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05.11.2017

A Origem do Cristianismo

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Evangelho de João
  • Livro: João

A ORIGEM DO CRISTIANISMO

João 1.35-51

35No dia seguinte, João estava novamente com dois de seus discípulos. 36Quando viu Jesus passar, olhou para ele e declarou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus!”. 37Ao ouvirem isso, os dois discípulos de João seguiram Jesus. 38Jesus olhou em volta e viu que o seguiam. “O que vocês querem?”, perguntou. Eles responderam: “Rabi (que significa ‘Mestre’), onde o senhor está hospedado?”. 39“Venham e vejam”, disse ele. Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram o resto do dia com ele. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram o que João tinha dito e seguiram Jesus. 41André foi procurar seu irmão, Simão, e lhe disse: “Encontramos o Messias (isto é, o Cristo)”. 42Então André levou Simão para conhecer Jesus. Olhando para ele, Jesus disse: “Você é Simão, filho de João, mas será chamado Cefas (isto é, Pedro)”. 43No dia seguinte, Jesus decidiu ir à Galileia. Encontrou Filipe e lhe disse: “Siga-me”. 44Filipe era de Betsaida, cidade natal de André e Pedro. 45Filipe foi procurar Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele sobre quem Moisés, na lei, e os profetas escreveram! Seu nome é Jesus de Nazaré, filho de José”. 46“Nazaré!”, exclamou Natanael. “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” “Venha e veja você mesmo”, respondeu Filipe. 47Jesus viu Natanael se aproximar e disse: “Aí está um verdadeiro filho de Israel, um homem totalmente íntegro”. 48“Como o senhor sabe a meu respeito?”, perguntou Natanael. Jesus respondeu: “Vi você sob a figueira antes que Filipe o chamasse”. 49Então Natanael exclamou: “Rabi, o senhor é o Filho de Deus, o Rei de Israel!”. 50Jesus lhe perguntou: “Você crê nisso porque eu disse que o vi sob a figueira? Você verá coisas maiores que essa”. 51E acrescentou: “Eu lhes digo a verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”. 

A primeira semana da igreja
Para se ter um bom entendimento a respeito de alguma coisa, geralmente é preciso que se investigue a origem do tópico em questão. Isto é verdade, inclusive, sobre as nações. Se você realmente deseja compreender o estado em que o Brasil, por exemplo, se encontra nos dias de hoje, não basta ler manchetes de notícias em redes sociais, assistir a telejornais, etc. será necessário uma investigação da história deste nosso “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza” desde as suas origens, ou seja: o descobrimento (como e porquê), o processo de colonização (como, porquê e daí), etc. Isto vale para qualquer outro país ou continente.
A mesma coisa se dá com os esportes. Pegue, por exemplo, o futebol americano. Por que esse esporte é tão aclamado pelos americanos? Li que o futebol americano surgiu quando Walter Camp pegou o rugby, de origem inglesa, caracterizado pelas virtudes da força física e da coragem e adicionou àquelas características as virtudes americanas relacionadas à velocidade, agilidade, ousadia e estratégia tática. O resultado foi que esses ingredientes tornaram o futebol americano um sucesso mundial, especialmente entre os milhares e milhares de fans apaixonados por aquele esporte nos Estados Unidos.
Não tem jeito, se você realmente deseja conhecer bem alguém ou alguma coisa você precisará investigar a origem daquilo ou de quem está despertando o seu interesse. Não é diferente com o cristianismo: para compreendê-lo ou para conhecê-lo realmente, nós precisamos investigar a sua origem e o seu desenvolvimento histórico, especialmente os seus primeiros anos (o que nós temos nos Evangelhos e em Atos dos Apóstolos).
João, o evangelista, tinha consciência disso e, portanto, fez questão de nos relatar com alguns detalhes a primeira semana do ministério público de Jesus Cristo. Dessa forma, da mesma maneira que Gênesis 1 se ocupa em descrever a semana que Deus Pai criou o mundo, João 1 se propõe a detalhar a semana em que Deus Filho iniciou a obra que transformaria ou restauraria o mundo. Observe como João assim o fez.
Primeiro (Jo 1.1-18), ele afirmou que o Filho eterno de Deus, o criador de todas as coisas ao lado do Pai, se fez carne e habitou entre nós, revelando-o com precisão aquilo que hoje, no estado natural em que nós nos encontramos, nos é possível e necessário conhecer de Deus. Em seguida (Jo 1.19-34), João destacou a necessidade de homens e de mulheres de fé compartilharem a mensagem do evangelho da glória e da graça de Deus em Jesus Cristo. É isto o que temos em João 1.19-34, através do ministério de João Batista. Por fim (Jo 1.35-51), no texto que temos para hoje, nós encontramos os primeiros “convertidos”, os primeiros discípulos de Jesus. Em resumo: a revelação de Jesus Cristo (Jo 1.1-18), seguida da proclamação de João Batista (Jo 1.19-34) e coroada com a conversão dos primeiros discípulos (Jo 1.35-51). Eis, portanto, aqui em João 1, o cristianismo em estado embrionário: 1revelação do Deus encarnado, 2proclamação da vida e da obra do Filho eterno de Deus e 3conversão como obra soberana e graciosa do Espírito de Deus.
Sobre a importância desses primeiros dias do “cristianismo em praça pública”, narrados aqui por João, J. C. Ryle escreveu que

esses versículos deveriam constituir um interesse especial para todo cristão verdadeiro. Eles descrevem os primórdios da igreja de Cristo. A igreja que hoje é constituída de inúmeros membros, no princípio consistia somente de [alguns] fracos membros [que foram alcançados pelo evangelho da glória e da graça de Deus em Jesus Cristo].

Portanto, com o objetivo de compreendermos melhor a essência do cristianismo, nós examinaremos a sua origem. Destacaremos quatro pontos principais: a mensagem que era pregada, a metodologia utilizada por Jesus, a maneira como a mensagem se espalhou e a manifestação da graça soberana e transformadora de Deus.
1. A mensagem do cristianismo
Qual é a mensagem do cristianismo? Parece estranho fazer esta pergunta, mas não é; é fundamental que a façamos. Especialmente quando se leva em conta todos os tipos de mensagens que são hoje pregadas em nome da fé cristã. Qual é a mensagem do cristianismo? Voltemo-nos às origens para sabermos qual é a mensagem do cristianismo.

Jo 1.35-37 | 35No dia seguinte, João estava novamente com dois de seus discípulos. 36Quando viu Jesus passar, olhou para ele e declarou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus!”. 37Ao ouvirem isso, os dois discípulos de João seguiram Jesus.

Percebeu? A mensagem do cristianismo é Jesus Cristo.
Desde o início, vemos que ser cristão é seguir Jesus Cristo. Não há cristianismo além de um relacionamento pessoal com Jesus, de quem nos tornamos seus discípulos. O cristianismo é tão simples, não é fácil nem politicamente correto, mas é muito simples: trata-se de ver Jesus Cristo como o único e suficiente Salvador que Deus mesmo enviou para que nele crêssemos e a ele seguíssemos. Ele é único porque não há outro nome pelo qual possamos ser salvos — At 4.12; não há outro mediador entre Deus e os homens — 1Tm 2.5. Ele é suficiente porque não precisamos de outra coisa, outro sacrifício, outro ritual, algum complemento nosso etc. Essa é a mensagem central do cristianismo. Se não há essa mensagem não há cristianismo.
Crer no quê e seguir para quê?
Note, nos versos 36 e 37, o que, definitivamente, fez os discípulos de João Batista deixarem de seguí-lo e passarem a seguir Jesus Cristo. Você notou? Foi a mensagem de que Jesus Cristo “É o Cordeiro de Deus [que tira o pecado do mundo]” (v. 29 e 36). Foi somente “ao ouvirem isso” que “os dois discípulos de João Batista [André e João] seguiram Jesus” (v. 37).
A mensagem do cristianismo é centrada na obra de Jesus Cristo para a salvação dos pecadores. A mensagem do cristianismo é o tesouro da igreja: o evangelho da glória e da graça de Deus (tese 62 de Lutero). André e João entenderam isto, e por isso deixaram João Batista e passaram a seguir Jesus Cristo. Eles entenderam que não precisavam apenas de um mestre. Eles precisavam de um Salvador, de alguém que os salvasse de seus pecados e os conduzisse a salvos para a vida eterna. Por isso eles creram e passaram a seguir o Senhor Jesus Cristo.
Lá adiante, neste mesmo Evangelho, Pedro nos revela esse entendimento que ele, juntamente como os primeiros discípulos, teve da vida e da obra de Jesus, reveladas no evangelho ou através da mensagem do cristianismo. Observe:

Jo 6.66-68 | 66Nesse momento, muitos de seus discípulos se afastaram dele e o abandonaram [eles não aceitaram a mensagem do cristianismo]. 67Então Jesus se voltou para os Doze e perguntou: “Vocês também vão embora?”. 68Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna. 69Nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo de Deus [o Senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo].

John Piper, comentando sobre a mensagem de João Batista e os discípulos que o deixaram para seguirem Jesus Cristo (Jo 1.35-37), escreveu assim:

Em outras palavras, seguir Jesus não é um ato heróico. Não o seguimos como os homens poderosos de Davi o seguiram para servi-lo e protegê-lo como seu reverenciado soberano. Não. Nós o seguimos pelo motivo que ovelhas seguem o pastor — porque precisamos ser protegidos. Precisamos ter nossos pecados perdoados. Somos fracos e ele é forte. Somos tolos e ele é sábio. Estamos com fome, e ele é pão. Estamos com sede, e ele é água viva.
O ponto da conexão entre os versículos 36 (Vejam o Cordeiro!) e 37 (Eles o seguiram!) é que o ato de seguir Jesus chama a atenção para a sua força e não a nossa. Seu bem, não o nosso. Sua sabedoria, não a nossa. Jesus deixou claro esse ensino: “As pessoas saudáveis não precisam de médico, mas sim os doentes. Não vim para chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc 2.17). A razão pela qual esses dois discípulos de João o deixaram e seguiram Jesus foi porque Jesus é o Cordeiro de Deus. Eles são pecadores. Jesus é o removedor do pecado que eles precisavam.

Como nós precisamos da mensagem do Cristianismo! Precisamos dela para a nossa salvação e satisfação plena. Hoje, no entanto, o que se vê, para usarmos as palavras de Michael Horton, é um “Cristianismo sem Cristo” (livro publicado pela ed. Cultura Cristã)— isto é, experiências “cristãs” sem relação particular com Jesus Cristo. Mas, no início do Evangelho de João, lá nas origens do cristianismo, vemos como isso é impossível: ser cristão é ouvir a mensagem do evangelho da glória e da graça de Deus e seguir a Cristo.
O que vem a ser esse tal “Cristianismo sem Cristo”? Michael Horton definiria como sendo “uma história sobre nós [nossos feitos] em vez de uma história sobre o Deus Trino que nos transporta para o drama em andamento [os feitos de Deus]” (p. 91). Cristianismo sem Cristo é quando “Deus e Jesus ainda são importantes, porém mais como parte do elenco de apoio do nosso próprio show” (p. 17). Nesse sentido, o cristianismo sem Cristo é deísta, visto que não é mais Deus quem governa as coisas, e sim o homem ou o diabo — Deus apenas criou e entregou tudo à sua própria sorte; é moralista, visto que o imperativo “faça mais, esforce-se mais” (p. 10) ou a famosa máxima de Benjamin Franklin de que “Deus ajuda a quem se ajuda”, está no âmago da religiosidade que norteia a maior parte das igrejas contemporâneas; e é terapêutico, visto que “não há pecado nem culpa a ser perdoados por Deus, mas apenas os pesos e os sentimentos de culpa por não se corresponder às expectativas de si mesmo ou de outros seres humanos” (p. 37). Finalmente, Horton diz que a “chave” para a crítica que ele faz desse “Cristianismo sem Cristo”

é que, uma vez que você faz de sua paz de espírito o centro, em vez de paz com Deus, que é o principal problema a ser resolvido, todo o evangelho é radicalmente definido […] a autorrealização, a autossatisfação e a autoajuda são todas distorções contemporâneas de uma heresia antiga, que Paulo identificou como obras de justiça.

Em “Cristianismo sem Cristo”, Michael Horton está clamando em prol da mensagem do cristianismo: salvação pela graça, somente pela fé em Jesus Cristo que é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Essa foi a mensagem da igreja, desde sua origem, foi a mensagem resgatada pelos reformadores, lá no século XVI, e que nós hoje precisamos reafirmar. Afinal, este é coração do evangelho de Cristo. Mais uma vez:

Jo 1.35-37 | 35No dia seguinte, João estava novamente com dois de seus discípulos. 36Quando viu Jesus passar, olhou para ele e declarou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus!”. 37Ao ouvirem isso, os dois discípulos de João seguiram Jesus.

Esta é a mensagem do cristianismo.
2. A metodologia de Jesus Cristo
Nesta busca pela origem do cristianismo, nós precisamos, além de redescobrir qual é a mensagem que precisa ser pregada, também redefinir qual é a metodologia que precisa ser praticada. Observemos, portanto, a metodologia de Jesus.

Jo 1.38-39 | 38Jesus olhou em volta e viu que o seguiam. “O que vocês querem?”, perguntou. Eles responderam: “Rabi (que significa ‘Mestre’), onde o senhor está hospedado?”. 39“Venham e vejam”, disse ele. Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram o resto do dia com ele.

A metodologia de Jesus é o discipulado. Duas coisas em especial no discipulado de Jesus nós precisamos destacar. Primeiro, ele investiga a qualidade da fé daqueles que se revelaram interessados; ele lhes pergunta: “O que vocês querem?” (Jo 1.38). Segundo, ele investe tempo na vida deles: “Venham e vejam.” (Jo 1.39). Podemos notar que aqueles homens estavam com o coração correto, pois, à indagação de Jesus, eles responderam com fé (Jo 1.38): “Queremos aprender com a sua vida — ‘Rabi (que significa ‘Mestre’), onde o senhor está hospedado?’”; e, ao convite de Jesus, eles responderam com disposição (Jo 1.39): “‘Venham e vejam’, disse ele. Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram o resto do dia com ele”.
A igreja (isto é, cada um de nós cristãos) precisa redescobrir o valor do discipulado cristão. Afinal, é no processo de discipulado que nós examinamos a fé, ensinamos os fundamentos e experimentamos o fruto da doce comunhão com Deus.
O exame da fé
“O que vocês querem?”, foi a pergunta de Jesus. Por quê? Ele estava perguntando o seguinte: Vocês querem a Cristo ou um cristianismo sem cristo? Vocês querem apenas benefícios que vêm de uma experiência com a fé, ou vocês querem salvação e transformação pela fé em Cristo? Jesus estava examinando a fé daqueles homens.
Crer em Jesus ou seguir a Jesus requer uma confissão de pecado, arrependimento e fé. Isso é cristianismo. Fruto disso, ou seja: ao confessarmos os nossos pecados e recebermos a Cristo com fé para a nossa salvação, somos colocados sob uma chuva de bênçãos múltiplas. Charles Spurgeon, expandindo a pergunta de Jesus, coloca-a como oferta de todas as bênçãos que Jesus dá aos que o seguem pela fé:

Você está buscando perdão? Você o encontrará em mim. Você está procurando a paz? Eu lhe darei descanso. Você está buscando a pureza? Eu tirarei seu pecado, um coração novo eu lhe darei, e um espírito reto eu colocarei dentro de você. O que você está procurando? Um lugar de descanso sólido para a sua alma sobre a terra e uma esperança gloriosa para si mesmo no céu? O que quer que você procura, está aqui. Venha e veja.

Jesus examinou a fé dos primeiros discípulos. A fé genuína será galardoada ou recompensada (Hb 11.6). Creia em Cristo. Venha e veja.
O ensino dos fundamentos da fé
O discipulado, além de servir para examinar a fé, oferece também oportunidade para se ensinar os fundamentos da fé. Ou seja: tão logo receba perdão pelo pecado, o discípulo começa a receber também instrução sobre a vida cristã.
Assim foi que André e João pediram para seguir Jesus, chamando-o de “Rabi (que significa ‘Mestre’)” — v. 38. O que de especial eles aprenderam naquela “escola de discipulado”? Eles aprenderam sobre 1quem Jesus é (“Eu sou…”), 2o que Jesus fez e 3o que significa crer e seguir Jesus. Em síntese: Jesus ensinou-lhes sobre si mesmo — ensinou-lhes sobre o caminho, sobre a verdade e sobre a vida.
Lutero, falando do que significa o discipulado cristão, escreveu assim:

Jesus também nos ensina a viver. Ele nos apresenta seu próprio exemplo de humildade, fé, misericórdia, verdade e amor para que possamos seguir. Assim, quando você tem Cristo como o fundamento principal e bênção de sua salvação, a outra parte segue: você o toma como seu exemplo, entregando-se, em amor, ao serviço pelo seu próximo, assim como você sabe que Cristo se entregou por você.

Experimentando o fruto da doce comunhão
Jesus nos chama para a fé e também nos instrui na fé, tudo isso para que possamos experimentar o fruto da doce comunhão com ele:

Jo 1.38-39 | 38Jesus olhou em volta e viu que o seguiam. “O que vocês querem?”, perguntou. Eles responderam: “Rabi (que significa ‘Mestre’), onde o senhor está hospedado?”. 39“Venham e vejam”, disse ele. Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram o resto do dia com ele [permaneceram com ele].

O que João quer que a gente enxergue é que os discípulos “ficaram” com Jesus. O verbo é o mesmo usado por João lá adiante, quando ele registrou o ensino de Jesus:

Jo 15.4 e 10 | 4Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Pois, assim como um ramo não pode produzir fruto se não estiver na videira, vocês também não poderão produzir frutos a menos que permaneçam em mim. […] 10Quando vocês obedecem a meus mandamentos, permanecem no meu amor, assim como eu obedeço aos mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele.

Permanecendo com Jesus, os discípulos experimentaram do doce amor do Pai e, imediatamente, começaram a produzir frutos (Jo 15.4 — Veja adiante André buscando seu irmão Pedro — Jo 1.40-41!). Essa, portanto foi a metodologia de Jesus: o discipulado. Um tipo de discipulado que examina a fé, ensina os fundamentos da fé e permite aos discípulos experimentarem doce comunhão de amor com Deus.
Discipulado, portanto, é levar o outro a Jesus, ensinando-o a permanecer em Cristo. Dessa forma eles frutificarão.
3. A maneira como a mensagem se espalhou
Tendo examinado a mensagem do cristianismo e a metodologia de Jesus, precisamos agora ver a maneira como a mensagem se espalhou lá nas origens do cristianismo. Olhe comigo, mais uma vez, o texto:

Jo 1.39-46 | 39“Venham e vejam”, disse ele. Eram cerca de quatro horas da tarde quando o acompanharam até o lugar onde Jesus estava hospedado, e passaram [permaneceram, mesma palavra de Jo 15.4] o resto do dia com ele. 40André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram o que João tinha dito e seguiram Jesus. 41André foi procurar seu irmão, Simão, e lhe disse: “Encontramos o Messias (isto é, o Cristo)” [André frutificou! — cf. Jo 15.4] . 42Então André levou Simão para conhecer Jesus. Olhando para ele, Jesus disse: “Você é Simão, filho de João, mas será chamado Cefas (isto é, Pedro)”. 43No dia seguinte, Jesus decidiu ir à Galileia. Encontrou Filipe e lhe disse: “Siga-me”. 44Filipe era de Betsaida, cidade natal de André e Pedro. 45Filipe foi procurar Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele sobre quem Moisés, na lei, e os profetas escreveram! Seu nome é Jesus de Nazaré, filho de José”. 46“Nazaré!”, exclamou Natanael. “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” “Venha e veja você mesmo”, respondeu Filipe.

Você percebeu a maneira como a mensagem se espalhou? João Batista levou André e João a Jesus. André, por sua vez, levou Pedro, seu irmão, a Jesus. Jesus mesmo foi quem encontrou Filipe. Filipe, uma vez achado pelo Senhor, foi e achou Natanael para Jesus.
A maneira da mensagem do cristianismo se espalhar é de boca em boca. Sim, houve momentos de conversões em massa, fruto de avivamentos pontuais, mas em grande medida a igreja crescia e se espalhava na medida em que cada um ia e anunciava o evangelho de Cristo ao parente, ao amigo, ao outro. Precisamos, portanto, redescobrir essa maneira e praticá-la com fé, esperança e amor.
A mensagem do evangelho se espalha de boca em boca. Eis aqui, então, um ótimo momento para perguntar: Por quem você tem orado? Quem você tem buscado? Com quem você tem compartilhado? Faça um propósito com Deus: desenvolver o hábito de intencionalmente viver para buscar e salvar os que estão ao seu redor e precisam da mensagem do evangelho. A mensagem do evangelho se espalha de boca em boca, inclusive pela sua boca.
4. A manifestação da graça de Deus
Falar de Jesus não é algo fácil. Note, porém, como a graça de Deus sempre se revela soberanamente salvadora. Cabe a nós apenas ser fieis. A obra é fruto do Espírito Santo. O que faremos a seguir é observar como Deus é poderoso para salvar e transformar pessoas tão inimagináveis. Minha esperança é que tais exemplos nos encorajem a falar de Cristo e nunca nos calar.
Deus é poderoso para transferir lealdades — André e João
Quem jamais imaginaria que André e João poderiam deixar de seguir João Batista? No entanto, lemos que a mensagem do evangelho foi poderosa para transferir lealdades. Impressiono-me sempre que leio: “os dois discípulos de João seguiram Jesus” (v. 37).
Deus é poderoso para transformar personalidades — Simão Pedro
Quem jamais imaginaria que Simão poderia mudar? No entanto, lemos que o encontro dele com Jesus o transformaria, progressivamente, para sempre: “Então André levou Simão para conhecer Jesus. Olhando para ele, Jesus disse: ‘Você é Simão, filho de João, mas será chamado Cefas (isto é, Pedro)’” (v. 42).
Deus é poderoso para trazer os que estão desapercebidos — Filipe
Quem era Filipe? Quem conhecia Filipe? Que importância tinha Filipe? Somente João fala dele no seu Evangelho (nos outros ele aparece apenas com seu nome na lista dos Doze). Lendo sobre ele, descobrimos que Felipe era racional, lógico e calculista, às vezes pessimista (Jo 6.1-7). Quem se importaria em levar alguém assim para Jesus? Jesus, no entanto, foi lá e o chamou — ele sempre traz os que estão desapercebidos: “No dia seguinte, Jesus decidiu ir à Galileia. Encontrou Filipe e lhe disse: ‘Siga-me’” (Jo 1.43).
Deus é poderoso para tratar os convencidos — Natanael
E Natanael? Quem conseguiria convencer Natanael do evangelho de Cristo? Cético, orgulhoso de sua espiritualidade, vaidoso de sua herança cultural e sempre pronto para debater. Ninguém conseguiria imaginar o Natanael convertido. Deus, no entanto, é poderoso para tratar os convencidos:

Jo 1.45-49 | 45Filipe foi procurar Natanael e lhe disse: “Encontramos aquele sobre quem Moisés, na lei, e os profetas escreveram! Seu nome é Jesus de Nazaré, filho de José”. 46“Nazaré!”, exclamou Natanael. “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” “Venha e veja você mesmo”, respondeu Filipe. 47Jesus viu Natanael se aproximar e disse: “Aí está um verdadeiro filho de Israel, um homem totalmente íntegro”. 48“Como o senhor sabe a meu respeito?”, perguntou Natanael. Jesus respondeu: “Vi você sob a figueira antes que Filipe o chamasse”. 49Então Natanael exclamou: “Rabi, o senhor é o Filho de Deus, o Rei de Israel!”.

O Talmude judaico encorajava judeus sinceros e piedosos a buscarem lugares retirados para momentos de solitude, oração, meditação e estudo das Escrituras. Escritos rabínicos, inclusive, trazem evidências de que mestres e discípulos tinham por hábito se reunirem para estudarem sob as sombras das árvores. Talvez Natanael estivesse cavando as Escrituras, estudando as profecias messiânicas do Antigo Testamento no exato momento em que Jesus disse tê-lo visto sob a figueira.
A mensagem desse parágrafo é muito clara: Deus é poderoso para buscar e salvar o perdido, qualquer que seja ele, independentemente de seu estado: leal às suas convicções, forte em sua personalidade, apagadinho aos olhos dos outros, espiritualmente convencido, cético, debatedor etc. Ninguém consegue se manter rijo, firme e o mesmo diante da irresistível graça de Deus, quando ela atinge o coração do pecador com o evangelho da glória e da graça de Deus.
Tenha fé. Fale e não te cales. Anuncie o evangelho de Jesus Cristo.
A origem do cristianismo
Pois bem, estudando a origem do cristianismo,

  • descobrimos que a sua mensagem é Jesus Cristo — a pessoa de Cristo, a obra de Cristo e as implicações da fé em Cristo no dia a dia do discípulo (nesta mesma ordem de prioridade);
  • verificamos que o método de Jesus Cristo é o discipulado — discipulado do tipo que investe tempo, examina a fé, ensina os fundamentos da fé e experimenta o fruto da doce comunhão com Deus;
  • destacamos que a maneira como a mensagem se espalha é de boca a boca — ou seja, através da intencionalidade nos relacionamentos, de relacionamentos discipuladores;
  • aprendemos que a manifestação da graça de Deus é o poder para a salvação e a transformação do pecador — a salvação pertence ao Senhor; sua graça é irresistível e sua palavra nunca voltará vazia.

Que implicações há para a nossa igreja? Permitam-me três:

  • conhecer e comunicar o evangelho (ouvir os sermões, estudar os esboços, usar os esboços na evangelização);
  • aprender e praticar o discipulado (RDs e PGMs);
  • buscar o poder do Espírito Santo em oração e anunciar a tempo e fora de tempo o evangelho.

E você que está ouvindo o evangelho pela primeira vez, que relevância há nele para você? Creia em Jesus e veja os céus se abrirem sobre a sua vida (Jo 1.50-51):

50“[…] Você verá coisas maiores que essa”. 51E acrescentou: “Eu lhes digo a verdade: vocês verão o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

Cristo abrirá as portas do céu para você. Você terá livre acesso à presença de Deus.
Deus mesmo cuidará de assistir você. Enviará anjos, se for preciso.
Cristo será exaltado em sua vida. Você viverá para a glória de Jesus.
Creia em Jesus e junte-se a nós nesta busca pela vida que há em Cristo.

S.D.G. L.B.Peixoto

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A Origem do Cristianismo

Pr. Leandro B. Peixoto

SIB GOIÂNIA

LEANDRO B. PEIXOTO

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