

28.12.2025
Mateus 2.1-16
1Jesus nasceu em Belém, na Judeia, durante o reinado de Herodes. Por esse tempo, alguns sábios [magos, astrólogos reais] das terras do Oriente chegaram a Jerusalém 2e perguntaram: “Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. 3Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou perturbado, e com ele todo o povo de Jerusalém. 4Reuniu os principais sacerdotes e os mestres da lei e lhes perguntou: “Onde nascerá o Cristo?”. 5Eles responderam: “Em Belém da Judeia, pois assim escreveu o profeta: 6‘E você, Belém, na terra de Judá, não é a menor entre as principais cidades de Judá, pois de você virá um governante que será o pastor do meu povo, Israel’”. 7Então Herodes convocou os sábios em segredo e soube por eles o momento em que a estrela tinha aparecido. 8“Vão a Belém e procurem o menino com atenção”, disse ele. “Quando o encontrarem, voltem e digam-me, para que eu vá e também o adore.” 9Após a conversa com o rei, os sábios seguiram seu caminho, guiados pela estrela que tinham visto no Oriente. Ela ia adiante deles, até que parou acima do lugar onde o menino estava. 10Quando viram a estrela, ficaram muito alegres. 11Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e se prostraram e o adoraram. Então abriram seus tesouros e o presentearam com ouro, incenso e mirra.
12Quando chegou a hora de partir, retornaram para sua terra por outro caminho, pois haviam sido avisados em sonho para não voltar a Herodes. 13Depois que os sábios partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho. “Levante-se”, disse o anjo. “Fuja para o Egito com o menino e sua mãe. Fique lá até eu lhe dizer que volte, pois Herodes vai procurar o menino a fim de matá-lo.” 14Naquela mesma noite, José se levantou e partiu com o menino e Maria, sua mãe, para o Egito, 15onde ficaram até a morte de Herodes. Cumpriu-se, assim, o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: “Do Egito chamei meu filho”. 16Quando Herodes se deu conta de que os sábios o haviam enganado, ficou furioso. Enviou soldados para matar todos os meninos de dois anos para baixo em Belém e seus arredores, tomando por base o relato dos sábios acerca da primeira aparição da estrela.
Se você tem acompanhado nossa temporada de Advento aqui na igreja, provavelmente já ouviu cinco mensagens de Natal diferentes. Deixem-me recordá-los ou posicionar aqueles que não estiveram conosco desde o início sobre o que temos estudado na série “O Natal: De lá e para lá outra vez”:
E hoje à noite, ao encerrarmos esta série de Advento, quero focar nossa atenção nas palavras iniciais de Mateus 2.12: “Quando chegou a hora de partir, retornaram para sua terra por outro caminho.” Vejam: eles “partiram” — isto é, os magos partiram, retornaram para sua própria terra no Oriente. E as palavras de interesse particular para esta ocasião são estas: “por outro caminho”.
Se Deus permitir, dia 9 de janeiro fará 10 anos que sou pastor da SIB em Goiânia. Portanto, vocês já me conhecem bem o suficiente para saber que não costumo pregar sobre apenas três palavras de uma passagem bíblica. Não sou Spurgeon. Geralmente, minha prática é expor parágrafos inteiros, capítulos ou versículos completos. Deter-me em apenas um pequeno trecho de um versículo não é o meu feitio comum.
Mas creio que o significado dessas palavras — “por outro caminho” (em Mt 2.12) — supera em muito o seu número. De fato, por essa razão, esta mensagem tem quatro pontos e não apenas três. O peso dessas palavras é maior do que a contagem delas porque a jornada desses magos do Oriente traz lições práticas que servem tanto para a celebração do Natal quanto para o fim de mais um ano.
Você conhece bem a história, mesmo que nunca tenha ouvido um sermão sobre a expressão “por outro caminho”. Guiados pela estrela, os magos vieram a Jerusalém. Mas eles cometeram um grave erro, inicialmente: foram até Herodes (vs. 7-8). Deus, entretanto, corrigiu a rota. E os sábios da Babilônia foram redirecionados pelos sábios de Herodes, através das Escrituras, para Belém, na Judeia.
No momento em que chegaram — se um dia depois ou uma semana depois não tem real importância — José, Maria e o bebê Jesus não estavam mais no estábulo, mas em uma casa em Belém (Mt 2.11). Então os magos chegam, encontram o menino, “se prostraram e o adoraram” (como lemos em Mt 2.11); e oferecem seus tesouros: ouro, incenso e mirra.
Vale um detalhe: a Bíblia não diz que eram três reis, mas MAGOS que trouxeram três tipos de presentes.
Note a extensão da providência de Deus: até o sono está sob o seu governo. É fundamental, contudo, distinguir as manifestações extraordinárias do período bíblico, como em Mateus 2.12, do funcionamento mental comum, que hoje não possui autoridade de revelação.
Mateus registra que, ao chegar a hora de partir, os magos retornaram para sua terra por outro caminho, pois foram avisados em sonho para não voltarem a Herodes (v. 12). Eles receberam um alerta sobre um perigo imediato. Se fossem homens guiados apenas por análise política, talvez tivessem suspeitado do risco: quando um monarca como Herodes convoca estrangeiros para uma audiência secreta, suas intenções raramente são íntegras (vs. 7-8, 16).
Para que não fossem vitimados pelo desconhecimento do caráter de Herodes, Deus interveio diretamente. O relato é objetivo: eles seguiram por outra rota e Herodes, ao perceber que fora evitado, reagiu com violência (v. 16).
Assim como eu, é provável que você já tenha lido o versículo 12 inúmeras vezes sem notar a densidade do que ele comunica. No entanto, o fato de os magos terem retornado “por outro caminho” contém lições que merecem ser destacadas.
Às vezes, esses obstáculos surgem de nós mesmos. Pensem nesses homens. Eles vêm de um ambiente pagão, mas agem como quem crê. Provavelmente, as profecias que surgiram nos dias de Daniel se espalharam pelo Oriente, preservando a memória de um rei que nasceria e de uma estrela que surgiria.
Esses homens, mesmo com uma compreensão limitada, vêm com fé. Eles creem que um Rei nasceu e que ele possui um significado extraordinário. Quando o encontram, mesmo sem terem as Escrituras em mãos, eles se prostram, o adoram e oferecem presentes magníficos. Na providência de Deus, esses recursos podem ter financiado a sobrevivência dessa pequena família no Egito, enquanto se escondiam de Herodes e seus soldados.
Mas, ao irem ao palácio de Herodes em vez de seguirem a estrela, eles criaram um obstáculo para si mesmos — como nós frequentemente fazemos. No entanto, a trajetória deles faz parte de uma história muito maior.
O livro de Apocalipse retrata isso de forma vívida. Quando o menino nasce, o grande dragão espera à porta do ventre para consumir a criança:
Apocalipse 12.4 (NVT) Com a cauda, arrastou um terço das estrelas do céu e as lançou na terra. E, quando a mulher [o Israel de Deus, a igreja; cf. Is 50.1; 54.1-5] estava para dar à luz, o dragão parou diante dela, pronto para devorar a criança tão logo ela nascesse.
Essa visão mostra Deus em sua soberania protegendo o Filho, enquanto o inimigo busca destruir quem o adora. É nesse cenário que os magos estão inseridos.
Precisamos entender que, em nossa vida com Deus, não lidamos apenas com nossas falhas pessoais. Não lutamos meramente contra carne e sangue, mas contra forças espirituais da maldade. Quando você decide seguir a Cristo, entra em uma zona de conflito. A história desses homens, inserida naquele terrível massacre infantil ordenado por Herodes, nos lembra que é inevitável enfrentar dificuldades — e até ataques satânicos — ao seguir a Jesus.
Mateus 2.16 (NVT) Quando Herodes se deu conta de que os sábios o haviam enganado, ficou furioso. Enviou soldados para matar todos os meninos de dois anos para baixo em Belém e seus arredores, tomando por base o relato dos sábios acerca da primeira aparição da estrela.
É necessário afirmar isso com clareza, pois a subcultura evangélica atual frequentemente ensina o oposto. Espalhou-se a ideia de que se tornar cristão significa o fim imediato dos conflitos, das dores e dos problemas. Contudo, a Bíblia demonstra o contrário.
O exemplo de Jesus com seus discípulos é direto. Um dos relatos de Mateus mostra que, sob a ordem de Cristo, os apóstolos entraram no barco e, logo em seguida, “levantou-se no mar uma grande tempestade, de modo que as ondas cobriam o barco” (Mt 8.24, NAA). Jesus os conduziu deliberadamente para o mar em meio àquela tempestade.
O propósito não era o conforto, mas o aprendizado de que o caminho do discipulado exige enfrentar adversidades. Como o próprio Senhor advertiu: “No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham bom ânimo/coragem: eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Seguir a Cristo não é evitar as lutas, mas avançar sob a soberania de Deus mesmo quando as circunstâncias são desfavoráveis. Em outras palavras: os planos de quem segue a Cristo enfrentam obstáculos reais.
O que chama a atenção nesta situação é que os magos não têm ideia do que realmente está acontecendo nos bastidores. Seria bom se aprendêssemos com eles a admitir que, muitas vezes, entendemos muito pouco sobre o que ocorre no mundo e em nossas próprias vidas. Tornamo-nos um povo dogmático; achamos que sabemos tudo sobre tudo. Atribuímos culpas e tiramos conclusões precipitadas quando, na verdade, enxergamos as coisas apenas de nossa pequena perspectiva.
A questão central é que Deus exerce controle sobre todos os eventos. Ele nunca é surpreendido pelos problemas que nós enfrentamos. Naquela tempestade, o registro de Marcos relata o desespero dos discípulos ao acordarem Jesus e lhe perguntarem: “Mestre, vamos morrer! O senhor não se importa?” (Mc 4.38). Marcos prossegue:
Marcos 4.39-41 (NVT)
39Jesus despertou, repreendeu o vento e disse ao mar: “Silêncio! Aquiete-se!”. De repente, o vento parou, e houve grande calmaria. 40Então Jesus lhes perguntou: “Por que estão com medo? Ainda não têm fé?”. 41Apavorados, os discípulos diziam uns aos outros: “Quem é este homem? Até o vento e o mar lhe obedecem!”.
Ah, meus irmão! É um erro supor que o Senhor estivesse alheio ou surpreso com a fúria do mar. Ele não apenas sabia da tempestade, como mantinha o domínio total sobre ela. Absolutamente nada do que ocorre em sua vida escapa ao conhecimento ou ao governo de Deus. Como afirma o salmista: “Tu me viste quando eu ainda estava no ventre; cada dia de minha vida estava registrado em teu livro, cada momento foi estabelecido quando ainda nenhum deles existia.” (Sl 139.16).
Assim, ao enviar seu aviso divino em sonho, Deus deixa claro aos magos do Oriente que o ataque terrível de Herodes contra as crianças — por mais pavoroso que seja — não o apanhou desprevenido. Por isso, eles são orientados a voltar por outro caminho (Mt 2.12). Ou seja: eventos que nos parecem esmagadores e capazes de destruir os propósitos de Deus não o surpreendem, tampouco o intimidam.
Deus nunca está de mãos atadas. Ele opera seus propósitos de forma constante. O que foge à nossa capacidade de compreensão é que ele usa as mesmas situações que parecem destrutivas para fazer seus planos avançarem. Se isso é verdade na grande escala da história, ele é capaz de tornar isso verdade na pequena escala da sua história e da minha.
Enquanto Herodes, em seu trono, diz: “destruirei os planos de Deus”, o Senhor permanece no controle. O que dava estabilidade aos nossos antepassados era essa convicção prática e firme de que Deus nunca é pego de surpresa. Como declara o profeta Isaías: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e não há quem possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?” (Is 43.13, NAA).
Pois bem,
Agora…
Vemos isso claramente no relato: os magos foram ao palácio de Herodes (Mt 2.1-3), consultaram os estudiosos das Escrituras em Jerusalém (Mt 2.4-6) e seguiram a estrela até o menino (Mt 2.9-10). A dedução mais natural, sob uma ótica puramente humana, seria o retorno a Herodes. Afinal, o rei havia indicado o percurso e as Escrituras os haviam guiado até Belém; o curso razoável seria regressar e relatar o que testemunharam, conforme a instrução que haviam recebido em Mateus 2.8-9:
8“[Herodes falou aos magos do Oriente:] Vão a Belém e procurem o menino com atenção”, disse ele. “Quando o encontrarem, voltem e digam-me, para que eu vá e também o adore.” 9Após a conversa com o rei [Herodes], os sábios seguiram seu caminho, guiados pela estrela que tinham visto no Oriente. Ela ia adiante deles, até que parou acima do lugar onde o menino estava.
Mas, quando chegou a hora de partir, eles recebem um aviso em sonho: vocês retornarão para o Oriente — para a Babilônia — “por outro caminho” (Mt 2.12). NOTE: O cálculo natural desses magos não era o propósito soberano de Deus.
O risco que corremos é achar que, por conhecermos o início do trajeto, já sabemos o destino final. Os magos poderiam ter pensado: “Se Herodes nos ajudou a chegar aqui, o plano de Deus é que Herodes nos ajude a voltar”. Parecia a conclusão lógica. Mas o percurso de Deus seguiu por outra estrada.
Traga isso para a sua realidade.
Talvez Deus tenha aberto uma porta de emprego para você. No primeiro mês, você já faz planos: “Vou crescer aqui, construir minha carreira e me estabilizar nesta cidade”. Mas, um ano depois, o cenário muda e você é demitido ou transferido. O erro não foi acreditar que Deus abriu a porta; o erro foi achar que aquela porta definia o percurso inteiro da sua vida.
Ou então, você sente a direção de Deus para iniciar um projeto ou um ministério. No primeiro obstáculo, você recua e pensa: “Acho que ouvi Deus errado”. Não necessariamente. Ele te trouxe até esse ponto para que você aprenda algo que só a dificuldade ensina. O problema é que nós queremos garantias, queremos um manual de instruções para os próximos cinco anos. Mas Deus não nos dá um manual; ele nos dá sua presença diária. Ele faz isso de propósito para que não confiemos em nossa lógica, mas na fidelidade dele em nos guiar passo a passo.
Pensem na história como um quebra-cabeça. Nós somos as peças. Talvez hoje você sinta que o seu momento atual não se encaixa em nada do que viveu antes. Uma demissão inesperada, um projeto que não avançou ou uma mudança forçada de planos parecem peças soltas, sem lugar. Mas não esqueça: só Deus tem a tampa da caixa. Só ele enxerga a imagem completa. Ele entende como o que acontece na sua vida agora se ajusta ao que ele realizou há dois mil anos. Nós enxergamos apenas o recorte de uma única peça do quebra-cabeça; Deus vê o painel inteiro. Por isso, não se desespere se o percurso mudou. Deus não perdeu o controle. Ele está apenas tirando você da confiança na sua própria lógica para ensinar você a depender da providência dele.
Nenhum de nós consegue afirmar com certeza o que Deus fará com nossa vida nos próximos cinco anos, nem mesmo ao longo de 2026. Planejamos carreiras, casamentos e metas de longo prazo, mas, frequentemente — como aconteceu com esses magos —, o percurso de volta para casa é muito diferente do que calculamos no papel. Olhando para trás em minha própria vida, percebo que nenhuma decisão importante resultou exatamente no que eu esperava originalmente. Mas, pela fidelidade de Deus, todas resultaram no que ele mesmo planejou.
As Escrituras afirmam que Deus guia os cegos por um caminho que não conheciam e por veredas que nunca trilharam (Is 42.16). A realidade é que, em relação ao futuro, somos todos cegos. O percurso daqueles que creem pode divergir das expectativas humanas, mas jamais se afastará da soberana providência.
Não há razão para desânimo quando as circunstâncias escapam ao seu controle imediato. A segurança reside na confiança de que os caminhos e pensamentos de Deus são infinitamente superiores aos nossos (Is 55.8-9). O “outro caminho” tomado pelos magos (Mt 2.12) não foi um desvio acidental, mas a rota precisa traçada por aquele que governa a história e protege os seus com amor.
Recapitulando:
Por fim…
Vocês podem pensar: “agora o pastor saiu de Mateus e foi para as cartas de Paulo”. Na verdade, não. Basta observar o que acontece logo depois da história dos magos (que terminou no versículo 12). Diz o texto — Mateus 2.13-15:
13Depois que os sábios partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho. “Levante-se”, disse o anjo. “Fuja para o Egito com o menino e sua mãe. Fique lá até eu lhe dizer que volte, pois Herodes vai procurar o menino a fim de matá-lo.” 14Naquela mesma noite, José se levantou e partiu com o menino e Maria, sua mãe, para o Egito, 15onde ficaram até a morte de Herodes. Cumpriu-se, assim, o que o Senhor tinha dito por meio do profeta: “Do Egito chamei meu filho”.
Há um detalhe fundamental aqui: os magos foram guiados por um trajeto que não esperavam, e o próprio Jesus foi levado por uma rota que seus pais não planejavam. O caminho natural para Nazaré seria seguir para o norte, mas Deus os enviou para o sul, para o Egito.
Isso mostra que Deus Pai não fez nada na vida daqueles magos que também não fizesse na vida de seu próprio Filho Jesus Cristo. Ou seja: em todo o seu governo, o objetivo final é nos tornar parecidos com Jesus. É o que está escrito em Romanos 8.28-29: Ele nos escolheu para sermos conformados à imagem de seu Filho. No fim das contas, essa é a única coisa que importa, porque é a única que permanece.
Uma figura muito importante, embora às vezes pouco mencionada na história da Reforma, é Jacques Lefèvre d’Étaples. Ele foi o mentor de Guilherme Farel — aquele mesmo Farel que, anos depois, convenceu João Calvino a permanecer em Genebra. Em seus estudos, Lefèvre usava com insistência uma expressão em latim: Christiformitas.
Esse termo descreve o processo de sermos formados e moldados para ficarmos parecidos com Cristo. No fim das contas, este é o plano central da providência de Deus: o Pai determinou que o Filho seja o primogênito entre muitos irmãos, todos transformados para serem iguais a ele (Rm 8.29).
Pensem naquele quebra-cabeça que descrevi: quando todas as peças estiverem ajustadas, o que veremos não é um conceito vago, mas a imagem de Cristo. É exatamente isso que Deus opera na história do mundo e nos detalhes práticos de nossas vidas.
Jesus Cristo assumiu a nossa humanidade para que pudéssemos participar da vida dele. O que é que não somos hoje, mas seremos um dia? Seremos parecidos com ele. Deus governa os eventos da sua vida para este fim específico: tornar você semelhante a Jesus.
Logo no início do Evangelho de Mateus, o sinal na experiência dos magos nos ensina algo decisivo para o ano que se aproxima: desde o primeiro passo da caminhada de fé deles, Deus realizou algo que também produziu na vida de Jesus.
Atanásio de Alexandria (c. 296–373 d.C.), um dos teólogos da igreja, escreveu: “Cristo se tornou o que não era para que pudéssemos nos tornar o que não somos”. Diante disso, cabe a cada um de nós perguntar: o que é que não somos, mas nos tornaremos porque Cristo assumiu a nossa humanidade? A resposta central é que seremos como Cristo.
Deus governa a sua vida para conformar você à imagem de Jesus. Assim, o grande quebra-cabeça da história e das nossas vidas — com todos os obstáculos, desvios e rotas alteradas que enfrentaremos em 2026 — só fará sentido quando exibir, ao final, a imagem do Filho Jesus Cristo em nós. Deus não apenas nos protege quando nos leva “por outros caminhos” no percurso da vida (Mt 2.12); ele usa esses caminhos para nos moldar.
O que levamos desta jornada?
Ao olharmos para o horizonte do novo ano, o que aprendemos com a experiência dos magos?
Enquanto descansamos nessas verdades e nos entregamos ao cuidado do Senhor, temos a certeza de que ele faz todas as coisas muito bem. Se ele governa o cosmos e as estrelas, por que você não confiaria o seu dia a dia a ele?
Retornem para suas casas e entrem em 2026 por este “outro caminho”: o caminho da confiança plena na soberania de Deus. Vivam para a glória dele.
Feliz ano novo!
S.D.G. L.B.Peixoto.
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Pr. Leandro B. Peixoto