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27.11.2022

A arte de ter fé – Parte 2

  • Pr. Leandro B. Peixoto
  • Série: Habacuque - A Arte de Ter Fé
  • Livro: Habacuque

[Habacuque 1.1] Esta é a mensagem que o profeta Habacuque recebeu numa visão.

Nesta ocasião eu quero chamar sua atenção para apenas um aspecto introdutório da profecia de Habacuque. Olhando para a vida e obra do profeta, esta é a primeira lição que desejo extrair para arte de ter fé: [1.] a fé não descarta a razão. Na próxima mensagem: [2.] a fé não dispersa o sofrimento; e [3.] a fé não desperdiça a tribulação.

1. A FÉ NÃO DESCARTA A RAZÃO

Nesta parte da mensagem eu pretendo demonstrar para vocês que a fé não descarta a razão. Faremos isso do seguinte modo: apresentando [1.] quem foi Habacuque, [2.] o estilo literário de Habacuque e [3.] a estrutura do livro de Habacuque.

QUEM FOI HABACUQUE? Esse profeta é tão desconhecido – sua origem, linhagem e descendência – , que as informações extrabíblicas das quais se tem conhecimento chegam a ser contraditórias a seu respeito. Sabe-se, contudo, por comparação do momento histórico narrado nos livros de outros profetas bíblicos (por exemplo, Jeremias 9.2-6), que Habacuque foi contemporâneo de Jeremias e de Sofonias. Isaltino G. C. Filho cita um estudioso bíblico que escreveu que além de contemporâneo, Habacuque parece ter sido “companheiro de Jeremias”. Não dá para se ser dogmático a esse respeito, mas não deixa de ser interessante imaginar as conversar entre Jeremias e Habacuque.

O ESTILO LITERÁRIO DE HABACUQUE revela que o profeta era um homem culto. Os comentaristas bíblicos parecem ser unânimes ao conferirem a Habacuque a posição de elevada erudição entre os profetas hebreus, destacando a beleza da linguagem empregada por ele no texto de sua profecia. De fato, a poesia de Habacuque 3 (que, aliás, é um salmo de louvor!) tem sido considerada pelos eruditos da língua bíblica – para se ter uma ideia! – a mais magnífica poesia hebraica contida no Antigo Testamento. — Sabe o que é mais fascinante? — Toda essa elevada cultura literária, toda essa erudição acadêmica para os parâmetros da época de Habacuque não estão divorciadas da mais profunda piedade e devoção a Deus.

A ESTRUTURA DO LIVRO. Habacuque pode ser dividido em três discursos distintos. NO PRIMEIRO DISCURSO (1.2-11) nós achamos a queixa de Habacuque (1.1-4) e a resposta do SENHOR (1.5-11). NO SEGUNDO DISCURSO (1.12–2.20) está a segunda queixa de Habacuque (1.12–2.1) e a segunda resposta do SENHOR (2.2-2.20). O TERCEIRO DISCURSO (3.1-19) traz a oração de Habacuque.

DETALHE: cada discurso começa com uma oração – 1.2; 1.12; e 3.1. Isso significa que o livro todo está amarrado pelas orações de Habacuque ao SENHOR.

Habacuque 1.2 Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro?

Habacuque 1.12 Ó SENHOR, meu Deus, meu Santo, tu que és eterno […]

Habacuque 3.1 O profeta Habacuque entoou esta oração: […]

É notável a forma como Habacuque estruturou seu livro ao redor de suas orações a Deus! — Habacuque 1.2: “Senhor, tenho orado, tenho pedido socorro, mas não obtenho resposta!” Habacuque 1.12: “Mas Senhor, não pode ser assim! O Senhor é Santo, tu és Deus, és eterno. O Senhor não pode agir dessa maneira!” Habacuque 3.1: “Senhor, estou maravilhado! Alegrar-me-ei no Senhor!” — Todas as perplexidades e as queixas de Habacuque são expressas de modo culto, sem, contudo, perder a atitude de culto. Habacuque está perplexo? Sim, mas não perde a piedade. Ele está em crise e queixoso? Absolutamente, mas não perde a devoção. Ele ora. Pede socorro. Pensa. Debate. Argumenta. Persevera. Mas aprende a esperar com fé e, no final, canta louvores. Aprecie comigo as primeiras e as últimas palavras do profeta neste livro – perceba seu crescimento:

Habacuque 1.2 Até quando, SENHOR, terei de pedir socorro? Tu, porém, não ouves. Clamo: “Há violência por toda parte!”, mas tu não vens salvar.

Habacuque 3.18-19 18mesmo assim me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus de minha salvação! 19O SENHOR Soberano é minha força! Ele torna meus pés firmes como os da corça, para que eu possa andar em lugares altos.

Habacuque nos ensina que a fé não descarta a razão. Deus não exige do indivíduo um “suicídio intelectual”, ele não nos proíbe de pensar. De fato, o profeta iniciou seu livro com o coração angustiado, ele estava perplexo, tinha dúvidas e levantou questões para Deus o responder. Entretanto, note bem, em momento algum Habacuque deixou de levar suas ponderações com humildade e submissão a Deus – tudo em oração. Habacuque externou suas dúvidas, mas não perdeu a fé. Ele queria esclarecimentos – não a confrontação – , por isso foi a Deus em oração. Tivesse Habacuque dependido apenas de sua erudição e razão, descartando sua fé e piedade, certamente que ele teria naufragado. Com efeito, a fé e a piedade do profeta Habacuque iluminaram, esclareceram e redirecionaram sua razão e adornaram sua erudição. Vale a pena parafrasear uma afirmação do pastor Isaltino a respeito da postura de Habacuque:

Usar a razão não é pecado. Pecado é usar mal a razão. Pecado é desvincular a razão da fé. Refletir e expor dúvidas a Deus, demonstrando-se pensante, não é falta de fé. É até manifestação de confiança na bondade de um Deus que nos compreende e a quem podemos nos dirigir.

A FÉ NÃO DESCARTA A RAZÃO. Antes, a fé que vem de Deus nos faz agir desta maneira: estando na crise, refletimos, ponderamos, pensamos na presença de Deus, à luz da palavra de Deus; estado na crise, não anulamos a razão, antes: estando na crise, submetemos a Deus, com fé, a crise e a perplexidade e os problemas – em oração. Quero parafrasear, acrescentando alguns conceitos bíblicos, a afirmação do psicólogo clínico americano Steven C. Hayes (1948–ainda vivo), para dizer o seguinte: nosso conceito de felicidade está ligado a emoções de curto prazo. Isso não é verdadeiro. Diante das crises, as pessoas devem definir, à luz das Escrituras, como elas podem viver para a glória de Deus, descobrir quais são os valores bíblicos aplicáveis e viver de acordo com essa verdade. Isso é ser feliz. A fé não descarta a razão. De fato, a razão precisa da luz da fé. A fé ilumina, esclarece e redireciona a razão, posto que a fé nos faz ouvir a voz de Cristo que, pelo Espírito, habita no crente. Agostinho (354–430 d.C.) de Hipona (atualmente Annaba na Argélia) escreveu assim:

No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside a própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente e este é Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior.

A fé – fé em Cristo – não descarta a razão. De fato, como escreveu Agostinho, “a fé precede a razão”. Pergunte a Habacuque. Sem fé, a razão perde a razão. Por isso: a fé – fé em Cristo – não descarta a razão. Mas tem mais. [na próxima mensagem]

S.D.G. L.B.Peixoto

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LEANDRO B. PEIXOTO

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