10.04.2016
PROVA DE FÉ
João 6.66-69
66 Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. 67 Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” 68 Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. 69 Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Soube de um monastério em Portugal que foi construído num penhasco a quase 100 metros do solo. Um teleférico é o único meio de transporte até o local. E que teleférico! O troço nada mais é do que uma cesta de balanço pendurada numa polia e puxada com uma corda por homens fortes que trabalham o dia inteiro, subindo e descendo passageiros pelo penhasco.
Um turista que acabara de se acomodar na cesta notou que a corda estava velha e muito puída. Quando os monges começaram a içar o passageiro, ele gritou, perguntando: “Com que frequência vocês substituem essa corda?” Veio a resposta aterrorizante: “Só quando ela se arrebenta.” Que prova de fé!
A maioria das pessoas não confiaria a vida a uma corda puída daquelas. No entanto, entregam seus destinos às suas próprias mãos, às mãos de líderes e gurus espirituais ou a ensinos, filosofias e doutrinas tão duvidosas quanto a corda puída daquele mosteiro.
Por mais que se negue, no final das contas todo mundo confia em alguém ou nalguma coisa. A questão é: quem tem maior credibilidade? Qual corda é mais segura? Qual é a mais provável para sustentar e transportar você daqui até a vida além? A quem você irá?
Sociedade pluralista
Nossa geração se orgulha da pluralidade de opiniões, da noção de que todo ponto de vista é tão válido como qualquer outro. Defende-se não haver padrão algum, pelo qual valores, moralidade e crenças possam ser julgados. É tudo uma questão de preferência pessoal. Não passa disso.
Mesmo dentro do mundo evangélico (Aliás, gente!, o que é evangélico?) existem tantas verdades quanto denominações; nas denominações, tantas doutrinas quanto existem igrejas; nas igrejas, as crenças se multiplicam pelo número de seus membros. O que é a verdade?
Religiões orientais estão se tornando cada vez mais populares aqui no ocidente, abrindo ainda mais o leque de alternativas que competem pela fidelidade das pessoas. Da mesma forma que as TV’s por assinatura oferecem centenas de canais, as pessoas hoje em dia querem ter opções para montar o seu próprio pacote religioso e escolher as suas crenças morais. A ampla variedade de opções é o único valor com que todos concordam.
O subjetivismo é o que sustenta em movimento uma sociedade pluralista como a nossa. Ou seja: escolhas e decisões são motivadas pelo que apetece mais, por aquilo que for mais conveniente para o momento, pelo que o coração mandar… Não é à toa que a teologia de muitas igrejas foi montada com uma pitada de religião oriental daqui, um punhado de crenças pagãs dali, uma dose de testemunho de ex-bruxo, ex-macumbeiro ou ex-pai de santo de acolá, porções de lições do mundo corporativo de lá, conselhos de psicologia pop de cá, ah, e um pouquinho de versículo bíblico também, claro… Tudo junto, misturado e batido até se transformar no “shake abençoador”.
Jacques Maritain (1882-1973) foi um filósofo francês de orientação católica. As obras dele influenciaram o conceito de “democracia cristã”. Uma de suas frases célebres diz assim:
“Há tantos caminhos para se aproximar de Deus quanto há errantes na terra ou caminhos para o coração dEle.”
Isto é: escolha o caminho que é certo para você.
Nada novo debaixo do sol
Esse tipo de ecletismo não é novo, como não há nada novo debaixo do sol. Homens e mulheres sempre escolheram caminhos adequados aos seus gostos e inclinações, inclusive no primeiro século da era cristã. Naquele tempo, já havia para os primeiros cristãos uma multiplicidade de escolhas sem precedentes na história. Afinal (guardadas as proporções, é claro), o Império Romano tinha aberto caminhos para o mundo, introduzindo os primeiros cristãos ao pensamento de um mundo globalizado.
Os gregos, por exemplo, ofereciam sua filosofia de experiências exotéricas; os romanos tinham deuses que prometiam poder político; os judeus possuíam várias correntes e todas reivindicavam para si a versão correta da fé de Abraão. Aí surge Jesus, oferecendo a opção inevitável: pegá-lo ou largá-lo.
Prova de fé
Nesse contexto surge o nosso texto. Um texto para o nosso tempo.
Para serem usados poderosamente pelo Senhor, Pedro e os discípulos de Jesus precisariam passar por uma prova de fé: declarar lealdade e compromisso absolutos ao único que tem “as palavras de vida eterna” (Jo 6.68). A pressão do grupo e o ódio das multidões seriam usados como os golpes de marreta para provar a fé de Pedro, para esculpir nele o caráter de Jesus Cristo.
Se Cristo é quem ele diz ser, lealdades concorrentes precisam ser arrancadas do coração de Pedro. A fé que ele professava ter em Cristo era mesmo genuína? Michael Card, um de meus compositores e cantores evangélicos favorito, comentando sobre essa passagem na vida de Pedro, disse assim:
A verdadeira prova de discipulado não consiste em seguir Jesus quando a multidão está junto, mas em seguí-lo quando mais ninguém vê qualquer sentido em seguí-lo.
A prova de fé é indispensável no processo de santificação do discípulo de Cristo. Pedro passaria pela prova? Confrontado pelos ensinos de Jesus, ele abandonaria a fé para seguir sua própria opinião, outra doutrina ou uma verdade alternativa? Muitos abandonaram a fé. E Pedro, ele abandonaria?
Nossos dias são muito parecidos com os dias de Pedro. Muita gente tem abandonado a fé genuína. Não deveria nos surpreender, pois Paulo disse que seria assim. Haveria apostasia (2Ts 2.3) e gente que se diz crente viveria de forma chocantemente mundana. Observe.
2Tm 3.1-5 | 1 Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. 2 Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, 3 sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, 5 tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também.
O episódio da vida de Pedro que temos diante de nós hoje a noite tem muito a ensinar sobre a prova de fé necessária para todos quantos se dizem cristãos. Há três lições que podemos aprender. A prova de fé [1] testa a nossa empolgação; [2] esquadrinha a nossa motivação; e [3] comprova a nossa convicção.
1. A prova de fé testa a nossa empolgação
A prova de fé testa a nossa empolgação. Ela serve para revelar que nem todo mundo consegue suportar a verdade radical e exclusivista de Jesus Cristo.
Jesus, então, prova a empolgação deles. Como? Confronta-os com a verdade. A verdade, além de alimentar, prova a nossa fé.
Primeira verdade: ame a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz
Jo 6.25-35 | 25 Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. 27 Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”. 28 Então lhe perguntaram: “O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer?” 29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou”. 30 Então lhe perguntaram: “Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? 31 Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão dos céus’”. 32 Declarou-lhes Jesus: “Digo-lhes a verdade: Não foi Moisés quem lhes deu pão do céu, mas é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desceu do céu e dá vida ao mundo”. 34 Disseram eles: “Senhor, dá-nos sempre desse pão!” 35 Então Jesus declarou: “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede.
Ame a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz.
Segunda verdade: a salvação é de iniciativa divina
Jo 6.36-47 | 36 Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não creem. 37 Todo aquele que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. 38 Pois desci dos céus, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40 Porque a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. 41 Com isso os judeus começaram a criticar Jesus, porque dissera: “Eu sou o pão que desceu do céu”. 42 E diziam: “Este não é Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como ele pode dizer: ‘Desci do céu’?” 43 Respondeu Jesus: “Parem de me criticar. 44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão ensinados por Deus’. Todos os que ouvem o Pai e dele aprendem vêm a mim. 46 Ninguém viu o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; somente ele viu o Pai. 47 Asseguro-lhes que aquele que crê tem a vida eterna.
Ame a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz.
A Salvação é de iniciativa divina.
Terceira verdade: viva pela fé na graça de Deus revelada em Jesus Cristo
Jo 6.48-59 | 48 Eu sou o pão da vida. 49 Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. 50 Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão [crer em mim], viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. 52 Então os judeus começaram a discutir exaltadamente entre si: “Como pode este homem nos oferecer a sua carne para comermos?” 53 Jesus lhes disse: “Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem [não crerem nele] e não beberem o seu sangue [não receberem o sacrifício dele], não terão vida em si mesmos. 54 Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. 56 Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. 58 Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre”. 59 Ele disse isso quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum.
1) Ame a Cristo pelo que ele é e não pelo que ele faz.
2) A Salvação é de iniciativa divina.
3) Viva pela fé na graça de Deus revelada em Jesus Cristo.
Nada de espetáculo, nada de rituais, nada de leis, nada de programas especiais, nada de nada do que hoje se produz e se oferece nas igrejas como central e essencial. Apenas Cristo – o Cristo que precisa ser amado, o Cristo que a nós pelo Pai é revelado, o Cristo que é o conteúdo da nossa fé.
O problema é que, quando você oferece só Cristo, a multidão não quer.
Jo 6.60-66 | 60 Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?” 61 Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: “Isso os escandaliza? 62 Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir para onde estava antes? 63 O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida. 64 Contudo, há alguns de vocês que não creem”. Pois Jesus sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair. 65 E prosseguiu: “É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai”. 66 Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.
A prova de fé testa a nossa empolgação. A verdade refina o nosso coração.
Quando expostos a verdade, de duas uma: ou recebemos e nos regozijamos, ou rejeitamos e resmungamos. Nem todo mundo consegue suportar a verdade radical e exclusivista de Jesus Cristo, apenas aqueles a quem o Pai revelar.
2. A prova de fé esquadrinha a nossa motivação
A prova de fé testa a nossa empolgação e esquadrinha a nossa motivação.
Lemos em João 6 que a mesma multidão que queria coroar Jesus Cristo, tornando-o rei sobre eles após o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes (Jo 6.15), abandona-o após ouvir a sua mensagem (Jo 6.26-65). Jesus tinha consciência disso desde o começo e sabia de suas motivações.
Jo 6.25-27 | 25 Quando o encontraram do outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Mestre, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. 27 Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação”.
Eles estavam todos empolgados, não por quem Jesus é, mas pelo que de Jesus eles puderam obter. Enquanto estivessem satisfeitos, Jesus servia para eles. Enquanto estivessem alimentados, sadios, bem casados, comprando e vendendo bem, encaminhados na vida… Enquanto estivessem satisfeitos, Jesus servia para eles.
Jesus sabia que a relação deles com ele não era de adoração, mas de utilidade. Jesus conhecia as motivações deles e do que eles seriam capazes de fazer quando fossem contrariados pela verdade… Jesus conhecia a motivação deles porque conhecia a fundo os seus corações.
Jo 6.64, 70-71 | 64 “Contudo, há alguns de vocês que não creem”. Pois Jesus sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair. […] 70 Então Jesus respondeu: “Não fui eu que os escolhi, os Doze? Todavia, um de vocês é um diabo!” 71 (Ele se referia a Judas, filho de Simão Iscariotes, que, embora fosse um dos Doze, mais tarde haveria de traí.
Muita gente segue Jesus, faz parte de igrejas locais ao redor do mundo, mas não ama Jesus pelo que ele é… muita gente segue Jesus por motivações diabólicas: fazer prevalecer a vontade delas, obter benefício próprio e não reverberar a glória de Deus. A prova de fé esquadrinha a nossa motivação. Quem é dos nossos se ajunta, quem não é se espalha…
1Jo 4.18-19 | 18 Filhinhos, esta é a última hora e, assim como vocês ouviram que o anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que esta é a última hora. 19 Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído mostra que nenhum deles era dos nossos.
A prova de fé esquadrinha a nossa motivação.
3. A prova de fé comprova a nossa convicção
Quando Jesus vê todos o abandonando, pois não passaram pela prova da fé, não suportaram a verdade e viram seus corações serem humilhantemente expostos, ele arrocha os seus apóstolos. O propósito do Senhor é comprovar a convicção deles. Pedro é quem responde pelo grupo.
Jo 6.66-69 | 66 Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. 67 Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” 68 Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. 69 Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Pedro tinha três convicções inabaláveis:
Só há vida em Cristo | “Tu tens as palavras de vida eterna.”
Não há aonde correr | “Senhor, para quem iremos?”
Nada é tão bom | “Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus.”
Pedro tinha provado e visto que Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Sua convicção era inabalável e se comprovava pelo teste da verdade.
O teste é simples, mas nem por isso fácil.
Você permanece quando todos abandonam?
Você persevera quando todos te perseguem?
Você permanece quando falta pão e peixe?
Você persevera quando tudo fica para trás, restando apenas o Cristo?
Prova de fé
Essa é a prova de fé. Pedro passou pela prova.
Jo 6.66-69 | 66 Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. 67 Jesus perguntou aos Doze: “Vocês também não querem ir?” 68 Simão Pedro lhe respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. 69 Nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”.
Quem passa pela prova de fé consegue fazer coro com Martinho Lutero no hino Castelo Forte (323 CC):
Se temos de perder,
Os filhos, bens, mulher,
Embora a vida vá,
Por nós Jesus está,
E dar-nos-á seu Reino.
Quem passa pela prova de fé também canta o hino Sou Feliz (398 CC):
Se paz a mais doce me deres gozar,
se dor a mais forte sofrer;
Ó seja o que for Tu me fazes saber,
Que feliz com Jesus sempre sou!
Embora me assalte o cruel satanás,
e ataque com vis tentações;
Ó certo eu estou apesar de de aflições,
Que feliz eu serei com Jesus!
Esse hino foi escrito por Horatio G. Spafford um advogado de Chicago. Ele nasceu no dia 20 de outubro de 1828 em Nova Iorque, EUA. Horatio, ainda jovem, mudou-se para Chicago onde começou a trabalhar como advogado. Em 1861, casou-se com uma jovem chamada Anna Tuben Larssen.
Em 1870, Horatio e Anna Spafford já tinham um filho (Horatio) e 3 filhas (Annie, Maggie e Bessie), mais tarde teria uma outra filha chamada Tanetta.
Neste mesmo ano, 1870, seu filho de apenas 4 anos, morreu em consequência de uma febre muito forte e a família Spafford sofreu seu primeiro impacto.
No dia 9 de outubro de 1871 acontece um dos maiores incêndios da história dos EUA, que matou cerca de 250 pessoas e deixou quase 90.000 pessoas desabrigadas. Horatio teve uma grande perda financeira por causa do incêndio que destruiu cerca de um terço da cidade; mesmo assim, ele e sua esposa trabalharam intensamente durante 2 anos ajudando as vítimas a reestruturarem suas vidas.
Horatio era amigo do grande evangelista Dwight L. Moody, que também morava em Chicago. Em 1873 Horatio e sua esposa decidiram ir até a Europa, onde iriam encontrar com Moody em uma de suas cruzadas evangelísticas. Planejavam também visitar a Europa.
A família toda viajou para Nova Iorque para então pegar o navio. Mas um compromisso no último momento o impediu de viajar. Então ele enviou sua esposa e suas 4 filhas na frente, no navio S.S. Ville Du Havre. Ele iria encontrá-las assim que pudesse. Então, no final de novembro de 1873 o navio partiu para a Europa com Anna, as 4 filhas do casal e aproximadamente 310 passageiros. E Horatio voltou para Chicago.
Acontece uma tragédia. Na madrugada do dia 22 de novembro de 1873, no Atlântico norte, o navio em que a família de Horatio estava, se chocou com um outro navio inglês e afundou em apenas 12 minutos. 226 pessoas morreram neste naufrágio, incluindo as 4 filhas de Horatio. Somente 90 pessoas sobreviveram, entre elas, Anna Spafford.
Logo que chegou a um lugar seguro, após ter sido resgatada, de Cardiff, no País de Gales, Anna enviou um bilhete, no dia 01 de dezembro de 1873, para seu marido com uma triste mensagem: “Salva, porém só”.
Imediatamente Horatio pegou um navio e foi ao encontro de sua esposa.
Em um momento de sua viagem, Spafford foi avisado que estava passando perto do local onde suas filhas haviam morrido no acidente, e se sentiu profundamente comovido. Ele então voltou para sua cabine e começou a escrever: “Se paz a mais doce me deres gozar/ se dor a mais forte sofrer/ oh seja o que for, tu me fazes saber/ que feliz com Jesus sempre sou.”
Horatio passou pela prova de fé. E você?
Corra para Jesus, somente ele tem as palavras de vida eterna.
Não há aonde correr.
Creia e sua alma viverá.
Solte-se das cordas puídas dessa vida e se agarre a Jesus, faça dele a âncora da sua alma.
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