01.07.2018
A segunda peça na armadura é a “couraça da justiça” (Ef 6.14). Nos dias de Paulo, os soldados usavam um colete de proteção feito de metal ou couro muito duro. A couraça cobria o peito e o abdômen, protegendo os órgãos vitais das espadas e outras armas. A couraça era uma defesa essencial contra feridas mortais e menores. A Bíblia usa o coração e as rédeas para se referir à sede dos pensamentos, profundos motivos e emoções dos seres humanos. As pessoas, nos dias de Paulo, acreditavam que os órgãos como coração e fígado eram o centro dos afetos. As emoções, tais como alegria, se originavam nesses órgãos. O apóstolo Paulo utilizou este entendimento, ainda que não fosse científico, para ensinar importantes lições espirituais. Disse ele que os crentes têm de colocar a couraça da justiça para proteger as partes vitais do homem interior e as suas faculdades contra os ataques de Satanás. No seu conflito com os poderes invisíveis, os crentes são mais vulneráveis em seus pensamentos, suas motivações e suas emoções. Necessitam de forte proteção – uma couraça de justiça – para não serem feridos no mais íntimo de seu ser.
A justiça da couraça é provida por Deus em Cristo. Cristo ganhou esta justiça por meio de sua obediência ativa e passiva. Cristo satisfez a justiça penal de Deus ao pagar totalmente a pena do pecado, por seus sofrimentos e sua morte. Em sua obediência ativa, ele satisfez a exigência perfeita de Deus de que guardasse sem erro a sua santa lei, para ganhar a vida eterna. Somente essa combinação de obediência passiva e ativa é suficiente para satisfazer plenamente a justiça de Deus. Todas as outras formas de justiça são sem valor. Como nenhum que seja mero homem pode realizar qualquer desses dois aspectos dessa justiça (pois quem poderá pagar o preço eterno da morte e inferno, e quem pode cumprir perfeitamente a lei?), todo pecador tem de depender de Cristo para fazê-lo por ele. Sendo que Cristo também é Deus, Ele pode realizá-lo como substituto pelos pecadores. Porque Cristo é Deus, o valor infinito está ligado aos seus sofrimentos e sua obediência à lei. É por isso que, embora um pecador jamais possa pagar por seu pecado, Cristo pode pagar por todos os pecados dos crentes numa questão de horas. Cada um de nós precisa urgentemente, desesperadamente, receber a justiça de Cristo pela fé operada pelo Espírito, pois se tivermos tal justiça, teremos o perdão dos pecados e a vida eterna. Se esta justiça faltar, pereceremos em nossos pecados.
Em Cristo, a rocha sólida, estou de pé.
Texto extraído e adaptado do livro:
Lutando contra Satanás, págs. 63 e 65, escrito por
Joel R. Beeke. Editora Fiel.
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