18.05.2025
Assim como um avião sem o GPS, não chega ao seu destino com segurança, também nós, sem uma direção confiável, corremos o risco de nos perder. No entanto, ao contrário das máquinas, que dependem de satélites e mapas digitais, as aves migratórias, sem tais aparatos de navegação, cruzam continentes e oceanos com uma precisão que nos espanta.
A andorinha-do-ártico, por exemplo, realiza a mais longa migração conhecida do reino animal. Todos os anos, ela percorre cerca de 90 mil quilômetros entre o Ártico e a Antártida. Ao longo de sua vida, essa ave singela voa o equivalente a três idas e voltas entre a Terra e a Lua. Sem tecnologia. Sem mapas humanos. Guiada apenas pelo instinto que o Criador programou em seu ser — sensível ao campo magnético da Terra, à posição do sol e das estrelas.
Outro caso notável é o do fuselo, uma ave que, em um experimento documentado, voou aproximadamente 13.560 quilômetros, do Alasca até a Tasmânia, em apenas onze dias — sem escalas, sem instrumentos. Apenas com o que Deus lhe deu.
Agora pense: Se Deus dá rumo a essas pequenas criaturas dos céus, quanto mais guiará a nós, que fomos criados à sua imagem e semelhança? Se ele cuida dos instintos das aves, não cuidará do nosso coração, da nossa alma, do nosso destino eterno — dando-nos a Palavra que sai de sua boca e o Espírito que a ilumina em nós?
Meu amigo, minha amiga, assim como as aves migratórias seguem uma rota que não veem, mas em que confiam, nós também somos chamados a seguir o SENHOR com fé, não por vista. Não precisamos conhecer todos os detalhes do caminho — basta confiarmos na bondade e misericórdia daquele que nos guia. Foi assim com o povo de Israel, em sua jornada pelo deserto: eles foram guiados pela direção constante do SENHOR — do Egito a Canaã, ultrapassando quarenta anos.
Em nossos estudos no livro de Números, já aprendemos que seguir a Deus é um privilégio (1.1-5), que requer instrução (caps. 1–5) e preparação (caps. 6–8). Nesta ocasião, aprenderemos sobre a direção de Deus (caps. 9–12).
Eis um resumo do que teremos pela frente, hoje (caps. 9–12):
Deus guiará o seu povo com direção clara e constante. Mas essa direção requererá confiança, obediência e humildade ao longo da jornada.
Quando Israel se submete à liderança graciosa do Senhor — seja por meio de ordenanças religiosas: a Páscoa (9.1-14), de fenômenos extraordinários da natureza: a nuvem (9.15-23), de instruções precisas: a palavra (10.1-10) ou da correção paternal: a disciplina (caps. 11–12) — experimenta provisão e proteção (9.15-23; 10.11-36).
Quando, porém, se rebela, Israel colhe a disciplina daquele que ama e santifica (11.1-35; 12.1-16).
Diante disso, eis A GRANDE IDEIA que guiará nossa meditação neste trecho das Escrituras: Deus dirige seu povo com presença (cap. 9), ordem direta (cap. 10), provisão graciosa (cap. 11) e liderança fiel (cap. 12).
Caminhemos, então, por esse texto sagrado — com os pés na areia do deserto, os olhos na direção de Deus e o coração disposto a seguir o SENHOR que nos guia.
1. A Celebração da Páscoa (9.1–5):
A memória da redenção deve ser preservada fielmente
1No primeiro mês do segundo ano desde a saída de Israel do Egito, o SENHOR falou com Moisés no deserto do Sinai e disse: 2“Instrua os israelitas a celebrarem a Páscoa no tempo determinado […]” 5[…] Eles celebraram a festa ali, conforme o SENHOR havia ordenado a Moisés.”
A memória da redenção deveria ser preservada fielmente.
2. A Páscoa para os Cerimonialmente Impuros (9.6-14):
A graça inclui os que buscam o SENHOR com sinceridade
(9.9-10) Se alguém do povo, agora ou nas gerações futuras, estiver cerimonialmente impuro […] ainda assim celebrará a Páscoa do SENHOR […]
(9.13) Aquele que estiver cerimonialmente puro […] mas ainda assim não celebrar a Páscoa, será eliminado do meio do povo.
A graça inclui os que buscam o SENHOR com sinceridade.
3. A Nuvem da Presença (9.15-23):
O povo deve seguir a direção de Deus com total confiança
(9.17, 23) Cada vez que a nuvem se elevava da tenda, o povo de Israel levantava acampamento e a seguia. […] Com isso, acampavam por ordem do SENHOR e viajavam por ordem do SENHOR.
O povo deve seguir a direção de Deus com total confiança.
Resumo Temático:
Direção: A presença de Deus guia seu povo com precisão e soberania. Não somos nós que determinamos o ritmo — é ele (9.15-23).
1. As Trombetas de Prata (10.1-10):
Deus convoca e organiza seu povo
(10.2, 10) Faça duas trombetas de prata batida. Com elas você chamará a comunidade para se reunir e dará o sinal para levantar acampamento. […] As trombetas lhes servirão de recordação diante de seu Deus. Eu sou o Senhor, seu Deus.
2. A Partida do Sinai (10.11-28):
O povo caminha sob direção e ordem do SENHOR
(10.11) No segundo ano desde a saída de Israel do Egito, no vigésimo dia do segundo mês, a nuvem se elevou acima do tabernáculo da aliança.
3. O Diálogo com Hobabe (10.29-32):
Deus usa meios humanos para guiar seu povo
29Moisés disse a seu cunhado Hobabe, filho do midianita Reuel: “Estamos a caminho do lugar que o Senhor nos prometeu, pois ele disse: ‘Eu o darei a vocês’. Venha conosco e o trataremos bem, pois o Senhor prometeu boas coisas a Israel!”.
30“Não irei”, respondeu Hobabe. “Preciso voltar para minha própria terra e para minha família.”
31“Por favor, não nos deixe”, pediu Moisés. “Você conhece os lugares do deserto onde poderemos acampar. Venha e seja nosso guia. 32Se nos acompanhar, compartilharemos com você todas as boas coisas que o Senhor nos der.”
O texto não afirma explicitamente se Hobabe aceitou o convite ou não. No entanto, algumas evidências posteriores sugerem que ele pode ter aceitado: Juízes 1.16 e 4.11 mencionam os queneus, parentes de Hobabe, vivendo em Israel e em paz com os israelitas. Esses textos indicam que os descendentes de Hobabe se estabeleceram entre o povo de Deus, o que implica que ele pode ter seguido com Israel.
A liderança de Deus não exclui a cooperação humana. Sabedoria prática se soma à revelação divina. John Wesley escreveu assim:
“Deus geralmente me guia apresentando razões à minha mente para agir de determinada maneira.”
4. A Presença de Deus na Jornada (10.33-36):
O SENHOR vai à frente e guarda seu povo
A arca da aliança do SENHOR ia à frente, guiando o caminho e indicando descanso. A nuvem cobria o povo diariamente, símbolo de proteção constante. E as orações de Moisés marcavam a marcha e o repouso do povo, seguindo a arca.
33Depois de partirem do monte do Senhor, marcharam por três dias. A arca da aliança do Senhor ia à frente deles para lhes mostrar onde parar e descansar. 34A cada dia, enquanto seguiam viagem, a nuvem do Senhor permanecia sobre eles. 35Sempre que a arca partia, Moisés exclamava: “Levanta-te, ó Senhor! Que teus inimigos se dispersem e teus adversários fujam de diante de ti!”. 36E, quando a arca parava, ele dizia: “Volta, ó Senhor, aos muitos milhares de Israel!”.
Resumo Temático:
Neste capítulo, Deus proverá para as necessidades de Israel no deserto, disciplinará o povo queixoso e sustentará seu servo cansado — com homens cheios do Espírito.
1. As Primeiras Reclamações e o Fogo do Juízo
— Deus ouve e julga (11.1-3):
1O povo começou a reclamar de sua situação ao Senhor, que ouviu tudo que diziam. Então a ira do Senhor se acendeu, e ele enviou fogo que ardeu entre o povo, devorando alguns que viviam nas extremidades do acampamento. 2O povo gritou, pedindo ajuda a Moisés, e quando ele orou ao Senhor, o fogo se apagou. 3Depois disso, aquele lugar foi chamado de Taberá [“o lugar da queima”], pois o fogo do Senhor ardeu ali entre eles.
2. O Desejo da Carne e a Memória Falsa do Egito
— O coração rebelde despreza o cuidado de Deus (11.4-9):
4Então o bando de estrangeiros que viajava com os israelitas começou a desejar intensamente a comida do Egito. E o povo de Israel também começou a se queixar: “Ah, se tivéssemos carne para comer! 5Que saudade dos peixes que comíamos de graça no Egito! Também tínhamos pepinos, melões, alhos-porós, cebolas e alhos à vontade. 6Mas, agora, perdemos o apetite. Não vemos outra coisa além desse maná!”.
7O maná era como semente de coentro e tinha aparência de resina [bdélio: Éden, Gn 2.16]. 8O povo saía e o recolhia do chão. Usava-o para fazer farinha, triturando-o em moinhos manuais ou socando-o em pilões. Depois, cozinhava o maná numa panela e fazia bolos achatados, que tinham gosto de massa folheada assada com azeite. 9O maná caía sobre o acampamento durante a noite, com o orvalho.
3. O Cansaço do Pastor
— Quando a carga do povo se torna insuportável (11.10-15):
10Moisés ouviu todas as famílias reclamando à entrada de suas tendas, e a ira do Senhor se acendeu. Com isso, Moisés se revoltou 11e disse ao Senhor: “Por que tratas a mim, teu servo, com tanta crueldade? Tem misericórdia de mim! O que fiz para merecer o peso de todo este povo? 12Por acaso gerei ou dei à luz este povo? Por que me pedes para carregá-lo nos braços como a mãe carrega o bebê que mama? Como o levarei à terra que juraste dar a seus antepassados? 13Onde conseguirei carne para todo este povo? Eles vêm a mim reclamando dizendo: ‘Dê-nos carne para comer!’. 14Sozinho, não sou capaz de carregar todo este povo! O peso é grande demais! 15Se é assim que pretendes me tratar, mata-me de uma vez; para mim seria um favor, pois eu não veria esta calamidade!”.
4. A Resposta do SENHOR
— Espírito compartilhado, juízo prometido (11.16-23):
16Então o Senhor disse a Moisés: “Reúna diante de mim setenta homens reconhecidos como autoridades e líderes de Israel. Leve-os à tenda do encontro, para que permaneçam ali com você. 17Eu descerei e falarei com você. Tomarei um pouco do Espírito que está sobre você e o colocarei sobre eles. Assim, dividirão com você o peso do povo, para que não precise carregá-lo sozinho.
18“Diga ao povo: ‘Consagrem-se, pois amanhã terão carne para comer. Vocês reclamaram e o Senhor os ouviu quando disseram: ‘Ah, se tivéssemos carne para comer! Estávamos melhor no Egito!’. Agora o Senhor lhes dará carne, e vocês terão de comê-la. 19E não será apenas um dia, ou dois, ou cinco, ou dez ou mesmo vinte. 20Comerão carne por um mês inteiro, até lhes sair pelo nariz e vocês enjoarem dela, pois rejeitaram o Senhor que está aqui entre vocês e reclamaram contra ele, dizendo: ‘Por que saímos do Egito?’”.
21Moisés, porém, respondeu ao Senhor: “Tenho comigo um exército de seiscentos mil soldados e, no entanto, dizes: ‘Eu lhes darei carne durante um mês inteiro!’. 22Mesmo que abatêssemos todos os nossos rebanhos, bastaria para satisfazê-los? Mesmo que pegássemos todos os peixes do mar, seria suficiente?”.
23Então o Senhor disse a Moisés: “Você duvida do meu poder? Agora você verá se minha palavra se cumprirá ou não!”.
5. O Espírito Derramado e a Profecia dos Setenta
— Deus sustenta seu servo por meio de outros (11.24-30)
24Moisés saiu e transmitiu as palavras do Senhor ao povo. Reuniu os setenta líderes e os colocou ao redor da tenda da reunião. 25O Senhor desceu na nuvem e falou com ele. Depois, deu aos setenta líderes o mesmo Espírito que estava sobre Moisés. E, quando o Espírito pousou sobre eles, os líderes profetizaram, algo que nunca mais aconteceu.
26Dois homens, Eldade e Medade, haviam permanecido no acampamento. Faziam parte da lista de autoridades, mas não tinham ido à tenda da reunião. E, no entanto, o Espírito também pousou sobre eles, de modo que profetizaram ali no acampamento.
27Um rapaz correu e contou a Moisés: “Eldade e Medade estão profetizando no acampamento!”.
28Josué, filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, protestou: “Moisés, meu senhor, faça-os parar!”.
29Moisés, porém, respondeu: “Você está com ciúmes por mim? Que bom seria se todos do povo do Senhor fossem profetas e se o Senhor colocasse seu Espírito sobre todos eles!”.
30Então Moisés voltou ao acampamento com as autoridades de Israel.
6. A Carne e a Ira
— Satisfação pecaminosa e juízo divino (11.31-35)
31O Senhor mandou um vento que trouxe codornas do lado do mar e as fez voar baixo por todo o acampamento. Numa área de vários quilômetros em todas as direções, voavam a uma altura de quase um metro do chão. 32O povo saiu e pegou codornas durante todo aquele dia, toda aquela noite e todo o dia seguinte. Ninguém recolheu menos de dez cestos grandes. Em seguida, espalharam as codornas por todo o acampamento para secá-las.
33Mas, enquanto ainda se empanturravam, com a boca cheia de carne, a ira do Senhor se acendeu contra o povo, e ele os feriu com uma praga terrível. 34Por isso, aquele lugar foi chamado de Quibrote-Hataavá, pois ali sepultaram o povo que cobiçou a carne do Egito. 35De Quibrote-Hataavá o povo viajou para Hazerote, onde ficou algum tempo.)
Resumo Temático:
1. A Rebelião de Miriã e Arão
— Quando a ambição se disfarça de justiça (12.1-2)
1Miriã e Arão criticaram Moisés porque ele havia se casado com uma mulher cuxita [origem etíope]. 2Disseram: “Acaso o Senhor fala apenas por meio de Moisés? Também não falou por meio de nós?”. E o Senhor ouviu isso.
2. A Humildade de Moisés
— A grandeza de um servo não está em se defender (12.3)
3(Ora, Moisés era muito humilde, mais que qualquer outra pessoa na terra.)
3. A Intervenção do Senhor
— Deus fala e julga com justiça (12.4-10a)
4No mesmo instante, o Senhor chamou Moisés, Arão e Miriã e disse: “Vão à tenda do encontro, vocês três!”, e eles foram para lá. 5Então o Senhor desceu na coluna de nuvem e parou à entrada da tenda do encontro. “Arão e Miriã!”, chamou ele. Os dois se aproximaram, 6e o Senhor lhes disse: “Ouçam o que vou dizer:
“Se houver profeta entre vocês,
eu, o Senhor, me revelarei em visões;
falarei com ele em sonhos.
7Não é assim, porém, com meu servo Moisés;
ele tem sido fiel em toda a minha casa [Ou de todo o meu povo, é nele que confio].
8Falo com ele face a face,
claramente, e não por meio de enigmas;
ele vê a forma do Senhor.
Como vocês ousaram
criticar meu servo Moisés?”.
9A ira do Senhor se acendeu contra eles, e ele se retirou. 10Enquanto a nuvem se afastava da tenda, Miriã ficou ali, com a pele branca como a neve, leprosa.
4. A Intercessão de Moisés
— O líder roga pela cura dos que o ferem (12.10b-13)
10b[…] Quando Arão viu o que havia acontecido com ela, 11clamou a Moisés: “Ó meu senhor! Por favor, não nos castigue pelo pecado que insensatamente cometemos. 12Não permita que ela fique como um bebê que nasce morto, já em decomposição”.
13Então Moisés clamou ao Senhor: “Ó Deus, eu suplico que a cures!”.
5. A Disciplina de Deus
— Santidade, misericórdia e pedagogia divina (12.14-15)
14O Senhor respondeu a Moisés: “Se o pai de Miriã tivesse apenas cuspido no rosto dela, não ficaria contaminada por sete dias? Portanto, mantenham-na fora do acampamento por sete dias. Depois disso, ela poderá ser aceita de volta”.
15Miriã foi mantida fora do acampamento por sete dias, e o povo esperou até ela ser trazida de volta para seguir viagem.
6. A Jornada Continua
— Após a disciplina, o povo segue adiante (12.16)
16Então saíram de Hazerote e acamparam no deserto de Parã.
Resumo Temático:
Deus deseja guiar você no processo
de tomada de decisões por meio das Escrituras.
“Tua palavra é lâmpada para guiar os meus pés e luz para o meu caminho.”
(Salmo 119.105)
“Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2)
O Senhor não apenas deu sua Palavra para informar, mas para transformar. Toda decisão deve nascer da Bíblia e ter como alvo final a glória de Deus (1Co 10.31).
Deus é um Deus de ordem.
“Pois Deus não é Deus de confusão, e sim de paz.” (1Coríntios 14.33)
“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.” (1Coríntios 14.40)
Deus não guia por impulsos caóticos, mas por princípios claros e firmes. Seu Espírito não nos lança no tumulto; ele nos conduz em paz.
Deus sempre usa os líderes escolhidos por ele
para reunir o povo e criar visão e direção.
“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles, pois velam por vossa alma como quem deve prestar contas.” (Hebreus 13.17)
“Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência.” (Jeremias 3.15)
Liderança bíblica é dom da graça soberana de Deus para o bem do seu povo. Ela existe para tornar visível a vontade de Deus e preparar a igreja para seguir a Cristo com clareza e coragem.
Criticar e reclamar, se não for para restauração e edificação, têm o poder de se espalhar pelo acampamento.
“Fazei tudo sem murmurações nem contendas.” (Filipenses 2.14)
“Uma só faísca é suficiente para incendiar uma floresta inteira.” (Tiago 3.5)
O pecado da murmuração contamina como fermento. Um coração ingrato não só afasta o adorador da graça — ele espalha incredulidade no arraial.
Líderes são tão suscetíveis a murmurar quanto os liderados.
“Então Moisés disse ao SENHOR: ‘Por que afligiste o teu servo?’” (Números 11.11)
“Elias […] foi ao deserto e pediu para si a morte.” (1Reis 19.4)
Líderes espirituais não são super-heróis; são vasos de barro. Deus os sustenta, mas também os prova. E, muitas vezes, eles choram enquanto conduzem o povo.
Deus é muito paciente quando reclamamos
por não conseguirmos o que queremos.
“Ele sabe como somos fracos; lembra que não passamos de pó.” (Salmo 103.14)
“Mas ele, sendo compassivo, perdoou a iniquidade deles e não os destruiu.”
(Salmo 78.38)
O Senhor não nos trata segundo os nossos pecados. Sua paciência é um oceano que não seca diante das nossas ondas de imaturidade.
Deus nunca pede a alguém que faça mais
do que ele mesmo capacita essa pessoa a fazer.
“A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2Coríntios 12.9)
“Fiel é Deus, que não permitirá que sejais tentados além do que podem suportar.” (1Coríntios 10.13)
Se ele te chama, ele te sustenta. Ele nunca exige o que não provê. A mão que aponta o caminho também é a que carrega a cruz conosco.
Recorra à Bíblia para tudo.
A Palavra de Deus é inerrante e infalível, e nunca decepciona.
“Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra do nosso Deus subsiste eternamente.” (Isaías 40.8)
“Os testemunhos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente justos.”
(Salmo 19.9)
Reserve um tempo todos os dias para
discernir a direção de Deus em sua vida.
“Mostra-me, SENHOR, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas.” (Salmo 25.4)
“Pela manhã ouve, SENHOR, o meu clamor; de manhã te apresento a minha oração e vigio.” (Salmo 5.3)
Todo crente desfruta da presença do Espírito Santo
como um sinal tangível do cuidado e da condução divina.
“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, para que esteja com vocês para sempre: o Espírito da verdade.” (João 14.16-17)
“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”
(Romanos 8.14)
Sempre que você assumir responsabilidades de liderança para Deus, confie que Ele irá à sua frente na jornada.
“O SENHOR, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará nem te desamparará.” (Deuteronômio 31.8)
“Enviará o seu anjo adiante de ti…” (Êxodo 23.20)
Quando for ofendido, ore por aqueles que o maltrataram.
Deus honrará sua misericórdia, graça e perdão.
“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” (Mateus 5.44)
“Não vos vingueis a vós mesmos […] ao contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer.” (Romanos 12.19–20)
No final das contas, a direção de Deus no deserto não era sobre geografia — era sobre comunhão. A nuvem apontava para a presença de Deus, mas hoje nós temos algo (ou melhor, Alguém) maior do que uma nuvem.
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade.” (João 1.14)
Jesus é a presença de Deus entre nós. Ele não apenas nos mostra o caminho — Ele é o caminho (João 14.6). Ele não apenas envia o pão — Ele é o pão da vida (João 6.35). Ele não apenas sopra a trombeta — Ele é a voz que desperta os mortos para a vida eterna (1Ts 4.16). Ele não apenas fala do fogo da ira (Mt 13.38-43) — Ele absorveu sobre si o fogo da ira de Deus para salvar os que creem (Jo 3.36).
Todas as vezes que Israel falhou no deserto — murmurando, duvidando, rejeitando a liderança de Moisés — Jesus permaneceu fiel. No deserto do Getsêmani, Ele não murmurou. No monte do Calvário, Ele não reclamou. Jamais duvidou do amor do Pai. Ele entregou-se em obediência perfeita para salvar murmuradores como nós.
Chamado Cristocêntrico à Salvação e Santificação
Você se vê nesse povo?
Você sente o peso de um coração incrédulo, ingrato, confuso, instável, que muitas vezes se recusa a confiar na direção de Deus?
Há esperança.
“Cristo morreu pelos ímpios.” (Romanos 5.6)
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2Coríntios 5.21)
Salvação não vem pela obediência perfeita no deserto, mas pela fé no Filho perfeito de Deus. Santificação é a jornada diária de negar os desejos da carne, confiar na Palavra: ouvir o Espírito e seguir a nuvem da graça.
“Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele.” (Colossenses 2.6)
Convite Final
Pare de tentar guiar a si mesmo.
Confesse sua autossuficiência, sua murmuração, sua pressa e sua incredulidade.
Olhe para Cristo — o Cordeiro da Páscoa, o Maná do Céu, o Comandante da Marcha, o Pastor do rebanho, Aquele que com o Pai envia o Espírito.
“Fixemos os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé.” (Hebreus 12.2)
Siga a direção dele. Não porque o caminho seja fácil — mas porque Ele é digno.
E aonde quer que ele guie, ele também sustenta, perdoa, transforma e glorifica.
S.D.G. L.B.Peixoto
Mais Sermões
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Direção
Pr. Leandro B. Peixoto