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01.06.2025

Jesus é o Misericordioso e Fiel Sumo Sacerdote

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Hebreus - A Superioridade de Cristo
  • Livro: Hebreus

Hebreus 2.14-18 (NVT)
14Visto, portanto, que os filhos são seres humanos, feitos de carne e sangue, o Filho também se tornou carne e sangue, pois somente assim ele poderia morrer e, somente ao morrer, destruiria o diabo, que tinha o poder da morte. 15Só dessa maneira ele libertaria aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.

16Também sabemos que o Filho não veio para ajudar os anjos, mas sim os descendentes de Abraão. 17Portanto, era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo. 18Uma vez que ele próprio passou por sofrimento e tentação, é capaz de ajudar aqueles que são tentados.

O Medo da Morte

Eu tinha acabado de completar cinco anos. E nunca me esqueci.

A TV Globo exibiu, em 20 capítulos, entre 11 de julho e 9 de agosto de 1978, a primeira versão de “O Minotauro”, do Sítio do Picapau Amarelo.

Aquela história me marcou profundamente. O labirinto sombrio, o monstro terrível — com cabeça de touro e corpo de homem —, o medo estampado no rosto dos personagens… tudo aquilo mexeu com minha imaginação infantil. Pela primeira vez, intuí — ainda que sem compreender plenamente — o mistério e o pavor diante da possibilidade da morte.

Originado na Grécia Antiga, o mito do Minotauro é um símbolo da morte violenta e do medo que paralisa. Na narrativa, esse monstro híbrido devora jovens atenienses, enviados como sacrifício, evocando a ideia da morte como um destino inescapável e monstruoso. O labirinto, onde ele habita, representa o caminho confuso e incerto da vida, que pode terminar tragicamente se não houver sabedoria nem coragem.

Monteiro Lobato (1882–1948), com sua genialidade, soube traduzir para o universo infantil aquilo que todos, mais cedo ou mais tarde, enfrentam: a consciência de que a vida tem um fim, e que há algo de temível nesse fim.

Mas… o que há de mais temível nesse fim que nos impõe a morte?

Posso lhe dizer?

Deus.

Sim, Deus é o que há de mais temível nesse fim que nos alcança pela morte.

Se não houvesse Deus, então a morte seria triste — profundamente triste para a maioria das pessoas —, mas não seria aterrorizante. Seria triste porque a vida é a base de todos os nossos prazeres: família, amigos, trabalho, lazer, comida, sexo, música. Se perdemos a vida, perdemos tudo o que nos faz felizes… se não há Deus.

Assim, a morte seria apenas uma despedida melancólica. Como o fim de um longo e belo período de férias: algo que nos entristece, mas que não nos assombra. Adormecer, perder a consciência, e nunca mais despertar — seria um adeus triste, mas não terrível.

Mas… se há Deus, se fomos criados à imagem de Deus, como a Bíblia ensina; se esse Deus é justo e santo, digno do nosso amor, deleite, devoção, adoração e obediência; e se, ao mesmo tempo, esse Deus está de forma justa irado com o nosso pecado — nossa incredulidade, desobediência, orgulho, indiferença, preferência por outras coisas além dele…

E se, de fato, vamos prestar contas a esse Deus infinito e santo, sendo por ele sentenciados — ou ao céu, ou ao inferno…

Então, sim: a morte é aterrorizante, se as contas não estiverem acertadas com Deus.

E isto está escrito em todo coração humano. Como diz a Escritura: “a lei está gravada em seu coração, pois sua consciência e seus pensamentos os acusam ou lhes dizem que estão agindo corretamente.” (Romanos 2.15, NVT).

Ou seja: todos sabem, mesmo que queiram negar: prestaremos contas a Deus.

Foi isso o que o autor de Hebreus quis dizer, ao escrever que a obra de Cristo “libertaria aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.” (Hebreus 2.15). Você sabe, por experiência própria: mesmo quem nega a existência de Deus vive — ainda que sem percepção direta — escravizado pelo medo da morte.

Isso não significa que os descrentes vivam paralisados por esse temor. Mas significa que procuram, de muitas maneiras, não sentir o medo insuportável que carregam. Esse medo atua como um senhor silencioso, que domina e se manifesta principalmente pela negação: a maioria evita pensar na própria morte, fechando os olhos, tampando os ouvidos para o inevitável fato de que, um dia, morrerá… e prestará contas a Deus.

Essa negação é, na verdade, uma forma de escravidão.

Muitos diriam: “Eu não tenho medo da morte.” Mas esse temor está alojado lá no fundo do baú da consciência, controlando emoções e pensamentos. É como um “piloto automático”, ajustado para manter uma velocidade constante de falsa tranquilidade. Sempre que a alma começa a desacelerar e refletir sobre Deus, a eternidade e a morte, esse mecanismo acelera novamente, desviando a mente dessas questões profundas.

Mesmo quando a alma quer buscar mais, investigar a verdade, sondar os valores últimos… esse medo subconsciente reduz o ímpeto. Faz com que a pessoa volte ao estado seguro — mas cego — de contentamento superficial.

O ponto é: todos, sem exceção, são escravizados pelo medo da morte. E esse medo nos lança num mundo de negação, de fuga, de distração… ou de pânico. A menos que algo radical aconteça. Sim, é preciso que algo radical aconteça. Algo que nos leve a encarar a realidade de Deus, do diabo, do pecado, da morte e da vida e obra de Cristo… sem ilusões ou distorções. Algo que dê verdadeira esperança — esperança para viver e morrer.

É sobre isso que trata o nosso texto: Hebreus 2.14-18.

A Síntese do Evangelho de Jesus Cristo

O que agora faremos será o seguinte: quero que vejamos o fluxo de pensamento nos versículos 14 e 15, sobre como Cristo veio para libertar você do medo da morte e torná-lo livre, tornando o diabo impotente em seu uso destrutivo da morte. O que acharemos será a síntese do evangelho de Jesus Cristo.

Nosso texto — Hebreus 2.14–18 — integra o argumento maior que demonstra a superioridade de Cristo em relação aos anjos, revelada de forma dupla e complementar: (1) Jesus é o Rei soberano da era vindoura, designado por Deus para sujeitar todas as coisas sob seu domínio (2.5-9); e (2) ele é o Redentor plenamente identificado com a humanidade, que, ao participar da nossa carne e sangue e sofrer por nós, tornou-se nosso substituto fiel e sumo sacerdote misericordioso — seu sacrifício removeu os pecados do povo e libertou aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte (2.10-18).

Agora, olhe para os versículos 14-15 e caminhe comigo através dos cinco passos que aparecem aqui, na sua libertação desse cativeiro pelo medo da morte.

(Depois nós analisaremos os versículos 17-18.)

Passo um: Você é humano.

Hebreus 2.14a: “Visto, portanto, que os filhos são seres humanos, feitos de carne e sangue”. Os “filhos” são uma referência ao versículo 13, onde se fala das pessoas que Deus chama para si e dá ao seu Filho, Jesus. Assim, o autor diz, no versículo 14, que esses “filhos” participam de carne e sangue, ou seja, são simplesmente humanos. Têm uma natureza humana. Não são anjos, nem deuses.

Passo dois: Cristo se tornou humano.

Hebreus 2.14b: “…o Filho também se tornou carne e sangue…”. O Filho de Deus, como vimos em Hebreus 1.2, não passou a existir quando Jesus nasceu. Ele existia antes da criação, desde a eternidade, como a própria imagem de Deus (1.3), e era ele mesmo Deus (1.8). Mas, como os filhos que ele amava e queria salvar eram humanos, ele assumiu a mesma natureza humana. Assim, Jesus era verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

É um grande mistério… mas é isso que Deus nos revela sobre seu Filho.

Passo três: Cristo fez isso para poder morrer.

Hebreus 2.14c: “…pois somente assim ele poderia morrer…”. Em sua natureza divina, a vida de Cristo é indestrutível (Hebreus 7.16). Ele jamais poderia morrer. Mas a morte era necessária para lidar com a culpa e a punição do pecado. Por isso, Cristo se tornou humano, precisamente para poder morrer.

É isso que o amor faz: abraça o sofrimento e a morte pela vida de outros.

Passo quatro: Ao morrer, Cristo desarmou o diabo.

Hebreus 2.14d: “…e, somente ao morrer, destruiria o diabo, que tinha o poder da morte.” Ao morrer, Cristo derrotou, de maneira profunda, o poder do diabo e tirou dele a capacidade de destruir por meio da morte.

Como Cristo fez isso? É o que veremos ao olhar para o versículo 17.

Mas, por enquanto, basta dizer que foi para isso que Cristo, voluntariamente, morreu. A aparente derrota pela morte foi, na verdade, um golpe nocauteador, letal, contra Satanás. Como? Aguarde… e veremos, no versículo 17.

Passo cinco: Cristo nos libertou da escravidão ao medo da morte.

Hebreus 2.15: “Só dessa maneira ele libertaria aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.” Em Cristo, somos libertos do mundo ilusório da negação, da fuga e da distração. Agora podemos viver de modo pleno, enfrentando a realidade da morte sem medo de sofrer e sem recorrer ao autoengano.

Esse, pois, é o fluxo de pensamento nos versículos 14-15. Uma síntese do evangelho cristão. Cinco passos:

1) você é humano;
2) portanto, Cristo se tornou humano;
3) para que pudesse morrer por você;
4) para anular o poder mortal do diabo; e
5) para que você fosse liberto da escravidão ao medo e pudesse viver em liberdade… por toda a eternidade.

Agora, quero comparar esse fluxo de pensamento com o versículo 17, para vermos como a morte de Cristo derrota o poder do diabo na morte.

E, por fim, encerrar perguntando: e quanto a todas as ameaças à nossa fé que surgem antes da morte — o sofrimento e os relacionamentos perdidos para a morte?

A Propiciação de Jesus Cristo

Primeiramente, a pergunta: como a morte de Cristo derrota o poder do diabo na morte? Para compreender isso, vamos comparar o fluxo de pensamento dos versículos 14 e 15 com o versículo 17.

Passaremos por cima do versículo 16… não porque seja sem importância, mas por uma limitação de tempo. Em resumo, ele destaca novamente que nossa grande salvação (2.3) é grandiosa, em grande medida, porque revela a disposição de Deus em lidar com os humanos… e não apenas com os anjos. Leia:

Também sabemos que o Filho não veio para ajudar os anjos, mas sim os descendentes de Abraão. (Hebreus 2.16, NVT)

Na sequência, o versículo 17 afirma que, uma vez que Cristo visa libertar os humanos (v. 16) — os filhos de Abraão (os que são da fé em Cristo) — e não os anjos:

Portanto, era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo. (Hebreus 2.17, NVT)

O que salta aos olhos, imediatamente, ao comparar este versículo com o fluxo de pensamento dos versículos 14-15, é que ambos falam de Cristo ter que se tornar semelhante a nós. O versículo 17 diz: “era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos”. O versículo 14 diz: “Visto, portanto, que os filhos são seres humanos, feitos de carne e sangue, o Filho também se tornou carne e sangue…”.

Assim, sabemos que, aqui no versículo 17, estamos lidando com o mesmo fluxo básico de pensamento; ou seja: para realizar algo, Cristo teve que se tornar um de nós.

Mas o restante do versículo 17 é diferente dos versículos 14-15… e essas diferenças nos mostram como Cristo derrotou o diabo, morrendo por nós.

O versículo 14 diz que Cristo se tornou semelhante a nós, “pois somente assim ele poderia morrer e, somente ao morrer, destruiria o diabo, que tinha o poder da morte.”

O versículo 17, por sua vez, diz que Cristo se tornou semelhante a nós para “que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo [ARA: para fazer propiciação pelos pecados do povo].”

Disso se conclui o seguinte: Cristo tornou o diabo impotente, na morte… por meio de sua obra sacerdotal de fazer propiciação pelos nossos pecados.

Essas são palavras e ideias importantes. Deixe-me tentar explicar… Não está além da sua compreensão.

O versículo 17 diz que Jesus se tornou semelhante a nós… para poder ser nosso sumo sacerdote. Ora, o que fazia o sumo sacerdote, no Antigo Testamento? Ele oferecia sacrifícios pelos pecados do povo, para que seus pecados fossem perdoados.

Então, por que Jesus teve que se tornar humano — como nós — para ser um sumo sacerdote em nosso favor?

Porque a oferta que ele precisava apresentar… era a oferta de si mesmo. Ele precisava ser um sumo sacerdote humano… para que pudesse entregar sua própria vida não apenas como o sacerdote que faz a oferta, mas também como a própria oferta que apresenta.

O autor de Hebreus afirma isso pelo menos quatro vezes (cf. 7.27; 9.14; 9.26). Por exemplo, em Hebreus 9.25-26 (NVT), ele declara:

25E ele não entrou no céu para oferecer a si mesmo repetidamente, como o sumo sacerdote aqui na terra, que todos os anos entra no lugar santíssimo com o sangue de um animal. 26Se fosse assim, ele precisaria ter morrido muitas vezes, desde o princípio do mundo. Mas agora, no fim dos tempos, ele apareceu uma vez por todas para remover o pecado mediante sua própria morte em sacrifício.

Assim, Cristo se tornou humano como nós… em sua obra como sumo sacerdote… para que a oferta que ele fizesse pudesse ser ele mesmo. É o mesmo que vimos em Hebreus 2.14: Ele precisava ser humano… para poder morrer.

Mas agora perceba: em Hebreus 2.17, o objetivo da morte de Cristo — a obra do sumo sacerdote — é “fazer propiciação pelos pecados do povo”; enquanto, em Hebreus 2.14, o objetivo da morte de Cristo é destruir “o diabo, que tinha o poder da morte.”

Perceber isso é a chave para entender como a morte de Cristo despoja o diabo de seu poder na morte:

Cristo despoja o diabo de seu poder na morte (v. 14)… ao fazer propiciação pelos nossos pecados (v. 17).

Como isso funciona?

Essa palavra importante — “propiciação” — significa simplesmente que Cristo remove a ira de Deus contra nós… por causa dos nossos pecados.

Quando Cristo morre, ele é perfeitamente inocente (Hebreus 4.15). Sua morte serve para carregar a culpa e a punição dos nossos pecados — não os dele. E, quando nossa punição recai sobre ele… ela é removida de nós.

Isso é o que significa propiciação: a justiça de Deus é satisfeita. Ele nos amou o suficiente para apresentar o seu próprio Filho… para o próprio Filho absorver o castigo que merecíamos. Assim, pôde demonstrar que é justo e fiel ao lidar com o pecado (sendo ele próprio a oferta pelo pecado)… e misericordioso ao lidar com os pecadores (sendo ele próprio o ofertante do perdão para pecadores crentes).

Este é o nosso Jesus!

Jesus é o Misericordioso e Fiel Sumo Sacerdote.

Este é o grande Evangelho.

Esta é a nossa tão grande salvação: Cristo morrendo em nosso lugar (misericordioso)… e propiciando a Deus (fiel) — removendo de nós a sua justa ira.

Assim, nele, — em Cristo — agora não há mais condenação.

A Arma do Diabo

Agora, como a propiciação torna impotente aquele que tinha o poder da morte, o diabo?

Não significa que os cristãos não morrem fisicamente. Eles morrem. E, às vezes, de maneira muito dolorosa. Também não significa que Satanás não pode nos matar. El pode. Leia Apocalipse 2.10 (NVT):

Não tenha medo do que está prestes a sofrer. O diabo lançará alguns de vocês na prisão a fim de prová-los, e terão aflições por dez dias. Mas, se você permanecer fiel mesmo diante da morte, eu lhe darei a coroa da vida.

O que significa é que a única arma que o diabo pode usar para nos destruir na morte… é o nosso pecado.

Ninguém vai para o inferno porque foi oprimido pelo diabo… ou até possuído pelo diabo. Ninguém vai para o inferno porque foi assediado pelo diabo, ou atacado por ele, ou teve alucinações causadas por ele. Todas essas coisas são cortinas de fumaça… que ocultam o único poder realmente letal no arsenal de Satanás: o pecado não perdoado.

A única razão pela qual alguém vai para o inferno… é por causa do seu próprio pecado — não perdoado. E tudo o que Satanás pode fazer… é lutar desesperadamente para manter você no pecado, e afastado daquele que perdoa pecados.

Porque, se o seu pecado for perdoado… e a ira do Deus Todo-Poderoso for afastada de você… então o diabo está desarmado.

A única tática mortal e letal que ele possui… é acusá-lo de pecado, mantê-lo no pecado, e afastá-lo de Cristo… que perdoa o pecado e remove a ira de Deus.

Se os seus pecados são perdoados… e a ira de Deus é removida de você… se você está de pé, como justo, diante de Deus, em Jesus Cristo, pela fé… e Deus é por você e não contra você… então o diabo é tornado impotente: ele não pode destruí-lo.

Portanto, em resumo: a conexão entre os versículos 14 e 17 mostra que a maneira como Cristo torna impotente o diabo… é fazendo propiciação pelos nossos pecados.

Isso demonstra que a única arma letal no arsenal de Satanás… é o nosso próprio pecado. Se ele está coberto pelo sangue de Jesus… se está perdoado… e se a ira de Deus contra ele se foi, dando lugar à graça onipotente que opera para o nosso bem… então podemos clamar a qualquer doença mortal, tragédia humana ou natural, assassino humano ou demoníaco: “Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Coríntios 15.54-55).

O corpo eles podem matar… mas é só isso.

Imediatamente… estaremos em casa com o Senhor (2Coríntios 5.8).

A Realidade da Morte

Resta, então, uma última observação… a partir de Hebreus 2.18 (NVT): “Uma vez que ele próprio passou por sofrimento e tentação, é capaz de ajudar aqueles que são tentados.” Ou, na ARA: “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.”

É certo que — para o crente — o medo da morte foi removido… e estamos libertos.

Mas… e quanto à dor… e às perdas… que antecedem a morte?

John Piper dá testemunho de, anos atrás, ter ouvido R. C. Sproul dizer, em Memphis, na primavera de 1995: “Não é da morte que eu tenho medo, mas de morrer.”

É a degeneração… a perda de nossas capacidades… a humilhação da senilidade… a dor… o rompimento com os entes queridos… o sofrimento excruciante e morte dos que amamos… são essas realidades que assombram, inclusive os crentes.

Tem mais: e quanto a todas as provações… e tentações… de desistir e desesperar-se, até blasfemar, diante dessas coisas?

Creio que Hebreus 2.18 foi escrito… para nos encorajar aqui:

“Uma vez que ele próprio passou por sofrimento e tentação, é capaz de ajudar aqueles que são tentados.”

Em outras palavras: Cristo assumiu a natureza humana fraca e vulnerável… não apenas para que pudesse experimentar a morte… mas também… para que pudesse experimentar o processo de morrer… e, assim, simpatizar com as tentações que acompanham o sofrimento… e o morrer.

Hebreus 2.18 diz que Jesus foi tentado naquilo que sofreu (ou: “passou por sofrimento e tentação)… não foi a tentação da cobiça… da lascívia… da luxúria… ou da ganância. Foi a tentação de se irritar… de ficar ressentido… amargurado… de ter autocomiseração… de desesperar… e de não crer na bondade de Deus… na hora do sofrimento e do processo de morrer.

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” — está a um fio de distância da blasfêmia. Não é verdade? MAS… não foi blasfêmia. Foi lamento. Lamento santo.

O ponto é este: não apenas você tem, nesta manhã, a palavra de Deus proclamando… que você está livre da escravidão ao medo da morte.

Você também tem uma palavra de Deus… que, quando a provação vier… quando, no seu processo de morrer, você for tentado ao desespero, à autocomiseração, ao ressentimento, à ira ou à incredulidade… Cristo virá… para socorrê-lo.

E ele virá… como alguém que sabe, por sua própria experiência agonizante… exatamente o que você está vivendo.

E ele lhe dará… o que você precisa… para perseverar até o fim.

Jesus é… O Misericordioso e Fiel Sumo Sacerdote.

E ele… fará isso. Estará com você, até o fim. Jamais te abandonará.

Ele… O Misericordioso e Fiel Sumo Sacerdote… “é poderoso para guardá-los de cair e para levá-los, com grande alegria e sem defeito, à sua presença gloriosa.” (Judas 24).

Libertados para Amar

Meus irmãos, a maravilha do Evangelho não termina aqui.

No mito grego, Teseu mata o Minotauro, libertando Atenas da obrigação de enviar sacrifícios. Mas isso não passa de lenda; termina nas páginas dos livros.

A história de Cristo, por sua vez, é real.

Ele viveu sem pecado e morreu como propiciação, para satisfazer a ira de Deus e nos resgatar do diabo e da escravidão do medo da morte e de morrer.

Cristo não apenas nos liberta do medo da morte; ele nos liberta também da escravidão de desperdiçar a vida — vivendo pelos prazeres passageiros deste mundo, vivendo fechados em nossos pequenos mundinhos, consumindo a existência apenas em torno de nós mesmos, dos filhos e da família.

O evangelho nos liberta do medo escravizador da morte, para nos fazer amar.

Assim como Cristo se fez homem com uma missão, nós também somos salvos para uma missão: buscar e salvar os perdidos (Lucas 19.10).

Hebreus 1–2 nos apresenta essa santa agenda: anunciar que Cristo é a palavra final de Deus (1.1-2); demonstrar que Cristo é superior a qualquer ser celestial ou profeta terreno (1.4-14); chamar as pessoas a que não negligenciem tão grande salvação — tão grande por causa do Salvador glorioso que temos e do alvo supremo proposto: a glória de Deus (2.3).

E mais: somos chamados a viver como Cristo viveu, identificando-nos com o pecador, sem, contudo, cometermos pecado; sofrendo e não temendo a morte, em função dos outros (Hebreus 2.9); conduzindo outros à glória (Hebreus 2.10); aproximando-nos do próximo, de forma a demonstrar unidade, compaixão e comunhão (Hebreus 2.11-13); sem temer o diabo ou a morte (Hebreus 2.14-18).

Que tipo de crente nós seríamos!

Que tipo de filhos e famílias nós formaríamos!

Que tipo de igreja nós edificaríamos!

Um tipo de gente que, ao morrer, o SENHOR para eles olharia e diria:

“Estes são homens [e as mulheres] dos quais o mundo não era digno”
(Hebreus 11.38, ARA).

Portanto, povo de Deus, olhe para Cristo, descanse em Cristo, viva por Cristo, morra com Cristo, em Cristo e ressuscite para Cristo — nosso misericordioso e fiel sumo sacerdote.

A ele, a glória, eternamente! Amém! (Romanos 11.36).

S.D.G. L.B.Peixoto.

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