11.12.2022
[Habacuque 1.2-11] [A queixa de Habacuque] 2Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro? Tu, porém, não ouves. Clamo: “Há violência por toda parte!”, mas tu não vens salvar. 3Terei de ver estas maldades para sempre? Por que preciso assistir a tanta opressão? Para qualquer lugar que olho, vejo destruição e violência. Estou cercado de pessoas que discutem e brigam o tempo todo. 4A lei está amortecida, e não se faz justiça nos tribunais. Os perversos são mais numerosos que os justos e, com isso, a justiça é corrompida. [A resposta do SENHOR] 5“Observem as nações ao redor; olhem e admirem-se! Pois faço algo em seus dias, algo em que vocês não acreditariam mesmo que alguém lhes contasse. 6Estou levantando os babilônios, um povo cruel e violento. Eles marcharão por todo o mundo e conquistarão outras terras. 7São conhecidos por sua crueldade e decidem por si mesmos o que é certo. 8Seus cavalos são mais velozes que leopardos e mais ferozes que lobos ao anoitecer. Seus cavaleiros atacam, vindos de longe; como águias, lançam-se sobre a presa para devorá-la. 9“Todos eles vêm prontos para agir com violência; seus exércitos avançam como o vento do deserto, ajuntando prisioneiros como se fossem areia. 10Zombam de reis e príncipes e desprezam todas as suas fortalezas. Constroem rampas de terra contra seus muros e as conquistam. 11Passam com rapidez, como o vento, e desaparecem. Sua culpa, porém, é grande, pois têm como deus sua própria força.”
O livro de Habacuque é o diário de um homem em crise. Habacuque era crente, um homem de fé, um profeta de verdade e da verdade, mas estava atravessando uma crise. Essa realidade se nota já em seu próprio nome, o qual, como dissemos em mensagem anterior, significa “abraço”, mas abraço de luta. Portanto, o profeta teria esse nome “porque ele lutou contra Deus”, escreveu Jerônimo, o tradutor da Vulgata (a Bíblia para o latim) — Habacuque: o homem que abraçou e lutou com Deus.
Isaltino G. C. Filho escreveu que observações já foram feitas, por eruditos do Antigo Testamento, relatando que, geralmente, os nomes dos autores dos livros dos profetas já expressam o significado ou a mensagem central da obra. Por exemplo:
Portanto, se considerarmos como verdadeira essa possibilidade [a de que os nomes dos profetas já indicam, de algum modo, a mensagem do livro], Jerônimo teria andado na pista certa: o livro de Habacuque revela um profeta em luta com Deus. Inda mais: o livro de Habacuque é o diário dessa luta travada com Deus (e de seus frutos na vida do profeta e para a nação de Judá).
O que é ainda mais notável em Habacuque é que ele é um profeta absolutamente distinto dos outros seus colegas; ele é diferente tanto dos profetas menores como dos maiores. Amós, por exemplo, foi um profeta que pregou contra nações gentias (Am 1), contra Judá, reino do sul (Am 2) e contra Israel, reino do norte (Am 3). O profeta Isaías também pregou contra o seu próprio povo (Is 1 e 3) e contra os gentios (Is 14 e 15). E da mesma forma o fizeram Jeremias, contemporâneo de Habacuque, e os outros profetas: todos pregaram a outros. Habacuque, no entanto, é diferente.
Isaltino escreveu que Habacuque “questiona o próprio Deus. É um estranho tipo de profeta. Suas queixas não são contra os pecadores, mas contra o Santo.” Isso é bom, pois torna contemporâneo e um de nós o profeta, revela-o com os mesmos sentimentos que a gente – que também somos tentados e passamos por crise e, como se não bastasse, ficamos com sentimento de culpa por estar em crise, crise que envolve Deus! Portanto, tomar personagens bíblicos como sendo gente iguais a nós – semelhantes a nós, sujeitos às mesmas paixões que a gente, tendo a nossa mesma natureza – nos encoraja na piedade. Tiago, o apostolo sabia disso, e escreveu deste modo para nos encorajar:
Tiago 5.17-18 17Elias era humano como nós e, no entanto, quando orou insistentemente para que não caísse chuva, não choveu durante três anos e meio. 18Então ele orou outra vez e o céu enviou chuva, e a terra começou a produzir suas colheitas.
Pois bem, Habacuque é um profeta em crise, um profeta lutando com Deus – e que relata sua experiência na composição deste livro que temos aberto diante de nós nesta ocasião. — Qual é a crise de Habacuque? — RECAPITULANDO: Primeiro, o silêncio de Deus (1.2-4). Depois, a resposta de Deus (1.5-11). RESUMINDO: Habacuque não estava conseguindo fazer sentido dos caminhos misteriosos de Deus; ele não estava conseguindo engolir o sabor agridoce [o sabor amargo-doce] da providência divina – e essa situação estava atribulando o coração do profeta, enchendo-o de queixas (2.1). Então, atribulado (em um primeiro momento), Habacuque se propôs a narrar suas lutas, orações e constatações. Desse modo, através de sua mensagem e de seu livro inspirados por Deus, Habacuque se tornou a voz dos piedosos de Judá que também se esforçavam para compreender os caminhos misteriosos de Deus. Habacuque não desperdiçou seu sofrimento, antes, com a razão guiada pela fé, o profeta anotou e repassou sua experiência com Deus na esperança de dar voz aos que também estavam sofrendo.
COMO É BOM SE TER ESSE DIÁRIO aberto diante dos olhos e perto do coração!
Gente, poucas coisas em nossa caminhada de fé conseguem atribular tanto a alma da gente, gerando em nós profunda crise e dor, como os caminhos misteriosos de Deus: o silêncio ensurdecedor de Deus, o modo não convencional de Deus agir, os caminhos sombrios, íngremes, tortuosos, estreitos e perigosos que Deus nos faz trilhar, as coisas que Deus deixa cair sobre a nossa vida, a família, a carreira e a nação… Se formos realmente honestos, diremos que essas coisas nos deixam em crise, atribulados, perplexos e (quase!) desesperados. Ora, como é bom ter o testemunho de Habacuque aqui escrito, sob a inspiração divina, para nos ensinar a arte de ter fé. Afinal, “o justo viverá pela sua fé”, disse o SENHOR a Habacuque (2.4).
ESSE DIÁRIO DE HABACUQUE mapeia para nós a estrada da fé. Ouça o que escreveu o profeta Isaías sobre os pensamentos e os caminhos de Deus:
Isaías 55.8-9 8“Meus pensamentos são muito diferentes dos seus”, diz o SENHOR, “e meus caminhos vão muito além de seus caminhos. 9Pois, assim como os céus são mais altos que a terra, meus caminhos são mais altos que seus caminhos, e meus pensamentos, mais altos que seus pensamentos.
A sabedoria infinita e insondável de Deus não pode ser plenamente compreendida pela finita e corrompida razão do homem. Por isso é que nós precisamos da fé para reorientar a razão – a fé que é instruída pela palavra de Deus, inclusive aqui no livro de Habacuque.
MEU PLANO, NESTE PONTO (para agora e hoje à noite), é convidá-los para juntos estudarmos as primeiras experiências de Habacuque ao trilhar pelos caminhos misteriosos de Deus. O que aprenderemos já nas primeiras palavras do diário do profeta serão a respeito dos seguintes estados da alma: [1.] a alma atribulada, [2.] a alma chocada e [3.] a alma sendo ensinada.
Na estrada da fé, três coisas atribularam o coração de Habacuque: a inação de Deus, a iniciativa de Deus e o instrumento de Deus. Isso é impressionante! Primeiro, Habacuque está atribulado porque Deus está em silêncio. Depois, ele fica mais atribulado porque Deus toma uma iniciativa. Por fim, ele ficou atribulado acima da medida porque Deus fará uso de um instrumento não convencional. Ora, se Deus fica calado, perturba. Se Deus fala, perturba inda mais. E se ele age, meu Deus!, quanta tribulação. — Ja se viu assim?
Os dias de Habacuque eram muito maus. O profeta amargava, primeiramente, o silêncio de Deus em face da decadência total da justiça nação. Josias, o rei bom de Judá, havia morrido. Substituiu-o, no trono, seu filho Jeoacaz. Jeoacaz reinou por três meses e foi deposto pelo faraó egípcio, Neco. Neco promoveu Jeoaquim ao posto de rei de Judá, e o reinado de Jeoaquim teve como marca o materialismo, a violência e a injustiça em todas as áreas. Ouça o contemporâneo de Habacuque:
Jeremias 22.13-19 13“Que aflição espera Jeoaquim, que edifica seu palácio de forma desonesta! Constrói suas paredes com injustiça, pois obriga gente do seu povo a trabalhar sem pagar salário. 14Diz: ‘Construirei para mim um palácio magnífico, com salas espaçosas e muitas janelas. Revestirei tudo com painéis de cedro e pintarei de vermelho vívido’. 15Mas um belo palácio de cedro não faz um grande rei! Josias, seu pai, também tinha muita comida e bebida, mas em tudo que fazia era justo e íntegro; por isso tudo deu certo para ele. 16Fez justiça ao pobre e ao necessitado e os ajudou, e tudo lhe correu bem. Não é isso que significa me conhecer?”, diz o SENHOR. 17“Você, porém, só tem olhos para a cobiça e a desonestidade; derrama sangue inocente e reina com crueldade e opressão.” 18Portanto, assim diz o SENHOR acerca de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá: “O povo não lamentará por ele, nem clamará: ‘Que tristeza, meu irmão! Que tristeza, minha irmã!’. Seus súditos não lamentarão por ele, nem clamarão: ‘Que tristeza, nosso senhor morreu! Que tristeza, sua majestade se foi!’. 19Será enterrado como se enterra um jumento: arrastado e jogado fora dos portões de Jerusalém.
Essa imagem se parece muito com o que estava deixando Habacuque atribulado:
Habacuque 1.2-4 2Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro? Tu, porém, não ouves. Clamo: “Há violência por toda parte!”, mas tu não vens salvar. 3Terei de ver estas maldades para sempre? Por que preciso assistir a tanta opressão? Para qualquer lugar que olho, vejo destruição e violência. Estou cercado de pessoas que discutem e brigam o tempo todo. 4A lei está amortecida, e não se faz justiça nos tribunais. Os perversos são mais numerosos que os justos e, com isso, a justiça é corrompida.
Habacuque, homem de fé e piedoso que era, sofria por não conseguir conviver com tamanha maldade e pecado. — O que ele faz? — O profeta começou a orar, intercedeu e põe-se a clamar: Versículo 2 — “Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro? Tu, porém, não ouves. Clamo: ‘Há violência por toda parte!”, mas tu não vens salvar.’” E – como já vimos – foi quando Habacuque se envolveu, abraçou a situação e começou a orar que seus pesadelos aumentaram e sua alma ficou atribula.
Por quê?
1. A inação de Deus!
Sobre essa experiência de Habacuque, Martyn Lloyd-Jones escreveu que “[Deus] pode parecer estranhamente silencioso e inativo em circunstâncias provocativas”. E é verdade! Veja o caso de Habacuque. Ele orava, pedia, clamava e esperava. Orava de novo, pedia mais uma vez, clamava inda mais e esperava e esperava. E Deus? Calado. Inativo aos seus olhos.
C. S. Lewis, quando amargou a morte de sua amada esposa Helen Joy Davidman, escreveu sobre a sua experiência nestes termos: “Por que [Deus] é um comandante tão presente em nossos tempos de prosperidade e uma ajuda tão ausente em tempos de angústia?” Esta era a sua sensação: Deus está ausente, inativo. Aliás, ouça seu desabafo honesto:
[V]á a [Deus] quando sua necessidade é desesperadora, quando todas as outras ajudas são vãs, e o que você encontra? Uma porta batida na sua cara e um som de tranca, assim como o som da segunda tranca do lado de dentro. Depois disso, silêncio. Você também pode se afastar. Quanto mais você esperar, mais enfático se tornará o silêncio. Não há luzes nas janelas. Talvez seja uma casa vazia. Já foi habitada?
Ora gente, os motivos de Habacuque eram justos: o pecado do povo era gritante, do rei ao reles cidadão. A governança era maldita e os governados eram malvados. Os líderes ímpios exploravam, e os liderados indignados respondiam com ainda mais impiedade em face de todo aquele sofrimento. A situação era lamentável. Em contraste, a atitude de Habacuque era de perseverança e de piedade; orações, súplicas e clamores constantes. Só que a inação de Deus era, humanamente, desestimulante.
Não é assim mesmo, meu povo?
Existiria coisa mais desanimadora na caminhada com Deus do que alguém, coberto de “razões”, orar e pedir e clamar com todo fervor por uma ação divina, mas se deparar com um Deus, aparentemente, silencioso e inativo, insensível? Tem coisa pior, meu amigo, meu irmão? — Você ora pedindo justiça social; ora pedindo avivamento pessoal e despertamento na igreja, ora pedindo pela conversão de alguém, ora pedindo mudança de vida… só que Deus continua silencioso e inativo, aparentemente insensível… até que você desabafa, versículo 2, “Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro? Tu, porém, não ouves. Clamo: […], mas tu não vens salvar.” — Você já passou por essa experiência?
A inação de Deus!
Na caminhada com Deus, muitas vezes, mais vezes do que gostaríamos que fosse verdade, nós seremos confrontados com a realidade de um Deus que, aos nossos olhos, cala-se e se permite não fazer o que estamos pedindo. IMPORTANTE: nessas horas, não presuma que o silêncio de Deus seja um indicativo de apatia ou de falta de cuidado e de amor. Deus, contrário dos homens, não se atribula ou se apavora nem se precipita. De fato, o silêncio de Deus na Bíblia sempre foi seguido de grandes e poderosas manifestações divinas.
Quer ver uma coisa?
Isaltino G. C. Filho, em seu livro Habacuque: nosso contemporâneo: um estudo contextualizado do Livro de Habacuque (p. 24-25), escreveu que O JUDAÍSMO RABÍNICO sempre interpretou o silêncio de Deus não como omissão, mas como sinal de uma ação poderosa que estava sendo engendrada, preparada. Preste atenção:
Gênesis 1.3: “Então Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz.” — Ora, que havia antes de Deus falar? Silêncio! — Ouça:
Gênesis 1.2: “A terra era sem forma e vazia, a escuridão cobria as águas profundas, e o Espírito de Deus se movia sobre a superfície das águas.” — Era só silêncio! E depois? — Ouça mais uma vez:
Gênesis 1.3: “Então Deus disse: ‘Haja luz’, e houve luz.”
Pois bem, dessa construção do texto de Moisés inspirado por Deus, os rabinos concluíram que “o silêncio de Deus era como momento de preparo de uma ação estrondosa”.
A LITERATURA APÓCRIFA (os livros não canônicos, considerados deuterocanônicos – segundo cânon – pela Igreja Católica Romana e Ortodoxa no Concílio de Trento) interpreta que o silêncio de Deus precede o juízo divino. Ao comentar as mortes dos primogênitos egípcios, reconhecendo-as como ação de juízo de Deus, assim escreveu o autor do livro de Sabedoria 18.14-15:
Quando um silêncio profundo envolvia todas as coisas e a noite mediava o seu rápido percurso, tua palavra onipotente precipitou-se, guerreiro inexorável, do trono dos céus para uma guerra de extermínio.
O LIVRO DE APOCALIPSE assimila a interpretação rabínica para o silêncio de Deus como sinal de uma ação poderosa de Deus que estava sendo gestada. Apocalipse 8.1: “Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu por cerca de meia hora.” — O que virá a seguir? — A abertura do sétimo selo desencadeará o despejamento do juízo divino. Ou seja, o silêncio de Deus precede uma ação poderosa de Deus; só que, neste caso, no caso de Apocalipse, é de juízo (como se acha na literatura apócrifa).
DE VOLTA AO NOSSO PROFETA: A Habacuque, Deus parecia apático porque não respondia seus clamores nem agia para fazer alguma coisa. Estava em silêncio. Imóvel. Inativo. Mas Deus saiu do silêncio. Falou e agiu para disciplinar a nação Judá. O silêncio de Deus estava gestando uma ação poderosa em Judá.
Deus se porta silencioso e inativo em sua vida?
Deus lhe parece apático?
Não se desanime. Lembre-se disto: o silêncio de Deus sempre precede ações poderosas. Lembre-se da ressurreição de Jesus. Após ser morto na cruz e sepultado na sexta-feira da Paixão, o sábado inteiro foi de um mais profundo e absoluto silêncio. — Teria Cristo fracassado? — Até que, bem cedo na manhã de domingo, o terceiro dia, Jesus quebrou o silêncio – ele ressuscitou:
Mateus 28.1-4 1Depois do sábado, no primeiro dia da semana, bem cedo, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o túmulo. 2De repente, houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu, rolou a pedra da entrada e sentou-se sobre ela. 3Seu rosto brilhava como um relâmpago, e suas roupas eram brancas como a neve. 4Quando os guardas viram o anjo, tremeram de medo e caíram desmaiados, como mortos.
O silêncio de Deus sempre precede ações poderosas!
Não perca a fé e a esperança. Mantenha-se vigilante. Tenha fé. O silêncio de Deus não significa que Deus é ou está inativo. Na hora certa ele agirá poderosamente. Eis o testemunho de C. S. Lewis sobre o silêncio, a inatividade de Deus, a porta trancada na sua cara, quando batia pedindo socorro a Deus:
Ainda assim, existem dois ganhos enormes — eu me conheço muito bem agora e, por isso, posso chamá-los de “duradouros”. Voltada para Deus, minha mente não encontra mais aquela porta trancada; voltada para H[elen]., não encontra mais aquele vácuo nem toda aquela preocupação exagerada sobre minha imagem mental dela. Minhas anotações mostram algo do processo, mas não tanto quanto eu esperava. Talvez ambas as mudanças não fossem realmente observáveis. Não houve uma transição repentina, marcante e emocional. Foi como o aquecimento de uma sala ou o raiar do dia. Quando você os percebe, eles já estão acontecendo há algum tempo.
Continua na parte 2…
S.D.G. L.B.Peixoto
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