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22.06.2025

Jesus é muito mais glorioso que Moisés

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Hebreus - A Superioridade de Cristo
  • Livro: Hebreus

Hebreus 3.1-6 (NVT)
1Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial, considerem atentamente a Jesus, que declaramos ser Apóstolo e Sumo Sacerdote. 2Pois ele foi fiel àquele que o designou, assim como Moisés serviu fielmente quando lhe foi confiada toda a casa de Deus.
3Jesus, no entanto, é digno de muito mais honra [ou: glória — grego: δόξης⸃] que Moisés, assim como a pessoa que constrói uma casa merece mais elogios que a casa em si. 4Pois toda casa tem um construtor, mas Deus é o construtor de todas as coisas.
5Por certo, Moisés foi fiel como servo na casa de Deus, e seu trabalho ilustrou verdades que seriam mais tarde reveladas. 6Mas Cristo, como Filho, é responsável por toda a casa de Deus; e nós somos a casa de Deus, se nos mantivermos corajosos e firmes em nossa esperança gloriosa.

Duas Necessidade Fundamentais

Os seres humanos carecem de duas coisas fundamentais: 1) precisamos ouvir Deus e 2) precisamos ter acesso a Deus. Mais do que qualquer outra coisa na vida, necessitamos de uma palavra de Deus e necessitamos de um caminho até Deus.

  1. Precisamos ouvir Deus para saber quem ele é, como ele é, quais são os seus propósitos para o mundo, qual é o nosso problema e o que ele requer de nós.
  2. E precisamos de um caminho até Deus, porque ser cortado de sua presença graciosa, ao morrer, significa entrar em trevas, miséria e tormento eternos — no inferno, tornando-se alvo apenas da justiça divina.

Portanto, estas são as nossas duas necessidades fundamentais: 1) ouvir Deus e 2) ir até Deus. Precisamos de revelação. E precisamos de reconciliação.

Agora, observe como Hebreus 3.1 responde exatamente a essas duas necessidades. O texto diz aos cristãos: “Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial, considerem atentamente a Jesus, que declaramos ser Apóstolo e Sumo Sacerdote.”

Precisamos da Revelação de Deus e
de Reconciliação com Deus

O autor de Hebreus está nos revelando o seguinte: os crentes em Jesus são pessoas que ouviram e creram em um chamado celestial. E, por isso, são participantes desse chamado — Hebreus 3.1: “Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial”.

John Piper — tratando do significado de “chamado celestial” — explicou:

É um chamado celestial porque vem do céu — vem de Deus.

E é um chamado celestial porque nos convida e nos conduz ao céu — conduz a Deus.

Em outras palavras, esse chamado celestial responde às duas grandes necessidades que todos nós temos: 1) uma palavra de Deus e 2) um caminho para Deus; a revelação de Deus e a reconciliação com Deus.

É um chamado celestial, o que significa que é uma palavra que vem do céu, uma palavra da parte de Deus.

E é um chamado, o que significa que tem como propósito nos mostrar o caminho de volta para casa — o caminho até Deus.

Portanto, os crentes em Jesus são pessoas que foram profundamente alcançadas por esse chamado — o chamado eficaz do Espírito Santo (cf. Rm 8.30). A palavra de Deus rompeu nossa resistência, abriu nosso coração para atender à verdade (cf. At 16.14) e provar do amor de Cristo, nos reconciliou com Deus e, agora, nos conduz para casa — para o céu.

Isso significa que os crentes em Cristo são pessoas de grande esperança. Deus falou do céu. Deus abriu um caminho para o céu. E nós cremos. Nossa esperança e nossa confiança estão firmes. E por que nossa esperança e nossa confiança estão firmes?

Certamente não é por causa de nós mesmos.

Ora… Aqui, neste lugar, há pecadores de todo tipo.

Você se recorda de Romanos 1.29-32? Pois é!

Aqui, entre nós, pode haver pessoas que lutam com a ganância — desejando mais do que precisam, insatisfeitas com o que Deus lhes deu. Talvez esteja aqui também aqueles que alimentam no coração ódio, rancor e inveja. Ou quem carregue a culpa do homicídio — seja literal, seja pelas palavras que matam, pelo desprezo, pela indiferença ou pelo desejo oculto de ver o outro cair.

Entre nós, pode haver quem semeie discórdias, espalhe mentiras, viva de malícia e se alimente do prazer de falar mal dos outros — sim, pode haver fofoqueiros aqui. E também aqueles que, mesmo dizendo amar a Deus, no fundo nutrem desprezo por ele — ignoram sua Palavra, resistem à sua vontade.

Pode haver gente insolente — quem desrespeite —, pessoas que vivem no orgulho, na arrogância, sempre achando que sabem mais, que são melhores, que estão acima de todos. Alguns, inclusive, podem ser daqueles que dedicam a inventar novas maneiras de pecar. E pode haver ainda aqueles que desprezam a autoridade, desobedecem aos pais, quebram promessas, não têm afeição verdadeira, não demonstram misericórdia.

E o mais assustador: sabem, sim, sabem muito bem, que tudo isso é condenável diante de Deus, que essas práticas merecem o juízo, que merecem a morte. Mas, mesmo assim, continuam… Persistem… E, pior ainda, encorajam outros a fazer o mesmo.

Gente, o que não falta aqui são pecadores. Todos nós somos pecadores.

Ora, sejamos honestos, se a esperança do chamado celestial dependesse da justiça própria, nós estaríamos sem esperança. Graças a Deus, porém, que nossa esperança e nossa confiança se apoiam unicamente em Jesus. Por isso, Hebreus 3.1 continua: “Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial, considerem atentamente a Jesus”.

É exatamente isso que estamos fazendo aqui, nesta manhã: considerando atentamente a Jesus. É para isso que existe a pregação, a exposição bíblica. É para isso que existe a Escola Bíblica Dominical e o TeoKids. É para isso que servem os grupos pequenos, a Escola da Palavra, MCM, Mulheres da Palavra, Café com Deus… Para considerarmos atentamente a Jesus, juntos, como igreja.

COSTUMAMOS PENSAR que “considerar atentamente a Jesus” é algo que os incrédulos deveriam fazer. E dizemos: “Considere Jesus” — ao que está buscando, ao ímpio, ao que está longe de Deus. E, de fato, isso está certo. MAS o livro de Hebreus foi escrito exatamente para ajudar cristãos, ajudar crentes, a considerarem a Jesus. Hebreus 3.1 deixa tudo isso muito claro: “Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial, considerem atentamente a Jesus”.

Mas por que dizer isso?

Os “irmãos santos” não deveriam, automaticamente, considerar Jesus?

A resposta é: NÃO. Absolutamente, não. Tragicamente, não.

Lembre-se da advertência em Hebreus 2.1 (NVT): “Portanto, precisamos [nós, os irmãos santos; nós, os crentes em Jesus… precisamos] prestar muita atenção às verdades que temos ouvido, para não nos desviarmos delas.”

O perigo está sempre diante de nós: o perigo de pararmos de considerar atentamente a Jesus, começarmos a nos interessar mais por outras coisas e, assim, nos desviarmos para longe da Palavra — e, talvez, nunca mais voltarmos, provando que nunca fomos, de fato, participantes do chamado celestial (cf. 1Jo 2.19).

Aliás, você se lembra de Demas, citado por Paulo a Timóteo? Esse homem, um dia chamado de irmão santo, cooperador na obra de Cristo (cf. Fm 24; Cl 4.14), amou tanto o presente século que abandonou Paulo, abandonou o evangelho de Cristo e se foi para Tessalônica (cf. 2Tm 4.10).

Por isso, Hebreus nos chama — a nós, cristãos — repetidamente: “Irmãos santos…Considerem atentamente a Jesus.”

Esse verbo — “considerar” — tem vários sentidos no Novo Testamento: observar, reparar, reconhecer, notar, ver, pensar… Portanto, não se trata simplesmente de pensar momentaneamente a respeito de alguém ou sobre alguma coisa, mas de contemplar profundamente. Em essência, o autor está dizendo: “A sua perseverança em Cristo, meu querido irmão, minha querida irmã, depende de uma fé que vai muito além da mera aceitação de fatos ou das ondas de sentimentos empolgantes.”

A nossa fé se ancora em uma pessoa — Jesus Cristo. Para isso, não basta lançar-lhe um olhar passageiro. Não basta acenar-lhe com um gesto de reconhecimento. É preciso observá-lo. É preciso prestar atenção nele. Conhecê-lo profundamente. Repará-lo em tudo. Reconhecê-lo em todos os seus caminhos. Notá-lo em cada detalhe. Vê-lo em todas as circunstâncias. Até que o seu coração se encante com ele e Cristo seja formado em sua vida. Fazer isso de novo e de novo e mais uma vez e até o final.

É isto o que fazem os crentes em Jesus: eles consideram atentamente a Jesus.

E por quê?

Jesus é a Revelação da parte de Deus e
o meio para a Reconciliação com Deus

A razão para os crentes considerarem atentamente a Jesus é simples e profunda: Jesus é a única resposta para as duas grandes necessidades que temos.

Lembre-se: 1) precisamos de uma palavra de Deus e 2) precisamos de um caminho para Deus; precisamos de revelação da parte de Deus e de reconciliação com Deus.

O ponto central da carta aos Hebreus é exatamente este: Jesus é ambas as coisas. Por isso, Hebreus 3.1 termina com essas duas descrições de Jesus: “Portanto, irmãos santos que participam do chamado celestial, considerem atentamente a Jesus, que declaramos ser Apóstolo e Sumo Sacerdote.”

Essas duas designações de Jesus correspondem, exatamente, às nossas duas grandes necessidades: Jesus é o nosso Apóstolo. E Jesus é o nosso Sumo Sacerdote.

“Apóstolo” significa “aquele que é enviado”. Portanto, Jesus é aquele que foi enviado de Deus ao mundo, trazendo a revelação do chamado celestial.

“Sumo Sacerdote” significa aquele que é “mediador”, aquele que oferece um sacrifício para que haja reconciliação. Portanto, Jesus é o nosso Sumo Sacerdote.

Veja como isso fica ainda mais claro dois versículos antes, em Hebreus 2.17 (NVT):

Portanto, era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo.

A expressão “realizar o sacrifício que remove os pecados do povo” — ou, em outras traduções, “fazer propiciação” — significa: “oferecer um sacrifício pelos nossos pecados, o qual põe fim à ira de Deus contra nós e nos torna seus amigos.”

Portanto, o que o autor está dizendo é:

“Vocês, cristãos — vocês que participam do chamado de Deus, o chamado que vem do céu e conduz ao céu — podem ter plena confiança de que ouviram a palavra de Deus (através do seu Apóstolo) e podem ter uma viva esperança de que estão a caminho de Deus (por causa do autossacrifício oferecido pelo Sumo Sacerdote), sendo, pois, amados e estando reconciliados e seguros.”

Por isso, o apelo é claro:

“Considerem atentamente a Jesus. Observem Jesus. Reparem em Jesus. Reconheçam Jesus. Notem Jesus. Contemplem Jesus. Pensem em Jesus. Meditem em Jesus. Ouçam Jesus. Sigam Jesus.”

Por quê?

“Porque Jesus é o Apóstolo vindo do céu, que trouxe para vocês o chamado de Deus. E Jesus é o Sumo Sacerdote definitivo, que, com o único e suficiente sacrifício que ele ofereceu de si mesmo, reconciliou vocês com Deus e garantiu que vocês chegarão seguros ao lar celestial.”

Portanto,

“Considerem atentamente a Jesus: o Apóstolo de Deus — a palavra final de Deus. E o Sumo Sacerdote de Deus — o caminho final e definitivo até Deus.”

“Considerem Atentamente a Jesus”

Toda esta carta aos Hebreus foi escrita para nos ajudar a considerar atentamente a Jesus.

Há muito mais sobre Jesus a ser considerado do que jamais poderíamos esgotar ao longo de toda uma vida, e mesmo lá no céu. Mas o que esta epístola nos dá é o mínimo que você precisa saber sobre Jesus Cristo.

O desenvolvimento da carta aos Hebreus até o ponto do nosso texto para esta manhã pode ser visualizado por meio de um esboço esquemático:

1.1-4. A majestade do Filho: ele é a palavra final de Deus e é Deus soberano.
1.5-14. A superioridade do Filho em relação aos anjos.
2.1-4. A validade da palavra da salvação proclamada pelo Filho.
2.5-18. A obra realizada por Jesus, cumprindo para nós o Salmo 8.
3.1-6. A superioridade de Jesus em relação a Moisés.

Então: No capítulo 1, o ponto é que Jesus é superior aos anjos. Jesus criou e sustenta o universo (Hebreus 1.1-2, 10), enquanto os anjos são apenas servos, enviados para cumprir tarefas dentro deste mundo criado (Hebreus 1.14). No capítulo 2, Jesus assume a natureza humana e cumpre, para todo o seu povo, a esperança expressa no Salmo 8.

E o ponto, em cada etapa desta carta, é este: “Considerem atentamente a este Jesus.”

IMPORTANTE:

Se a sua mente, se o seu coração é como uma bússola, girando desorientadamente,  em meio a um mundo cheio de ímãs que os puxam para cá e para lá, então faça de Jesus Cristo o pólo norte da sua vida. Que a sua mente e o seu coração, vez após vez, ao longo do dia, se alinhe novamente a ele. Considere atentamente a Jesus e faça dele o seu tesouro.

Considere a Superioridade de Jesus a Moisés

Portanto, perguntamos ao autor desta carta — e ao Espírito Santo que a inspirou: “O que Deus quer que consideremos sobre Jesus hoje, a partir de Hebreus 3.1-6?”

A resposta é clara: “Considerem a sua superioridade a Moisés.”

Por quê?

Porque, ao considerarmos isso, nossa confiança no chamado celestial será fortalecida. E nossa esperança se tornará mais ousada e mais firme. Sobretudo quando levamos em conta os muitos deuses, mestres, guias e entidades espirituais que são seguidos nas filosofias, ideologias e religiões deste mundo.

Ora, se Jesus é superior a Moisés — o maior profeta da história de Israel —, então, Jesus é infinitamente superior a qualquer divindade, profeta ou mestre das religiões e filosofias humanas.

Superior a Buda, a Confúcio, a Lao Tsé, a Platão, a Aristóteles, a Maria, a Maomé, a Francisco de Assis, a Lutero, a Calvino, a Spurgeon, a John Piper, a Gandhi, a Madre Teresa, a Chico Xavier, ou a qualquer outro nome — no céu, na terra e debaixo da terra.

Jesus é superior até mesmo sobre a terra, o universo e os astros.

Considerar a superioridade de Jesus a Moisés, portanto, fortalecerá nossa confiança no chamado celestial, e nossa esperança se tornará mais ousada e mais firme neste mundo plural. Considerar a superioridade de Jesus a tudo e a todos nos ajudará a colocá-lo na perspectiva correta, acima de qualquer panteão de deuses, líderes, teólogos, guias, entidades espirituais, celebridades ou influenciadores de todas as eras.

Pois bem, Hebreus 3.2-6 apresenta duas formas pelas quais Jesus é superior a Moisés. E PERCEBA: o que fortalece nossa confiança e nossa esperança não é simplesmente o fato bruto da superioridade de Jesus sobre Moisés (ou a quem quer que seja), mas sim o que vemos sobre Jesus Cristo que o torna superior a tudo e a todos.

Contemplar Jesus de forma renovada, neste texto, é o que nos ajudará a nos mantermos “corajosos e firmes em nossa esperança gloriosa” (Hb 3.6b).

Então, vejamos essas duas maneiras pelas quais Jesus é superior a Moisés.

O versículo 2 inicia a comparação e mostra que tanto Jesus quanto Moisés foram fiéis na casa de Deus: “Pois ele [Jesus] foi fiel àquele que o designou, assim como Moisés serviu fielmente quando lhe foi confiada toda a casa de Deus.”

Aqui, “casa de Deus” é uma metáfora para o povo de Deus.

AGORA PERCEBA: antes de apresentar o contraste, o autor estabelece uma comparação. O objetivo não é rebaixar Moisés. Não é esse o ponto. Moisés foi, de fato, fiel na casa de Deus. O autor está ecoando o que está escrito em Números 12.5-9, onde o próprio Deus, defendendo a autoridade de Moisés, diante das queixas de Arão e Miriã, reagiu:

Números 12.5-9 (NVT)
5Então o SENHOR desceu na coluna de nuvem e parou à entrada da tenda de encontro. “Arão e Miriã!”, chamou ele. Os dois se aproximaram, 6e o SENHOR lhes disse: “Ouçam o que vou dizer:
“Se houver profeta entre vocês,
eu, o SENHOR, me revelarei em visões;
falarei com ele em sonhos.
7Não é assim, porém, com meu servo Moisés;
ele tem sido fiel em toda a minha casa [cf. Hb 3.2, 5].
8Falo com ele face a face,
claramente, e não por meio de enigmas;
ele vê a forma do SENHOR.
Como vocês ousaram
criticar meu servo Moisés?”.
9A ira do SENHOR se acendeu contra eles, e ele se retirou.

Portanto, quando o autor de Hebreus se volta agora para contrastar Jesus e Moisés, isso tem um peso imenso. Pois Moisés era alguém singular em seu tempo — com uma relação com Deus mais íntima do que qualquer outro profeta, de qualquer religião.

Considere a Superioridade da Glória de Jesus

Portanto, considerem Jesus agora. Considerem sua superioridade a Moisés.

Primeiro, observe o que diz Hebreus 3.3 (NVT): “Jesus, no entanto, é digno de muito mais honra [ou: glória] que Moisés, assim como a pessoa que constrói uma casa merece mais elogios que a casa em si.”

Jesus é digno de muito mais glória que Moisés!

Pense nisso da seguinte maneira: em se tratando de Olimpíadas, entendemos bem o conceito de “glória” — e como um atleta pode ser considerado digno de mais glória do que outro. Sabemos, afinal, que há mais glória na medalha de ouro do que na de prata. E mais na de prata do que na de bronze. A não ser, é claro, que alguém se machuque e, mesmo assim, supere seus próprios limites e realize algo extraordinário — então surge um outro tipo de glória, talvez até mais admirável do que uma medalha de ouro.

Pois bem, Hebreus 3.3 declara que Jesus “é digno de muito mais glória que Moisés”, no contexto da casa de Deus. E oferece uma razão absolutamente surpreendente: Porque Jesus é o construtor da casa. E Moisés é apenas parte da casa.

Observe isso com atenção. O texto diz: “Jesus, no entanto, é digno de muito mais honra [ou: glória] que Moisés”.

De que maneira? Por quê?

O texto prossegue: “assim como a pessoa que constrói uma casa merece mais elogios que a casa em si.”

Em outras palavras, Hebreus está dizendo: “Jesus é, em relação ao povo de Deus, o que um construtor é em relação a uma casa.” Ou seja: “Moisés é, em relação ao povo de Deus, apenas um membro dessa casa — um entre o povo de Deus.” Portanto, Jesus é aquele que construiu Moisés. Tal como ele mesmo edificou para si um povo.

Em resumo: Jesus fez Moisés (e tudo e todos mais — no céu, na terra e debaixo da terra).

Agora, deixe isso penetrar profundamente em sua mente e em seu coração. “Considerem isso.” Este é o seu Apóstolo e Sumo Sacerdote. Ele é aquele que trouxe a você o chamado celestial da parte de Deus. Ele é aquele que abriu para você um caminho até Deus. Nele está toda a sua esperança do céu. Se, nesta manhã, você tem qualquer confiança de que seus pecados estão perdoados, de que você irá perseverar na fé e alcançará o chamado celestial, essa confiança depende inteiramente de Jesus. E, portanto, quanto maior e mais glorioso Jesus é, maior será a sua esperança e a sua confiança.

Falando sobre a relação entre Moisés e Jesus, John Piper ilustrou assim:

Era como se um grupo de atletas olímpicos estivesse reunido numa noite, debatendo quem dentre eles era o maior. Jesus estava ali, sentado tranquilamente em um canto, ouvindo a conversa, vestindo seu agasalho esportivo.

Então, um dos atletas se levantou e disse, com convicção:

— Eu lancei o dardo mais longe do que qualquer outro. Eu sou o maior.

Outro, não querendo ficar para trás, respondeu de imediato:

— Eu lancei o peso mais longe. Eu sou o maior.

E um terceiro acrescentou:

— Eu saltei mais alto do que todos. Eu sou o maior.

De repente, os olhos de todos se voltaram para Jesus. Alguém, curioso, perguntou:

— E você? E quanto a você? O que fez para ser o maioral?

Jesus, com uma serenidade impressionante, respondeu:

— Eu fiz todos vocês. Portanto, eu sou o maior.

É exatamente isso que diz Hebreus 3.3:

— “Jesus, no entanto, é digno de muito mais honra [ou: glória] que Moisés, assim como a pessoa que constrói uma casa merece mais elogios que a casa em si.”

Jesus é digno de muito mais glória do que Moisés, assim como o construtor tem mais honra do que a casa que ele construiu.

Na verdade, Jesus é digno de mais glória do que qualquer vencedor de medalha de ouro nas Olimpíadas.

Jesus é digno de mais glória do que qualquer ser humano.

Ele é digno de mais glória do que o mundo que ele criou e do que o povo que ele edificou para si, do mesmo modo que o construtor de uma casa tem mais honra do que a própria casa.

Por quê?

Porque ele fez a casa. Ele edificou o povo. Ele fez Moisés. Ele fez as mentes, os corações, as pernas e os braços dos atletas olímpicos e de todos nós. Portanto, Jesus é o maior.

Hebreus 3.4 (NVT) deixa isso ainda mais explícito:

— “Pois toda casa tem um construtor, mas Deus é o construtor de todas as coisas.”

Note:

O versículo 3 afirmou que Jesus construiu a casa de Deus.

Jesus, no entanto, é digno de muito mais honra [ou: glória] que Moisés, assim como a pessoa que constrói uma casa merece mais elogios que a casa em si.

O versículo 4 declarou que quem construiu todas as coisas é Deus.

Pois toda casa tem um construtor, mas Deus é o construtor de todas as coisas.

Qual é a conclusão?

A mesma de Hebreus 1.3:

— Jesus, o Filho de Deus, é Deus.

É assim que Jesus é grandioso. Ele é Deus.

Portanto, a palavra do nosso Apóstolo é uma palavra segura, porque é uma palavra trazida pelo próprio Deus. E a obra expiatória do nosso Sumo Sacerdote na cruz é uma obra final e totalmente suficiente, porque possui valor infinito — é a obra do próprio Deus.

Considere isso sobre Jesus: Ele fez Moisés. Ele fez você. E ele fez a igreja.

Jesus é o Filho e Moisés, um Servo

Há ainda, em segundo lugar, outra maneira pela qual Jesus é superior a Moisés, mencionada em Hebreus 3.5-6a (NVT):

5Por certo, Moisés foi fiel como servo na casa de Deus, e seu trabalho ilustrou verdades que seriam mais tarde reveladas. 6Mas Cristo, como Filho, é responsável por toda a casa de Deus; […]”.

Moisés foi servo na casa de Deus.

Jesus é Filho sobre a casa de Deus.

Qual é a diferença?

A diferença entre um servo e um filho é que o filho, por direito de herança, é o dono da casa. Ele governa a casa. E provê para os que estão na casa, a partir de sua riqueza.

E os servos?

Os servos não possuem nada da casa. Vivem seguindo a palavra do dono. E recebem seu sustento do dono.

Portanto, mais uma vez, Jesus, como Filho, é superior a Moisés em três aspectos:

  • Ele possui a casa de Deus.
  • Ele governa a casa de Deus.
  • E ele provê para a casa de Deus.

Em comparação, Moisés é apenas um servo na casa. Ele não a possui. Não a governa. E não provê para ela a partir de sua própria riqueza. Por isso, o autor de Hebreus diz novamente: “Considerem Jesus em relação a Moisés.”

A Aplicação Imediata: E Quanto a Nós?

E o mais impressionante é que, em Hebreus 3.6, o autor quer que você imediatamente aplique essa superioridade de Jesus a si mesmo.

Veja como termina o versículo:

— “Mas Cristo, como Filho, é responsável por toda a casa de Deus; e nós somos a casa de Deus, se nos mantivermos corajosos e firmes em nossa esperança gloriosa.”

Há DUAS OBSERVAÇÕES a se fazer na parte final de Hebreus 3.6.

Primeiro, a igreja de Jesus Cristo é, hoje, a casa de Deus: “e nós somos a casa de Deus”. Isso significa que Jesus, nesta manhã — não apenas nos dias de Moisés, nem apenas quando caminhou sobre a terra, mas agora — é o nosso Criador, nosso Dono, nosso Governante e nosso Provedor. Ele é o Filho. Nós somos os servos. Nós somos a casa de Deus. E ele trata de nós e cuida de nós no contexto desta casa: a igreja. Moisés está conosco nessa casa. Ele é nosso companheiro de serviço, por meio de seu ministério profético. Mas Jesus é o nosso Criador, nosso Dono, nosso Governante e nosso Provedor.

Segundo, a perseverança na fé em Cristo é a prova de que somos parte da casa de Deus. O texto conclui dizendo: “e nós somos a casa de Deus, se nos mantivermos corajosos e firmes em nossa esperança gloriosa.” Ou seja: a evidência de que somos parte da casa de Deus é que não abandonamos nossa esperança. Por isso, Hebreus 10.35-36 (NVT) declara:

35Portanto, não abram mão de sua firme confiança. Lembrem-se da grande recompensa que ela lhes traz. 36Vocês precisam perseverar, a fim de que, depois de terem feito a vontade de Deus, recebam tudo que ele lhes prometeu.

Não nos deixamos arrastar pela indiferença nem pela incredulidade.

Não nos impressionamos com quem quer que seja, nem com o que quer que seja, mais do que nos gloriamos em Cristo Jesus.

Tornar-se cristão e permanecer cristão acontecem do mesmo modo: colocando nossa esperança, nossa admiração e nossa fé em Jesus — como mais glorioso do que qualquer um e qualquer coisa.

Uma esperança que gera confiança e alegria em Cristo. E nela perseveramos.

Comentando Hebreus 3.6, Joel Beeke escreveu:

Os israelitas no deserto falharam em manter sua confiança e sua alegria na esperança. Por isso, pereceram no deserto. O autor de Hebreus exorta os cristãos a não cometerem o mesmo erro dos israelitas. É necessário permanecer firmes até o fim.
Uma coisa é começar bem; outra, muito diferente, é terminar bem.
O livro de Hebreus não nega que o verdadeiro povo de Deus, de fato, irá perseverar pela graça. Contudo, ele enfatiza a necessidade de prosseguir, de avançar, de permanecer. Para que não se revele, no final, que a fé de alguém nunca foi uma fé verdadeira.

E você? Em que tem colocado sua esperança?

Onde tem buscado sua confiança? Em si mesmo? Na família? Em filhos? No namoro? Em amigos? Em investimentos inteligentes? Em programas de saúde e bem-estar físico? Em beleza do corpo? Em muito trabalho? Em sorte?

A Palavra de Deus para você hoje é: “Considere atentamente a Jesus.” E ponha sua esperança nele. Então, você será parte da sua casa — a igreja do Deus vivo. E ele será seu Criador, seu Redentor, seu Dono, seu Governante e seu Provedor, pois você terá sido admitido na família de Deus.

Jesus é muito mais glorioso que Moisés.

Sim, com Moisés, Deus falava face a face, como quem fala a um amigo (Êx 33.11).

Mas… e Jesus?

Ora, Jesus é eternamente Deus. Não apenas ouviu a voz de Deus — Jesus é a voz de Deus, e com sua palavra criou e, agora, sustenta todas as coisas. Jesus não apenas viu a glória de Deus — ele irradia a glória de Deus, expressando de forma exata quem Deus é. Jesus não apenas esteve na presença de Deus — ele é a presença viva do próprio de Deus; ninguém jamais viu Deus, foi Jesus quem o revelou em sua própria carne.

Jesus Cristo é o Deus eterno, encarnado, glorioso sobre tudo e sobre todos.

Jesus é muito mais glorioso que Moisés.

Olhe para Jesus.

S.D.G. L.B.Peixoto.

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Jesus é muito mais glorioso que Moisés

Pr. Leandro B. Peixoto

SIB GOIÂNIA

LEANDRO B. PEIXOTO

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