promete ser e fazer para nos levar de volta a Deus. Em quem, através de Cristo, encontraremos nossa verdadeira identidade.
Ao discípulo de mentira, eu faço a advertência:examine-se e veja porque você diz ser discípulo. O que te “trouxe” a Jesus Cristo? Veio com a multidão? Não teve outra alternativa? O que você mais busca quando você vai a Deus, por meio de Jesus? Você o busca pelo pão ou por saber que ele é o único que tem palavras de vida eterna é que satisfazem? É para ele, Jesus, que você vive ou é para o seu Eu mais profundo?
Ao discípulo de verdade, eu encorajocom a verdadedesse Evangelho maravilhoso: discípulos de verdade sãoos que foram salvos do pecado, resgatados da ira de Deus, tornaram-se filhos adotivos e herdeiros do Pai, já desfrutam, em alguma medida, do gozo da vida eterna, e empregam sua vida para irem e produzirem frutos duradouros, permanecendo na palavra de Deus, orando a Deus, pedindo a Deus graça, força e poder para irem e frutificarem.
Quem é você? Só há três categorias. Você é não-discípulo? É discípulo de mentira? Discípulo de verdade? Seja autêntico. Busque vida e sentido para a vida em Jesus Cristo.
Realmente, o artigo do site EXAME está com razão quando diz que “temos uma necessidade latente de dar sentidopara a existência e encontraralgoque nos faça viveruma vida com mais propósito”. Erra, porém, assim como erra a maioria da humanidade, ao dizer que encontraremos vida e força para viver com autenticidade no nosso Eu mais profundo. Vida plena, vida de verdade só se encontraráem Jesus. Não será, jamais, em nosso Eu mais profundo, nem nas coisas ou posições que conquistamos. Só em Jesus. Discípulos de verdade, gente autêntica em Jesus Cristo sabe disto. Prove e veja você também.
P.S.: Semana que vem: O Poder da Palavra. A Palavra que gera e que sustenta discípulos de verdade.
S.D.G. L.B.Peixoto
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Pr. Leandro B. Peixoto