11.09.2016
Há momentos em que ficamos tão desencorajados! Quem nunca sentiu a alma murchar e depois secar diante de tantas dificuldades? Até Davi, o homem segundo o coração de Deus, passou por essas experiências abrasadoras. A situação era tão difícil para ele e para as pessoas mais próximas, que todos faziam coro com as mesmas indagações: “Quem nos fará desfrutar o bem?” (Sl 4.6). Todos estavam atravessando o mesmo vale escaldante do sofrimento e a maioria se queixava para o rei: “Ó Davi! É o nosso fim! Dessa vez, Deus não irá nos socorrer!”.
Imagine você tendo o seu nome na boca de mentirosos e de fofoqueiros, de pessoas que não querem outra coisa, senão a sua queda e o seu fracasso, que ficam espalhando mentiras e levantando calúnias a seu respeito… tudo porque você está buscando fazer o bem, está cumprindo a vontade de Deus. Além do que, você ora e Deus parece estar fazendo greve de silêncio, daí você recorre aos seus amigos e descobre que todos estão no mesmo barco, todos estão desencorajados e só conseguem nutrir raiva e ódio em seus corações. Não há com quem desabafar. Ninguém te ouve! Pois bem, era assim que Davi estava naquele momento de sua vida (Sl 4.1-6). A situação era realmente difícil de engolir. O que ele fez? Não desistiu, continuou clamando ao Senhor.
A oração de Davi revela um fato impressionante sobre as adversidades: elas dilatam a nossa alma. O verbo “aliviar”, que ele usou no versículo 1 do Salmo 4 (ao dizer: “na angústia, me tens aliviado”) significa “alargar”, “ampliar”, “criar espaço”, “tornar grande”. Que revelação transformadora!
Sempre que oramos pedindo alívio, o que nós esperamos é que Deus diminua a carga sobre os nossos ombros. Afinal, “alívio” significa “diminuição de peso ou de carga”. O problema é que, geralmente, quanto mais nós oramos, mais problemas aparecem, a carga não diminui; ela só parece aumentar e, na mesma proporção, nós nos frustramos e somos desencorajados pelas angústias. No entanto, o que aprendemos com Davi é que, no vocabulário de Deus, alívio não significa, necessariamente, a diminuição da carga, mas, sempre, a ampliação, a hipertrofia da alma. Deus nos alivia tornando-nos fortes para suportar o peso das cargas, produzindo em nós perseverança, experiência e esperança (Rm 5.3-5).
O Senhor pode não diminuir os problemas, mas ele sempre aumentará a nossa capacidade de suportá-los, afinal, o que ele deseja é o nosso crescimento, a nossa santificação, a nossa plena satisfação nele (Sl 4.7). Quanto maiores forem as dificuldades do lado de fora, maior ainda Deus nos tornará do lado de dentro. É a hipertrofia da alma.
Com carinho,
Pr. Leandro B. Peixoto
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