03.04.2016
Mark Dever, pastor da Igreja Batista de Capitol Hill em Washington D.C., faz uma colocação contundente: “Se você̂ confessa ser um cristão e não é membro da igreja que frequenta com regularidade, preocupa-me o fato de que você pode estar indo para o inferno”. Certamente, esse é o tipo de afirmação politicamente incorreta. Afinal, muitos cristãos tendem hoje a ver seu cristianismo como um relacionamento pessoal com Deus e não mais do que isso. Eles sabem que esse relacionamento pessoal tem implicações na maneira como devem viver. Contudo, muitos deles desprezam como esse relacionamento primordial com Deus necessita de inúmeros relacionamentos pessoais secundários – os relacionamentos que Cristo estabeleceu entre nós e seu corpo, a Igreja. Deus não deseja que esses relacionamentos sejam escolhidos de conformidade com nossos caprichos entre os muitos cristãos que estão “lá fora”. Ele quer estabelecer-nos em um relacionamento com um corpo de pessoas de carne e osso, que pisarão nossos calos. Mas, será mesmo?
Pensemos, resumidamente, no que significa ser um cristão. Um cristão é alguém que, antes e acima de tudo, foi perdoado de seu pecado e reconciliado com Deus, o Pai, por meio de Jesus Cristo. Isso acontece quando a pessoa se arrepende de seus pecados e coloca sua fé na vida perfeita, na morte substitutiva e na ressurreição vitoriosa de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Certamente que há muito mais a ser dito, mas o que descrevemos é a essência, o ponto de partida de tudo o que significa ser um cristão.
Em segundo lugar, e não menos importante, o cristão é alguém que, pela virtude de sua reconciliação com Deus, foi reconciliado com o povo de Deus. A atitude de Adão em quebrar a comunhão com Deus resultou num rompimento imediato da comunhão entre os seres humanos. Todo homem passou a viver para si mesmo. Não deve nos surpreender, portanto, o fato de que Jesus disse: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento e o teu próximo como a ti mesmo (cf. Mt 22.34-40). Os dois mandamentos andam juntos. O primeiro produz o segundo, e este comprova o primeiro. Ser reconciliado com Deus por meio de Cristo significa ser reconciliado com todos aqueles que estão reconciliados com Deus (cf. Ef 2.14-16).
Quando alguém se torna um cristão, ele não se une a uma igreja local tão-somente porque isso é um hábito que contribui à maturidade espiritual. Ele se une a uma igreja local porque isso é a expressão daquilo em que Cristo o tornou – um membro de seu corpo. Estar unido a Cristo implica estar unido a todos os cristãos. Contudo, essa união universal precisa ter uma existência viva e atuante em uma igreja local (cf. Hb 10.23-27). Biblicamente falando, não há como desvincular seu cristianismo e sua igreja.
Com carinho,
Leandro B. Peixoto – seu pastor.
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