28.04.2019
PACTO É TOMADA DE DECISÃO
Hebreus 10.25
E não deixemos de nos reunir [como igreja], como fazem [como é o hábito de] alguns, mas encorajemo-nos mutuamente, sobretudo agora que o dia está próximo.
COMUNIDADE PACTUADA
Igreja — como temos estudado nesta série de mensagens (esta é a quarta mensagem) — é uma comunidade de cristãos que vivem em pacto; igreja é um povo pactuado: pactuado com Deus e uns com os outros pelos laços da vida e da obra de Cristo. Assim tem sido o entendimento dos Batistas desde suas origens, lá na primeira década dos anos 1600. Nunca é demais recordar o que escreveu Charles Deweese, autor de um estudo histórico dos Pactos, definindo o Pacto de Compromisso da Igreja como segue:
Um pacto de igreja é uma série de compromissos escritos, baseadas na Bíblia, que os membros da igreja fazem voluntariamente a Deus e uns aos outros em relação aos seus compromissos morais e espirituais básicos e à prática de sua fé.
Até este ponto do nosso estudo, o que fizemos (olhando para as Escrituras e nossa tradição histórica de mais de 400 anos) foi enfatizar que igrejas locais, assim como a nossa, nascem e encontram sua razão de ser e existir do significado do pacto que os crentes fazem uns com os outros; e que este pacto em si está enraizada na nova aliança, confirmada por Deus com o sangue de Jesus Cristo (1Co 11.25). O SENHOR Deus diz assim, sobre esta aliança (Hb 8.10):
E esta é a nova aliança que farei com o povo de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei minhas leis em sua mente e as escreverei em seu coração. Serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Em outras palavras: a aliança divina cria uma comunidade humana, e o compromisso que Deus faz conosco na nova aliança confirmada pelo sangue de Cristo cria e modela o compromisso que fazemos uns com os outros na aliança ou no pacto da igreja. Daí é que afirmamos que igreja é uma comunidade de cristãos que vivem em pacto.
O PACTO E A CULTURA CONTEMPORÂNEA
Pois bem, até agoranosso foco foi demonstrar como o Pacto de Compromisso da Igreja serelaciona com Deus e deriva do pacto dele conosco a origem e a justificativa do Pacto que temos uns com os outro na vida da igreja local. À partir de agora, mergulharemos no Pacto em si, estudaremos cada um de seus blocos em mensagens sucessivas (um parágrafo em cada culto de Ceia do Senhor ao longo deste ano em que celebramos o nosso Jubileu de Brilhante — 75 anos de organização Segunda Igreja Batista em Goiânia). Antes, porém, permitam-me relacionar o nosso Pacto com a cultura contemporânea.
Eu não sei se você percebe ou se está ciente, mas o que estamos estudando nesta série de mensagens — isto é, chamando uns aos outros a uma reafirmação séria e prática de vida em comunhão estabelecida por pacto ou aliança, chamando uns aos outros à prestação de contas a Deus e uns aos outros — é algo extremamente contracultural. Sim, contracultural, pois que nossa cultura abomina compromissos formais estabelecidos, pactuados ou que requeiram prestação de contas da vida da gente.
Para se ter uma ideia: A edição do Jornal Hoje (JH) de 03 de março de 2017 apresentou uma reportagem que elucida o nosso ponto. Dizia assim:
Cresce a procura por união estável no lugar do casamento tradicional: De 2011 a 2015, a união estável aumentou 57% no país. Já os casamentos cresceram 10%.
Eis a explicação de Rodrigo Dantas, diretor do Colégio Notarial do Brasil:
É muito mais simples para as partes. Elas comparecendo no cartório com documento de identificação, declarando perante ao tabelião essa relação existente, isso é formalizado na hora. Não depende de retorno ao cartório para celebração formal. Não há necessidade de testemunhas, ao passo que o casamento não só exige duas testemunhas, exige declaração de testemunhas. O rigor formal [da união estável] é menor.
A matéria do JH termina com o seguinte comentário do repórter, seguida da afirmação de um psicólogo:
A escolha pela união estável mostra uma mudança no comportamento social que não está mais tão apegada ao ritual do casamento. “Essa prestação de contas para a sociedade que o casamento como ritual significava também enfraqueceu. Então, a vida privada se encontra de um jeito que as pessoas não precisam mais dar satisfação do que acontece”, afirma o psicólogo Aurélio Melo.
Com efeito, as pessoas não querem mais compromissos formais, pactuação ou prestação de contas. E é trágico. O reflexo disto está na forma como as pessoas vivem em sociedade e convivem em igrejas. Caminhamos a passos largos para o caos.
Em 1985, Robert Bellah, então professor de sociologia na Universidade da Califórnia em Berkeley, publicou, com vários outros, um livro muito popular, chamado Habits of the Heart (Hábitos do Coração: individualismo e compromisso na vida americana). Trata-se de um estudosobre, como o próprio título descreve, o individualismo americano e uma advertênciade que a perda de ideais como compromisso, comunidade e aliança será a ruína da América (eu acrescentaria: bem como do Ocidente, incluindo o Brasil).
O sociólogo partiu de uma afirmação feita por um francês chamado Alexis de Tocqueville, que descreveu a América de quase 200 anos atrás da seguinte forma:
Essa gente não deve nada a homem algum e dificilmente espera algo de alguém. Forma o hábito de pensar em si mesmo isoladamentee imaginar que todo o seu destino está em suas próprias mãos.
Assim, Robert Bellah argumentou, a democracia não apenas faz os homens esquecerem seus antepassados(não precisam de ninguém!), como também obscurece a visão de seus descendentes com relação aos antepassados, isolando-os de seus contemporâneos. Cada homem é para sempre jogado para trás de si mesmo, e há o perigo de que o indivíduo se tranque na solidão de seu próprio coração. Bellah argumenta que essa tragédia é ainda mais real para os americanos de hoje do que há quase 200 anos. Ele escreveu:
O individualismo restringe nossa preocupação a nossos próprios problemas imediatos, muitas vezes nos afastando de nosso próprio passado, bem como da história de nossa sociedade. As linguagens do individualismo [desconectado da fé cristã, ou até da razão moral objetiva, e que vive para celebrar e cantar o indivíduo]… são veículos empobrecidos para a discussão pública porque se concentram em recompensas imediatas ou sentimentos internos. Elas não nos ajudam a pensar sobre as tradições que nos formaram ou sobre os problemas maiores de nossa sociedade… A monocultura dos meios de comunicação de massa é expressa em grande parte na forma utilitáriae expressiva[utilitária: que considera a boa ação ou a boa regra de conduta caracterizáveis pela utilidade e pelo prazer que podem proporcionar a um indivíduo; expressiva: do individualismo]. Está orientada para nossas vontades, desejos e emoções imediatos. A televisão, por exemplo, é muito mais eficaz na transmissão de imagens poderosas e reações emocionais do que em estimular uma discussão cuidadosa e racional.
Bellah pensa que esse desenvolvimento do utilitarismo e do individualismo expressivo na América é trágico e perigoso. Não é de surpreender que seu livro anterior, de 1975, tenha sido chamado The Broken Covenant (O Pacto Quebrado), porque ele entendeu que o conceito de pacto e comunidade e compromisso com o bem comum é essencial para a América e suas “instituições de liberdade” sobreviverem.
Nosso objetivo, ao conectar nosso Pacto de Compromisso da Igrejacom o perigo do individualismo ocidental, não é dizer que nosso Pacto salvará o Brasil, por exemplo. Nosso Pacto é firmado por Deus em Jesus Cristo e será válido para a igreja se o Brasil permanecer em pé ou cair. O Brasil não é o principal compromisso de Deus. De fato, nenhuma nação. A glória de Deus é o principal compromisso de Deus. Se o Brasil mergulhar na anarquia individualista, onde todos fazem o que é certo aos seus próprios olhos, Deus ainda será o SENHOR das nações; seus propósitos permanecerão no caminho certo; e seu povo, que vive para a sua glória, e não por qualquer causa nacionalista finita e estreita, perdurará para todas as gerações.
Nosso objetivo em fazer as conexões com o individualismo ocidental é duplo.
Primeiro, esperamos nos acordarpara o fato de que toda a idéia de pacto, aliança e compromisso mútuo é extremamente contracultural e, na medida em que todos nós fomos influenciados por nossa cultura, por mais que para alguns possa parecer estranho ou radical, para outros, para nós, povo de Deus, a ideia de Pacto será libertadora, fortalecedora e estabilizadora em um mundo virado de cabeça para baixo e desmoronado.
Segundo, queremos demonstrarque esta necessidade de relacionamentos firmados em pactos de compromissos comunitários é tão profunda no coração humano que mesmo fora da igreja há um crescente sentimento de urgência e esperança de que nós possamos redescobrir o valor de pactos de compromissos antes que seja tarde demais.
PARÁGRAFO PRIMEIRO DO PACTO
Pois bem, mergulhemos agora no primeiro parágrafo de nosso Pacto de Compromisso, que assim se lê:
Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, e batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimo-nos, unânimes, como um corpo em Cristo, firmar, solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto:
A seguir, algumas observações, aprofundando-nos neste parágrafo introdutório do Pacto: 1— O fundamento do Pacto; 2— Os pré-requisitos do Pacto; 3— As testemunhas do Pacto; 4— As atitudes de quem firma o Pacto; 5— A tomada de decisão do Pacto.
1 O FUNDAMENTO DO PACTO
O fundamento do Pacto de Compromisso da Igreja é “Jesus Cristo como único e suficiente Salvador”. Paulo, aos coríntios, escreveu que (1Co 3.11):
ninguém pode lançar outro alicerce [outro fundamento] além daquele que já foi posto, isto é, Jesus Cristo.
A igreja é edificada sobre o sangue de Jesus Cristo derramado por nós na cruz, pois que, segundo a Bíblia, um pacto entre Deus e seu povo, para ser estabelecido, requer que haja um sacrifício, há de se ter uma morte. De fato, no Antigo Testamento, a frase hebraica utilizada para descrever o estabelecimento de um pacto (Gn 15.18) é “cortar um pacto” (lit. karat beriyt). Ouça a palavra de Deus (Gn 15.7-11):
7Então o SENHOR lhe disse: “Eu sou o SENHOR, que o tirei de Ur dos caldeus para lhe dar esta terra como posse”. 8Abrão perguntou: “Ó SENHOR Soberano, como posso ter certeza de que a possuirei de fato?”. 9O SENHOR respondeu: “Traga-me uma novilha, uma cabra e um carneiro, todos com três anos, mais uma rolinha e um pombinho”. 10Abrão lhe apresentou todos esses animais e os matou. Em seguida, cortou cada um deles ao meio e colocou as metades lado a lado; as aves, porém, não cortou ao meio. 11Aves de rapina mergulharam para comer as carcaças, mas Abrão as afugentou.
O ritual descrito nesta passagem é um tipo de juramento que, caso não fosse cumprido por uma das partes, demandaria algum autosacrifício: Deus mesmo (ou o povo) seria partido ao meio, assim como foram partidos os animais sacrificados, caso ele (ou o povo) não cumprisse sua parte do pacto. Lá em Jeremias se lê o seguinte (34.18-19):
18Porque não cumpriram os termos de minha aliança, eu os cortarei ao meio, como vocês cortaram o bezerro e caminharam entre as duas partes para confirmar seus votos. 19Sim, cortarei ao meio todos que se comprometeram com a aliança, quer sejam oficiais de Judá e de Jerusalém, oficiais do palácio, sacerdotes ou gente comum.
Pois bem, o pacto de Deus com Israel foi estabelecido com sangue no Antigo Testamento, o sangue de animais (que apontava para o Cordeiro de Deus). Agora, no Novo Testamento, o Pacto com Deus foi selado com o sangue de Jesus Cristo (1Co 11.25). Portanto, o Pacto que temos uns com os outros na comunhão da igreja está fundamentado na cruz de Jesus Cristo. Nas palavras de Paulo à igreja de Corinto (1Co 2.1-5):
1Irmãos, na primeira vez que estive com vocês, não usei palavras eloquentes nem sabedoria humana para lhes apresentar o plano secreto de Deus. 2Pois decidi que, enquanto estivesse com vocês, me esqueceria de tudo exceto de Jesus Cristo, aquele que foi crucificado. 3Fui até vocês em fraqueza, atemorizado e trêmulo. 4Minha mensagem e minha pregação foram muito simples. Em vez de usar argumentos persuasivos e astutos, me firmei no poder do Espírito. 5Agi desse modo para que vocês não se apoiassem em sabedoria humana, mas no poder de Deus.
É preciso que se diga que não foi Deus quem quebrou o pacto. Fomos nós que o quebramos. Deus, no entanto, agiu com graça, sacrificando o próprio Filho (Is 53.4-10) em nosso lugar para perdoar os pecados de todo aquele que nele crer (Jo 3.16). Pai, Filho e Espírito Santo, juntos, o Deus Trino e Uno age para nos conceder perdão e salvação — o Pai planejou, o Filho executou e o Espírito aplica a nós a salvação; foi por isso que Paulo citou Deus, Jesus Cristo e o Espírito na passagem de 1Co 2.1-5 (vs. 2, 4 e 5).
“Jesus Cristo como único e suficiente Salvador” é o fundamento do nosso Pacto. Único Salvadorporque, como pregou Pedro diante do conselho de líderes (At 4.12),
Não há salvação em nenhum outro! Não há nenhum outro nome debaixo do céu, em toda a humanidade, por meio do qual devamos ser salvos”.
Neste mesmo raciocínio, Paulo, escrevendo a Timóteo (1Tm 2.5-6), atestou que
5Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade: o homem Cristo Jesus. 6Ele deu sua vida para comprar a liberdade de todos. […]
E suficientesalvadorporque, tendo sido Cristo sacrificado de uma vez por todas (Hb 9.12), nada mais é necessário para a nossa salvação, tão somente arrependimento e fé.
“Jesus Cristo como único e suficiente Salvador” é o fundamento do nosso Pacto.
2 OS PRE-REQUISITOS DO PACTO
As únicas pessoas que podem firmar um pacto com a igrejasão aquelas que foram regeneradas pelo Espírito Santo, dando provas de salvação através de arrependimento e pública profissão de fé pelo batismo. Ouça o que diz o nosso Pacto:
Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, e batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
O episódio em que Paulo prega na cidade de Filipos, colhendo os primeiros frutos de Cristo na Europa, ilustra bem o que está dito aqui no Pacto. Ouça (At 16.13-15):
13No sábado, saímos da cidade e fomos à margem do rio, onde esperávamos encontrar um lugar de oração. Sentamo-nos e começamos a conversar com algumas mulheres ali reunidas. 14Uma delas era uma mulher temente a Deus chamada Lídia, da cidade de Tiatira, comerciante de tecido de púrpura. Enquanto ela nos ouvia, o Senhor lhe abriu o coração, e ela aceitou aquilo que Paulo estava dizendo. 15Foi batizada, junto com sua família, e pediu que nos hospedássemos em sua casa. “Se concordam que creio de fato no Senhor, venham ficar em minha casa”, disse ela, e insistiu até que aceitamos.
Dessa forma nasceu a igreja na cidade de Filipos: a Palavra foi pregada, o Espírito abriu o coração de Lídia, ela creu e foi batizada sob pública profissão de fé. No Artigo V, tratando sobre Salvação, nossa Declaração Doutrinária diz o que segue:
A regeneração é o ato inicial da salvação em que Deus faz nascer de novo o pecador perdido, dele fazendo uma nova criatura em Cristo. É obra do Espírito Santo em que o pecador recebe o perdão, a justificação, a adoção como filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito Santo. Nesse ato o novo crente é batizado no Espírito Santo, é por ele selado para o dia da redenção final, e é liberto do castigo eterno dos seus pecados.
A regeneração do Espírito Santo produzem nós arrependimento e fé:
1Jo 5.1 | Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus. […]
Arrependimento e fé para a salvação são testificados no batismo:
At 2.38 e 41 | 38Pedro respondeu: “Vocês devem se arrepender, para o perdão de seus pecados, e cada um deve ser batizado em nome de Jesus Cristo. […] 41Os que acreditaram nas palavras de Pedro foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas.
Jesus, quando profetizou o nascimento da igreja, declarou que ela seria edificada sobre vidas regeneradas e que professassem publicamente sua fé (Mt 16.15-19):
15“E vocês?”, perguntou ele. “Quem vocês dizem que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “O senhor é o Cristo, o Filho do Deus vivo!”. 17Jesus disse: “Que grande privilégio você teve, Simão, filho de João! Foi meu Pai no céu quem lhe revelou isso. Nenhum ser humano saberia por si só. 18Agora eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja, e as forças da morte não a conquistarão. 19Eu lhe darei as chaves do reino dos céus.
Portanto, As únicas pessoas que podem firmar um pacto com a igreja são aquelas que foram regeneradas pelo Espírito Santo, dando provas de salvação através de arrependimento e pública profissão de fé pelo batismo.
3 AS TESTEMUNHAS DO PACTO
O Pacto que firmamos se dá na presença de testemunhas, posto que é “na presença de Deus e desta congregação”.
Pactos sempre foram e ainda são firmados na presença de testemunhas, quando certos documentos legais somente são assinados na presença de notários ou tabeliães que autenticam o documento em cartório, conferindo fé pública de autenticidade.
A Bíblia, por sua vez, insiste em duas ou três testemunhas (Dt 17.6):
Jamais executem alguém com base no depoimento de apenas uma testemunha. Deve sempre haver duas ou três testemunhas.
O Senhor Jesus, tratando de disciplina na igreja, fala da necessidade de duas ou três testemunhas (Mt 18.16):
16Mas, se ele não o ouvir, leve consigo um ou dois outros e fale com ele novamente, para que tudo que você disser seja confirmado por duas ou três testemunhas.
O apóstolo Paulo, nesta mesma tradição, assim escreveu ao coríntios (2Co 13.1):
Esta é a terceira vez que irei visitá-los. “Os fatos a respeito de cada caso devem ser confirmados pelo depoimento de duas ou três testemunhas.”
Nosso Pacto, seguindo o entendimento bíblico, chama duas testemunhas: Deus e esta congregação. Na verdade, mais de duas testemunhas, pois que Deus é Trino e esta congregação possui algumas centenas de pessoas. Portanto, Deus mesmo— Pai, Filho e Espírito Santo — e cada membro desta igreja, além de partes integrantes, são também testemunhas de nosso Pacto de Compromisso. Nosso Pacto é firmado “na presença de Deus e desta congregação”.
4 AS ATITUDES DE QUEM FIRMA O PACTO
O Pacto firmado diante de Deus e desta congregação requer algumas atitudes:
decidimo-nos, unânimes, como um corpo em Cristo, firmar, solenee alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto
Solenidade e alegria!
O fundamentodo nosso Pacto é o Senhor Jesus Cristo. Os pré-requisitospara se firmar o Pacto é regeneração, seguida de arrependimento e pública profissão de fé pelo batismo. As testemunhasdo Pacto são o próprio Deus e esta congregação. E as atitudesde quem firma o Pacto são: solenidade e alegria.
Estas duas atitudes — solenidade e alegria — não são contraditórias. Significam que, primeiro, levamos tudo isto muito a sério(todos nós, “unânimes”). Não é apenas algo que lemos sem pensar, ritualisticamente, mas algo que lemos com entendimento e disposição de cumprir. Lemos solenemente. Segundo, firmamos com alegria, pois não é um fardo.
Fazer um Pacto com Deus através de seu Filho Jesus Cristo, através do sacrifício na cruz, não é um peso, é um prazer. Cristo mesmo diz que seu jugo é suave e seu fardo é leve. O mesmo é verdade no que diz respeito ao Pacto desta igreja. É uma alegria fazer parte da família de Deus neste lugar, estar unidos por “um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus” e com o mesmo propósito de vida e conduta (Ef 4.5-6).
As atitudes de quem fima o Pacto são solenidade e alegria.
5 A TOMADA DE DECISÃO DO PACTO
Por fim, a tomada de decisão do Pacto:
decidimo-nos, unânimes, como um corpo em Cristo, firmar,solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto:
O que estamos fazendo ao firma este Pacto é admitir, unanimemente, inquestionavelmente, que precisamos uns dos outros. Ser cristão envolve não apenas um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Envolve ser uma parte, um membro do Corpo dele na terra. Jesus não está apenas no céu, sentado à direita do Pai. Jesus está na terra, em seu Corpo, a igreja (Ap 1.12). É por isso que a Bíblia diz (Hb 10.25):
E não deixemos de nos reunir [como igreja], como fazem [como é o hábito de] alguns, mas encorajemo-nos mutuamente, sobretudo agora que o dia está próximo.
Você não pode ser um cristão e ser um solitário independente, alguém desmembrado do Corpo de Cristo que é a igreja. Não vai funcionar. Você vai tropeçar e cair sem ninguém para levantá-lo. Todos nós precisamos de apoio e encorajamento. Precisamos adorar juntos, ser desafiados, consolados, exortados, encorajados. Nós precisamos um do outro. Somos uma família e precisamos da família espiritual para viver uma vida cristã vitoriosa. A salvação é um projeto comunitário. É por isso que nós
Tendo sido levados pelo Espírito Santo a aceitar a Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, e batizados, sob profissão de fé, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, decidimo-nos, unânimes, como um corpo em Cristo, firmar, solene e alegremente, na presença de Deus e desta congregação, o seguinte Pacto:
Pacto é uma tomada de decisão: decisão por Cristo e pelo Corpo de Cristo.
Isto é o que celebraremos agora, na Ceia do Senhor.
Antes, porém, leiamos juntos — os membros da igreja — o Pacto.
A você, que ainda não tomou esta decisão por Cristo e pelo Corpo de Cristo, o que esperas? O que lhe falta? Tome hoje mesmo a sua decisão por Cristo e pela igreja — i.e., arrependimento, fé e batismo seguido de pública profissão de fé.
S.D.G. L.B.Peixoto
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