07.08.2016
Espiritualidade Olímpica
CORRENDO PARA ALCANÇAR O PRÊMIO
1Coríntios 9.23-27
23 Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele. 24 Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. 25 Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. 26 Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. 27 Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.
Espiritualidade Olímpica
O Brasil está respirando as Olimpíadas Rio 2016. Os flashes esportivos estão por todos os cantos. Para os apaixonados do esporte, tudo é um encanto. Pensando nisso foi que nós demos uma pausa em nossas séries de mensagens – Os Salmos (às quartas-feiras) e A Vida de Pedro (nas noites de domingo).
Na quarta-feira que passou, iniciamos uma reflexão sobre Espiritualidade Olímpica. Concluiremos hoje à noite. Se você não esteve aqui na quarta-feira, a mensagem já está no site da SIB. Encorajamos você a acessar e a assistir.
Na primeira das duas partes dessa série, nós vimos que Paulo escreveu essas palavras aos crentes de Corinto para dizer que a vida cristã é como uma prova olímpica. Ela é como uma corrida ou uma luta. Também há um prêmio para o vencedor. O que está à prova é infinitamente mais valioso do que prata ou ouro, é a nossa salvação eterna. Portanto, o que se espera de nós, os crentes, é nada menos do que a disciplina, a concentração, a dedicação, a paixão, a vibração, o comprometimento, enfim, a perseverança apaixonada dos atletas, em busca do ouro, da glória e dos aplausos. Espiritualmente falando, enquanto cristãos, o padrão de vida que nós devemos assumir, se tivermos que receber a coroa da glória, é o mesmo de um atleta olímpico.
A maneira como vivemos as nossas vidas – i.e.: a forma como nós combatemos o combate ou corremos a prova da fé – fará toda a diferença no que diz respeito a receber o prêmio ou a ser desqualificado da prova.
Olhando para o texto de Paulo e para o restante do Novo Testamento, descobrimos que só leva o prêmio aqueles que “competem” de acordo com as regras do jogo e não são desqualificados. Dessa forma, a salvação só é recebida por aqueles que correm e combatem do jeito de Deus.
A nossa espiritualidade, portanto, precisa ser olímpica.
A vida eterna está atrelada à forma como corremos
A vida eterna está atrelada à forma como nós corremos. Quando lemos as palavras de Paulo aos coríntios, nós concluímos que a vida não é um jogo sem consequências eternas. Deparamo-nos com a realidade de que a maneira como nós vivemos as nossas vidas, aqui e agora, tem sim consequências eternas.
A vida é uma prova que revela quem nós somos, em quem nós confiamos e quem nós amamos. A vida eterna, ou seja: o prêmio, a coroa incorruptível e a qualificação de que Paulo fala em 1Co 9.23-27, depende daquilo que o meu viver revela sobre quem eu sou, em quem eu confio e quem eu amo. John Piper coloca tudo isso da seguinte maneira:
Não cometa erros aqui! A vida não é uma prova para você revelar a Deus e aos homens a sua força. A vida é uma prova para você revelar a fonte de sua força – se Deus ou os homens. A vida não é uma prova para você revelar o poder e a capacidade de sua inteligência para conhecer e absorver a verdade. A vida é uma prova para você experimentar o poder da graça de Deus que revela a verdade (Mt 16.17). A vida não é uma prova para você demonstrar o poder da sua vontade para fazer boas escolhas. A vida é uma prova que revela como a beleza de Cristo nos cativa e nos constrange a correr e a combater para a glória de Deus.
A corrida da vida tem consequências eternas não porque sejamos salvos pelas obras ou por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas porque Cristo nos salvou de obras mortas para servirmos com paixão e perseverança olímpicas ao Deus vivo e verdadeiro (Hb 9.14).
A corrida da vida tem consequências eternas não porque a graça é anulada pela maneira como corremos, mas porque a graça é verificada pela maneira como corremos. Observe o que Paulo escreveu:
1Co 15.10 | Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
A forma de Paulo correr não anularia nem garantiria o efeito da graça; apenas demonstraria o poder da graça na vida dele.
A vida eterna depende de como corremos ou de como combatemos não porque a salvação seja obtida por méritos ou por obras, mas porque sem obras a fé é morta. Tiago deixou isso muito claro em sua carta.
Tg 2.20-22 | 20 Insensato! Quer certificar-se de que a fé sem obras é inútil? 21 Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? 22 Você pode ver que tanto a fé como as obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras.
A vida, portanto, é um campo de provas, onde se verifica se a fé é viva ou morta, onde se testa e se comprova a fonte de nossa fé e esperança – se a graça de Deus em Jesus Cristo ou o quê.
Correndo para alcançar porque nós já fomos alcançados
A vida cristã é graça do começo ao fim. A graça é que sustenta a vida; por ela é que somos salvos; ela é que nos faz perseverar para obtermos o prêmio. Escrevendo aos filipenses, Paulo deixou tudo muito claro. Observe:
Fl 3.12 | Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado, mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo Jesus.
Note que quando a salvação nos alcança, dela nós damos prova através da forma como passamos a correr a corrida da fé. Em outras palavras: só corremos porque já fomos alcançados; ou ainda: damos provas de que realmente fomos alcançados se permanecermos na corrida da fé, de forma perseverante e apaixonada.
Paulo revela o quanto a vida é coisa séria ao dizer que depende de prosseguirmos para alcançarmos o prêmio; ao mesmo tempo que ele afirma que a vida do crente está segura porque ele já foi alcançado por Cristo Jesus.
O salvo em Jesus Cristo põem em ação ou desenvolve a sua salvação porque Deus é quem efetua nele tanto o querer quanto o realizar (Fl 1.12-13). Ele corre para alcançar o prêmio porque ele já foi alcançado por Cristo (Fl 3.12). Em outras palavras: assim como a vida nos mantém em pé, a graça nos faz correr a corrida da fé; quem não tem vida não se mantém em pé, da mesma forma que alguém que não foi alcançado pela graça não corre nem luta no campo de prova da fé.
A forma de o cristão correr a prova da fé é absolutamente única, diferente de todas as outras provas. Ele não corre como alguém que olha lá na linha de chegada e vê o Senhor Jesus avaliando a força e a capacidade dele, mas como alguém que pela graça de Jesus recebeu força e capacidade para completar a prova. Observe o que disse o autor de Hebreus. Note os esportes: corrida (v. 1) e luta (v. 4).
Hb 12.1-4 | 1 Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, 2 tendo os olhos fitos em Jesus [em que sentido?], autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. 3 Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem desanimem. 4 Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.
Portanto,
Então, como nós devemos correr? É o que veremos na quarta-feira, na última mensagem desta série.
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