01.04.2018
Queridos irmãos,
O mês de agosto foi especialmente marcado pelas experiências que tivemos falando sobre a prevenção do suicídio nos mais diferentes âmbitos da sociedade uruguaia.
Uma das experiências mais marcantes foi em uma reunião para adolescentes no interior do país. Havia mais de quarenta pessoas presentes, entre pré-adolescentes e adolescentes. A história de vida desses pequenos é impressionante. Quando terminou a reunião, começaram os aconselhamentos. Havia uma necessidade imensa, a começar pela liderança, de saber como poder ajudar aqueles adolescentes, muitos deles já com várias tentativas de suicídio.
Uma delas, uma jovenzinha de treze anos, a quem vamos chamar de Maria (nome fictício), manifestou claramente que já não queria mais viver, já havia tentado se matar quatro vezes, por causa da situação familiar. Maria contou que seu pai abandonou sua mãe para viver com sua avó, e dessa relação nasceram filhos. Maria não sabe se os filhos de seu pai são seus tios ou seus irmãos. E como chamar a avó agora?
A desestrutura familiar é tão forte que ela se sentia perdida, sem saber na realidade quem ela era. Foi em meio a essa situação, agravada por problemas de saúde, que Maria começou a participar da reunião de adolescentes da igreja, ainda que sem entender claramente a mensagem do evangelho. Graças a Deus, pudemos falar com ela sobre a esperança que temos em Jesus, sobre o amor incondicional do Pai (Deus) por nós, e ela, então, entregou sua vida a Jesus. Glória a Deus pela salvação, em todos os aspectos, oferecida por Jesus.
Em outra cidade do interior, a igreja promoveu uma conferência aberta a toda a comunidade com o tema: “Suicídio – Reflexões sobre o comportamento suicida e sua prevenção”. O evento foi divulgado por vários canais de comunicação como rádios, jornais, cartazes, etc. Na plateia estavam representantes políticos, também o padre e algumas freiras, além de outras pessoas muito influentes na cidade. Nessa ocasião, abordamos o tema do suicídio desde a perspectiva cultural e espiritual. O Pr. Daniel terminou desafiando a que cada um permita que a espiritualidade de Jesus transforme sua maneira de ver o mundo, que mude a sua cosmovisão.
Estivemos em vários outros lugares e sempre nos deparamos com a mesma realidade. Muitas histórias trágicas, muito sofrimento e dor pelas perdas de familiares ou por conviver com familiares que seguidamente tentam se matar. Frente a essa necessidade, estamos unindo esforços para formar o GASS – Grupo de Apoio aos Sobreviventes de Suicídio, incluindo os familiares que são os mais afetados. Pedimos suas orações por esse novo projeto, principalmente pela formação da equipe. Já temos algumas pessoas contatadas.
Fraternalmente,
Daniel Duarte e Clélia Kerne de Oliveira
Montevidéu, Uruguai – Setembro de 2017.
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