19.02.2023
[Gênesis 1.1-2] 1No princípio, Deus criou os céus e a terra. 2A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.
[A TEORIA DA EVOLUÇÃO.] A teoria de Darwin para a origem da vida e do universo surgiu como uma revolução; primeiro porque não apenas se propunha a colocar em xeque (e até a descartar) a crença em Deus como Criador e Sustentador de todas as coisas (fazendo da matéria mesma um ente eterno e autônomo); e, segundo, porquê, como dizia G. K. Chesterton, quando se deixa de crer em Deus, não é que se não crê em nada, mas que se crê em qualquer coisas. A teoria da evolução, portanto, além da tentativa de matar Deus, revolucionou a maneira de se ver e de se organizar a vida à partir de uma visão de mundo totalmente materialista e naturalista. Foi por isso – e não sem razão – que os cristãos se opuseram (e ainda se opõem, devem se opor) com tanta força a essas ideias.
[A teoria da evolução teísta.] Entretanto, pressionados por todos os achados arqueológicos, geológicos e pelo avanço científico e dos instrumentos de observação da vida e da matéria (dede o espaço até às mais miudinhas das células), cristãos se acharam tendo que defender a fé judaico-cristã e apresentar uma explicação “bíblica” que amoldasse a ciência à Bíblia e a Bíblia à ciência. Desse modo foi que alguns passaram a adotar a teoria da evolução teísta. Em mensagens anteriores nós já apresentamos e refutamos essas duas teorias evolucionistas, a ateísta e a teísta.
[A TEORIA DO INTERVALO.] A teoria da evolução teísta, por mais que admita Deus como o autor da vida e de todas as coisas, ainda coloca tanta fé no materialismo e no naturalismo filosófico e científico que no final quase descaracteriza por completo o que se dizem ser uma argumentação bíblica para a origem da vida. Portanto, descontentes com a abordagem teísta da teoria da evolução, e buscando ainda encontrar respostas para os achados geológicos e os fósseis de milhares e milhares de anos, fundamentalistas teológicos e conservadores evangélicos saíram com a teoria do intervalo para explicar a origem de tudo. Os adeptos desta teoria não desprezam os achados fósseis de milhares e milhares de anos e ainda colocam a Bíblia como a autoridade final para a explicação de todas as coisas. A explicação dada é que houve um intervalo de eras e eras indeterminadas entre Gênesis 1.1 e 1.2. Em Gênesis 1.1 Deus criou todas as coisas perfeitas. Lúcifer (dizem!) era o príncipe da Terra. Mas Lúcifer e a terça parte dos anjos dos céus se rebelaram contra Deus e foram julgados por Deus. Esse julgamento afetou a Terra e trouxe morte e caos. Resultado: Gênesis 1.2 — “A terra se tornou [ou ficou] sem forma e caótica, e a escuridão cobria as águas profundas [isso por eras e eras indeterminadas, resultando na formação dos fósseis]”. E a partir de Gênesis 1.3 o que se tem é a recriação ou a restauração de todas as coisas; o que se tem é a segunda criação (na qual foram deixados os fósseis das eras mais primitivas da terra que estão englobadas entre Gênesis 1.1 e 1.2). Esta teoria nós apresentamos e refutamos na mensagem passada.
[A TEORIA DA CRIAÇÃO DE SEIS DIAS LITERAIS.] Insatisfeitos com as interpretações dadas para os textos bíblicos e também com a falta de textos bíblicos apropriados para se justificar a teoria do intervalo, os fundamentalistas teológicos e conservadores evangélicos — a grande maioria deles —, deixaram essa teoria e passaram a adotar a linha de pensamento que ficou conhecida como criacionismo de seis dias literais ou geologia do dilúvio. Esta teoria vê o relato da criação em Gênesis 1 como envolvendo 6 dias de 24 horas cada; também postula uma “Terra jovem” (idade máxima entre dez e vinte mil anos); e ainda explica o registro fóssil como tendo sido formado pelo grande dilúvio em Gênesis 6 – concebendo-o como tendo sido universal e de proporções imensamente destrutivas. Essa teoria também é bíblica, mas não baseia a interpretação de Gênesis em esquemas de pensamentos incomuns, até fantasiosos, como fazem os da teoria do intervalo. É verdade que a geologia por ela concebida pode ser incomum (talvez até forçada, como alguns diriam). Mas por ser bíblica, e ao mesmo tempo científica, a teoria da criação de seis dias literais merece a mais séria e respeitosa consideração por parte dos cristãos.
As duas teorias que nos restam para exame – isto é, a teoria da criação de seis dias literais e a teoria da criação progressiva –, são opções válidas para os cristãos evangélicos. A quem desejar aprofundar os estudos, recomendo os seguintes livros e autores:
Tanto a teoria da criação de seis dias literais (Terra jovem; 10 a 20 mil anos) como a teoria da criação progressiva (Terra antiga, bilhões de anos) concordam com os seguintes pontos fundamentais: [1.] Deus criou o universo do nada; [2.] a criação é distinta de Deus, porém sempre dependente dele; [3.] Deus criou os animais, cada um segundo a sua espécie; criou também, mais recentemente, Adão e Eva (literais); [4.] Deus criou o universo para revelar a sua glória; [5.] o universo que Deus criou era muito bom; [6.] não há nem haverá conflito final entre as Escrituras Sagradas e a ciência; e [7.] as teorias seculares que negam Deus como Criador e Sustentados – Aquele que do nada criou todas as coisas e dirige todas as coisas com soberana providência – teorias que negam tudo isso, incluindo a evolução teísta, são nitidamente incompatíveis com a fé na Bíblia.
Wayne Grudem apresenta que boa parte da disputa entre os adeptos da “Terra jovem” e da “Terra antiga” baseia-se na interpretação da extensão dos “dias” de Gênesis 1. Os adeptos da Terra antiga propõem que os seis “dias” de Gênesis 1 se referem não a períodos de 24 horas, mas a longos períodos de tempo, milhões de anos, durante os quais Deus executou as ações criadoras de Gênesis 1.
Mas há evidencias bíblicas para tal? Considere comigo os seguintes:
[1. O SIGNIFICADO DE YÔM, “DIA”] Ora, em favor de considerar os seis dias da criação como longos períodos de tempos, há o fato de que a palavra hebraica yôm, “dia”, é também usada para se referir não a um dia de 24 horas, mas a um período mais extenso. Por exemplo: Gênesis 2.4 (NVT) — “Quando [yôm; no dia em que] o SENHOR Deus criou a terra e os céus” Gênesis 2.4 (ARA) — “quando o SENHOR Deus os criou.” Gênesis 2.4 (NVI) “no tempo em que foram criados: Quando o SENHOR Deus fez a terra e os céus”. Ou seja, yôm (“dia”) também é usado para se referir a períodos de tempo.
OUTROS EXEMPLOS em que a palavra “dia” significa um período de tempo são: Jó 20.28 (ARA; infelizmente, a NVT omite o substantivo hebraico yôm) “As riquezas de sua casa serão transportadas; como água serão derramadas no dia [yôm] da ira de Deus.” Salmo 20.1 (NVT) “Que o SENHOR responda ao seu clamor em tempos [no dia; yôm] de sofrimento; o nome do Deus de Jacó o guarde de todo mal.” Provérbios 11.4 (NVT) “As riquezas de nada ajudarão no dia [yôm] do juízo, mas uma vida justa livra da morte.” Eclesiastes 7.14 (NVT) “Desfrute a prosperidade enquanto pode, mas, quando chegarem os tempos [nos dias, yôm] difíceis, reconheça que ambos vêm de Deus; lembre-se de que nada é garantido nesta vida.”
ALÉM DESSAS, muitas passagens no Antigo Testamento traduzem o substantivo yôm, “dia”, como um tempo ou período de tempo ou momento que marca o início de um novo tempo (p.ex., Sl 21.31; 24.10; 25.13; Is 2.12; 13.6, 9; JI 1.15; 2.1; Sf 1.14). Ou seja, essas pequenas amostras – mais uma busca em uma concordância bíblica, especialmente em hebraico – demonstram que o sentido da palavra “dia” no Antigo Testamento está longe de ser limitado a dia de 24 horas.
[2. A EXTENSÃO DO SEXTO DIA] Outro argumento em favor de que esses “dias” da criação em Gênesis 1 representam um período longo de tempo é o fato de o sexto dia incluir vários acontecimentos que precisariam ter mais de 24 horas. Ora, o sexto dia da Criação (Gn 1.24-31) inclui [1.] a criação dos animais, [2.] do homem e [3.] da mulher (“homem e mulher os criou”, Gn 1.27). E foi também no sexto dia que Deus abençoou Adão e Eva, dizendo-lhes: “Sejam férteis e multipliquem-se. Encham e governem a terra. Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que rastejam pelo chão” (Gn 1.28).
AGORA PENSE UM POUQUINHO: obviamente que isso significa que o sexto dia incluiu muita coisa para apenas 24 horas! VEJA: a criação de Adão, a introdução de Adão no Jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo e as orientações divinas no que diziam respeito [1.] à árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.15-17), [2.] a apresentação de todos os animais ao homem, para que lhes atribuísse um nome (Cn 2.18-20), [3.] o fato de não se encontrar uma auxiliadora adequada para Adão (Gm 2.20) e [4.] o pesado sono que Deus impôs a Adão para criar Eva da costela dele (Gn 2.21-25). ORA, GENTE, SINCERAMENTE: a natureza finita do homem e o número enorme de animais criados por Deus exigiriam, por si sós, um período muito mais longo do que apenas parte de um único dia (ou mesmo um dia inteiro) para a ocorrência de tantos acontecimentos. Portanto, se faz sentido que não faz sentido o sexto dia ter tido apenas 24 horas, mas um período longo, indeterminado de tempo, o que nos faz crer que o mesmo não se aplica aos outros cinco dias da criação?
[3. A EXTENSÃO DO SÉTIMO DIA] Ligada à consideração do sexto dia está mais uma. Wayne Grudem nos faz notar que o sétimo dia não concluiu com a frase “houve tarde e manhã, o sétimo dia”. O texto somente afirma que Deus “descansou nesse dia [o sétimo] de toda a sua obra que tinha feito” e que “Deus abençoou o dia sétimo e o santificou” (Gn 2.2-3). Isso subentende a possibilidade, talvez a implicação, de que o sétimo dia ainda esteja em curso. Jamais terminou, mas é também um “dia” que, na verdade, equivale a um longo período de tempo, mesclando tempo de descanso e de trabalho: João 5.17 — “Jesus, porém, disse: “Meu Pai sempre trabalha, e eu também”. [cf. tb. Hb 4.1-10]
Alguns poderão fazer a seguinte objeção: no Antigo Testamento, sempre que a palavra “dia” se refere a um período de tempo diferente do dia de 24 horas, o contexto deixa isso claro, mas, como o contexto não faz esse tipo de esclarecimento em Gênesis 1, precisamos supor que são dias normais, de 24 horas. ENTRETANTO: a isso se pode responder que, sempre que a palavra “dia” significa um período de 24 horas, o contexto também deixa isso claro. Caso contrário, não poderíamos saber que nesse contexto o dia equivale a um período de 24 horas. Portanto, não se trata de uma objeção convincente. Apenas confirma que o contexto nos permite determinar qual sentido a palavra assumirá quando tem vários significados possíveis.
Isso nos leva à pergunta original, a saber: “Qual é o significado da palavra “dia” no contexto de Gênesis 1?”. O fato de a palavra necessariamente se referir a um período mais longo poucos versículos adiante, na mesma narrativa — Gênesis 2.4 (NVT) “Quando [yôm; no dia em que] o SENHOR Deus criou a terra e os céus” —, deve nos precaver contra afirmações dogmáticas de que os primeiros leitores certamente sabiam que o autor estava falando de dias de 24 horas. Na verdade, ambos os sentidos eram comuns para os primeiros leitores dessa narrativa. — GENTE, PRESTE ATENÇÃO!, nem mesmo o primeiríssimo uso da palavra “dia” em Gênesis 1 significa um dia de 24 horas, mas simplesmente as horas do dia em que há luz: Gênesis 1.5 (NVT) “Deus chamou a luz de “dia” e a escuridão de “noite”. A noite passou e veio a manhã, encerrando o primeiro dia.”
Neste ponto, permitam-me citar Wayne Grudem, ipsis litteris:
E importante perceber que aqueles que defendem a tese de que os seis “dias” da Criação eram longos períodos não estão afirmando que o contexto exige essa interpretação. Afirmam simplesmente que o contexto não especifica claramente um ou outro significado de dia, e se os dados científicos convincentes sobre a idade da Terra, que provêm de muitas disciplinas diferentes e fornecem respostas semelhantes, nos levam a aceitar que a Terra tem bilhões de anos [o criacionismo progressivo], então essa possível compreensão de dia como um longo período de tempo talvez seja a melhor interpretação a adotar.
[4. AS LACUNAS DAS GENEALOGIAS BÍBLICAS] Além do significado literal (24 horas) para a palavra “dia”, outro argumento bíblico que se usam para defender a teoria da criação de seis dias literais e, portanto, uma Terra jovem, é a análise das genealogias bíblicas. Quando lemos a lista de nomes nas Escrituras, ao lado das idades das pessoas, pode parecer que seria possível somar as idades de todas as pessoas da história da redenção, de Adão a Cristo, para assim alcançar uma data aproximada da criação da Terra. Certamente que isso nos daria uma data bastante recente para a Criação. Por exemplo: James Ussher (Dublin, 4 de Janeiro de 1581 a 21 de Março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh (na Irlanda). Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro Os Anais do Mundo em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 a.C. pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceita.
MAS UMA INVESTIGAÇÃO MAIS DETALHADA das listas paralelas de nomes nas Escrituras mostrará que a própria Bíblia indica que as genealogias relacionam somente os nomes que os autores bíblicos consideravam importante registrar para os seus objetivos. Na realidade, algumas genealogias incluem nomes omitidos por outras genealogias da própria Bíblia [veja: Grudem, pág. 442-443]. Portanto, parece mais que justo concluir que as genealogias da Bíblia têm algumas lacunas, e que Deus só levou a serem registrados os nomes importantes para seus propósitos. Não sabemos quantas lacunas há e quantas gerações faltam às narrativas de Gênesis. Wayne Grudem escreveu que
Pode-se situar a vida de Abraão em aproximadamente 2.000 a.C., pois os reis e locais arrolados nas histórias da vida do patriarca podem ser correlacionados com dados arqueológicos passíveis de serem datados com bastante confiabilidade […] mas antes de Abraão a datação é muito incerta. Em face da longevidade excepcional das pessoas que viveram antes do Dilúvio, não pareceria insensato conceber que alguns milhares de anos se passaram na narrativa. Isso nos dá alguma flexibilidade na consideração da data em que o homem surgiu na terra. (Aparentemente algo bem diferente, no entanto – e bastante alheio ao senso de continuidade da narrativa –, seria conceber que se omitiram milhões de anos e que nomes e detalhes da vida de pessoas centrais tenham sido lembrados e transmitidos de geração a geração ao longo de um período tão extenso.)
Pois bem, estes são os argumentos bíblicos mais fundamentais para se sustentar a teoria da criação em seis dias literais: a literalidade dos dias da criação em Gênesis 1 e as genealogias bíblicas. Mas nós apontamos que há a possiblidade de se contra-argumentar, defendendo que há muito mais do que dias de 24 horas envolvidos na criação. É preferível, portanto, a meu ver, pensar-se em logos períodos de tempo, milhões de anos até, para a obra da criação (progressiva) de Deus.
É verdade que há mais argumentos a favor dos seis dias literais para a obra da criação, e eles merecem ser cuidadosamente analisados, mas o tempo não nos permite discorrer sobre tais nesta ocasião [remeto você ao Grudem, em sua Teologia Sistemática, 2ª edição, págs. 448-450]. Entretanto, permitam-me frisar os seguintes:
O que devemos então concluir quanto à extensão dos dias de Gênesis 1? — pergunta Wayne Grudem. Ele responde: Não parece fácil de modo algum decidir com base nas informações hoje disponíveis. Não é simplesmente uma questão de “acreditar na Bíblia” (os crentes) ou “não acreditar na Bíblia” (a ciência), nem uma questão de “ceder à ciência moderna” (os racionais ou incrédulos) ou “rejeitar as conclusões evidentes da ciência moderna” (os crédulos ou irracionais). Mesmo para aqueles que creem na absoluta veracidade da Bíblia (como nós aqui cremos), a questão não parece de fácil resolução com base apenas no texto de Gênesis 1. A expressão “tarde e manha” e a numeração dos dias sugerem, sim, dias de 24 horas, mas não tão fortemente para que se seja categórico (dias de 24 horas cada, e pronto!).
Há bons argumentos do outro lado (criacionismo progressivo). Para o Deus que vive eternamente, para quem “um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2Pe 3.8)… que se alegra em realizar paulatinamente seus desígnios ao longo do tempo… talvez 13,8 bilhões de anos fossem precisamente a extensão de tempo adequada para esperar que a luz vinda de estrelas muito distantes alcançasse a Terra, — e para quê tanto tempo? — para que ficássemos maravilhados com a grandeza de nosso Criador, que fez um universo tão imenso como é o nosso.
Qual é a amplitude do poder de Deus?
Ele é tão poderoso que, em um único instante, criou um universo tão imenso que, para a luz brilhar em toda a sua extensão, a luz terá que percorrer a uma velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, por um período de 13,8 bilhões de anos – isso só para o raio de luz chegar de uma ponta a outra do universo: 300.000 km/s por 13,8 bilhões de anos ininterruptos! Meu Deus! Uma distância dessa está além de nossa compreensão. Transformando isso em quilômetros: em um ano, a luz se locomoveria (em números arredondados) à razão de 300.000 km X 31.557.000 segundos, o que equivale a 9,4 trilhões de quilômetros. Em seguida, multiplique isso por 13,8 bilhões de anos – o resultado é de proporções abissais: 13.035.686.400.000.000.000 (mais de treze quintilhões de quilômetros).
Para que tanta coisa, meu Deus do céu!?
Parece apropriado que Deus espere 13,8 bilhões de anos para que a luz de estrelas tão distantes alcance a Terra, só para podermos ficar maravilhados com a sua grandeza, seu poder, sua onipresença e sua eternidade.
No que diz respeito à idade da Terra, Hugh Ross entende como um benefício significativo haver bilhões de anos de plantas e de animais morrendo antes que os seres humanos estivessem na terra (presumindo que Romanos 5.12 se refira somente à morte humana em decorrência do pecado de Adão; sobre isto nós falaremos na próxima mensagem). Ross afirma o seguinte:
Os 3,8 bilhões de anos da morte de plantas e de animais e a extinção que precederam a humanidade cuidaram das necessidades da civilização. Por meio dessa morte e decomposição, Deus deu a humanidade biodepósitos enormes de areia, calcário, mármore, solo arável, carvão, petróleo e gás natural. […] A civilização […] baseia-se na abundância desses recursos. […] Os humanos são beneficiários desses resquícios de milhões de gerações de plantas e animais que nos precederam.
Além disso, pensar em uma Terra com 4,5 bilhões de anos aumenta nosso maravilhamento diante da eternidade de Deus – dá-nos dimensão de tempo para pensarmos na eternidade de Deus: Salmo 90.2 —“Antes que os montes nascessem, antes que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.” Com efeito, as evidências da espantosa antiguidade tanto da Terra quanto do universo podem servir de lembretes vívidos da natureza ainda mais impressionante da eternidade de Deus, assim como o espantoso tamanho do universo nos leva a ficar impressionado com a onipresença e onipotência ainda maior de Deus.
Portanto, longe de depreciar o relato bíblico, a ideia de uma Terra antiga, a rejeição da teoria da criação em seis dias literais pela teoria da criação progressiva (como veremos na próxima mensagem, Deus permitindo), faz-nos ficar maravilhados com a eternidade, a grandeza e o poder de Deus – nosso Criador, Sustentador e Salvador –, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.
Na próxima mensagem, dentre outros, veremos a respeito da idade da raça humana (quando Deus criou e colocou o ser humano na Terra), a morte de animais antes da queda de Adão e Eva (o que possibilitaria os achados fósseis), a extinção dos dinossauros e as evidência científicas de que a Terra e o universo têm bilhões de anos. VEJA: isto não é evolucionismo teísta; é criacionismo progressivo.
S.D.G. L.B.Peixoto
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