30.12.2018
A GRANDEZA DO NATAL
Isaías 11.1-16
1Do tronco da linhagem de Jessé brotará um renovo; sim, um novo Ramo que de suas raízes dará frutos. 2E o Espírito do SENHOR estará sobre ele, o Espírito de sabedoria e discernimento, o Espírito de conselho e poder, o Espírito de conhecimento e temor do SENHOR. 3Ele terá prazer em obedecer ao SENHOR; não julgará pela aparência, nem acusará com base em rumores. 4Fará justiça aos pobres e tomará decisões imparciais em favor dos oprimidos. A terra estremecerá com a força de sua palavra, e o sopro de sua boca destruirá os perversos. 5Vestirá a justiça como um cinto e a verdade como uma cinta nos quadris. 6Naquele dia, o lobo viverá com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito. O bezerro estará seguro perto do leão, e uma criança os guiará. 7A vaca pastará perto do urso, e seus filhotes descansarão juntos; o leão comerá capim, como a vaca. 8O bebê brincará em segurança perto da toca da cobra; sim, a criancinha colocará a mão num ninho de víboras. 9Em todo o meu santo monte, não se fará mal nem haverá destruição, pois, como as águas enchem o mar, a terra estará cheia de gente que conhece o SENHOR. 10Naquele dia, o descendente de Jessé será uma bandeira de salvação para todo o mundo. As nações se reunirão junto a ele, e a terra onde ele habita será um lugar glorioso. 11Naquele dia, o Senhor estenderá a mão pela segunda vez, para trazer de volta o remanescente de seu povo, aqueles que restarem na Assíria e no norte do Egito, no sul do Egito, na Etiópia e em Elão, na Babilônia, em Hamate e nas distantes terras costeiras. 12Levantará uma bandeira entre as nações e reunirá os exilados de Israel. Ajuntará o povo disperso de Judá, desde os confins da terra. 13Então, por fim, acabará o ciúme entre Israel e Judá, e deixarão de ser rivais. 14Unirão forças para vir sobre a Filístia no oeste; juntos, atacarão e saquearão as nações do leste. Ocuparão as terras de Edom e Moabe, e Amom lhes obedecerá. 15O SENHOR abrirá um caminho seco no golfo do mar Vermelho, moverá a mão sobre o rio Eufrates e enviará um vento forte que o dividirá em sete riachos, para que possa ser atravessado a pé. 16Fará uma estrada para o remanescente de seu povo, o remanescente que virá da Assíria, como fez por Israel muito tempo atrás, quando o povo voltou do Egito.
CORREÇÃO DE FOCO
A celebração do Natal deve funcionar como uma lente para correção de foco. Quando devidamente entendido, ele nos auxilia a enxergar a vida com nitidez perfeita. Mas, infelizmente, muita gente distorce ainda mais a vida com as lentes do Natal criado pelos homens. Não deveria ser assim.
Quanta ilusão, quanta fantasia nós vemos nesta época do ano! As pessoas vivem de ilusões e se sustentam com distorções. Elas estão em busca de ópio para enfrentar a vida sofrida, castigada pelo pecado. Tanto é assim que, tão logo terminam as festas de fim de ano e ficamos cara a cara com a realidade, a tristeza volta a dominar a alma dessa gente já nas primeiras horas do novo ano. O que fazer? Como suportar a carga? De cara limpa, para a maioria, não dá. Daí que o foco começa a ser as férias (quando dá!), o carnaval, depois o feriado da “semana santa” e por aí vai.
Falta de conhecimento ou o conhecimento distorcido da verdade tem destruído as pessoas. Correção de foco, portanto, ajudaria muita gente a viver melhor, a viver amando, fruto de fé e esperança na vida eterna. Paulo, o apóstolo, tinha certeza que ignorância (ou foco distorcido) da verdade é o que mata e condena as pessoas (Ef 4.18-19):
18A mente deles está mergulhada na escuridão. Andam sem rumo, alienados da vida que Deus dá, pois são ignorantes e endureceram o coração para ele. 19Tornaram-se insensíveis, vivem em função dos prazeres sensuais e praticam avidamente toda espécie de impureza.
Foco distorcido (ou ignorância espiritual) é fruto de coração duro. Por isso o Senhor, nas palavra de Paulo (mais uma vez!) nos convoca ao arrependimento e ao conhecimento de Deus (1Co 15.34):
Pensem bem sobre o que é certo e parem de pecar. Pois, para sua vergonha, eu lhes digo que alguns de vocês não têm o menor conhecimento de Deus.
Em busca de conhecer mais a Deus, o Deus que se fez homem e gloriosamente habitou entre nós, cheio de graça e verdade (Jo 1.14), nós partimos atrás do sentido do Natal.
O LIVRO DO NATAL
Temos dito que para acabar a confusão e adquirir alguma compreensão, neste Natal e fim de ano nós nos propusemos a investigar OLivro de Emanuel— isto é: Isaías 7–12 — O Livro do Natal. Ao abri-lo, queremos responder à pergunta crucial: O que é o Natal que celebramos todos os anos?A resposta está distribuída ao longo de cinco capítulos:
Capítulo 1: A Promessa do Natal(Is 7.1-17)
[Aondenós devemos voltar a atenção no Natal?]
Capítulo 2: A Chegada do Natal(Is 9.1-7)
[O queo Natal traz à vida das pessoas?]
Capítulo 3: A Criança do Natal(Is 9.6)
[Quemé o menino da manjedoura que nós adoramos no Natal?]
Capítulo 4: A Grandeza do Natal(Is 11.1-16)
[Quaissão os valores que o Natal nos ensina a cultivar?]
Capítulo 5: A Celebração do Natal(Is 12.1-6)
[Comoo Natal nos ensina a viver a vida o ano todo, a vida toda?]
Já abrimos os capítulos 1, 2 e 3, e estudamos sobre A Promessa,A chegada e A Criança do Natal. Agora à noite, abriremos o penúltimo capítulo — A Grandeza do Natal(Isaías 11).
A QUEDA DOS ORGULHOSOS
Apesar de inicialmente confuso ou intrigante, a estrutura de Isaías 11, o foco central do profeta, é bem claro. Fica mais claro ainda quando o analisamos em seu contexto. Observe o final do capítulo 10. (Lembre-se: a Bíblia não foi, originalmente, escrita com capítulos e versículos. Esses foram acrescentados mais tarde por copistas para facilitar a nossa localização de textos. Por outro lado, eles, geralmente, nos fazem ler cada bloco como se fosse independente dos demais. Mas não é assim.)
Isaías 10 termina de uma forma que, inevitavelmente, contrasta-se com grande poder com o início de Isaías 11. Veja. Olhe para Isaías 10.33-34.
33Mas, vejam, o Soberano SENHOR dos Exércitos cortará com grande força a poderosa árvore da Assíria! Ele derrubará os orgulhosos; a árvore imponente será lançada por terra. 34Cortará as árvores do bosque com um machado; o Líbano cairá pelas mãos do Poderoso.
Isaías estava profetizando que a maldição do orgulho assírio seria destruído por completo, da mesma forma que se desmata e destrói uma grande floresta. Pense: o que poderia ser mais forte e estabelecido do que o orgulho humano, o orgulho assírio (contra Deus e o povo de Deus)? Mas, no último momento, Deus mesmo entra em cena e corta por completo o ego da potência assíria que se levantara contra Israel e Judá.
Em Isaías 10.15, a Assíria é o machado empunhado por Deus na disciplina do povo de Deus: Israel. Ouça:
Mas será que o machado pode se orgulhar de ser mais poderoso que aquele que o usa? É a serra mais importante que a pessoa que com ela corta? Pode a vara golpear se não houver quem a mova? Acaso o cajado de madeira anda sozinho?
Sim, Deus usa inclusive pagãos para fazer cumprir sua obra na vida de seu povo e também no mundo. Logo, que ninguém se esqueça dessa verdade para que não se orgulhe (achando-se autônomo) nem se desespere (sentindo-se à mercê dos homens maus).
Assíria, no entanto, pisou na bola. Orgulhou-se. Pensou ter vida e energia própria. Agiu sem fé e sem escrúpulos. E agora, em Isaías 10.34, aquela nação ímpia não passa de uma grande floresta sendo totalmente desmatada pelo próprio Deus.
O Senhor sempre coloca no chão toda a altivez do orgulho humano. Ele fere com seu machado, e todo o sistema pecaminoso cai por terra. O que sobra são troncos feridos e descascados pelos golpes do machado do SENHOR, espalhados pela imensidão da terra devastada a se perder de vista. Não há mais galhos nem folhagens dançando ao vento. Nada de pássaros brincando e cantando nas copas das árvores. Não há mais vida. Acabou o movimento. Sobrou apenas um silêncio infernal. Ouça mais uma vez (Is 10.33-34):
33Mas, vejam, o Soberano SENHOR dos Exércitos cortará com grande força a poderosa árvore da Assíria! Ele derrubará os orgulhosos; a árvore imponente será lançada por terra. 34Cortará as árvores do bosque com um machado; o Líbano cairá pelas mãos do Poderoso.
Mas, espere um pouco. Alguma coisa nova surgirá em meio a esse caos. (Não deixe de observar a conexão entre os versículos finais do capítulo 10 com o primeiro do capítulo 11). Ouça (Is 11.1):
Do tronco da linhagem de Jessé brotará um renovo; sim, um novo Ramo que de suas raízes dará frutos.
Que coisa maravilhosa!
Deus destrói o orgulho de todos (de seu povo e dos inimigos de seu povo) e traz vida do caos. Essa é a mensagem de Isaías 11! Essa é a Grandeza do Natal. Mas, como? É o que passaremos a observar.
A GRANDEZA DO NATAL
A grandeza de Deus nem sempre se manifesta da mesma forma que a grandeza dos homens. O mundo sempre pensa em grandeza em termos de opulência e status, aparência e beleza, força e poder, saúde e riqueza… Mas a grandeza de Deus também se revela através de pequenos começos. Zacarias, advertindo os judeus saudosos da grandeza e da beleza do primeiro templo (que foi saqueado e destruídos pelos assírios e babilônios), registrou a mensagem do SENHOR (Zc 4.8-10):
8Depois, recebi outra mensagem do SENHOR: 9“Zorobabel lançou os alicerces deste templo, e ele o completará. Então vocês saberão que o SENHOR dos Exércitos me enviou. 10Não desprezemos começos humildes, pois o SENHOR se alegra ao ver a obra começar, ao ver o prumo na mão de Zorobabel”.
A grandeza de Deus também nos é revelada através do que todos desprezam. Pequenos começos, por exemplo. Essa é a mensagem de Isaías 11. Essa é a mensagem do Natal: a grandeza de Deus nas coisas pequenas e desprezíveis desse mundo; um tronco, por exemplo. Isaías 11.1:
Do troncoda linhagem de Jessé brotaráum renovo; sim, um novo Ramoque de suas raízes dará frutos.
Pare e pense. Observe com cuidado como a grandeza de Deus se revela nas coisas pequenas e desprezíveis desse mundo.
Primeiro, a esperança de Israel. O seu Messias prometido é chamado de “Ramo”, “renovo” ou “broto”. Em outras palavras: fraco, frágil, delicado, que é facilmente quebrado. Interessante que o sistema desse mundo e os inimigos do povo de Deus acabaram de ser comparados com árvores altas e galhos fortes (Is 10.33-34), mas o Messias é chamado de “novo Ramo”, isto é, algo frágil, um broto delicado. Adiante em Isaías, nós lemos (Is 53.2): “Meu servo cresceu em sua presença, como tenro broto verde, como raiz em terra seca”. No entanto, foi através do frágil e delicado começo que Deus fez e fará prevalecer a sua grandeza entre os povos das nações. O frágil bebê cresceu e cumpriu seu ministério. Agora ele é Rei Eterno, Rei Jesus.
Segundo, é dito pelo profeta que esse “novo Ramo” surgiria do tronco de Jessé, não de Davi.Por quê? Temos aqui outra bela lição. Jessé, o avô de Davi, cresceu e morreu na obscuridade (1Sm 18.18). Quando Davi era chamado de filho de Jessé, geralmente, isto era feito de forma pejorativa (1Sm 22.7). A lição é tão clara quanto bela: Deus manifesta grandeza e poder através do que os homens desprezam. Por exemplo, o evangelho. Para alguns, motivo de vergonha. Para o povo santo, o poder de Deus para a salvação.
Terceiro, esse ramo é também um tronco, escondido na relva e na grama(Dn 4.15), que ninguém vê nem valoriza. Mas mesmo que ninguém visse suas raízes e brotos, dali nasceria a esperança de Israel, dali brotaria um renovo, fazendo romper a grandeza de Deus. Que imagem maravilhosa! Isaías nos faz lembrar que a grandeza de Deus é revelada na grandeza no Natal, quando em Belém uma virgem deu à luz o menino-Deus (Lc 2.12):
Vocês o reconhecerão por este sinal: encontrarão o bebê enrolado em faixas de pano, deitado numa manjedoura”.
Jamais se esqueça de que na noite em que Jesus nasceu, Deus fez algo grandioso, milagroso, poderoso, mas ao mesmo tempo tão ordinário e simples que não chamou a atenção de ninguém, senão daqueles a quem Deus se revelou de forma especial (os magos do oriente e os pastores de Belém).
Grandeza através das coisas pequenas e ordinárias, grandeza através das coisas que os sábios e poderosos desse mundo desprezam, é a forma típica de Deus agir. Quem buscaria esperança através do nascimento de mais um bebê judeu, um “bebê enrolado em faixas de pano, deitado numa manjedoura”?
Isaías vai além. Revela também a forma como Deus cria e expressa o seu tipo de grandeza. Para essas revelações majestosas da grandeza de Deus em Isaías 11 é que agora chamamos a sua atenção. Onde está a grandezado Natal? Vejamos.
1 A forma como Deus escolhe e usa as pessoas para fazer seu trabalho (Is 11.1-3)
Como vimos, Deus escolheu alguém simples e ordinário: um ramo do tronco de Jessé, de cujas raízes fez brotar um renovo (Is 11.1). Tem mais. Deus encheu o seu escolhido do Espírito Santo e concedeu a ele percepção espiritual, em detrimento de conhecimento e percepções carnais (Is 11.2-3):
2E o Espírito do SENHOR estará sobre ele, o Espírito de sabedoria e discernimento, o Espírito de conselho e poder, o Espírito de conhecimento e temor do SENHOR. 3Ele terá prazer em obedecer ao SENHOR; não julgará pela aparência, nem acusará com base em rumores.
Deus repudia o poder carnal e exalta o poder espiritual, isto é: 1- ele exalta a sabedoria para discernir, a coragem para agir e falar em nome da verdade e a alegria no andar com o Senhor (v. 2); 2- ele também exalta a justiça baseada na verdade revelada por Deus e não na opinião dos outros, no sistema deste mundo (v. 3).
Deus escolheu Maria. Ela não era uma rainha. Era uma simples camponesa. Não era de algum lugar de destaque. Era de Nazaré, um lugarejo sem qualquer expressão. O ditado popular era que de Nazaré não saia coisa que prestasse. Maria era simples e ordinária, mas cheia do Espírito Santo.
Deus usou um ramo que brotou de um tronco. Frágil, sim, também pequeno, mas sábio, corajoso e alegre em Deus, que via as coisas com a justiça divina. Alguém cheio do Espírito Santo. E assim tem sido través da história. Deus sempre usou (e ainda usa) aqueles que, humanamente falando, não tinham (nem têm) qualquer expressão de grandeza. Isso para exaltar a glória da sua graça.
Considere comigo, Antigo e Novo Testamento.
Antigo Testamento.Gideãoera da menor e menos importante de todas as tribo de Israel. Quando o Senhor o enviou para enfrentar os midianitas, ele respondeu: “Como?” (Jz 6.15). O hebraico literalmente se lê: “Com o quê?”. O Espírito de Deus o revestiu com poder (Jz 6.16). Por fora, alguém ordinário (Gideão), mas por dentro alguém extraordinário (Espírito Santo). Deus gosta de usar pessoas simples e pequenas para exaltar a sua grandeza. E Davi? Daviera o menor entre os seus sete irmãos. Nem mesmo seu pai acreditava nele. O homem olha para a aparência, mas Deus olha para o coração (1Sm 16.6-12).
Novo Testamento. Deus também escolheu pessoas comuns para serem apóstolos. Gente crua e rude. Iletrados. Ele estava exaltando a sua grandeza. Deus escolheu um garotodesprezado, com apenas cinco pães e dois peixinhos. E quando Deus escolheu o impressionante e inteligente Paulo, ele colocou um espinho em sua carne para que ele não se ensoberbecesse.
O padrão ainda se repete: se Deus usou pessoas como as que encontramos nas páginas da Bíblia e da história (p.ex.: Spurgeon era depressivo, sua esposa Susannah viveu acamada), ele pode usar pessoas como nós. Pare, portanto, de olhar para outras pessoas, outras igrejas, outros países… como se apenas eles fossem capazes de alguma coisa para a glória de Deus. Antes, busque ser cheios do Espírito Santo (2Co 4.7):
Agora nós mesmos somos como vasos frágeis de barro que contêm esse grande tesouro. Assim, fica evidente que esse grande poder vem de Deus, e não de nós.
A grandeza do Natal está na forma como Deus escolhe e usa as pessoas para fazer seu trabalho.
2 A forma como Deus planeja e transforma a história para fazer cumprir sua vontade (Is 11.4-5)
Ouça (Is 11.4):
Fará justiça aos pobres e tomará decisões imparciais em favor dos oprimidos. A terra estremecerá com a força de sua palavra, e o sopro de sua boca destruirá os perversos.
No livro O leão, a feiticeira e o guarda-roupa, C. S. Lewis descreveu de forma poética, como lhe é característico, o mundo no qual Jesus nasceu. Ele disse:
Em Narnia é sempre inverno e nuncaNatal!
Ou seja: não existe nada para compensar as desvantagens do inverno congelante.
O mundo que Deus amou e para o qual ele enviou Jesus é marcado pelo caos. Impera o frio do pecado. Mas ainda mais impressionante é a forma como Deus age para salvar. Deus preparou o mundo romano para que naquele contexto o Messias nascesse.
Contam os historiadores que, pouco a pouco, em menos de 500 anos, os “rebeldes fanáticos” cristãos, sem usar espada e manobras políticas, receberam de Deus em suas mãos o Império Romano. Diz-se que no final do terceiro século antes de Cristo, 25% do Império no ocidente já era cristão e 5% no oriente também. Apenas em Roma havia 100 mil cristãos, a ponto de um famoso historiador daquele tempo satirizar, dizendo: “Cristo e César se enfrentaram na arena. Cristo venceu!”.
Mas, não é interessante que quando Deus quis invadir a cidade de Roma, e revirar o Império Romano de ponta-cabeça, ele tenha começado por uma vila de Belém? Deus é assim, ele planeja e transforma a história deste mundo a partir e através de coisas pequenas. O próprio Jesus disse que seria assim. Afirmou que o Reino de Deus é como uma semente de mostarda. Disse também que é como o fermento. Está lá em Mateus 13.
Todos nós sonhamos em ver Deus transformando nossa vida, nossa família, nossa cidade, nossa igreja, nosso país e o mundo. O problema é que nós, muitas vezes, não compreendemos a forma como Deus faz essas coisas acontecerem. Deus age muito mais como um fermento do que como uma dinamite. Na forma de agir, Deus é muito mais parecido com uma semente de mostarda do que um tanque de guerra.
Muitas vezes nós desejamos que Deus acenda as bananas de dinamite que nós espalhamos (ou nós mesmos buscamos acendê-las) sem notar que Deus já está agindo e transformando as coisas, na forma de um fermento, que pouco a pouco transforma tudo.
Deus não transformou Roma através de um furacão, mas fez um frágil bebê nascer na vila de Belém. Esta é a grandeza do Natal. Cristo nasce no coração de um. Ele vai e compartilha com outro. O outro com outro… Até que a sociedade toda seja atingida e transformada, com justiça e retidão, pela Palavra no poder do Espírito (Is 11.4-5):
4Fará justiça aos pobres e tomará decisões imparciais em favor dos oprimidos. A terra estremecerá com a força de sua palavra, e o sopro de sua boca destruirá os perversos. 5Vestirá a justiça como um cinto e a verdade como uma cinta nos quadris.
Cristo e os cristãos não se vestem com os trapos do ego humano, mas com justiça e verdade. Eles não agem pela força, mas na Palavra e pelo poder do Espírito Santo. A grandeza do Natal está na forma como Deus planeja e transforma a história para fazer cumprir a sua vontade.
3 A forma como Deus nos constrange e nos convoca para sermos suas testemunhas (Is 11.6)
Deus constrange métodos, homens sábios e articulados do mundo, também os fortes e influentes dentre todos, ao escolher uma criança para liderar a transformação do mundo. Quem escolheria uma criança, um bebê? Somente Deus! Ouça (Is 11.6)
Naquele dia, o lobo viverá com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito. O bezerro estará seguro perto do leão, e uma criança os guiará.
Deus nos constrange ao desprezar nossas categorias e nos convoca para brilhar como testemunhas desprezadas neste mundo. Veja o exemplo de Maria e José. Que grande honra a de serem chamados para trazer à luz o Filho de Deus e cuidar dele até o momento de ele sair de casa para desenvolver o seu ministério público! Mas, você já parou para pensar na vergonha que tudo isso envolveu para Maria e José? Eles estavam noivos. Ainda não eram casados. Maria apareceu grávida na pequena vila onde morava. Imagine a fofoca que rolou! A justificativa de Maria era que ela estava grávida do Espírito Santo! Para piorar tudo, José afirmava que o anjo do SENHOR tinha-lhe dito a mesma coisa em sonho. Coisa de louco! Não é verdade? Louco ou imoral! Só que não.
Aos olhos do mundo, vergonhoso e imoral. Pior ainda, Maria e José pareciam continuar insistindo naquela mentira, continuavam firmes, confiando nas promessas de Deus, sem vacilar diante das críticas e perseguições dos homens.
Hoje é fácil para nós honrarmos a coragem e a fé de Maria e José. Mas, a questão para nós é outra. Estaremos dispostos a experimentar o mesmo tipo de crítica e escárnio do mundo em nome de Jesus, a fim de exaltar o nome do Salvador? Somos convocados a ir além da mera admiração por Maria e José. Somos convocados a nos tornarmos fracos e desprezíveis aos olhos dos homens. Todos nós: jovens, adolescentes, crianças, adultos profissionais, idosos. Estaremos dispostos a pagar o preço para exaltar o nome do Salvador, tornando-nos grandes aos olhos de Deus? Isso nos custará o desprezo dos homens.
Exaltar a Cristo começa ao nos humilharmos diante dos homens. A grandeza do Natal começou com a humilhação de um jovem casal. Isso nos faz concluir que ser ridicularizado e humilhado pelos homens pode ser um sinal indicativo de que estamos participando do tipo de grandeza de Deus.
A grandeza do Natal está na forma como Deus nos constrange e nos convoca para sermos suas testemunhas.
4 A forma como Deus une e conduz seu povo (Is 11.6-9)
A grandeza do Natal também está na forma como Deus une e conduz seu povo. Ouça (Is 11.6-9):
6Naquele dia, o lobo viverá com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito. O bezerro estará seguro perto do leão, e uma criança os guiará. 7A vaca pastará perto do urso, e seus filhotes descansarão juntos; o leão comerá capim, como a vaca. 8O bebê brincará em segurança perto da toca da cobra; sim, a criancinha colocará a mão num ninho de víboras. 9Em todo o meu santo monte, não se fará mal nem haverá destruição, pois, como as águas enchem o mar, a terra estará cheia de gente que conhece o SENHOR.
Deus transforma a nossa natureza e nos une em amor: carnívoros se tornam herbívoros (leão comerá capim, como a vaca – v. 7); selvagens convivem pacificamente com domésticos (vaca com urso – v. 7); gênio forte e obstinado se rende ao governo de uma simples criança (v. 6); peçonhentos se tornam doces e mansos e deixam de ser traiçoeiros (v. 8); a maldade some do coração e todos vivem em paz (v. 9).
Como tudo isso será possível? Ouça o final do versículo 9:
[…] pois, como as águas enchem o mar, a terra estará cheia de gente que conhece o SENHOR.
A grandeza do Natal está na forma como Deus une e conduz o seu povo.
5 A forma como Deus salva e santifica o pecador (Is 11.10-16)
Por fim, a grandeza do Natal na forma como Deus salva e santifica o pecador. Ouça a parte final desse capítulo de Isaías (11.10-12)
10Naquele dia, o descendente de Jessé será uma bandeira de salvação para todo o mundo. As nações se reunirão junto a ele, e a terra onde ele habita será um lugar glorioso. 11Naquele dia, o Senhor estenderá a mão pela segunda vez, para trazer de volta o remanescente de seu povo, aqueles que restarem na Assíria e no norte do Egito, no sul do Egito, na Etiópia e em Elão, na Babilônia, em Hamate e nas distantes terras costeiras. 12Levantará uma bandeira entre as nações e reunirá os exilados de Israel. Ajuntará o povo disperso de Judá, desde os confins da terra.
A Bíblia é clara. Deus salva e santifica o pecador pela graça e por meio da fé em Cristo Jesus. Não há outro caminho. Não existe outra esperança (At 4.12):
Não há salvação em nenhum outro! Não há nenhum outro nome debaixo do céu, em toda a humanidade, por meio do qual devamos ser salvos”.
É em Cristo que Deus está ajuntando todos os seus filhos, dos quatro cantos da terra, para formar seu verdadeiro Israel. Nada o impedirá: forças naturais, impérios mundiais, nem mesmo o ciúme do coração das pessoas. Cristo virá para implantar seu reino eterno, reunindo todos os seus filhos, eleitos e salvos por Jesus Cristo (Is 11.13-16):
13Então, por fim, acabará o ciúme entre Israel e Judá, e deixarão de ser rivais. 14Unirão forças para vir sobre a Filístia no oeste; juntos, atacarão e saquearão as nações do leste. Ocuparão as terras de Edom e Moabe, e Amom lhes obedecerá. 15O SENHOR abrirá um caminho seco no golfo do mar Vermelho, moverá a mão sobre o rio Eufrates e enviará um vento forte que o dividirá em sete riachos, para que possa ser atravessado a pé. 16Fará uma estrada para o remanescente de seu povo, o remanescente que virá da Assíria, como fez por Israel muito tempo atrás, quando o povo voltou do Egito.
A grandeza do Natal está na forma como Deus salva e santifica o pecador: Cristo.
A GRANDEZA DO NATAL
Quais são os valores que o Natal nos ensina a cultivar?
Onde está a grandeza do Natal?
Portanto, levante e leve o nome de Cristo; receba e reparta a justiça e a verdade do evangelho de Cristo; espere e espalhe a esperança que há no nome de Jesus Cristo. Viva a grandeza do Natal! Viva Jesus! Venha, Senhor Jesus!
Leva tu contigo contigo o nome de Jesus o Salvador. Cantemos.
S.D.G. L.B.Peixoto
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