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09.11.2025

Temos um grande Sumo Sacerdote

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Hebreus - A Superioridade de Cristo
  • Livro: Hebreus

Hebreus 4.14-16 (NVT)

14Visto, portanto, que temos um grande Sumo Sacerdote que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos firmemente àquilo em que cremos. 15Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou. 16Assim, aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso.

Nosso apego seguro

O que faz você se aproximar de alguém? Afinidade? Atração? Necessidade? Contexto?

Todos nós somos atraídos por algo em certas pessoas: uma presença leve, um olhar acolhedor, uma palavra amiga.

Isso começa cedo. Pesquisadores das universidades de Zhejiang, Toronto e Cambridge observaram que crianças de quatro a cinco anos tendem a confiar mais em rostos gentis, mesmo sem conhecer a pessoa. Elas associam expressões acolhedoras a segurança e cuidado. Esse estudo foi publicado em 2013 na Revista Britânica de Psicologia do Desenvolvimento.

Mas não é apenas aparência. O semblante revela o coração. A criança percebe quando está diante de alguém que transmite segurança. Ela reconhece, ainda que de modo simples, aquilo que todos buscamos: acolhimento e amor.

A psicologia chama isso de apego seguro, conceito desenvolvido por John Bowlby e aprofundado por Mary Ainsworth. Em resumo, a criança se sente protegida perto de quem demonstra cuidado. E isso a atrai.

Esse quadro ajuda a entender por que muitas pessoas têm dificuldade em se aproximar de Deus. Surgem medo de rejeição, insegurança, desconfiança, culpa. Muitos se afastam de maneira defensiva, temendo ser julgados.

E você? Teme se aproximar de Deus?

Por quê?

A Bíblia é clara: “Todos pecaram e não alcançam o padrão da glória de Deus” (Rm 3.23). Desde a queda, carregamos medo da presença divina. Assim foi com Adão: “Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” (Gn 3.10, NAA).

Esse medo nasce da ruptura do vínculo original — o primeiro apego inseguro. Em vez de correr para Deus, o homem passou a fugir. O que a psicologia chama de apego inseguro, a teologia chama de pecado e alienação. O coração se torna culpado, a relação se quebra, e surge a fuga do único que poderia curar.

Mas o evangelho reconstrói esse vínculo.

Cristo veio não apenas para perdoar, mas para restaurar nossa confiança no amor do Pai. Ele se compadeceu de nós e morreu como propiciação. Enfrentou nossas fraquezas, sem pecado. Por isso, ele nos entende e nos acolhe.

Em Cristo, o apego seguro com Deus é restaurado.

É isso que Hebreus 4.14-16 nos diz:

14Visto, portanto, que temos um grande Sumo Sacerdote que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos firmemente àquilo em que cremos. 15Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou. 16Assim, aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso.

Perceba: a resposta de Deus ao nosso medo — ou ao nosso apego inseguro — não foi distância, foi aproximação. Deus Pai enviou seu Filho eterno para ser o nosso mediador. Assim, Jesus não apenas representa Deus diante de nós — ele é a expressão exata do ser de Deus (Hb 1.3). Mas também nos representa diante do Pai — como nosso Sumo Sacerdote fiel e compassivo (Hb 4.15). Por isso, não fuja. Aproxime-se (Hb 4.16) pela fé (Hb 4.14).

Há graça diante do trono de Deus — por meio de Cristo, ele dará o que você não merece. E há misericórdia também — por causa de Cristo, Deus não dará o que você de fato merece. Esse trono é de graça e misericórdia. Ele não rejeita; ele acolhe. Acolhe todos os que, unidos a Cristo, pela fé, aproximam-se de Deus, o Rei soberano.

Cristo é nosso apego seguro junto a Deus.

Lembra da criança que confia num rosto acolhedor? Deus nos deu um rosto para confiar: o rosto de Cristo. Nele, o Pai revela sua glória e nos olha com graça e misericórdia.

Cristo é o rosto seguro de Deus voltado para nós.

O descanso de Deus obtido pela fé

Pois bem, mergulhemos no texto desta manhã: Hebreus 4.14-16.

A ideia central é esta:

A superioridade de Cristo, sua perfeição sem pecado e sua graça abundante nos encorajam a nos aproximar com confiança e a orar com fé, suplicando a misericórdia que ele oferece.

Este final de Hebreus 4 conclui a exortação iniciada no capítulo 3: a fé perseverante é indispensável para entrar no descanso de Deus.

Em Hebreus 3.7-19, o autor começou com um exemplo negativo: Israel não entrou na terra prometida por causa da incredulidade. A dureza de coração, diante das provações do deserto, os afastou do descanso.

Depois, em Hebreus 4.1-11, ele exortou seus leitores a entrarem no descanso pela fé, confiando nas boas-novas do perdão e do repouso prometido.

Essa Palavra — de boas-novas e de descanso — , disse Hebreus 4.12-13, é viva e eficaz. Ela penetra o coração endurecido, ilumina o que está oculto, gera fé e sustenta a perseverança.

Agora, em Hebreus 4.14-16, o autor nos chama a dar mais um passo: aproximar-nos do trono da graça em oração, não com medo, mas com confiança; não em mérito próprio, mas com fé — somente a fé — na pessoa e obra de Cristo, o Sumo Sacerdote compassivo.

Assim, em Hebreus 3.7 a 4.16, há um chamado claro: “Esforcem-se para entrar no descanso de Deus.”

E, para isso, Deus nos dá três recursos essenciais:

  1. A mutualidade cristã — o encorajamento diário no corpo de Cristo:
    “Advirtam uns aos outros todos os dias… para que nenhum de vocês seja enganado pelo pecado e fique endurecido” (3.13).
  2. A Palavra de Deus — viva, eficaz, penetrante (4.12-13).
  3. A oração da fé — pela qual nos aproximamos do trono da graça e recebemos misericórdia e graça para perseverar (4.16).

Ah, meu povo — como precisamos desses recursos:
– da comunhão fortalecedora dos irmãos,
– da palavra viva, eficaz e cortante de Deus e
– da oração da fé.

Eles são, pelo Espírito, os ventos que sopram as velas e impulsionam a embarcação da nossa vida rumo ao descanso eterno, em Cristo.

O grande Sumo Sacerdote

Tendo, em pregações anteriores, refletido sobre os dois primeiros recursos — a comunhão dos irmãos e a palavra de Deus — voltemo-nos agora para o terceiro: a oração da fé.

Mas será que podemos, de fato, nos apresentar diante de Deus — diante do trono da graça — com confiança de que seremos ouvidos e receberemos misericórdia? — Pense bem. — Nós!? Tão pecadores, tão assustados, tão desconfiados, tão marcados por culpas e transgressões? Seremos mesmo ouvidos? Mesmo!? Não seremos julgados? Podemos, de fato, nos aproximar do trono de Deus — ainda que apenas em oração?

Afinal, veja como termina o trecho anterior: com uma advertência forte: “Nada, em toda a criação, está escondido de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante de seus olhos, e é a ele que prestamos contas.” (4.13, NVT)

É aqui que muitos estremecem. “Esse Deus zoiudo, xereta, invasivo… que tudo vê, que tudo sabe, que cobrará contas dos pecadores… será mesmo seguro me aproximar dele e pedir graça? Pedir misericórdia?”

A resposta é: sim, você pode. Por causa do nosso grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, você pode se aproximar sem medo. Com fé.

Mas como podemos ter essa certeza?

Porque não depende de quem nós somos, mas de quem Cristo é e do que ele fez por suas ovelhas. Ouça novamente o texto, só que, agora, percebendo a ligação do argumento:

13Nada, em toda a criação, está escondido de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante de seus olhos, e é a ele que prestamos contas.
14Visto, portanto, que temos um grande Sumo Sacerdote que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos firmemente àquilo em que cremos. 15Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou. 16Assim, aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso.

Jesus é o nosso Sumo Sacerdote. E isso faz toda a diferença.

Mas… o que significa Sumo Sacerdote?

Precisamos entender essa categoria bíblica. Sem ela, não compreenderemos quem Jesus é, nem o que ele veio fazer. Uma das razões pelas quais Cristo é tão mal interpretado hoje é que temos perdido as categorias bíblicas — em grande parte porque muitos negligenciam o Antigo Testamento. Ao fazer isso, perdem também as ferramentas necessárias para interpretar a pessoa e a obra de Cristo.

Se tentarmos entender Jesus apenas a partir da nossa experiência ou cultura, acabaremos reduzindo-o. Podemos vê-lo como coach, terapeuta ou psicólogo, líder, exemplo ou mestre moral iluminado, espírito altamente evoluído, guru, mentor — e talvez haja algo de verdade nessas imagens — mas nenhuma delas é tão profunda e fiel quanto a categoria que a Escritura mesma nos oferece: Jesus, o grande Sumo Sacerdote.

Hoje já não existem sumos sacerdotes, por isso essa categoria soa distante. Mas Deus, em sua sabedoria, preparou séculos de história com Israel — registrados no Antigo Testamento — justamente para nos dar o contexto necessário para entender o que significa Jesus ser o nosso Sumo Sacerdote.

Excluir isso é empobrecer a fé.

Se dissermos: “Isso é antigo demais; vamos usar algo mais familiar, como advogado de defesa”, — se fizermos isso, — perderemos o ponto. O sumo sacerdote não equivale a um advogado, nem a um psicólogo, nem a um mentor. Não há analogia moderna adequada. Nossa cultura é estreita demais para interpretar Cristo; precisamos da revelação de Deus.

Por isso, povo de Deus, dê graças a Deus pela Carta aos Hebreus. Às vezes ela é difícil e exigente, mas as recompensas são profundas. Não há nada mais precioso do que ver Cristo como Deus quis que o víssemos, dentro da história que ele mesmo conduziu.

Como Jesus disse: “Vocês estudam minuciosamente as Escrituras… mas elas apontam para mim” (Jo 5.39, NVT).

Toda a história de Israel foi o pano de fundo para a vinda do Messias. O Antigo Testamento não é descartável. É fundamento.

E Hebreus 5.1-3 nos mostra quem era o sumo sacerdote:

1Todo sumo sacerdote é um homem escolhido para representar outras pessoas nas coisas referentes a Deus. Ele apresenta ofertas e sacrifícios pelos pecados 2e é capaz de tratar com bondade os ignorantes e os que se desviam, pois está sujeito às mesmas fraquezas. 3É por isso que precisa oferecer sacrifícios pelos próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.

Aqui está o cenário:

Há Deus. Há pecado. O pecado cria separação. Mas Deus providencia mediação. Ele estabelece sacerdotes humanos para oferecer sacrifícios. O sangue derramado apontava para substituição — alguém levando a culpa no lugar do pecador.

Mas esse sistema tinha limitações:

  • o sacerdote também era pecador;
  • sua compaixão era imperfeita;
  • sua intercessão era temporária;
  • ele morria e precisava ser substituído.

Tudo era provisório.

E é exatamente esse o ponto: todo o sistema sacerdotal foi uma preparação.
Ele apontava para Alguém maior.

Tudo converge para Jesus Cristo, o Filho de Deus, nosso Sumo Sacerdote perfeito.

Ele não apenas exerce o sacerdócio — ele é também o sacrifício (Hb 9.12, 25-26; 13.12). O Sacerdote que oferece. E o Cordeiro que é oferecido. O Mediador perfeito. O único capaz de nos levar ao Pai.

Portanto, vejamos agora o que Hebreus 4.14-16 nos ensina sobre o nosso Sumo Sacerdote — perfeito e definitivo — e qual diferença isso faz em nossas vidas hoje.

Jesus, o Filho de Deus, está vivo e está junto de Deus

Hebreus 4.14 nos apresenta três verdades cruciais sobre Jesus:

  1. Jesus está vivo — ele não permaneceu morto; ressuscitou.
  2. Ele está com Deus, acima dos céus — ocupa o lugar de autoridade suprema.
  3. E é o Filho eterno — da mesma natureza do Pai, digno de toda confiança.

Leia, Hebreus 4.14: “Visto, portanto, que temos um grande [literalmente, mega] Sumo Sacerdote que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus…”.

1. Jesus está vivo

Diferente de todos os outros sumos sacerdotes, que viveram e morreram, Jesus morreu e ressuscitou — e nunca mais morrerá. Por isso, todo o sistema sacerdotal do Antigo Testamento chegou ao fim. Ele é o Sacerdote final, porque seu sacerdócio permanece para sempre. Ele o possui, diz Hebreus, “pelo poder de uma vida indestrutível” (Hb 7.16).

Temos um Sumo Sacerdote — e ele está vivo.

2. Jesus está com Deus, acima dos céus

Nosso Sumo Sacerdote entrou no céu — isto é, após a ascensão, ele atravessou os céus visíveis e entrou na própria presença de Deus.

O lugar santíssimo do tabernáculo e do templo, acessado apenas uma vez por ano pelo sumo sacerdote, era apenas sombra do verdadeiro Lugar Santíssimo: o céu, onde Deus habita em glória.

É ali que Jesus está hoje. Ele tem acesso direto ao Pai, dia e noite. Como diz Hebreus 7.25 (NVT): “Ele vive para sempre para interceder por nós.”

3. Jesus é o Filho de Deus

Jesus não é apenas um homem exaltado a uma função sacerdotal. Ele é o Filho eterno de Deus, por meio de quem o Pai criou os céus e a terra (Hb 1.8-10). E mais: Hebreus 1.3-4 (ARA): “3[Cristo], que é o resplendor da glória e a expressão exata do [Ser de Deus], sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, 4tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.”

Isso confere valor infinito ao sacrifício de Cristo.

Ele não entrou no céu com sangue de animais, nem com o sangue de um homem comum. Entrou com o seu próprio sangue — o sangue do Filho de Deus (Hb 9.12).

Quando o Pai contempla esse sacrifício perfeito, ele declara: “Isso é suficiente. A dívida foi paga. Minha justiça foi satisfeita. Minha glória foi exaltada.”

Assim, Deus remove a culpa da nossa transgressão e nos acolhe como filhos, justificados e perdoados.

Portanto, nosso Sumo Sacerdote: vive para sempre, está com Deus acima dos céus, é o Filho eterno, e defende a nossa causa com o seu próprio sangue.

Jesus se compadece de nós

E como se não bastasse tudo o que já foi dito no versículo 14 — o sacrifício perfeito, o Salvador vivo, o Sumo Sacerdote que está diante do Pai em nosso favor — o autor de Hebreus ainda acrescenta algo essencial sobre Cristo.

Parece que ele respondia a uma dúvida comum:

Sim, Jesus pode perdoar pecados. Mas será que ele se importa com as minhas lutas reais? Será que ele é sensível ao pecador? Mesmo ao pecador já justificado, mas ainda fraco, vacilante, ferido?

Por isso, em Hebreus 4.15, o autor acrescenta três verdades fundamentais às três do versículo 14. Ele quer que fique claro:

O Filho de Deus que morreu e ressuscitou por nós, que está hoje acima dos céus, não é distante de nossa dor. Seu sangue nos salvou — e seu coração permanece sensível aos seus filhos.

Primeiro, vamos ler o texto.

Depois, destacaremos as verdades que ele nos ensina.

Hebreus 4.15 (NVT)
Nosso Sumo Sacerdote entende [ou: compadece-se de; simpatiza-se com] nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou.

Primeiro, Jesus se simpatiza com as nossas fraquezas

Ele não apenas entende. Ele se compadece. Simpatiza-se.

A palavra usada aqui é sumpatheō — de onde vem “simpatia”. Literalmente: sentir com. Ou seja: Jesus sente conosco. Ele compartilha a dor. O que nos fere, toca-o também.

Kent Hughes usa uma imagem muito precisa: se dois diapasões com a mesma afinação forem colocados lado a lado, e apenas um for ativado, o outro também vibrará. Isso se chama ressonância simpática. Há relatos semelhantes com pianos na mesma sala: ao tocar uma nota em um deles, o outro pode responder, ressoando suavemente pela vibração no ar.

Assim é Cristo. O “instrumento” dele é como o nosso — plenamente humano. E esse corpo humano, agora glorificado, ele levou consigo para o céu. É seu corpo sacerdotal.

Portanto, quando uma nota de fraqueza é tocada em nós, ela ressoa nele. Não existe dor, angústia, tentação ou sofrimento humano que não encontre eco em Cristo.

Ele sente conosco.
Ele se compadece de nós.
Ele carrega nossa dor.

E é por isso que podemos nos aproximar com confiança do trono da graça — para receber misericórdia e achar graça no momento da necessidade (Hb 4.16).

Segundo, Cristo enfrentou as mesmas tentações que nós

Isso não significa que Jesus tenha enfrentado cada tentação específica que nós enfrentamos, mas sim que passou por toda a gama de tentações possíveis à condição humana tão frágil (Hb 4.15). E justamente porque nunca cedeu ao pecado, sabemos que ele — e somente ele — enfrentou as tentações em sua intensidade máxima.

A maioria de nós cede antes que o mundo, a carne ou o diabo esgotem suas armas. Por isso, não sabemos — de verdade — o quanto dói resistir até o fim. Mas Jesus resistiu tudo. Até o fim. Até seu último suspiro na cruz. Ele disse “não” enquanto o inimigo disparava todas as flechas de sua aljava contra ele.

Portanto, melhor do que qualquer ser humano, Jesus sabe o quanto custa resistir à tentação. Ele é o “Sumo Sacerdote que se compadece das nossas fraquezas” (Hb 4.15) e pode socorrer “os que são tentados” (Hb 2.18).

Agora veja: ser tentado não é pecar.

Pecado ocorre quando o coração consente no desejo. Jesus ensinou: “olhar com intenção impura” já é adultério (Mt 5.28). Jesus nunca nutriu desejos pecaminosos.

Mas a tentação foi colocada diante dele — como diante de Adão e Eva. Eles cederam (Gn 3.1-6). Cristo, o segundo Adão, não (Rm 5.18-19; 1Co 15.45). Ele foi tentado de verdade, mas não pecou. Não cobiçou. Jamais desejou qualquer coisa pecaminosa. Ele resistiu.

Por isso, ele se compadece de nós. Ele sabe o quanto custa resistir. E é por isso que podemos nos aproximar com confiança do trono da graça, para receber misericórdia e encontrar graça no tempo da necessidade (Hb 4.16).

Terceiro, Cristo nunca pecou

Hebreus 2.17 e 4.15 afirmam que Jesus foi plenamente humano, semelhante a nós em tudo — exceto no pecado. Isso comprova que ninguém precisa pecar para ser verdadeiramente humano. Jesus viveu em pureza total (1Pe 2.22).

Ele foi colocado diante de tentações reais — fome, reconhecimento, poder (Mt 4.1-11) — mas não cedeu. Como o segundo Adão, venceu onde o primeiro caiu (Rm 5.18-19; 1Co 15.45). E ele não enfrentou apenas essas.

Ao longo da vida, Jesus foi colocado diante de situações que poderiam ter despertado em nós:

  • mentir para se salvar — mas ele não mentiu;
  • roubar ou trapacear para suprir necessidades — mas ele não roubou;
  • cobiçar riqueza e conforto — mas permaneceu satisfeito no Pai;
  • desonrar pai e mãe — mas obedeceu;
  • revidar injustiças — mas permaneceu manso;
  • nutrir lascívia — mas permaneceu puro;
  • murmurar diante da dor — mas confiou;
  • exaltar-se — mas permaneceu humilde.

Cristo enfrentou a mesma batalha que nós — e venceu. Ele sentiu o peso total da tentação porque nunca cedeu. Quem cai cedo não conhece o peso inteiro da luta — ele conheceu.

Por isso, Hebreus diz que temos um Sumo Sacerdote compassivo. Ele não despreza sua fraqueza, crente. Ele não se impacienta com sua luta. Ele sente com você.

E por isso podemos nos aproximar com confiança do trono da graça — para receber misericórdia e achar graça no tempo da necessidade (Hb 4.16).

Apeguemo-nos com fé ao que cremos
e aproximemo-nos do trono da graça de Deus

Porque Jesus está vivo, porque ele está na presença de Deus com o sangue do Filho eterno, e porque ele se compadece de nós, duas respostas se impõem:

(1) Apeguemo-nos firmemente ao que cremos (Hb 4.14). Não abandone Cristo.
(2) Aproximemo-nos com confiança do trono da graça (Hb 4.16). Achegue-se a ele.

“A confissão” da nossa fé (4.14) é a nossa esperança inabalável: Deus é fiel para cumprir sua promessa (10.23). Por isso, permaneça firme, crente. Não apenas porque deve, mas porque pode — porque Deus é por nós: Temos um grande Sumo Sacerdote.

Ele está vivo.
Ele está com Deus.
Ele é o Filho eterno.
Ele é compassivo.

Então, meu irmão, minha irmã: não abandone sua esperança.

Mas o que fazer, na prática, com essa esperança?

Mantenha a fé e se aproxime. Hebreus 4.16 (NVT): “Assim, aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso.”

Todos nós precisamos de ajuda. Todos nós sabemos que não a merecemos. E aqui nasce o conflito do coração humano: temos a necessidade e carregamos a culpa, ou seja: orgulho e medo. É isso que paralisa. É isso que nos afasta de Deus.

Mas o evangelho responde: O trono de Deus, para aqueles que pertencem a Cristo, não é um trono de condenação. É um trono de graça.

Sim — você precisa de ajuda.
Sim — você não a merece.
Mas sim — por causa de Cristo, pode recebê-la.

Não negue sua necessidade.
Não fuja em orgulho.
Não se entregue ao medo e ao desespero.

Aproxime-se. Há misericórdia para a sua culpa. Em Cristo, Deus não dará o que você merece: condenação. Há graça para a sua fraqueza. Em Cristo, Deus dará o que você não merece: perdão e poder. Há socorro no tempo certo. Tudo isso e muito mais — em Cristo, diante do trono da graça de Deus.

E agora, retomando o início da mensagem: Assim como uma criança se aproxima do rosto que acolhe, nós, crentes, podemos nos aproximaram do rosto de Cristo. Ele é o rosto seguro de Deus voltado para nós. Portanto: apegue-se com fé a Cristo, aproxime-se do trono da graça, receba misericórdia e viva sustentado pela graça do seu Sumo Sacerdote.

Você precisa — e, em Cristo, você pode. E tem.

Oração

Senhor nosso Deus e Pai, nós te louvamos porque temos um grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, teu Filho eterno. Ele vive, ele reina e intercede por nós. Fortalece nossa fé para nos apegarmos firmemente à esperança que confessamos, certos de que tu és fiel para cumprir tua promessa. Pai bendito, nós nos aproximamos do teu trono não pelos nossos méritos, mas pelo sangue de Cristo. Olha para nós com misericórdia. Concede-nos perdão para nossa culpa e graça para as nossas necessidades. Ensina-nos a correr para ti, e não a fugir de ti. Ó Deus de toda compaixão, tu conheces nossas dores e lutas. Obrigado porque Jesus sente conosco e se compadece de nossas fraquezas. Consola os cansados, levanta os abatidos e sustenta os que perseveram. Faz-nos descansar no rosto seguro de Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

E agora:

Que o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, aperfeiçoe vocês em todo o bem, para que possam fazer a vontade dele. Que ele opere em nós o que é agradável diante dele, por meio de Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém!

(Hebreus 13.20-21)

S.D.G. L.B.Peixoto.

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