29.03.2020
O PANORAMA DE JOEL
Joel 2.11-13
11O SENHOR está à frente de seu exército; com um grito, ele o comanda. É seu exército poderoso e segue suas ordens. O dia do SENHOR é espantoso e terrível; quem poderá sobreviver? 12Por isso, o SENHOR diz: “Voltem para mim de todo o coração, venham a mim com jejum, choro e lamento! 13Não rasguem as roupas em sinal de tristeza; rasguem o coração!”. Voltem para o SENHOR, seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, lento para se irar e cheio de amor; está sempre pronto a voltar atrás e não castigar.
O PANORAMA E A PROFECIA DE JOEL
Você tem uma Mensagem: A Mensagem de Joel. Foi com esta nota que nós terminamos o sermão anterior, o primeiro desta série. Deus não se cala em tempos de pandemia ou de qualquer outra crise (1.1-3). Ele revela a si mesmo e demonstra todos os seus propósitos salvíficos para a humanidade. Falamos disto na última mensagem. Precisamos, agora, dar uma passo além na mensagem de Joel.
Antes de mergulharmos no livro — o que faremos, Deus permitindo, da próxima mensagem em diante — , será proveitoso embarcarmos em um voo panorâmico sobre Joel e, na sequência, extrairmos as aplicações práticas da profecia como um todo. Uma visão do todo, antes de se dedicar aos detalhes, é sempre muito sábio. Então, vamos lá.
O livro de Joel se divide em duas partes principais.
De Joel 1.1 a Joel 2.27, lemos [1.] sobre uma praga terrível de gafanhotos que caiu sobre Israel como um julgamento de Deus e [2.] sobre como o povo se arrependeu e Deus restaurou suas condições.
De Joel 2.28 até o final do livro, lemos [1.] sobre como Deus em algum momento futuro derramará seu Espírito em toda parte e lugar para abençoar seu povo e [2.] sobre como ele reunirá para julgamento as nações que o rejeitaram e massacraram o povo dele.
Dito de outra maneira: a primeira metade do livro descreve como Deus lutou contra seu próprio povo para fazê-lo ter o SENHOR no coração como seu maior tesouro. E a segunda metade do livro descreve como o SENHOR lutará contra as nações que se recusam a tê-lo como único tesouro no coração.
Pois bem, o que faremos hoje pela manhã é caminhar através do livro inteiro, de maneira resumida, depois concluir com foco mais detalhado nas principais aplicações que podemos fazer das duas partes do livro, trazendo-as a nós hoje.
A TERRÍVEL PRAGA DE GAFANHOTOS
Joel 1.1: “O SENHOR deu esta mensagem a Joel, filho de Petuel.”
Já dissemos que sabemos quase nada sobre esse profeta, mas isso não importa muito, pois a sua intenção é ser porta-voz de Deus, não de si mesmo. Nos versículos 2 e 3, Joel diz que sua mensagem deve ser passada adiante de geração em geração. Então, no versículo 4, ele descreve a catástrofe da nuvem de gafanhoto:
Depois que os gafanhotos cortadores devoraram as colheitas, os gafanhotos migradores comeram o que restava; então vieram os gafanhotos saltadores e, depois deles, os gafanhotos destruidores!
Os resultados daquela praga foram catastróficos. Joel 1:
Face àquela catástrofe cinematográfica, em Joel 1.13-15, o profeta convoca Israel para clamar ao SENHOR, porque ele via naquele caos o julgamento de Deus como prelúdio ao grande e terrível dia do SENHOR. Ouça, Joel 1.13-15:
13Vistam-se de pano de saco e chorem, sacerdotes! Lamentem, vocês que servem diante do altar! Venham, passem a noite vestidos de pano de saco, vocês que servem ao meu Deus. Pois não há cereal nem vinho para oferecer no templo de seu Deus. 14Convoquem um tempo de jejum, juntem o povo para uma reunião solene. Tragam os líderes e todos que habitam na terra para o templo do SENHOR, seu Deus, e ali clamem a ele. 15O dia do SENHOR está próximo, o dia em que virá destruição da parte do Todo-poderoso; que dia terrível será!
PRENÚNCIOS DO DIA DO SENHOR
Joel 2 começa com outra advertência — a de que o terrível dia do julgamento, chamado “o dia do SENHOR”, estava chegando e que aquela nuvem de gafanhotos era apenas a sua alvorada. Joel 2.1-2:
1Toquem a trombeta em Sião! Soem o alarme em meu santo monte! Que todos tremam de medo, pois está chegando o dia do SENHOR. 2É um dia de escuridão e trevas, um dia de densas nuvens e sombras profundas. Como o amanhecer se estende pelos montes, assim surge um grande e poderoso exército. Nunca se viu algo parecido, e nunca mais se verá.
Então, nos versículos 3-11 deste mesmo capítulo, Joel descreve novamente a nuvem de gafanhotos como algo parecido com um exército furioso, equipado com cavalos, carros de guerra e guerreiros, deixando por onde marchavam um rastro de destruição. Joel 2:
O verso 11, surpreendentemente, diz que os gafanhotos são exército do SENHOR:
O SENHOR está à frente de seu exército; com um grito, ele o comanda. É seu exército poderoso e segue suas ordens. O dia do SENHOR é espantoso e terrível; quem poderá sobreviver?
O PROPÓSITO DE DEUS NA LUTA CONTRA SEU PRÓPRIO POVO
Até este ponto da profecia, aprendemos que Deus estava lutando contra seu próprio povo por algum motivo. Não nos é informado explicitamente o porquê. O que provavelmente significa que Joel pretendia que aprendêssemos mais sobre Deus do que sobre nós mesmos, nossos pecados. O que sabemos é que Deus mesmo enviou seu exército devastador de gafanhotos contra Israel e advertiu que o fim estava próximo.
Deus estava lutando contra seu próprio povo, mas não era destruição que Deus tinha em mente. Joel 2.12-14 informa alguns detalhes sobre o propósito daqueles guerreiros de Deus:
12Por isso, o SENHOR diz: “Voltem para mim de todo o coração, venham a mim com jejum, choro e lamento! 13Não rasguem as roupas em sinal de tristeza; rasguem o coração!”. Voltem para o SENHOR, seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, lento para se irar e cheio de amor; está sempre pronto a voltar atrás e não castigar. 14Quem sabe ele mude de ideia e lhes envie bênção em lugar desse castigo. Talvez possam apresentar ofertas de cereal e vinho ao SENHOR, seu Deus, como faziam antes.
Embora Deus tenha ameaçado a destruição de seu próprio povo (já que Deus pode, até de pedras, “fazer surgir filhos de Abraão”, Mateus 3.9), Deus ainda oferecia a oportunidade de arrependimento e salvação na última hora. Se eles se arrependessem, Deus mudaria de ideia. Se eles rasgassem o coração, Deus pararia de rasgar as terras.
Assim, nos versículos 15-17, Joel convocou um jejum e os sacerdotes oraram para que Deus não fizesse do povo de sua herança um motivo de piada entre as nações.
O povo atendeu à convocação, humilhou-se e apelou ao ciúme de Deus pelos escolhidos; e o SENHOR respondeu no versículo 18: “Então o SENHOR teve compaixão de seu povo e com zelo guardou sua terra.”
Deus reteve o julgamento. O temível dia do SENHOR, que ameaçava o povo, foi adiado para um futuro mais distante. E os versículos 19-27 descrevem a impressionante restauração que Deus prometeu à terra de sua herança. Os versículos 25-27, em especial, pontuam o que Deus realmente buscava na luta contra seu povo:
25“Eu lhes devolverei o que perderam por causa dos gafanhotos migradores, dos saltadores, dos destruidores e dos cortadores; enviei esse grande exército devastador contra vocês. 26Vocês voltarão a ter alimento até se saciar e louvarão o SENHOR, seu Deus, que realiza esses milagres em seu favor; nunca mais meu povo será envergonhado. 27Então vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o SENHOR, seu Deus, e não há nenhum outro; nunca mais meu povo será envergonhado.”
O objetivo final de Deus, ao enviar a nuvem de gafanhotos contra seu povo, era assegurar a lealdade total daquela gente (v. 27): “Então, vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o SENHOR, seu Deus, e não há nenhum outro”. Como assim?
A causa da praga dos gafanhotos, conquanto não esteja explícita, aparenta ter sido a indiferença do povo para com Deus. Afetos e emoções daquela gente tinham corrido atrás de outras coisas além de Deus. Deus não era o amor que ardia e consumia o coração do povo escolhido. Haviam encontrado outros rivais para Deus.
A promessa de Deus para o futuro, na sequência do texto, revelará, implicitamente, o que de fato acontecia e tinha motivado aquele presente de pragas (2.28-29): Os filhos e as filhas não falavam de Deus. Os velhos não tinham os sonhos de Deus. Os jovens não tinham a visão de Deus. O povo se orgulhava de ser escolhido. Foi então que Deus se pôs a lutar contra eles, pois poucas coisas são mais desonrosas para Deus e destruidoras para nós do que o amor a Deus que é fruto apenas de partes do coração orgulhoso.
O VINDOURO DIA DO JULGAMENTO E DA BÊNÇÃO DO SENHOR
Pois bem, até aqui foi a primeira metade do livro de Joel. Ele havia dito que o dia do SENHOR estava próximo (1.15 e 2.1,11). Mas Deus adiou o prazo e o julgamento final não caiu sobre aquela nação, posto que eles se arrependeram, converteram-se de seus maus caminhos, humilharam-se e oraram, e Deus curou a terra (2Cr 7.13-14).
Surge, neste ponto, uma questão: Se o dia do SENHOR estava próximo, por que ele foi adiado? Não haveria mais dia do SENHOR?
Evidentemente, estava “próximo” o dia do SENHOR não no sentido de que aconteceria em breve ou iminentemente, mas no sentido de que estava no limite para explodir; ou seja: as condições estavam maduras para o derramamento da ira de Deus, já se via as rachaduras nas paredes ou comportas da paciência de Deus. As tropas invasoras estavam reunidas bem do outro lado da fronteira e a trombeta estava nos lábios, quando o comandante, percebendo mudanças do outro lado, levantou a mão e fez as pazes com seu povo rebelde. O dia do SENHOR foi graciosa e misericordiosamente adiado e poupou aquela geração.
Mas o que dizer daquele dia prometido? Quando e como será o dia do SENHOR? Na segunda metade do livro (2.28 em diante), Joel levantou os olhos para o futuro e, inspirado pelo Espírito, predisse os eventos que precederiam o dia do SENHOR. Joel 2.28-29:
28“Então, depois que eu tiver feito essas coisas, derramarei meu Espírito sobre todo tipo de pessoa. Seus filhos e suas filhas profetizarão; os velhos terão sonhos, e os jovens terão visões. 29Naqueles dias, derramarei meu Espírito até mesmo sobre servos e servas.
Joel enxergou, em algum momento no futuro, um tempo transbordante de bênçãos espirituais além da prosperidade física e material que Deus proporcionou após a praga dos gafanhotos. Mas esses benefícios antevistos pelo profeta se aplicam somente àquele que “invocar o nome do SENHOR” (de acordo com o versículo 32), porque o dia do SENHOR se aproxima novamente com trevas e destruição. Joel 2.30-32:
30Farei maravilhas nos céus e na terra: sangue e fogo, e colunas de fumaça. 31O sol se escurecerá, a lua se tornará vermelha como sangue antes que chegue o grande e terrível dia do SENHOR. 32Mas todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo, pois alguns no monte Sião, em Jerusalém, escaparão, como o SENHOR prometeu. Estarão entre os sobreviventes que o SENHOR chamou.
Note que Joel viu duas coisas chegando, quando vier o dia do SENHOR: [1.] a primeira é o grande derramamento do Espírito Santo (vs. 28-29) e [2.] a segunda é uma época terrível de julgamento divino. Deus lutou contra seu próprio povo no passado (e ainda hoje luta) para levá-lo à salvação (vs. 30-32). No futuro, ele lutará contra as nações que rejeitaram sua salvação e seu povo.
Esse julgamento final do mundo está descrito no capítulo 3. Joel 3.1-2:
1“No tempo em que essas coisas acontecerem, quando eu restaurar Judá e Jerusalém, 2reunirei todas as nações no vale de Josafá. Ali eu as julgarei por terem maltratado Israel, minha propriedade, por terem espalhado meu povo entre as nações e repartido minha terra.
O nome Josafá significa Jeová [o SENHOR] julga. Joel viu um grande dia chegando, quando Deus vindicará seu nome santo, julgando todos os que o rejeitaram e perseguiram seu povo escolhido. Joel 3.12 descreve a cena como um grande julgamento:
Que as nações se mobilizem para a guerra e marchem para o vale de Josafá [o vale onde o SENHOR julga]! Ali eu, o SENHOR, me sentarei para julgar todas elas.
Joel 3.14 descreve incontáveis números de pessoas naquele vale:
Multidões e multidões esperam no vale da decisão, onde o dia do SENHOR chegará em breve.
Não significa que as pessoas irão para aquele vale para tomar uma decisão, exercendo seu “livre-arbítrio”. De fato, “Multidões e multidões esperam no vale da decisão” pela chegada da sentença de Deus. Eles experimentarão a decisão de Deus. Deus é quem decidirá no vale da decisão. O vale da decisão é o mesmo vale de Josafá, e “decisão” (ou veredito) é praticamente o mesmo que “julgamento”. É a sentença final de Deus.
Joel estava vendo um futuro com dois lados: [1.] de um lado, salvação e bênção para aqueles que invocam o nome do Senhor, [2.] ao mesmo tempo que via, de outro lado, julgamento e destruição para as pessoas que seguem seu próprio caminho. O contraste é finalmente estabelecido nos últimos versículos da profecia de Joel. Joel 3.16-21:
16A voz do SENHOR rugirá desde Sião e trovejará desde Jerusalém; os céus e a terra tremerão. Mas o SENHOR será refúgio para seu povo, uma fortaleza para o povo de Israel. 17“Então vocês saberão que eu, o SENHOR, seu Deus, habito em Sião, meu santo monte. Jerusalém será santa, e exércitos estrangeiros não voltarão a conquistá-la. 18Naquele dia, vinho doce gotejará dos montes, e leite fluirá das colinas. Água encherá o leito dos riachos de Judá; uma fonte brotará do templo do SENHOR e regará o vale das Acácias. 19O Egito, porém, se transformará numa terra desolada, e Edom se tornará um deserto, pois atacaram o povo de Judá e mataram inocentes em sua terra. 20“Judá, porém, ficará cheia de gente para sempre, e Jerusalém permanecerá por todas as gerações. 21Perdoarei os crimes de meu povo, que ainda não perdoei; e eu, o SENHOR, habitarei em Sião.”
No fim dos tempos, quando chegar o dia do SENHOR, Deus nos achará, ele virá a nós seja como um leão que ruge para devorar ou como um refúgio tranquilo para seu povo descansar. Assim, da mesma forma como terminou a primeira metade do livro em Joel 2.27 — “Então vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o SENHOR, seu Deus, e não há nenhum outro” — , também termina a segunda e última metade do livro, conforme está escrito em Joel 3.17 — “Então vocês saberão que eu, o SENHOR”.
O propósito de Deus na nuvem histórica de gafanhotos, o propósito de Deus em toda crise (de um resfriado comum a uma pandemia de vírus letal) e o propósito de Deus no dia final do SENHOR são sempre os mesmos: tornar conhecido que somente ele é Deus e deve ser amado, adorado, admirado e anunciado de todo coração, acima de todos e de todas as coisas.
O PROPÓSITO DE DEUS NA HISTÓRIA
Essa é uma visão geral da mensagem de Deus ao profeta Joel. Mergulharemos em mais detalhes no livro, Deus permitindo, da próxima mensagem em diante. Por ora, qual é a aplicação que podemos fazer da mensagem de Deus para nós, à partir das duas metades da profecia de Joel que acabamos de debulhar?
Devemos levar em consideração pelo menos quatro coisas.
PRIMEIRO, jamais percamos de vista o propósito de Deus na história — de nuvens de gafanhotos, terremotos ou tsunamis, enchentes ou secas, epidemias ou pandemias, passando pelas crises pessoais, sociais ou globais, até às grandes guerras ou mesmo a dissolução do sol e da lua — o objetivo de Deus na história é único: ser Deus aos olhos de todo o mundo. Joel 2.27 e 3.17: “Então vocês saberão que estou no meio de Israel, que sou o SENHOR, seu Deus, e não há nenhum outro”. Se somos o povo de Deus, tudo o que pensamos ou fazemos deve ter o conhecimento de Deus como objetivo.
A igreja de Cristo no Ocidente já deveria estar cansada de ter por tanto tempo o homem — seus relacionamentos, sentimentos e autoconhecimentos — no centro de nossa atenção. Já deveríamos estar entediados com os resultados nem um pouco encantadores ou maravilhosos de nos mantermos por tanto tempo diante dos espelhos da psicologia, da antropologia e da sociologia. É chegada hora de, pelo menos na igreja, mantermos nossos olhos no telescópio da teologia que nos leva ao conhecimento de Deus.
Um número incontável de problemas pessoais insignificantes seria tragado se pudéssemos aprender a ficar no topo do Observatório Palomar da revelação divina e olhar para Deus, cujo propósito em todas as coisas é somente ser Deus, e diante de cuja majestade indescritível todo joelho se dobrará no céu, na terra e embaixo da terra.
Minha oração, ao estudarmos o profeta Joel durante esta quarentena de pandemia do coronavírus, é que possamos ver Deus da maneira como Joel o vê, e que a notícia se espalhe: “Eles têm um grande Deus na Segunda Igreja Batista em Goiânia”.
A primeira lição do profeta Joel para o nosso tempo tão centrado no homem (nas ideologias dos homens, sejam elas “amigas” ou “inimigas”; nas psicologias humanas; nas filosofias humanas; etc.) é a seguinte: De gafanhotos devoradores, passando pelos nossos problemas particulares e pela pandemia do coronavírus, à extinção ou ao desaparecimento de galáxias inteiras seja lá por que motivo for, Deus sempre tem um e único propósito, e ele o alcançará — ser Deus único e todo-valioso aos olhos de todo o mundo.
A BOA-INTENÇÃO DE DEUS EM LUTAR CONTRA SEU POVO
SEGUNDO, se nosso coração se desviar deste Deus, ele lutará contra nós para nos levar ao arrependimento e nos trazer de volta para ele. Isso é amor. Você já deve ter visto isso em sua própria vida. Eu já vi na minha: Se eu começo a ficar orgulhoso e autoconfiante e a oração começa a parecer desnecessária, Deus obstrui meu caminho. Ele me derruba. As coisas azedam em casa. As tensões surgem de todo lado. Dormir deixa de ser prazeroso. Depressão aumenta. Ansiedade chega. Onde quer que eu vá, o que quer que eu faça, não há alegria. Ele me encaixota e entope meu caminho. Ele luta contra mim no meu orgulho. Pois ele é um Deus ciumento e terá 100% de minha fé e lealdade no meu coração.
Quando ele diz em Joel 2.12, “Voltem para mim de todo o coração” pelo que Deus estava lutando, e luta ainda hoje: o SENHOR quer todo o nosso coração, não apenas um pedaço no domingo, um pedaço na hora das refeições e um pedaço na hora de dormir (se é que ao menos oramos nesses momentos!). Se você é dele, Deus lutará com você até você lhe dar todo o seu coração o tempo todo.
Oséias descreve o povo de Israel buscando outros deuses como uma esposa que abandona o marido em busca de outros prazeres. E Deus diz em Oséias 2.6-7:
6“Por isso a cercarei com espinheiros; levantarei um muro à frente dela para fazê-la se perder em seu caminho. 7Quando correr atrás de seus amantes, não os alcançará. Procurará por eles, mas não os encontrará. Então pensará: ‘Voltarei para meu marido, pois com ele estava melhor que agora’.
Deus lutará contra nós e obstruirá a alegria de nossa vida até que retornemos a ele de todo o coração. Pois seu propósito é único em tudo o que faz: ser Deus único e todo-valioso no meio de seu povo, no coração de seus escolhidos.
RASGAR CORAÇÕES, NÃO VESTES
TERCEIRO, Joel insiste: rasgue seu coração, não suas vestes (2.13). Chega de fé de aparências. Seja o seu cristianismo, a sua fé de coração. Esta é a razão para os imperativos do profeta: ouçam (1.2), contem (1.3), despertem e chorem, lamentem (1.5,8), desesperem-se e lamentem (1.11), declare um tempo de jejum e clamem ao Senhor (1.14) por misericórdia. Afaste-se do pecado tão apreciado e pelo qual se sente culpado todos os dias. Volte-se para o SENHOR, seu Deus de todo seu coração, pois ele é misericordioso e compassivo, lento para irar-se e abundante em amor constante (2.13).
Cabe aqui uma palavra de advertência na forma de parênteses: Não se amargure com Deus, caso ele obstrua o seu caminho e frustre o seu dia ou os seus planos. Todo golpe divino é a vara de um Pai amoroso e um golpe de amor na medida certa contra nosso orgulho, nossa autoconfiança e nosso amor pelo mundo. Vire-se e beije a vara de Deus, e o Senhor se tornará para você um pastor gentil.
Quem assim não faz, quando chegam os momentos de crise e de caos, pauta-se pelo pensamento de um filósofo famoso no YouTube, dando dicas de como não entrar em pânico com a pandemia do novo coronavírus. Gente como ele fica buscando sentido em não achar sentido em tudo, em se confortar que nada disso que está acontecendo faz sentido ou deve fazer sentido, foi apenas “azar nosso”, nas palavras daquele estudioso.
Não, não foi “azar” nem é “sem sentido” ou “sem propósito” tudo o que estamos vivendo e ainda viveremos. Romanos 8.28 (ARA): “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito .” Sabendo disto, Deus quer que seu povo rasgue o coração e não viva mais de aparências.
O CUMPRIMENTO DA PROFECIA DE JOEL
QUARTO, e último: Oremos e busquemos a Deus sinceramente pelo derramamento do Espírito Santo prometido em Joel 2.28-29.
É verdade que, no Pentecostes, Pedro disse que a vinda do Espírito Santo aos discípulos de Jesus era um cumprimento de Joel 2.28-29: “o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel” (Atos 2.16, ARA).
Mas o Pentecostes foi apenas o começo da bênção. Nós provamos apenas o poder da era vindoura, apenas recebemos o pagamento de entrada do Espírito. A profecia está longe de ter sido completa em Atos 2. Quer ver uma coisa? Eu te pergunto:
Quantos de nossos velhos sonham sonhos de Deus? Quantos de nossos jovens têm visões de Deus? Onde estão os filhos e as filhas que ouvem a palavra de Deus e trazem profecias (palavras de aplicação de Deus) para a nossa orientação? Será que a esperança de Moisés em Números 11.29 foi plenamente cumprida em Pentecostes: “Que bom seria se todos do povo do SENHOR fossem profetas e se o SENHOR colocasse seu Espírito sobre todos eles!”? Sabemos que ainda não foi cumprido por completo esse desejo de Moisés, tampouco foi cumprida completamente a profecia de Joel.
Por dois motivos, pelo menos.
PRIMEIRO: A igreja está muito longe do ideal. Onde estão os sonhos de Deus? Onde estão os jovens e as jovens falando de Deus? Onde estão os cheios do Espírito, vivendo e pregando com intrepidez a palavra de Deus? A igreja está muito longe do ideal.
SEGUNDO: O povo de Israel (Israel étnico) persiste na incredulidade. Eles foram temporariamente cortados por causa da incredulidade deles, e nós gentios fomos enxertados na videira da aliança e nos tornamos descendência de Abraão e herdeiros da promessa feita ao patriarca (Gálatas 3.14, 29; Romanos 11.17ss.). As Escrituras, no entanto, prometem que um dia Israel será convertido em grandes números aos olhos do mundo, recebendo Jesus Cristo como o Messias; e então a profecia do Espírito terá seu cumprimento final.
Portanto, oremos com fervor e clamamos a Deus para que ele derrame seu Espírito, trazendo um grande despertar em nossa igreja e nação, pela conversão de Israel e para que possamos estar unidos em um só corpo santo de Deus.
Então, quando o dia do SENHOR chegar e todas as nações estiverem reunidas para julgamento no vale da decisão, no vale de Josafá, o SENHOR será nosso refúgio, e confessaremos com alegria inexprimível que somente ele é Deus em nosso meio, e não há nada de mais precioso no nosso coração além dele, nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.
VOCÊ TEM UMA MENSAGEM
Você tem uma mensagem: O SENHOR Deus quer seu coração — arrependido do pecado de viver para si mesmo e pelas suas regras; submisso a todas as coisas que ele nos ensinou na Palavra; e todo-satisfeito com nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.
Que resposta você dará à mensagem de Deus, através de Joel, para a sua vida?
S.D.G. L.B.Peixoto
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