30.09.2018
Na noite em que Jesus foi traído, ele lutou algumas batalhas espirituais profundas. O que estava acontecendo naquela noite, na véspera eterna, era uma guerra espiritual horrível. Satanás e todas as suas hostes mais fortes foram reunidas para lutar contra o Filho de Deus. E o que quer que Paulo queria dizer com “os dardos inflamados do maligno” (Éfesios 6.16), você pode ter certeza de que eles estavam voando em bandos contra o coração de Jesus no Getsêmani, naquela noite.
Temos um vislumbre da batalha, em Mateus 26.36-38: Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar, e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai e vigiai comigo.
O que está acontecendo aqui? Com o que está angustiado? João 12.27 diz: “Agora, está angustiada a minha alma e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas, precisamente com este propósito vim esta hora”. Em outras palavras, a tentação angustiante e preocupante era de desesperar-se e deixar de realizar a sua missão. Os dardos inflamados que vinham contra Ele eram pensamentos como: “Não vale a pena. Não funcionará!”. Ou, talvez, apenas uma saraivada de distrações hediondas. E o efeito desses ataques em Jesus era um transtorno emocional tremendo. O que Satanás queria produzir em Jesus era um espírito de abatimento que findaria, sem oposição, em resignação e levaria Jesus a não realizar o que seu Pai lhe dera para fazer.
Agora, pense sobre isso por um instante. Jesus era um homem sem pecado (Hebreus 4.15; 2 Coríntios 5.21). Isso significa que o turbilhão de emoções que ele estava suportando aquela noite foi uma resposta adequada e apropriada ao tipo de teste extraordinário que ele estava experimentando. O pensamento demoníaco de que o Calvário seria um buraco negro sem sentido é tão horrendo, que tinha de fazer a alma de Cristo estremecer. Essa é a primeira onda de choque da explosão do abatimento. Mas não é pecado. Ainda não.
Mas aqui está algo surpreendente. O Evangelho de João diz que Jesus estava perturbado (Jo 12.27;13.21). As primeiras ondas de choque do abatimento quebraram a tranquilidade de sua alma. Mas, nesse mesmo Evangelho, também é dito que os discípulos não deveriam ficar perturbados. Em João 14.1, Jesus diz: “Não se perturbe o vosso coração (mesma palavra usada em 12.27; 13.21). Creiam em Deus, creiam também em mim” (NVI). E em João 14.27, Jesus diz:” Deixo-lhes a paz, a minha paz lhes dou. Não dou como o mundo a dá. Não se perturbem o vosso coração” (NVI).
Jesus estava advertindo os discípulos contra ceder ao abatimento, render-se a Ele sem resistência. Deixando-o apodrecer e se espalhar. E então ele diz, “Contra-ataquem: Creiam em Deus, creiam também em mim” (João 14.1).
Texto extraído e adaptado do livro:
Lutando Contra a Incredulidade, págs. 132-134,
escrito por Jonh Piper.
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